Tópicos do dia
Brasil

- Política Brasil: Reuniões entre os líderes partidários e Jair Bolsonaro
- Pesquisa XP com a População – 35% considera governo bom ou ótimo
Internacional

- Trump reforça a mensagem positiva, mas acordo poderá ser assinado até final de maio
- Brexit: May pede extensão para 30 de junho
Empresas

- Setor Financeiro: Atualizando estimativas; Rebaixando ITUB e B3SA
- Aéreas: Tréfego forte no 1T19; Atualização sobre 737 MAX 8
- Exportações brasileiras de carne bovina caem em março
COE News

- Jeff Bezos ficará com 75% das ações da Amazon que detinha junto a sua ex-esposa
Resumo
Negociações comerciais e reuniões de Bolsonaro
Os mercados globais operam sem direcionamento claro, com feriado na China. Foco nos dados de emprego a serem divulgados nos EUA hoje, assim como em atualizações das negociações comerciais entre os EUA e China.
Os dados de emprego (payroll) serão divulgados hoje nos EUA. A expectativa é de criação de 177 mil postos de trabalho em março, vs 165 mil na média em janeiro e fevereiro, o que daria suporte à tese de que o crescimento global não está desacelerando tão intensamente.
O medo de uma desaceleração econômica mais forte também poderia ser amenizado pelo fortalecimento do crescimento salarial e pela baixa taxa de desemprego. Espera-se que os ganhos médios por hora aumentem 0,3% em março, após +0,4% em fevereiro.
Em relação às negociações comerciais entre os EUA e a China, Trump anunciou ontem que espera chegar a um acordo ao longo das próximas quatro semanas, tendo feito avanços importantes nessa semana de negociação. Apesar do tom ainda ser de progresso, a assinatura do acordo agora fica para Maio, no melhor dos cenários.
No Brasil, Bolsonaro encontrou ontem com os principais líderes partidários, mostrando uma postura mais maleável, pedindo apoio à reforma da Previdência, e o mais importante, pedindo desculpas pela forma como vem tratando o Congresso.
Uma tentativa de zerar o jogo foi feita, agora os parlamentares esperam gestos concretos por parte do governo, com uma boa dose de ceticismo. Bolsonaro terminou o dia de reuniões ainda sem uma base de apoio formada, mas menos distante de um acordo político.
Chegando perto de completar o marco de 100 dias de gestão, realizamos a nossa sexta pesquisa da série XP Ipespe, na qual o percentual dos entrevistados que consideram o governo bom ou ótimo oscilou (dentro da margem de erro) de 37% para 35%, vindo de um pico de 40%.
Apesar da queda da popularidade de Bolsonaro não ajudar na interlocução com o congresso, é em grande parte explicada pela lenta retomada da atividade, e não deve ser impeditiva para o avanço das reformas. Em relação à reforma da previdência, 61% dos entrevistados a vem como necessária.
Por último, publicamos ontem relatório de atualização do setor financeiro, no qual reiteramos nosso otimismo com bancos e a cautela com a Cielo. Rebaixamos B3 e Itaú para Neutro e seguimos preferindo Bradesco e Banrisul no setor.

