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Teto da dívida, Buffett, Google contra ataca, Importações chinesas e África do Sul | 🌎 Top 5 temas globais da semana

1) Começam as negociações para aumentar o teto da dívida americana; 2) Warren Buffett e Charlie Munger dão seus recados; 3) Alphabet contra ataca em AI; 4) Importações da China decepcionam; 5) EUA acusam África do Sul de fornecer armas à Rússia

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1. EUA - Começam as negociações para subir o teto da dívida americana. Yellen faz alerta.

Sob o risco de ficar sem recursos para honras suas obrigações, entre elas os juros e vencimentos de títulos de dívida, republicanos e democratas seguem ainda longe de um consenso sobre o aumento do teto da dívida americana.

Com um atual limite de US$31,4 trilhões, o governo do EUA vem adotando medidas extraordinárias desde janeiro, quando o valor máximo foi atingido. O Tesouro vem, desde então, utilizando recursos em caixa para pagamento de despesas. O saldo desta conta, que chegou a quase US$600 bilhões está baixando rapidamente e fechou a semana em pouco menos de US$150 bilhões.

Na terça-feira, 9 de maio, o Presidente Joe Biden e o líder dos republicanos na Câmara, Kevin McCarthy reuniram-se pela primeira vez em três meses para discutir o assunto. Porém, não houve acordo e o republicano chegou a afirmar que não houve avanço algum. Combinaram de encontrar-se mais uma vez na sexta-feira porém o encontro foi adiado, deixando o mercado cada vez mais apreensivo.

Outro motivo de preocupação foi o alerta da Secretária do Tesouro, Janet Yellen, que afirmou estarmos diantes de uma "catástrofe econômica e financeira" caso não haja uma solução para o problema. Embora não haja uma data específica para acabarem os recursos, chamada de data X, a própria Yellen admite que poderia ter problemas já a partir do dia 1o de junho.

Quer saber mais sobre o teto da dívida, a possibilidade de um calote dos EUA e os impatos no mercado, confira nosso recém publicado relatório aqui.

2. Warren Buffett e Charlie Munger dão seus recados sobre economia, AI e outras lições de Omaha

Durante o final de semana mais de 20 mil pessoas foram a Omaha, no estado de Nebraska, para participar da tradicional conferência anual da Berkshire Hathaway. A Berkshire é gerida por dois lendários investidores, Warren Buffett, de 92 anos, e Charlie Munger, 99. Seus comentários e lições são acompanhados por milhões de investidores, analistas e jornalistas ao redor do mundo.

Apesar de haver reportado bons resultados e seu lucro operacional ter crescido 12,6% A/A, atingindo a marca dos US$ 8 bilhões, os grandes destaques da assembleia foram os comentários sobre AI, crise bancária, value investing e geopolítica.

AI: os quase centenários investidores mostraram-se mais céticos com o tema. Munger afirmou que "a inteligência ‘antiga’ funciona muito bem”. Buffett concordou e, embora admita que essa nova tecnologia mudará tudo no mundo, jamais superará a inteligência humana.

Value Investing: Ainda que defendam sua estratégia de investimentos, Munger admitiu que os próximos anos deveriam apresentar retornos menores pois há muitos competidores buscando as mesmas oportunidades. Buffett fez a plateia sorrir, afirmando que Charlie diz isso desde que os dois se conheceram, em 1959. E complementou: “O que dá oportunidades são outras pessoas fazendo coisas estúpidas”

Crise bancária: Os gestores criticaram a regulação bancária americada, a qual jugam muito confusa. Porém, afirmaram que o resgate do SVB em março foi necessário e, caso não houvesse intervenção, os efeitos seriam catastróficos para os EUA e para o mundo.

Geopolítica: Munger não poupou palavras para definir a tensão entre Estados Unidos e China, a qual caracterizou como "estúpida". Buffett também não vê motivos para a escalada das tensões e afirmou que os EUA, a China e o resto do mundo se beneficiariam muito se ambos os países cooperassem ao invés de competir.

3. Alphabet contra ataca e lança Bard globalmente. De disruptada a disruptora?

A Alphabet, dona do Google, apresentou formalmente suas novas ferramentas de Inteligência Artifical durante conferência de desenvolvedores na Califórnia e o mercado reagiu muito positivamente, afastando os temores de que a gigante de buscas estivesse ficando para trás na tecnologia de AI e acabasse sendo vítima da disrupção e visse seu reinado no mercado de buscas ruir.

Esta é a segunda vez que a companhia apresenta uma resposta à rápida ascenção do ChatGPT. Na primeira tentativa, os resultados foram desanimadores e levantaram uma série de dúvidas quanto ao produto em si, custos e monetização da nova tecnologia.

Boa parte das preocupações foram sanadas com o novo lançamento. A oferta de produtos foi ampliada e mostrou-se bastante confiável e com resultados surpreendentes, algo que em nada lembrou a resposta errada dada na apresentação de semanas atrás. Com relação aos custos, a empresa está adotando diferentes tiers de volume de dados, o que deve amenizar as depesas com processamento e a infinidade de aplicações do AI em diversas indústrias deve ser benéfico para a monetização.

As ações da Alphabet (GOOG) subiram 11% na semana e acumulam alta de 32,9% no ano. O setor de comunicações (XLC) sobe 24,8% e o S&P500 (SPY) 8%.

4. China - Importações fracas esfriam expectativas de uma recuperação global

O governo chinês divulgou dados da sua balança comercial e a mensagem não foi nada boa para quem espera que o gigante asiático seja, mais uma vez, a locomotiva que puxará o crescimento global.

As exportações desaceleraram de um crescimento de +14,8% no mês anterior para +8,0%, ficando abaixo das já deprimidas expectativas de +8,5%. Mas a notícia mais impactante foi do lado das importações. Embora o mercado já esperasse uma queda de -0,3%, o número de -7,9% foi um balde de água fria nos mercados, especialmente nas commodities.

Com a decepção nos dados chineses, o petróleo caiu -1,5% na semana, ampliando as perdas de -5,3% da semana anterior. Já o índice de metais industriais da Bloomberg, bastante correlacionado com a demanda chinesa por aço e minério, caiu -4,9% na semana.

5. África do Sul - Acusação dos EUA pesam o mercado

Na quinta-feira, 11 de abril, o embaixador americano na África do Sul acusou o governo de prover armas e munições à Russia no final de 2022. A transação teria ocorrido na cidade de Simon's Town, onde um cargueiro russo chamado Lady R ficou atracado numa base naval entre os dias 6 e 8 de dezembro.

Ruben Brigety II, o embaixador, afirmou que estava confiante de que a transação de fato ocorreu e foi além: "Estamos confiantes de que as armas foram carregadas naquele navio e eu apostaria minha vida na precisão dessa afirmação"

A possibilidade de sanções por parte dos EUA e outros membros da OTAN pesou nos mercados de açoes e na moeda sulafricana. O ETF do país (EZA) caiu -7,6% na semana e o Rand, moeda local, caiu -4,8%.

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