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Quando o Brasil terá vacinado os idosos e profissionais da saúde?

Mantido o calendário de entregas, acreditamos que o grupo estará vacinado até junho.

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Nesse exercício tentamos estimar quando o Brasil conseguirá vacinar toda sua população em dois grupos de risco: profissionais da saúde e por idade. Para tanto, delimitamos o número de pessoas e, portanto, de doses necessárias, depois organizamos o calendário de recebimento de vacinas pelo Governo Federal e então fazemos cenários para a velocidade de aplicação da vacina. Em nosso cenário mais pessimista, as pessoas do grupo de risco estariam vacinadas até dia 19 de agosto e no mais otimista, no dia 9 de abril. Acreditamos que o mais provável é que, mantido o calendário de entregas, as pessoas nesses grupos de risco estejam vacinadas até junho, com risco para que o ciclo possa ser completado até antes.

Número de pessoas e doses: Pelas informações do “Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação Contra a Covid-19”, divulgado pelo Ministério da Saúde, há um conjunto de 33 milhões de brasileiros entre profissionais de saúde e idosos acima de 60 anos (https://bit.ly/2PJpPrB). Para verificação, a projeção populacional do IBGE para 2021 é de que existam 31,3 milhões de brasileiros acima de 60 anos. Como o Brasil não conta com a vacina da Johnson & Johnson, a única que requer apenas uma dose, teríamos que aplicar 66 milhões de doses para imunizar o grupo especificado.

Calendário de recebimento de doses: A disponibilidade deve ocorrer de acordo com o seguinte cronograma, segundo dados publicado pelo Ministério da Saúde (fonte: https://bit.ly/3l7pTNo).

Os cenários para vacinação: Para cada cenário, assumimos um conjunto de hipóteses diferentes e estimamos a data para vacinação total. Fica a ressalva que não consideramos também as perdas normais que ocorrem durante transporte, armazenamento e manuseio.

(i) O primeiro cenário (linha pontilhada preta), mais pessimista, assumimos que o ritmo de vacinação fica igual o atual. Extrapolamos a curva de vacinação, utilizando a média móvel semanal de vacinas aplicadas até o dia 14/03 (334,0 mil). Mantido este ritmo, atingiríamos as 66 milhões de doses requeridas no dia 19 de agosto.

   (ii) O segundo cenário (linha pontilhada amarela) considera que o Brasil, a partir de 1º de abril, dobra as aplicações de doses por dia para 697,5 mil. Os 33 milhões de habitantes estariam vacinados em 7 de junho.   

   (iii) O terceiro cenário (linha pontilhada cinza), assume que o ritmo de vacinação acelera gradualmente até chegar a 1 milhão de doses aplicadas por dia em 1º de abril e fica estável a partir de então – este ritmo seria levemente superior ao que tivemos na vacinação contra H1N1 e factível, caso haja oferta de vacinas e esforço federal. A vacinação para o grupo selecionado seria completada no dia 14 de maio.

  (iv) O quarto cenário (linha pontilhada roxa), mais otimista, prevê que todas as vacinas recebidas em dado mês sejam aplicadas dentro do próprio mês, ou seja, não haveria limite para capacidade de aplicação nem gargalo nas entregas. Aqui consideramos também a aplicação em março das vacinas recebidas mas não aplicadas em janeiro e fevereiro. Com essa premissa, as 66 milhões de doses seriam alcançadas dia 9 de abril.

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