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Resumo Diário de Política 17/06/2019

Leitura crítica das principais notícias do dia sobre política, com resultados de apurações em Brasília e pesquisas do time de Análise Política, antes da abertura do mercado.

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Um dia depois de Jair Bolsonaro dizer que Joaquim Levy estava com a cabeça a prêmio, o presidente do BNDES entregou o cargo. O caso foi destaque nos principais jornais (http://bit.ly/31EBWYE; http://bit.ly/31EzocQ; http://bit.ly/31FsJzo). O arroubo de Bolsonaro teve como faísca a nomeação do advogado Marcos Barbosa Pinto para área de mercado de capitais. O executivo já havia trabalhado no banco na era petista. No entanto, havia insatisfação pela falta de celeridade na avaliação dos empréstimos polêmicos realizados durante as gestões do PT e a resistência em devolver recursos ao Tesouro no volume e prazos esperados pela equipe econômica (http://bit.ly/31zW0v6).

Antes de Levy, na semana passada Bolsonaro trocou de general na Secretaria de Governo e determinou a demissão do presidente dos Correios. Chamado de sindicalista pelo presidente, Juarez Aparecido Cunha será exonerado por se opor à privatização da empresa e ter tirado fotos com deputados do PT e do PSOL (https://glo.bo/31BRlsB).

Na sexta-feira Paulo Guedes fez duras críticas ao relatório da reforma da previdência. Apesar da economia de R$ 917 bilhões de reais em 10 anos, o ministro da Economia chegou a afirmar que “o compromisso com os servidores públicos do Legislativo foi maior do que com as novas gerações” e que as mudanças “abortaram a reforma” (http://bit.ly/31zWAJi). Rodrigo Maia subiu o tom na resposta e disse que o parlamento está blindado da “usina de crises” geradas pelo executivo. O episódio marca uma fratura na relação do Congresso com a equipe econômica, que contornava os problemas de articulação política do governo (https://glo.bo/31zC23P). O relator, em entrevista, defendeu o texto apresentado (http://bit.ly/31EPhQs).

Mesmo depois de tudo isso, a equipe econômica quer negociar com o Congresso para endurecer a PEC da previdência (http://bit.ly/31xtYk1). Desejamos boa sorte, mas a economia em 10 anos só aumentará se o Congresso enxergar que é proveitoso para si e que o mérito ficará com os parlamentares. Para lembrar, nosso último levantamento com agentes de mercado mostrou que a expectativa era de uma reforma de R$ 700 bilhões.

E como se faltassem problemas, o The Intercept divulgou a 6ª reportagem com supostas mensagens privadas entre Sérgio Moro e o Ministério Público em maio de 2017 (http://bit.ly/2RkcMcO) . As conversas foram obtidas de maneira ilegal através de hack dos celulares dos envolvidos. Em entrevista, o jornalista Glenn Greenwald disse que o site coletou material “mais explosivo e pesado” que o já divulgado (http://bit.ly/31CmKLA). A pesquisa XP-Ipespe divulgada na última sexta feira, no entanto, mostrou que Moro ainda é a figura pública mais bem avaliada pela população.

Curtas: Militares ficaram desconfortáveis com a substituição do general Santos Cruz. Uma parte da caserna, pelo sinal que emitiu aos outros generais que integram o governo (https://glo.bo/31Bu2z9) e outra por temer o aumento da associação da imagem dos militares com a do governo (http://bit.ly/31EIxlV).

A agenda de 17 a 23 de junho

  • Comissão especial deve começar a discussão sobre reforma da Previdência
  • Bolsonaro e Paulo Guedes discutem sucessor de Joaquim Levy no BNDES
  • Moro participa de audiência no Senado após vazamento de conversas com MPF

A comissão especial que analisa a reforma da Previdência deve começar a discussão do relatório do deputado Samuel Moreira (PSDB-SP) sobre a PEC enviada pelo governo (http://bit.ly/2RjAeqJ). A discussão depende de mais uma sessão realizada no plenário da Câmara, o que, caso tudo corra como planejado, deve acontecer hoje (17). A partir de amanhã, a comissão deve começar o debate. O presidente do colegiado, Marcelo Ramos (PL-AM), conta com o início da votação na próxima semana, no dia 26 ou 27. A discussão deve se estender durante cerca de três dias (http://bit.ly/2Ri7DCd). Na sexta (14), a secretaria da comissão especial informava que 115 deputados já tinham se inscritos para a discussão.

O presidente Jair Bolsonaro inicia a semana na expectativa de definir um substituto para Joaquim Levy na presidência do BNDES* (https://glo.bo/2RjzSAp). Levy pediu demissão (https://glo.bo/2Rn6Wrh) ontem (16), após Bolsonaro explicitar seu descontentamento com o economista no sábado e ameaçar demiti-lo. São cotados para a vaga que era de Levy, segundo o Estadão, o ex-presidente do Banco Central Gustavo Franco e o secretário de Desestatização e Desinvestimento, Salim Mattar Jr (http://bit.ly/2Rppc3q).

O ministro Sergio Moro participa de audiência na Comissão de Constituição e Justiça do Senado para falar sobre o vazamento de supostas mensagens atribuídas a ele e a membros da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba (http://bit.ly/2Rsl5Ul). Nas mensagens, reveladas pelo site The Intercept Brasil, Moro dá orientações aos procuradores sobre o caso envolvendo o ex-presidente Lula (leia a última parte da série de reportagens: http://bit.ly/2RkcMcO). A repercussão inicial foi de apreensão com o conteúdo dos diálogos, tanto que parlamentares –não só os da oposição– passaram a cobrar que Moro desse esclarecimento sobre o conteúdo divulgado pelo Intercept. Na semana que vem, o ex-juiz também prestará esclarecimentos na Câmara. Até lá, novas conversas podem ser reveladas pelo site e colocar mais ingredientes no episódio.

  • Hoje é o 168º dia do governo Jair Bolsonaro.
  • Faz 117 dias que Jair Bolsonaro entregou projeto da previdência à Câmara.
  • Placar Valor/Atlas – Favor (105); Apoio parcial (130); Indefinidos (135); Contra (143).
  • Placar Estadão – Favor (72); Apoio parcial (123); Indefinidos (201); Contra (117).

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