Conteúdo na íntegra
Brasil
Política Brasil: Reuniões entre os líderes partidários e Jair Bolsonaro
- Nas reuniões de ontem entre os líderes partidários e Jair Bolsonaro, o presidente demonstrou postura mais maleável, pediu apoio à reforma da Previdência, e o mais importante, desculpas pela forma como vem tratando o Congresso. Falou até em abandonar o termo “velha política” e criar um conselho político. O que se viu nos líderes partidários na saída das reuniões de ontem foi boa dose de ceticismo;
- Tentativa de jogo zerado feita, agora os parlamentares esperam gestos concretos por parte do governo. Bolsonaro terminou o dia de reuniões ainda sem uma base e sem uma promessa de apoio, mas menos distante de um acordo político. No dia após a confusa audiência do ministro da Economia, Paulo Guedes, lideranças ligadas ao governo na Câmara buscam de quem foi a culpa pela falta de blindagem do ministro.
Pesquisa XP com a População – 35% considera governo bom ou ótimo
- Perto de completar o marco de 100 dias de gestão, a sexta pesquisa da série XP Ipespe mostra que a percepção da população em relação ao governo Jair Bolsonaro oscilou (dentro da margem de erro) de 37% para 35% para aqueles que consideram o governo bom ou ótimo. Os que consideram a administração ruim ou péssima subiram de 24% para 26%. Ficaram mantidos os mesmos 32% que no mês passado avaliavam o governo como regular;
- Foi identificada também queda de quatro pontos percentuais (de 54% para 50%) no grupo que espera que o restante do mandato de Bolsonaro seja ótimo e bom. Os entrevistados com expectativa de que o resto de mandato seja ruim ou péssimo saíram de 20% para 23%;
- Sobre a reforma da previdência, no mês de março, 64% dos entrevistados classificaram-na como necessária. Nesta rodada, 61% fizeram a mesma avaliação;
- A maioria dos entrevistados (62%) concorda que o governo Jair Bolsonaro representa uma nova política. Também é elevado o percentual dos que concordam que a relação do presidente Bolsonaro com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, é importante (38%) ou muito importante (43%);
- Ao serem questionados sobre como Jair Bolsonaro deve lidar com o Congresso, os entrevistados se dividem em: 33% a favor de que o presidente endureça suas posições e seu discurso, ainda que isso signifique dificuldades na relação com os parlamentares; e outros 37% defendem a flexibilização do discurso do governo, ainda que isso signifique se afastar do que foi defendido na campanha
Internacional
Trump reforça a mensagem positiva, mas acordo poderá ser assinado até o final de maio
- Nesta quinta-feira, em tom otimista Trump reforçou que as duas nações estão se esforçando para chegar a um acordo até o final de abril. Negociadores dos EUA informaram que precisarão de duas semanas adicionais para revisar os detalhes do acordo, podendo postergar a divulgação do documento final para segunda quinzena de maio;
- Segundo a agência de notícias chinesa Xinhua, o líder chinês, Xi Jinping, enviou a Trump uma mensagem dizendo que houve progresso substancial no texto do acordo comercial;
- O principal embate é que a China ainda quer que os EUA removam as tarifas existentes sobre produtos chineses, enquanto os americanos querem um mecanismo que garanta o compromisso por parte dos chineses. O tão esperado acordo comercial entre os EUA e a China eliminaria parte das incertezas, impulsionando o crescimento global;
- O acordo que está sendo elaborado daria a Pequim até 2025 para cumprir os compromissos de compra de commodities e permitir que as empresas americanas possam deter empresas na China, segundo notícias.
Brexit: May pede extensão para 30 de junho
- Segundo a Reuters, a primeira-ministra britânica Theresa May escreveu para o Conselho Europeu hoje pedindo um atraso do Brexit até 30 de junho, mas disse que pretende tirar a Grã-Bretanha da UE para evitar que participe das eleições européias;
- Um membro da UE sinalizou que Donald Tusk, o chefe dos líderes da UE, poderia estar disposto a oferecer ainda mais: até um ano para os políticos britânicos concordarem e ratificarem um plano. A França, no entanto, indicou que ainda não estava pronta para aceitar uma prorrogação, a menos que os britânicos apresentassem um plano claro que justificaria tal atraso;
- O Reino Unido deveria deixar a UE em uma semana, mas May foi forçada a buscar mais tempo depois que o parlamento britânico não aprovou um acordo de retirada.
Empresas
Setor Financeiro: Atualizando estimativas; Rebaixando ITUB e B3SA
- Atualizamos nossas estimativas e premissas de custo de capital para a cobertura do setor financeiro e listamos de maneira concisa os principais temas que temos discutido com investidores e empresas. Temos recomendação de Compra para BBDC, BRSR e BBAS (em ordem de preferência) e Neutra para B3SA, CIEL, ITUB e SANB. Acesse o relatório completo neste link;
- Continuamos positivos em relação aos bancos, com base no potencial de crescimento de lucro em 2019-2020 e valuation ainda atrativo nos casos do BBAS, BRSR e BBDC. Para Cielo, mantemos Neutro, pois não vemos relevante potencial de alta ou queda do nível atual, uma vez que cortes de preço e investimentos devem persistir pelo menos durante o 1S19;
