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O que esperar do Crédito Privado no Brasil, na visão da S&P Global

No dia 22 de agosto, participamos do seminário anual da S&P Global acerca das perspectivas econômicas e de crédito privado para o Brasil. Confira os destaques.

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No dia 22 de agosto, participamos do seminário anual “Perspectivas econômicas para o Brasil e os desafios da sustentabilidade” promovido pelo time de especialistas da a agência de classificação de risco S&P Global, onde foi abordado, dentre outros temas, o atual cenário para o Crédito Privado no país. Confira a seguir os destaques do evento.

Perspectiva para o Brasil

De maneira geral, a agência pontuou que o Brasil tem potencial para atingir o nível Investment Grade (nota BBB- ou acima), mas o campo fiscal e o fraco crescimento econômico são barreiras.

No dia 14 de junho, a S&P Global elevou a perspectiva do rating soberano para Positiva, ante Estável. Enquanto isso, houve a afirmação da nota de crédito de longo prazo em ‘BB-‘. A movimentação positiva reflete sinais, na visão da agência, de maior certeza em relação à estabilidade das políticas fiscal e monetária, aliadas ao crescimento contínuo do PIB – Produto Interno Bruto – previsto, ainda que em baixo patamar. Tais fatores poderiam resultar em uma menor carga de endividamento do país, bem como reforçar a resiliência institucional do Brasil, com políticas estáveis e equilíbrio entre os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.

Nota: Segundo estimativa do time de Macroestratégia da XP, das 7 vezes em que a S&P colocou viés altista ao rating brasileiro antes dessa, em 6 o rating realmente foi elevado. Na média, isso demorou cerca de 7 meses. A exceção foi exatamente na mais recente, em dez/19, que foi logo seguida pela pandemia no início de 2020.

No quesito endividamento, de acordo com os estudos da agência, percebe-se um maior endividamento geral das economias ao redor do mundo. Desde o final da Segunda Guerra Mundial, o indicador Dívida Bruta sobre o PIB atingiu o maior patamar, refletindo uma elevação das dívidas dos governos de forma geral, não apenas no Brasil. Dentre os diversos fatores que justificam o atual nível de endividamento público dos países, destaca-se o aumento dos gastos nos últimos anos em decorrência da pandemia, aliado ao maior comprometimento dos governos com políticas públicas.

No evento ministrado pela S&P Global, os painelistas entendem que algumas medidas políticas aprovadas no Brasil nos últimos anos, como a Reforma da Previdência, a Reforma Trabalhista, o Arcabouço Fiscal e a Reforma Tributária, são fundamentais para a melhoria da estrutura fiscal no país e favorecem o desenvolvimento do mercado privado nacional. Por outro lado, o atual nível de endividamento brasileiro e a inflexibilidade do fiscal são os principais pontos de atenção em relação ao país, limitando as notas de crédito do Brasil.

Outro ponto destacado no evento foi a surpreendente capacidade de crescimento da economia brasileira nos últimos anos. Apesar de turbulências, como a pandemia, o PIB tem apresentados valores resilientes. Além disso, espera-se que a forte safra agrícola deste ano contribua para um crescimento do indicador. De acordo com os economistas da XP, o PIB deve finalizar o ano de 2023 com um aumento de 2,2%; e +1,0% em 2024.

Por fim, espera-se que as recentes reformas possam contribuir positivamente para a economia brasileira no médio e longo prazo. E que, por consequência, melhorem as perspectivas no parâmetro fiscal do país e ao seu grau de endividamento. Tais fatores são preponderantes para uma elevação do rating soberano para níveis de investimento (acima de BBB-).

Visão Geral sobre o Crédito Privado

Rating soberano

De acordo com a metodologia da S&P, 30% dos ratings corporativos possuem limitações em relação ao rating soberano vigente. Neste sentido, um movimento para cima ou para baixo no rating soberano pode originar reajustes de ratings corporativos na mesma direção.

Portanto, um cenário macroeconômico que fortaleça os parâmetros do rating soberano é benéfico para a credibilidade creditícia das empresas brasileiras, como o ocorrido em 16 de junho após a mudança da perspectiva da nota de crédito do Brasil.

Patamar atual dos juros

O clico de corte da taxa básica tende a favorecer a classe do crédito privado, (i) naturalmente os investidores aumentam o seu apetite ao risco; e (ii) há perspectiva de melhoria na saúde financeira das empresas, com menor consumo de caixa com custo da dívida (ainda que não de imediato).

Por parte das pessoas físicas, percebe-se um recente crescimento da demanda por ativos de crédito privado a fim de se obter melhores retornos. Entretanto, os investidores profissionais estão mais cautelosos em relação à classe de ativos, considerando os eventos Americanas e Light no primeiro semestre e os consideráveis resgates que os fundos de investimentos tiveram no período, com as captações líquidas voltando ao positivo apenas no início do segundo semestre.

Vale mencionar que, apesar da recente queda da Selic, o atual patamar das taxas de juros ainda sobrecarrega as despesas financeiras das empresas. Assim, a captura do movimento tende a ser mais benéfico no médio prazo.

Vencimentos em 2024

Outra questão pontuada para o setor privado foi o volume de emissões com vencimentos em 2024. Quando ocorre o vencimento de uma dívida, a empresa pode optar por ou quitar as obrigações financeiras ou refinanciar o montante a vencer, o que pode reaquecer o mercado.

Contudo, um cenário desfavorável para emissões de novas dívidas, como visto no primeiro semestre do ano, pode comprometer a capacidade das empresas de alongar seus vencimentos, gerando riscos de refinanciamentos. Nos últimos meses, entretanto, o cenário para emissões tem se mostrado mais favorável, também impulsionado pela menor taxa de juros à frente.

Fontes

S&P Global

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