IBOVESPA 1,5% | 105.067 Pontos
CÂMBIO 0,61% | 5,41/USD
O que pode impactar o mercado hoje
O Ibovespa fechou em forte alta nessa terça-feira, a sexta consecutiva do índice, emendando o rali das eleições nos EUA com o otimismo global por conta dos anúncios de testes bem sucedidos da vacina da Pfizer e da BioNTech contra o coronavírus. Já as taxas futuras de juros fecharam o dia de ontem em alta, principalmente nas taxas longas, aumentando a inclinação da curva. O noticiário mais fraco e o leilão de NTN-B, que não conseguiu colocar a totalidade do lote de papeis longos, ajudaram no movimento. No fim do dia, preocupações com o cenário fiscal se acentuaram após fala do presidente Jair Bolsonaro, o que deve continuar a afetar a curva no dia de hoje. DI jan/21 fechou em 1,93%; DI jan/25 encerrou em 6,58%; e DI jan/27 fechou em 7,36%.
Nessa manhã, bolsas globais amanhecem em alta puxadas pela rotação para a velha economia. O otimismo com vacina ainda eleva bolsas nos EUA (+0,7%) e na Europa (+0,6%), onde petrolíferas e indústrias registram ganhos, mesmo com a possibilidade de uma ampla campanha de vacinação apenas em março de 2021.
A resistência de Donald Trump a reconhecer a derrota na eleição americana continua em destaque. O atual presidente dos EUA obteve nos últimos dias maior apoio entre membros de seu partido, e até de seu procurador-geral, William Barr, que autorizou investigações sobre supostas “irregularidades” nas eleições, apesar de oposição de outros membros do departamento de Justiça. As investigações fortalecem o discurso do republicano e devem gerar ruídos nos próximos dias. No entanto, não devem mudar o cenário eleitoral.
Enquanto isso, Joe Biden classificou a postura de Trump como “vergonhosa” e diz que a transição já começou apesar dela. Segundo pesquisa Reuters-Ipsos realizada entre sábado (7) e terça-feira (10), 80% dos norte-americanos acreditam que o democrata já venceu a eleição; entre republicanos, o número se reduz para 60%.
Ainda no cenário internacional, o aumento dos números de contágio pelo novo coronavírus segue preocupando. O presidente do Fed de Dallas, Robert Kaplan, disse ontem que espera dois trimestres difíceis no país e que, apesar de não esperar mudanças nas taxas de juros, defende estímulos direcionados que amenizem os efeitos da crise. A agenda internacional de hoje deve ser mais tranquila, uma vez que o feriado nos EUA deixa o mercado de Treasuries fechado. Os destaques serão o discurso da presidente do BCE, Christine Lagarde, e a divulgação do relatório mensal da Opep.
No Brasil, o ministro Paulo Guedes garantiu que algum tipo de auxílio emergencial somente seria pago em 2021 caso houvesse uma segunda onda de covid-19 no país, e ainda assim o programa teria uma dimensão muito menor. No noticiário econômico, também chamou a atenção que: i) o governo aderiu aos princípios de um acordo tecnológico com os EUA, aproximando o país da proposta norte-americana contra o 5G chinês; ii) pequenos empresários relatam dificuldades para pagar 13º nesse ano e iii) a expectativa do IBGE de que, puxada pela soja, a safra agrícola de 2021 registre mais um recorde de produção, mas com preços bem aquecidos. Na agenda do dia, o destaque será a divulgação das vendas do varejo brasileiro no mês de setembro.
Na política, as atenções seguem voltadas para a disputa política que se criou em torno da vacina contra o coronavírus. A Anvisa manteve a suspensão dos testes da Coronavac, que será produzida pelo governo de São Paulo, depois de ter sido reportada a morte de um participante dos estudos. O Instituto Butantan, responsável pela produção, afirmou que a morte não teve relação com os testes – teria sido um suicídio. O Supremo pediu explicações à Agência. No final do dia, Jair Bolsonaro – que comemorou a suspensão dos testes pela manhã – fez duro discurso no Planalto em que afirmou que o Brasil precisa deixar de ser “país de maricas” e precisa enfrentar a pandemia de “peito aberto”.
Do lado das empresas, o Banrisul reportou ontem resultados fracos no 3T20, com lucro de R$ 118 milhões, implicando em um baixo retorno sob patrimônio líquido de 5,7% para o trimestre. O resultado foi afetado principalmente por: i) menor margem financeira, devido ao pior mix de crédito que deteriorou o spread; e ii) maiores custos, impactados tanto por ações cíveis quanto trabalhistas. Esperamos que as ações reajam negativamente na sessão de negociação de hoje. No entanto, reiteramos nossa recomendação de Compra e preço-alvo de R$ 19/ação.
Finalmente, ainda no lado corporativo, Carrefour Brasil reportou resultados sólidos e em linha com nossas expectativas no terceiro trimestre de 2020, com EBITDA ajustado de 1,3 bilhão, aumento de 19% A/A e com margem de 7,7% (-0,5p.p. A/A). O segmento de alimentos da empresa apresentou resultados sólidos, com forte desempenho de vendas e expansão da margem EBITDA, enquanto o Banco Carrefour compensou parte dos ganhos, com uma provisão pontual de R$ 180 milhões por conta de uma abordagem conservadora. Excluindo esse impacto, o EBITDA ficaria 8% acima de nossas estimativas. Mantemos nossa recomendação Neutra para as ações do Carrefour Brasil (CRFB3), com preço-alvo para o fim de 2020 de R$ 22/ação.
