1. Temporada de Resultados: Setor financeiro dispara na liderança - Após 16% do S&P 500 já ter reportado seus resultados, bancos continuam com melhor desempenho
2. Posse de Donald Trump: Primeiros dias de governo - Presidente dos EUA assina as primeiras ordens executivas e dá mais sinalizações de suas políticas
3. BOJ: Aumento na taxa de juros - Japão atinge a maior taxa de juros em 12 anos após aceleração da inflação
4. Stargate Project: Transformação da IA nos Estados Unidos - OpenAI, SoftBank e Oracle se unem para desenvolver a maior infraestrutura de IA já criada nos EUA
5. Netflix: Gigante do streaming supera expectativas - Após ótimo resultado, as ações da Netflix atingem nova máxima histórica
1. Temporada de Resultados: Setor financeiro dispara na liderança
- Universo: S&P 500
- Progresso: 16% (78 empresas)
- Receita: 55% de surpresas positivas com média de +0,8%
- Lucros: 79% de surpresas positivas com média de +7,9%
- Setor de destaque:
Financeiro: Com 34% das empresas do setor já tendo reportado seus resultados, chama atenção pelo alto índice de empresas superando as estimativas de lucros (96%) e a alta média (14,8% acima do consenso). Impulsionado pelos grandes bancos, os excelentes resultados do setor foram tema de um relatório especial: Sob o olhar da estratégia: Resultados dos bancos americanos no 4T24 - XP Investimentos e contribui positivamente para o desempenho das nossas carteiras globais Top Ações Globais XP - Janeiro 2025 - XP Investimentos e Top Dividendos Globais XP - Janeiro 2025 - XP Investimentos que estão overweight no setor.
- Expectativas do Lucro por Ação:
4º tri 2024: US$ 62,18 – Crescimento de +12,6% A/A ; +1,4% desde a publicação da nossa Prévia da temporada de resultados do 4T24 nos EUA: Há vida lá fora! - XP Investimentos
1º tri 2025: US$ 62,22 – Crescimento de +10,9% A/A ; -0,4% desde a publicação da nossa Prévia da temporada de resultados do 4T24 nos EUA: Há vida lá fora! - XP Investimentos
2. Posse de Donald Trump: Primeiros dias de governo
A posse de Donald Trump, no dia 20 de janeiro, marcou o início de um novo ciclo político nos EUA. Desde sua vitória em novembro, os mercados vinham reagindo às sinalizações do presidente eleito e assumindo posições compatíveis ao Trump Trade, se posicionando favoravelmente a temas como desregulação, reindustrialização, cortes de tributos e aumento da produção de petróleo e gás.
Como parte da agenda de eventos do dia da posse, Trump assinou algumas uma série de ordens executivas que reforçam sua agenda de desregulação e priorização da produção de energia fóssil, como:
- Congelamento regulatório e de contratações por agências federais dos EUA;
- Rescisão de 78 medidas do governo anterior;
- retirada dos EUA do Acordo Climático de Paris.
Nas questões tarifárias, o presidente determinou a revisão de acordos existentes e ameaçou tarifas sobre Canadá, México e China, buscando proteger a indústria americana e reforçar o reshoring, mas a falta de anúncios de tarifas foi tomada como positivo pelo mercado.
Ainda durante a semana aconteceu o Fórum Econômico Mundial em Davos, no qual Trump destacou seu foco em transformar os EUA no centro global de manufatura, energia e inteligência artificial. O presidente americano também exigiu cortes imediatos nas taxas de juros globais e reduções nos preços do petróleo, pedindo à OPEP que diminuísse seus preços, após ter declarado estado de emergência energética nos EUA. Apesar das incertezas, os mercados globais reagiram positivamente durante a semana, com o S&P 500 acumulando alta de +2,1% e o ACWI (ETF de referência para ações globais) de +1,7%.
Para os próximos meses, os investidores aguardam medidas mais detalhadas sobre cortes de tributos e desregulação, enquanto observam os impactos das políticas comerciais e energéticas do presidente republicano. Para conferir mais detalhes sobre as primeiras medidas e o que esperar para o início do governo de Donald Trump, acesse nosso relatório “Sob o olhar da estratégia: A posse de Donald Trump”.
