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Turbulência na política brasileira e novas rodadas de estímulo no internacional

Tudo o que você precisa saber sobre os mercados nacional e internacional, com análises econômicas e políticas sobre fatos que podem impactar seus investimentos.

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IBOVESPA -5,45% | 75.331 Pontos

CÂMBIO -0,83% | 5,58/USD

O que pode impactar o mercado hoje

Após uma semana negativa para o Ibovespa, mercados internacionais amanhecem em alta, seguindo novas medidas de estímulo no Japão e reabertura gradual da Itália. Futuros do S&P 500 nos EUA operam em alta de 1% enquanto bolsas na Europa sobem 2,1%. Na Ásia, bolsas fecharam para cima após Banco Central do Japão anunciar que deve triplicar sua carteira de dívida corporativa em novas rodadas de estímulos; Japão +2,7%, Hong Kong +1,9% e China +0,7%.

No Brasil, o noticiário se concentra nos desdobramentos da crise deflagrada pela demissão de Sergio Moro do Ministério da Justiça na sexta-feira. Figura mais popular do governo, o ex-juiz da Lava Jato deixou o ministério fazendo acusações de que Jair Bolsonaro tentava interferir na Polícia Federal, o que estabeleceu crise de grandes proporções em Brasília.

No Congresso, a oposição apresentou pedidos de impeachment, mas a recente proximidade de Bolsonaro com os partidos de centro fez com que, por ora, as reações fossem comedidas. Para o lugar de Moro, deve ser nomeado o atual ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Jorge Oliveira, e para o comando da PF, o chefe da Abin, Alexandre Ramagem.

O episódio também acentuou a preocupação com o futuro de Paulo Guedes, que se indispôs com uma ala do governo por divergência na condução da política econômica para a saída do período de crise, explicitada com o anúncio do programa Pró-Brasil, que contempla investimentos públicos, na última semana.

Divulgamos pesquisa no final de semana mostrando que 67% dos brasileiros veem a saída de Sérgio Moro do governo como negativa para o país. A expectativa para o restante do mandato de Bolsonaro após a saída do agora ex-ministro é de 18% para bom e ótimo (ante 35% antes do evento).

Vínhamos afirmando que cautela de curto prazo deveria se manter, em um cenário incerto. Acreditamos que a volatilidade do mercado brasileiro deve se manter alta e que agora a cautela deve se elevar, enquanto, pois a crise política não era algo esperado no nosso cenário anterior.

Nesse cenário, achamos prudente que investidores mantenham uma carteira diversificada e busquem aumentar exposição em ativos de menor risco, como ativos internacionais, anticíclicos e reais, ações de empresas com receita dolarizada, títulos de renda fixa de prazo mais curto e debentures de baixo risco. Clique aqui para mais detalhes.

Por fim, na agenda de indicadores e eventos do dia, os destaques serão os índices de confiança do consumidor e da construção civil em abril, calculados pela FGV, e o índice de produção manufatureira dos Estados Unidos. Ao longo da semana também serão realizadas as reuniões de política monetária dos Estados Unidos, na quarta-feira, e da Zona do Euro, na quinta-feira.

Tópicos do dia

Coronavírus

Tempos de guerra – revisando o target da Bolsa
Revisão setorial: Novas estimativas e Preços alvo
Varejo e o COVID-19 – Parte 2: Tendências no Brasil e no Mundo
IPCA de março esboça os primeiros efeitos do coronavírus sobre a economia brasileira
Medidas econômicas para combater o coronavirus no Brasil

Para ler mais conteúdos, clique aqui.

Agenda de resultados

Temporada de resultados 1° tri 2020: o que esperar?
Clique aqui para acessar nossa visão sobre a temporada de resultados

Brasil

  1. Política Brasil: desdobramentos da demissão de Sérgio Moro
  2. Mercado reduz projeção de PIB para -3,34% em 2020

Internacional

  1. Política Internacional: Argentina abandona negociações futuras com Mercosul
  2. Petróleo: Preços caem com excesso de oferta e preocupações com armazenamento

    Acesse aqui o relatório internacional

Empresas

  1. A terceira crise
  2. Saiba nossa visão sobre a temporada de resultados do 1º trimestre de 2020
  3. Via Varejo (VVAR3): Aquisição da ASAPLog; Positivo

Veja todos os detalhes

Brasil

Política Brasil: desdobramentos da demissão de Sérgio Moro

  • Na política, o noticiário se concentra nos desdobramentos da crise deflagrada pela demissão de Sergio Moro do Ministério da Justiça na sexta-feira. Figura mais popular do governo, o ex-juiz da Lava Jato deixou o ministério fazendo acusações de que Jair Bolsonaro tentava interferir na Polícia Federal, o que estabeleceu crise de grandes proporções em Brasília. No Congresso, a oposição apresentou pedidos de impeachment, mas a recente proximidade de Bolsonaro com os partidos de centro fez com que, por ora, as reações fossem comedidas;
  • Para o lugar de Moro, deve ser nomeado o atual ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Jorge Oliveira, e para o comando da PF, o chefe da Abin, Alexandre Ramagem;
  • O episódio também acentuou a preocupação com o futuro de Paulo Guedes, que se indispôs com uma ala do governo por divergência na condução da política econômica para a saída do período de crise, explicitada com o anúncio do programa Pró-Brasil, que contempla investimentos públicos, na última semana.