Tópicos do dia
Agenda de Resultados
MRV Engenharia (MRVE3): após o fechamento
Locaweb (LWSA3): após o fechamento
Taesa (TAEE11): após o fechamento
Via Varejo (VVAR3): após o fechamento
Temporada de resultados do 3º trimestre – o que esperar?
Calendário de resultados do 3T20
Para ler mais conteúdos, clique aqui.
Internacional
- Política internacional: resistência de a reconhecer derrota continua em destaque.
- Petróleo: Expectativas do mercado de uma redução de -0,913 milhões de barris nos estoques dos EUA
Acesse aqui o relatório internacional
Empresas
- Banrisul (BRSR6): Um trimestre a ser esquecido | Revisão do 3T20
- Carrefour Brasil (CRFB3): Resultado do 3T20 sólido, mas em linha com nossas expectativas
Veja todos os detalhes
Internacional
Política internacional: resistência de a reconhecer derrota continua em destaque.
- A resistência de Donald Trump a reconhecer a derrota na eleição americana continua em destaque. O atual presidente dos EUA obteve nos últimos dias maior apoio entre membros de seu partido, e até de seu procurador-geral, William Barr, que autorizou investigações sobre supostas “irregularidades” nas eleições, apesar de oposição de outros membros do departamento de Justiça. As investigações fortalecem o discurso do republicano e devem gerar ruídos nos próximos dias. No entanto, não devem mudar o cenário eleitoral;
- Joe Biden classificou a postura de Trump como “vergonhosa” e diz que a transição já começou apesar dela;
- Segundo pesquisa Reuters-Ipsos realizada entre sábado (7) e terça-feira (10), 80% dos americanas acreditam que o democrata já venceu a eleição, entre republicanos o número se reduz para 60%;
- Na Suprema Corte, dois ministros republicanos, John Roberts e Brett Kavanaugh, indicaram que não devem votar para derrubar o Affordable Care Act (Obamacare). Somados aos 3 democratas no colegiado, os votos de Kavvanaugh e Roberts seriam suficientes para a manutenção do programa.
Petróleo: Expectativas do mercado de uma redução de -0,913 milhões de barris nos estoques dos EUA
- O relatório oficial de fornecimento da Agência de Informação de Energia dos EUA (EIA) deve ser publicado hoje às 11:30 da manhã (horário de Brasília), com expectativas do mercado de uma redução de -0,913 milhões de barris nos estoques dos EUA;
- Os estoques de petróleo dos EUA caíram -7998 milhões de barris na semana passada, resultado mais positivo que as expectativas de mercado de um aumento de 0,890 milhões de barris. Uma redução de estoques acima do esperado é vista como positiva por indicar uma menor oferta em relação à demanda. Por outro lado, houve um aumento de 1,541 milhões de barris nos estoques de gasolina nos EUA, o que é visto como negativo por indicar uma desaceleração nas atividades e movimentação de pessoas;
- Nessa manhã de quarta-feira, a commodity opera em território positivo em alta de +3,60% em US$45,18barril (Brent).
Empresas
Banrisul (BRSR6): Um trimestre a ser esquecido | Revisão do 3T20
- O Banrisul reportou ontem resultados fracos no 3T20, com lucro de R$ 118 milhões (vs. R$ 185 milhões de nossas estimativas e R$ 159 milhões de estimativas do mercado), implicando em um baixo retorno sob patrimônio líquido de 5,7% para o trimestre. O resultado foi afetado principalmente por: i) menor margem financeira, devido ao pior mix de crédito que deteriorou o spread; e ii) maiores custos, impactados tanto por ações cíveis quanto trabalhistas;
- O resultado foi especialmente ruim se considerarmos que o banco fez menos provisões do que o previsto, implicando em um pior lucro operacional ex-custo do crédito. Esperamos que as ações reajam negativamente na sessão de negociação de hoje;
- No entanto, reiteramos nossa recomendação de compra e preço-alvo de R$ 19 por ação, uma vez que acreditarmos que o banco está operacionalmente defendido com uma carteira com mais de 40% do crédito consignado, o que é positivo no atual cenário de crise, e com múltiplos atrativos, como o múltiplo de preço por patrimônio líquido implicando em um desconto de ~30% sobre o valor contábil. Clique aqui para acessar o relatório completo.
Carrefour Brasil (CRFB3): Resultado do 3T20 sólido, mas em linha com nossas expectativas
- O Carrefour Brasil reportou resultados sólidos e em linha com nossas expectativas no terceiro trimestre de 2020, com EBITDA ajustado de 1,3 bilhão, aumento de 19% A/A e com margem de 7,7% (-0,5p.p. A/A);
- No Atacadão, chamamos atenção para o ganho de participação de mercado de 1,3p.p. A/A, e forte crescimento do EBITDA (+51% A/A) com uma margem de 8% (+ 1,1p.p. A/A), em linha com nossas estimativas e comparado a 7,8% no Assaí (Atacarejo do GPA);
- No varejo, o destaque foi a performance de vendas de marcas próprias, com um aumento de 22% A/A, impulsionadas por produtos de grande consumo (PGC) que cresceram 35% A/A e atingiram 30% do total das vendas;
- Esperamos uma reação mista das ações, uma vez apesar dos resultados do varejo alimentar terem sido fortes, o Banco Carrefour deve continuar pressionando os resultados no curto prazo. Mantemos nossa recomendação Neutra para as ações do Carrefour Brasil (CRFB3), com preço-alvo para o fim de 2020 de R$ 22/ação. Clique aqui para acessar o relatório completo.
Se você ainda não tem conta na XP Investimentos, abra a sua!