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Relatório Semanal de Política 14/04/2019: 100 dias de governo Bolsonaro

O Relatório Semanal de Política apresenta os principais destaques da semana e nossa perspectiva para a semana seguinte.

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Congresso trabalha para demonstrar força diante do governo, que ainda procura um formato para a articulação política em busca da aprovação da Nova Previdência.


Os 100 dias do governo Bolsonaro

A ausência de alguma forma de fazer política para substituir o chamado velho modelo é a principal marca dos 100 primeiros dias do governo de Jair Bolsonaro. O presidente da República foi eleito com a bandeira de uma ruptura na relação estabelecida entre Executivo e Legislativo, mas não encontrou ainda as bases em que deve ancorar o próprio modo de fazer ponto. Um ponto, que no balanço geral, não exclui a importância dos acertos do governo na economia no período, por exemplo, enviando ao Congresso um texto de reforma da Previdência robusto.

O diagnóstico, no entanto, é de que o vácuo na política leva a um menor poder de tração do governo para empurrar a Nova Previdência no Congresso, projeto prioritário do governo e sem o qual ficará mais difícil cumprir outros compromissos de Bolsonaro com os eleitores.

Entre idas e vindas, permanece o clima de desconfiança sobre o governo e, como escrevemos desde o início do ano, sobre como serão tratados os deputados uma vez aprovada a reforma da previdência.

O que está em curso no Congresso é uma tentativa de enfraquecer o governo a ponto de que Bolsonaro não tenha mais tanto espaço para atropelar deputados e senadores na saída da Previdência, demonstrando que o governo não terá tudo o que quer tão fácil.

Nesta semana, recebemos na primeira conferência da XP Investimentos, em Nova York, entre outras autoridades, o ministro Paulo Guedes e o presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia.

O compromisso pessoal de Rodrigo Maia com a Nova Previdência – evidenciado nas cobranças que ele faz ao governo – e o entrosamento com Paulo Guedes são os pontos positivos dessa equação. Maia articula para proteger a reforma da Previdência, enquanto tenta encaminhar os trabalhos sobre as mudanças tributárias e a autonomia do Banco Central.

Para Rodrigo Maia há ainda possibilidade de a reforma ser aprovada na Câmara antes do recesso, mas essa discussão de prazos pode ser negativa quando os atrasos se acumulam.


Pesquisa XP Mercado e Congresso

Nesta semana, a XP Investimentos divulgou as pesquisas do mês de abril com investidores institucionais, um público formado por gestores de recursos, economistas e consultores, e com os deputados.

Os números traduziram o cenário político conturbado do último mês, com a troca de provocações entre o presidente Jair Bolsonaro e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e a falta de uma base de apoio parlamentar no Congresso.

O mercado financeiro passou a esperar que a Nova Previdência seja votada apenas no 2º semestre de 2019.

61% dos agentes de mercado ouvidos esperam que a reforma seja votada no plenário da Câmara apenas após o recesso, enquanto 38% esperam que o texto seja votado em junho ou julho. No levantamento anterior, 60% esperavam a votação ocorresse entre maio e julho.

A pesquisa com os indicou uma deterioração na percepção sobre o relacionamento da Câmara com a Presidência. Hoje, 55% dos deputados consultados afirmam que é ruim ou péssima a relação da Casa com o Planalto, contra 12% que tinham a mesma percepção em fevereiro.

Para acessar a Pesquisa XP Mercado na íntegra, clique aqui.

Para acessar a Pesquisa XP Congresso na íntegra, clique aqui.

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