Mercado reduz projeção de PIB para -3,34% em 2020

  • O mercado reduziu sua projeção de inflação para 2020 de 2,23% para 2,20%. Para 2021, a projeção permaneceu em 3,40%;
  • A projeção de PIB para 2020 passou de -2,96% para -3,34% e para 2021 passou de 3,10% para 3,00%; A projeção da taxa de câmbio permaneceu em 4,80 em 2020 e passou de 4,50 para 4,55 em 2021;
  • Enquanto isso, a projeção da taxa Selic permaneceu em 3,00% ao final de 2020, mas passou de 4,50% para 4,25% ao final de 2021. Clique aqui para acessar a análise completa.

Internacional

Política InternacionalArgentina abandona negociações futuras com Mercosul

  • Argentina anunciou abandono de negociações conjuntas de novos acordos de livre comércio por meio do Mercosul, mas afirmou que manterá presença em acordos existentes, como o tratado UE-Mercosur e acordo com Efta;
  • Nos EUA, o Secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, afirmou que governo pode assumir participação em empresas de petróleo para conter a crise de demanda provocada pela emergência sanitária.

Petróleo: Preços caem com excesso de oferta e preocupações com armazenamento

  • Os futuros de petróleo dos EUA (WTI) lideraram as perdas, caindo mais de 16%, para o patamar de US$14/barril, por temores de que o armazenamento em Cushing, Oklahoma, possa atingir a capacidade total em breve. Os estoques de petróleo dos EUA subiram para 518,6 milhões de barris na semana até 17 de abril, perto de um recorde de 535 milhões de barris estabelecido em 2017;
  • Os contratos futuros de petróleo marcaram sua terceira semana consecutiva de perdas na semana passada – e caíram em oito das nove últimas – com o Brent terminando em queda de 24% e o WTI em torno de 7%;
  • Nessa manhã de segunda-feira, o petróleo tipo Brent opera em território negativo, em queda de -3,8% em US$20,63/barril. As preocupações são de que os cortes na produção não sejam rápidos e de magnitude suficiente para compensar completamente os efeitos do colapso da demanda pela pandemia de coronavírus.

Empresas

A terceira crise

  • A crise atual veio de forma muito rápida, caindo como um meteoro (usando as palavras do Ministro Paulo Guedes) em uma economia que vinha se recuperando, com uma forte ancoragem fiscal e um plano reformista mirando solucionar grandes problemas do Brasil no longo prazo. Começamos pela reforma da Previdência, e discutíamos em 2020 as reformas administrativa e tributária como próximas pautas possíveis no Congresso. Além disso, o mundo dava claros sinais de aceleração econômica;
  • A crise que se iniciou em fevereiro como uma crise da saúde se alastrou rapidamente para também se tornar uma grave crise econômica, de proporções nunca antes vistas. Porém, não bastassem essas duas crises, uma crise institucional e política foi adicionada ao imbróglio Brasileiro hoje. Enquanto o Brasil compartilha das mesmas dores do resto do mundo na crise da saúde e da economia, essa nova crise é inteiramente brasileira;
  • Clique aqui para ler o conteúdo completo.

Saiba nossa visão sobre a temporada de resultados do 1º trimestre de 2020

  • Essa temporada de resultados será bastante relevante, na nossa visão, pois mostrará os primeiros impactos e medidas sendo tomadas pelas principais empresas brasileiras em relação à crise do novo coronavírus;
  • Os números reportados pelas empresas talvez importem menos do que o normal nesse trimestre. Isso porque a crise chegou ao final do trimestre, e as quarentenas se iniciaram principalmente em março. Assim, várias empresas não terão impactos tão relevantes neste período, e veremos esse reflexo principalmente acontecendo no 2º trimestre;
  • Clique aqui para ler o conteúdo completo.

Via Varejo (VVAR3): Aquisição da ASAPLog; Positivo

  • Nesta manhã (27 de abril), a Via Varejo anunciou a aquisição da ASAPLog, uma empresa de logística focada em entregas para e-commerce fundada há cinco anos e com sede em Curitiba. O valor da transação não foi divulgado;
  • Por meio de tecnologia, a ASAPLog oferece soluções de “crowdshipping” para a entrega ao cliente final (“last mile”) utilizando uma ampla rede de entregadores autônomos;
  • Nossa visão: Positiva. A aquisição será importante para fortalecer as capacidades logística da operação online da Via Varejo. A ASAPLog permitirá que parte dos pedidos do e-commerce sejam expedidos diretamente das lojas (atualmente cerca de 180 lojas funcionam como mini-hubs). Com isso, a companhia conseguirá aumentar de maneira significativa a densidade das rotas, o que consequentemente reduzirá de maneira relevante o custo de entrega, bem como o prazo;
  • Reiteramos a nossa recomendação de Compra para as ações da Via Varejo e preço-alvo de R$9,50. Acesse o link e veja a nossa tese de investimento.
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