Desde outubro, temos posicionado as carteiras de ações globais para o Trump Trade. Confira os nomes recomendados:
3. BOJ: Aumento na taxa de juros
Como amplamente esperado, o Banco do Japão (BOJ) anunciou um aumento na sua taxa de juros de curto prazo, que passou de 0,25% a.a. para cerca de 0,5%, o maior nível desde 2008. Essa decisão foi tomada após dados indicarem uma aceleração da inflação no Japão, com o índice de preços ao consumidor (CPI) alcançando 3% no acumulado de 12 meses até dezembro, o maior patamar em 16 meses.
Esse aumento mostra a continuidade do processo de normalização da política monetária do país, que vinha adotando taxas muito baixas há anos para combater a deflação e impulsionar a economia, além de aumentar a margem de manobra do BOJ em caso de necessidade de estímulos no futuro. No entanto, o impacto de possíveis tarifas globais anunciadas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, ainda geram incertezas que podem afetar a economia japonesa.
Após anos de estagnação, as condições econômicas do Japão mostram sinais de recuperação, com empresas relatando planos para aumentar salários nas próximas negociações anuais. Após o anúncio, o Iene teve valorização de 0,2% frente ao dólar, enquanto o rendimento dos títulos 10 anos do governo japonês subiu para 1,22% e o FXI (ETF de Japão) teve alta de +3,0%. O mercado espera aumentos de 25 bps a cada seis meses, com a meta de alcançar uma taxa de 1%.
Kazuo Ueda, presidente do BOJ, sinalizou alta adicional adiante, refletindo perspectiva de salários mais altos e inflação na economia asiática. A autoridade monetária, no entanto, forneceu poucas pistas sobre o momento e o ritmo de futuros ajustes nos juros, afirmando que as decisões serão baseadas em quão rápido a inflação mostrar convergência sustentável em direção à meta de 2%.
Contrastando com a surpresa causada pelo alta anterior em julho, desta vez o BOJ sinalizou o movimento com antecedência, evitando o choque do encerramento abrupto de posições de carry trade que causou volatilidade nos mercados globais.
4. Stargate Project: Transformação da IA nos Estados Unidos
OpenAI, SoftBank e Oracle revelaram nessa semana o projeto Stargate, uma iniciativa que busca investir US$ 500 bilhões nos próximos quatro anos para desenvolver a maior infraestrutura de inteligência artificial já criada nos EUA. O projeto prevê a construção de até 20 data centers, com o primeiro já em andamento no Texas. Sam Altman, CEO da OpenAI, destacou a relevância do projeto para a expansão de tecnologias como o ChatGPT, enquanto o presidente Donald Trump, que tomou posse no início da semana, declarou apoio à ideia, reforçando a importância de manter os EUA como líderes em inovações de inteligência artificial. O financiamento inicial é de US$ 100 bilhões e espera-se que sejam gerados cerca de 100 mil empregos.
A iniciativa reflete a crescente demanda por capacidade computacional em um cenário onde a IA ocupa o centro das atenções. A explosão de modelos generativos aumentou significativamente a necessidade de infraestrutura robusta, o que explica a colaboração entre empresas como OpenAI, SoftBank e Oracle, além de parcerias com Nvidia, Microsoft e Arm. Vale destacar que a Microsoft, maior investidora da OpenAI, optou por um papel mais estratégico de continuar fornecendo capacidade computacional enquanto permite que novos parceiros assumam o protagonismo no financiamento. Em abril do ano passado, comentamos sobre um projeto também batizado como Stargate, da Microsoft, no qual a empresa construiria um supercomputador em parceria com a OpenAI focado em processamento de IA. Dessa vez, a companhia decidiu assistir e apoiar dos bastidores.
O mercado reagiu de forma mista ao anúncio. As ações de empresas como Oracle e Nvidia subiram 14,0% e 3,6%, respectivamente, mas foram levantados questionamentos acerca da viabilidade financeira do projeto Stargate. Elon Musk, um crítico frequente da OpenAI, afirmou que os US$ 500 bilhões não estariam garantidos, questionando especialmente o papel da SoftBank no financiamento. Altman rebateu as falas de Musk, destacando que o primeiro data center do projeto já está em construção e que os parceiros estão comprometidos com o projeto.
Apesar das críticas, o Stargate Project representa um avanço estratégico significativo para a OpenAI e seus parceiros. Além de atender à crescente demanda por IA, a iniciativa busca redefinir os padrões de infraestrutura tecnológica, mantendo os EUA como o principal player de inovação no setor.
