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Volta ao mundo com os fundos internacionais: conheça os Mutual Funds

Você sabia que é possível investir em fundos de investimentos no mercado internacional? Saiba o que são Mutual Funds e como funcionam 

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Momentos de maior volatilidade sempre existiram e continuarão ocorrendo, porém, cada vez mais, o investidor brasileiro tem à sua disposição um leque maior de alternativas para alocação e diversificação. De olho nos desafios e oportunidades que os fundos internacionais podem oferecer ao investidor brasileiro, buscamos trazer (i) um comparativo do tamanho da indústria de fundos de investimentos ao redor do mundo em relação ao Brasil, (ii) as diferenças entre investir por meio de estruturas disponíveis no Brasil ou diretamente no exterior através dos Mutual Funds¹, (iii) as diferentes classes de fundos internacionais, (iv) Panorama Geral desses fundos em 2023, e por fim (v) novidades na plataforma XP.

1. A indústria de fundos de investimentos ao redor do mundo

De acordo com os dados da IIFA (Associação Internacional de Fundos de Investimento), o Brasil ocupa o 8º lugar entre as maiores indústrias de fundos do globo, sendo responsável por apenas 3,2% do total da indústria de fundos de investimentos ao redor do mundo.

O levantamento, realizado trimestralmente, também mostra que o Estados Unidos são responsáveis por 49% do total da indústria e, consolidando o patrimônio dos países da Europa, a região fica responsável por 30% do total, seguida pela China, com 5%. 

Já quando analisamos os dados da IIFA de patrimônio líquido, a indústria de fundos no mundo fechou 2022 com patrimônio de US$ 64,6 trilhões, enquanto no caso do Brasil,  o PL ficou em US$ 2 trilhões, representando um total de 3,24% do total.

A amostra considera fundos abertos regulamentados, incluindo fundos mútuos, fundos negociados em bolsa (ETFs) e fundos institucionais para todas as regiões abordadas. 

2. Investir no Brasil ou diretamente lá fora?

O investidor que deseja acessar estratégias internacionais pode investir no Brasil, através de uma estrutura offshore, ou diretamente no exterior, através dos Mutual Funds. As principais diferenças serão abordadas na tabela a seguir. 

Em relação aos custos, as taxas cobradas pelos fundos de investimento – tanto no Brasil quanto no exterior – são destinadas a remunerar os diferentes prestadores de serviço envolvidos na atividade do fundo: Gestor, Administrador, Custodiante, Controlador, Auditor, entre outros.


No Brasil, as taxas relevantes para um fundo são a (i) taxa de administração e a (ii) taxa de performance. No exterior as taxas relevantes são (i) ongoing charges (na tradução livre, “custos recorrentes”) e (ii) performance fee (taxa de performance).  Além disso, para investimentos realizados diretamente no exterior, é importante verificar as taxas de negociação, bem como custos relacionados às remessas de câmbio.

3. Quais são as classes de Fundos Internacionais?

As possibilidades de fundos mútuos se assemelham às estratégias dos Fundos de Investimentos no Brasil.  A seguir, confira as diferentes subclasses e os tipos de papéis/estratégias que os fundos internacionais podem ter nas carteiras:

