09/06, 18h | Programas de estímulos e o impacto para o mercado de ações global

O gestor de ações da Wellington, John Boselli, e o head do time de Applied Equity Advisors da Morgan Stanley Asset Management, Andrew Slimmon, conversaram o CIO da XP Private Artur Wichmann sobre o impacto dos programas de estímulos para o mercado de ações global.

A forte recuperação das economias desenvolvidas com o avanço das vacinas trouxe uma preocupação com as pressões inflacionárias. Nesse cenário, é preciso escolher ações e setores que devem ser menos impactados nesse ambiente. Quer saber quais são setores que os gestores estão mais otimistas? Veja a live e confira os destaques do painel abaixo.

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Momento favorece ações de setores cíclicos

O avanço da vacinação contra a Covid-19 e os programas de estímulo permitiram uma recuperação econômica rápida, sobretudo nas economias desenvolvidas. “Olhando para as pandemias no passado, os mercados tendem a cair mais rápido e recuperam mais rápido que em uma recessão”, diz Slimmon.

Nesse cenário, a crise trouxe algumas oportunidades sobretudo nos setores cíclicos, cujas ações foram mais impactadas no ano passado. “Em uma situação de recessão como vimos ano passado, investidores vendem ações cíclicas e isso aconteceu em 2020, 2008 e também nos anos 2000 e 1999”, diz Slimmon, que destaca que em um cenário de recuperação da recessão, essas são as melhores ações, vendo oportunidades principalmente nos setores financeiro e de energia.

Para Slimmon, a política de estímulo monetário deve se manter nos Estados Unidos, com o banco central americano, Federal Reserve, olhando não só a inflação, mas também para a criação de empregos e isso significa inflação mais alta e dólar mais baixo, o que pode ser bom para o resto do mundo.

Já a gestora Wellington considera três fatores para o cenário à frente: o avanço da vacinação globalmente, a confiança econômica e os estímulos. E isso deve levar a um cenário de elevado crescimento e alta inflação. “Nossa estimativa para a inflação nos Estados Unidos é acima de 3% até o fim de 2021 e início de 2022”, afirma Slimmon. O gestor espera que o Fed comece a reduzir a compra de títulos para dar mais liquidez aos mercados (tapering) no quarto quarto trimestre deste ano, seguido de aumento da taxa básica de juros americana em 2022 em 150 pontos-base, levando um aumento das taxa mais longas de juros dos títulos do Tesouro americano (Treasuries), com Treasury de 10 anos chegando a 3%.

Nesse cenário a gestora está overweight , posição acima da média do mercado, no setor de tecnologia cíclico , como semicondutores e softwares de gestão empresarial (enterprise software), setor financeiro (sendo a maior posição do portfólio) e industrial , tendo uma posição maior em setores cíclicos. A Wellington está com posição abaixo da média do mercado (underweight) em setores de bens de consumo básico, de energia e saneamento, e de saúde.

Geograficamente a gestora acima com posição overweight na América do Norte e China, onde a recuperação econômica deve beneficiar o setor de consumo discricionário. Também está overweight em Europa, com o pacote fiscal suportando o crescimento e a demanda. O gestor está com posição underweight em Japão e mercado emergentes, onde a instabilidade política e alta dívida pública colocam pressão no crescimento do PIB.

Nesse cenário de inflação mais alta, é importante olhar para ações que tenham um custo de capital menor, afirmam os gestores.

Em um ambiente de taxa de juros mais altas, olhar os múltiplos e o preço justo dos ativos se tornar ainda mais importante, afirma o  gestor da Morgan Stanley.

Olhar para empresas que ofereçam vantagens competitivas

O gestor da Wellington afirma que a gestora continua olhando para ações de empresas que ofereçam vantagens competitivas, como a fabricante de motores de aviões Safran, atuando como fornecedora da Boeing, ou a Volvo, com o investimento em caminhões elétricos.

Em relação as ações de tecnologia, como Amazon, Microsoft e Apple, que tiveram tiveram melhor performance na pandemia levando a questionamentos no mercado se os papéis dessas empresas já estavam muito caros, o gestor da Wellington destaca que há um grande potencial de crescimento essas empresas principalmente no segmento de serviços em nuvem.

Para o gestor da Wellinton, a grande vantagem da Amazon nem é o e-commerce, mas o serviço de cloud da empresa. Os serviços de nuvem, hoje dominados por Microsoft e Google, devem crescer na opinião de Boselli .  “A Amazon e a Microsoft devem ter taxas de crescimento acima de 10% nos próximos anos cinco a 10 anos”, diz Boselli.

Em relação a Apple, Boselli vê a empresa mais com uma companhia de hardware que está migrando para software. “Nós preferimos as plataformas de tecnologia na nuvem”, diz.

O gestor do Morgan Staney vê essas empresas menos vulneráveis agora, após a mudança do mercado para ações mais cíclicas.

Sobre Apple, o gestor da Morgan destaca que os negócios de serviços da empresa é maior que o Facebook. O lado bom dessas empresas, segundo Slimmon, é que os resultados continuam crescendo. Mas isso também traz o risco da continuidade desse crescimento, que é maior que a ameaça da entrada de um outro competidor.

Clique aqui para assistir à live das 19h30: “Ações Chinesas: um celeiro de oportunidades”

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