5. Netflix: Gigante do streaming supera expectativas
Após o fechamento do mercado na terça-feira, a Netflix foi a primeira entre as Big Techs a divulgar seus resultados referentes ao quarto trimestre de 2024. Os números da pioneira do streaming surpreenderam positivamente os investidores, receita (+1,4%) e lucro por ação (+2,1%) acima das expectativas. No entanto, o principal destaque foi o número de novos assinantes, que veio 106,1% acima do projetado pelo mercado, e provocou disparada de cerca de 9,7% nas ações da companhia no dia seguinte do anúncio.
Mais de um ano após a greve de roteiristas e atores que paralisou Hollywood, a Netflix começa a deixar os efeitos negativos para trás. A empresa adotou um tom otimista para 2025, com grandes lançamentos no horizonte, incluindo novas temporadas das séries Squid Game, Wednesday e Stranger Things. Além disso, a Netflix reforçou sua aposta em estratégias que entregaram resultados no último trimestre, como transmissões ao vivo de eventos esportivos, aprimoramento de sua plataforma voltada para anunciantes e avanços na precificação (final do compartilhamento e planos com anúncios).
Com os resultados robustos, as ações da Netflix atingiram uma nova máxima histórica, elevando o valor de mercado da companhia para US$ 417,9 bilhões, patamar superior ao de Paramount, Disney, Comcast e Fox combinadas. O impacto positivo do resultado também se espalhou para outras empresas do setor, como Paramount (+7,8% na semana), Disney (+4,8% na semana) e Warner Bros (+7,7% na semana), embora nenhuma delas tenha conseguido acompanhar o avanço expressivo da Netflix, que encerrou a semana com alta de +13,9%.
Compilado de resultados da semana
Compilado de resultados da semana (21/01/2025 até 24/01/2025)
Comentamos os resultados de 14 empresas durante a semana passada. Confira aqui:
Confira todos os resultados do 4T24 da temporada internacional
Terça-feira
3M (MMM): Surpresas positivas de +0,3% na receita e de 1,1% no lucro por ação. Na semana, a empresa teve alta de +5,9%
Charles Schwab (SCHW): Surpresas positivas de +2,7% na receita, +10,8% no lucro por ação e +4,0% na receita líquida com juros. Na semana, a empresa teve alta de +7,1%.
Netflix (NFLX): Surpresas positivas de +1,4% na receita, de +2,1% no lucro por ação e +106,1% no número de novos assinantes. Na semana, a empresa teve alta de +13,9%.
United Airlines (UAL): Surpresas positivas de +2,4% na receita e de +6,9% no lucro por ação. Na semana, a empresa teve queda de -2,2%.
Quarta-feira
Halliburton (HAL): Surpresa positiva de +5,6% na receita e lucro por ação em linha com as estimativas. Na semana, a empresa teve queda de -7,0%.
Johnson & Johnson (JNJ): Surpresas positivas de +0,4% na receita e de +2,3% no lucro por ação. Na semana, a empresa teve queda de -0,1%.
GE Vernova (GEV): Surpresas negativas de -1,4% na receita e de -28,4% no lucro por ação. Na semana, a empresa teve alta de +4,7%.
Procter & Gamble (PG): Surpresas positivas de +1,5% na receita e de +0,9% no lucro por ação. Na semana, a empresa teve alta de +1,9%.
Quinta-feira
American Airlines (AAL): Surpresas positivas de +1,7% na receita e de +32,2% no lucro por ação. Na semana, a empresa teve queda de -7,2%.
GE Aerospace (GE): Surpresas positivas de +4,2% na receita e de +26,8% no lucro por ação. Na semana, a empresa teve alta de +7,6%.
Freeport-McMoRan (FCX): Surpresa negativa de -3,4% e de +40,3% no lucro por ação. Na semana, a empresa teve queda de -6,0%.
Sexta-feira
American Express (AXP): Lucro por ação em linha com esperado e surpresas positivas de +0,1% na receita e de +1,5% no volume total transacionado. Na semana, a empresa teve alta de +2,8%.
NextEra (NEE): Surpresas negativas de -30,1% na receita e de -1,6% no lucro por ação. Na semana, a empresa teve alta de +2,9%.
Verizon (VZ): Surpresas positivas de +1,0% na receita e de +1,2% no lucro por ação. Na semana, a empresa teve alta de +2,0%.