Renda Fixa Global
Sovereign:fundos que investem em títulos ligados ao governo, em títulos similares aos do Tesouro Direto no Brasil, a diferença  é que nesse caso a exposição pode ser em diferentes países e regiões ao redor do mundo.
High Grade:Fundos que investem em títulos que apresentam alto grau de qualidade. Essa qualidade é definida a partir da nota de crédito, ou seja, é mensurada a qualidade e a capacidade de um emissor, normalmente uma empresa, de honrar as suas dívidas. As que possuem maiores índices são consideradas high grade.
Aggregate Bond Funds:Buscam oferecer exposição diversificada a um amplo espectro de títulos de renda fixa. Esses fundos são comumente compostos por uma combinação de títulos do governo, títulos corporativos e títulos municipais.
Renda Fixa Flexible Bonds:Possuem em seu mandato flexibilidade para alocar em diferentes setores do mercado de renda fixa, incluindo créditos corporativos, títulos ligados a inflação Americana, posições em crédito securitizado, entre outros.
High Yield:Diferentemente dos fundos High Grade, que foca em empresas de alta qualidade, dentro dos títulos de renda fixa classificados como high yield é possível encontrar títulos com uma nota de crédito menor, mas que, em contrapartida, podem oferecer maiores taxas de remuneração.
Renda Variável Global
Ações Long Only Large/Mega Caps:Se concentram em investir em ações de empresas de grande capitalização (large caps) ou mega capitalização (mega caps) em âmbito internacional. Esses fundos buscam oportunidades de investimento em empresas líderes e estabelecidas que possuem uma capitalização de mercado significativa.
Ações Long Only Small/Mid Caps:Investem em ações de empresas de média e pequena capitalização (mid caps e small caps) em âmbito internacional. Esses fundos buscam oportunidades de investimento em empresas com menor capitalização de mercado, que geralmente possuem potencial de crescimento e podem estar em estágios iniciais de desenvolvimento.
Ações Long Only Temáticos:Têm como estratégia principal investir em ações de empresas ao redor do mundo que estejam relacionadas a um tema ou setor em particular. Eles buscam aproveitar as oportunidades de investimento dentro desse tema, acreditando que empresas nesse setor específico têm um potencial de crescimento e valorização acima da média.
Multimercados Global
Macro/ MultiestrategiaSão fundos multimercados cujas teses de investimento são baseadas na elaboração de cenários macroeconômicos. Além disso, não possuem o compromisso de atuação em uma estratégia específica. Podem investir nos mercados de juros, moedas, ações e commodities.
Long Short/ ArbitragemTambém conhecidos como “Hedges Funds” esses fundos possuem seu foco maior no mercado acionário, buscando ganhar retornos na diferença entre carteiras de ações compradas e vendidas.
SistemáticosA tomada de decisão desse tipo de fundo é realizada através de algoritmos e programas computacionais. Esses fundos operam a maioria dos mercados, a automatização dos processos visa isentar ou mitigar o aspecto emocional da gestão;
AlternativosEnglobam investimentos em ativos que não se enquadram nas classes de convencionais (como a Renda Fixa, Multimercados e Ações). É comum encontrar na carteira desses fundos ativos que não estão listados em nenhuma bolsa ou mercado de balcão.

Vale pontuar que também é possível segmentar os fundos internacionais como “Single Theme”, que investem uma única temática (ex: tecnologia), como “Regional” que possuem alocação majoritária em determinada região (ex: Mercados Emergentes, Estados Unidos, Europa, Asia), ou “Global”, que não possuem restrição ou limite de exposição por região.

O universo de fundos globais disponíveis traz um rico leque de opções interessantes e aproxima, finalmente, o brasileiro de ser um investidor global, com exposição a países, mercados e setores da economia mundial que não existem ou ainda estão engatinhando por aqui sem a necessidade de realizar a escolha de ativos individualmente.

4. O Rali do A.I. nos EUA e os fundos de investimentos

Nas últimas semanas, o rali do mercado americano tem tido o setor de tecnologia como principal beneficiário. Big Techs, como Apple, Microsoft e Nvidia, atingiram máximas históricas. Essa alta expressiva nos mercados pode ser atribuída a três fatores principais: (i) o fechamento de posições vendidas e aumento das exposições a ações de gestores de fundos devido ao forte movimento de alta, gerando um fluxo comprador persistente; (ii) expectativas de fim de ciclo de alta de juros pelo Federal Reserve (Fed) e (iii) aumento da liquidez no sistema financeiro devido à diminuição do estoque de operações de Reverse Repos.​

No ano, empresas como Apple (+47,9%), Tesla (92,6%) e NVIDIA (162,6%), se destacam em termos de performance, enquanto o Nasdaq100 sobe +38,9% e o índice das FAANGs (as big techs americanas), sobe +54,4%.​

O mercado tem interpretado que mesmo com a taxa de juros em território restritivo e sinalização de possibilidade de aumento adicional de 0,5pp até o final do ciclo, os Estados Unidos devem enfrentar recessão leve que não deve ser traduzida em compressão de múltiplos das empresas listadas. Devido à elevada taxa de juros dos EUA, tem emergido oportunidades na renda fixa em dólar.​