- Estamos rebaixando o Itaú para o Neutro, pois o banco está um passo atrás dos pares no ciclo de crédito e vemos outras alternativas mais atraentes para o setor no momento. A ação teve desempenho decente desde que começamos a cobertura em julho/2018 (25% vs 32% Ibov) e ainda gostamos da resiliência e da capacidade de execução no longo prazo, mas optamos pelo rebaixamento para destacar a preferência pelos pares mais cíclicos, que devem continuar superando o Itaú no curto prazo;
- Também estamos rebaixando a B3 por valuation e pela menor visibilidade de expansão de volumes no curto prazo, apesar do 1T19 muito forte. Devido ao seu desempenho (22% vs 9,5% Ibov em 2019) e o atual desconto de P/L para seus pares globais, próximo ao seu menor nível desde a fusão Cetip-BM&F Bovespa, vemos uma oportunidade de realização.
Aéreas: Tréfego forte no 1T19; Atualização sobre 737 MAX 8
- Tanto a Azul como a Gol reportaram dados operacionais fortes ao longo do dia ontem para o 1T19. A Azul apresentou aumento de 16% a/a na oferta, com aumento similar na demanda consolidada, influenciada principalmente pelo mercado doméstico. Já a Gol apresentou aumento de 5% na oferta e de ~6% na demanda, sendo que a maior contribuição veio do mercado internacional;
- Além disso, em carta aberta o CEO da Boeing Dennis Muilenburg afirmou que a atualização do sistema de estabilização das aeronaves 737 Max deve estar disponível nas próximas semanas. Vale relembrar que a Gol possui um percentual pequeno de aeronaves desse modelo na frota hoje, e que o plano de crescimento da companhia envolve o MAX 8;
- Por fim, para mais informações sobre os últimos acontecimentos no setor relacionados à Avianca, basta acessar o relatório completo por meio desse link.
Exportações brasileiras de carne bovina caem em março
- O volume das exportações de carne bovina (in natura e processada) do país caiu 4% em março em relação ao mesmo mês do ano passado e totalizou 143,6 mil toneladas, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) compilados pela Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo);
- Nos três primeiros meses de 2019, a China importou 74,29 mil toneladas pelo continente, 6,2% mais que no mesmo período de 2018, enquanto as compras via cidade Estado de Hong Kong chegaram a 87,49 mil toneladas, queda de 21,7. As importações do Egito, segundo maior cliente do país, também encolheram, de 47,71 mil para 37,94 mil toneladas em 2019;
- Por outro lado, diz a Abrafrigo, entre os 20 maiores clientes, aumentaram significativamente os volumes de compras: o Irã (18,8%), os Emirados Árabes Unidos (253%), Rússia (431%), Turquia (180%), Filipinas (105%), Itália (18%) e o Uruguai (47%).
Supermercados: Vendas em supermercados crescem 2,05% em fevereiro; em linha com o projetado
- Segundo o Valor Econômico, a Associação Brasileira de Supermercados (Abras) informou nesta quinta-feira que os supermercados, hipermercados e “atacarejos” no país apuraram alta de 2,05% nas vendas reais em fevereiro, em comparação com o mesmo período de 2018;
- No acumulado do primeiro bimestre de 2019, houve crescimento real de 2,51% na comparação interanual. Os números são deflacionados pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). O resultado é o melhor para o primeiro bimestre dos últimos cinco anos;
- Presidente da Abras, João Sanzovo, informa que a economia segue em ritmo lento e o desemprego continua com taxa elevada, mesmo assim, o resultado segue em linha com o que a ABRAS projetou para o ano, um crescimento de 3% nas vendas.
Papel e celulose: Arbitragem que julgará disputa pela Eldorado Brasil está formada
- Depois de meses de embate judicial, o tribunal de arbitragem que vai definir o controle da Eldorado Brasil, produtora de celulose de eucalipto da J&F Investimentos e da Paper Excellence foi instalado;
- A arbitragem será presidida por Juan Fernandez Armesto, último nome que faltava para compor o trio de arbitragem. Os outros dois árbitros, Anderson Schreiber e José Emilio Nunes Pinto, já haviam sido definidos;
- Não há prazo para que o processo seja encerrado, mas fontes próximas ao litígio avaliam que o julgamento pode levar até dois anos, a não ser que as sócias cheguem a um acordo no meio do caminho.
COE News
Jeff Bezos ficará com 75% das ações da Amazon que detinha junto a sua ex-esposa
- Jeff Bezos, fundador e presidente da Amazon, ficará com 75% das ações que detém junto com MacKenzie Bezos, de quem está se divorciando, e manterá poder de voto sobre o restante das ações que ficará com ela;
- A própria MacKenzie postou esta informação em seu perfil do Twitter. Juntos, eles possuem 16% das ações em circulação da Amazon;
- MacKenzie ficará com aproximadamente 4% da empresa quando o processo de divórcio for encerrado, segundo informações enviadas pela Amazon à SEC (CVM nos EUA). Considerando o atual preço das ações gigante varejista, Mackenzie manterá a riqueza de ~US$ 35bi, destacando-se como uma das mulheres mais ricas do mundo.

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