Na Europa, as empresas da região ficam cada vez mais atrativas, especialmente no comparativo de valuation em relação aos seus pares norte-americanos. O Banco Central Europeu (BCE) deve seguir aumentando juros para conter a inflação ainda elevada, e ainda há um risco de recessão, porém mais leve que vinha sendo antecipada. Na China, o mercado aguarda por estímulos adicionais, que devem impulsionar a economia cuja reabertura tem sido mais fraca que o esperado.​

A desvalorização recente da taxa de câmbio abre uma boa janela de oportunidade para dolarizar parte do patrimônio, estratégia que permite mitigar riscos por meio da diversificação. O movimento recente se justifica por um enfraquecimento do dólar globalmente e uma melhora das perspectivas brasileiras corroborada por dados melhores que o esperado e redução das incertezas na frente fiscal. O nível atual do câmbio é próximo à estimativa do time de economia da XP do que seria o nível estrutural do dólar contra o real, o que indica que não existe muito espaço para uma queda adicional. A XP espera que a taxa de câmbio encerre o ano em R$/US$ 5,00, considerando fatores de curto prazo e a expectativa para outras variáveis macroeconômicas.

Em relação a performance dos fundos de investimentos, apesar de um cenário global ainda bastante desafiador, com riscos de recessão lá fora, continuamos a observar uma onda de otimismo tomando os mercados em geral. Dados de performance dos fundos internacionais até o dia 14 de junho, mostram que todas as classes de fundos internacionais, estão acompanhando a alta observada nas principais bolsas globais.

No mês, destaque para os Fundos de Renda Variável que investem em mercados emergentes (+4,78%), a performante desses fundos foi puxada por expectativas crescentes de um pico no aperto monetário do Federal Reserve (Fed) e de um pacote de estímulo mais amplo na China. Confira a performance dos fundos de Renda Variável por região:

Vale pontuar que no ano, apenas os fundos que investem em ações ligadas ao mercado asiático apresentam uma mediana de performance negativa. A performance negativa para região, está relacionada com o desempenho fraco para as bolsas chinesas no ano, em linha com uma reabertura mais fraca do que esperado na China, além de conflitos geopolíticos com os EUA.

Em relação aos receios de uma possível recessão, após a última reunião do FED, o mercado parece já descontar um cenário de “soft landing” (pouso suave) na economia, com controle inflacionário sem uma recessão. Dessa forma, setores que não acompanharam a alta das empresas de tecnologia, iniciaram uma recuperação, puxando os índices globais para cima.

Os mercados globais apresentam sinais de robustez após um inicio de ano volátil. É possível que esse cenário ocorra e que não haja uma recessão por lá, mas isso já parece estar embutido nos preços das ações americanas. Em nosso Sunday X-Presso, abordamos o otimismo dos mercados até aqui, e o que esperar em seguida.

5. Novidades na Plataforma XP

Em 2022 a XP Inc. lançou a conta internacional de investimentos, por meio da XP Internacional, corretora americana do grupo. Desde então, os clientes XP passaram a ter acesso a diversas opções de investimentos offshore diretamente pelo aplicativo XP,. E no mês de junho de 2023, ficou disponível para o cliente XP, os Mutual Funds: mais uma alternativa para acessar o mercado global. A plataforma dá acesso inicialmente a 100 estratégias de 11 gestoras globais, ampliando a gama de produtos disponíveis para o investidor final

Quais são os custos?

Os Mutual Funds possuem uma taxa de movimentação do produto para todas operações de compra, recompra e venda.

O valor é de US$ 20 por ordem para operações via plataforma

Como acessar os Fundos Internacionais na XP:

Para investir em Fundos Internacionais é bem simples e você pode fazer de duas formas. A primeira delas é através da plataforma local, em que você pode escolher a estratégia na lista de fundos disponíveis, sem a necessidade de enviar recursos para o exterior. A segunda forma é através da ativação da Conta Internacional XP, na lista de produtos disponíveis, escolha “Mutual Funds” e tenha acesso a lista das estratégias disponíveis.

Em caso de dúvidas sobre os produtos disponíveis, envio remessas e  custos de transações, consulte o time de assessoria XP.

Baixe o relatório completo:

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