MACRO
Mercados globais amanhecem negativos (EUA -0,3% e Europa -0,2%) após dados fracos da China revelarem como os bloqueios para conter a Covid-19 pesaram na segunda maior economia do mundo, aumentando as preocupações dos investidores em relação ao crescimento econômico global. Nos EUA, a temporada de resultados segue com grandes varejistas nesta semana, como Walmart, Home Depot, Lowe’s, Target e Ross. Na Europa, o foco ficará por conta das tensões geopolíticas locais à medida que a Finlândia confirmou sua candidatura para entrada na Otan. Serguei Riabkov, ministro das Relações Exteriores da Rússia, afirmou que o nível de tensão entre a Rússia e o ocidente aumentará caso a nova adesão ocorra. Na China (-0,8%) o mercado encerra em baixa, reverberando os dados econômicos negativos, causados pelo impacto das medidas restritivas contra a Covid-19 no país. Vendas do varejo contraíram -11,1% ano contra ano (est. -6,1%), produção industrial -2,9% a.a. (est. 0,4%) e o desemprego nas 31 maiores cidades do país atingiu a máxima de 6,7% desde 2018.
Coronavírus: Executivos da Novavax dizem estar confiantes que, após atrasos, sua vacina contra Covid-19 receberá autorização do FDA (Agência Federal do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos) em junho para uso na população adulta.
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EMPRESAS
Renault se prepara para dividir os negócios de veículos elétricos e combustíveis fósseis: A Renault (RNO) esboçou um plano para criar negócios separados de veículos elétricos e motores de combustão. Em um projeto levantado pela primeira vez em fevereiro, a montadora francesa disse que a reformulação poderia entrar em vigor no próximo ano. Uma entidade dedicada a veículos elétricos e software estaria sediada na França e empregaria cerca de 10.000 pessoas até 2023, de acordo com um comunicado na quinta-feira. A segunda entidade se concentraria em motores de combustão interna e híbridos, e estaria sediada fora da França, também com uma equipe de cerca de 10.000. A reformulação potencialmente transformadora da Renault ocorre quando a montadora luta para competir em um mercado automotivo europeu em declínio e se prepara para sofrer um golpe financeiro no meio do ano ao sair da Rússia, seu segundo maior mercado antes da guerra na Ucrânia.
O negócio de veículos elétricos inclui fabricação e engenharia em instalações francesas, enquanto a entidade dedicada à combustão e motores híbridos teria instalações em todo o mundo – incluindo Espanha, Portugal, Turquia, Romênia e América Latina – podendo também desenvolver parcerias. Com a reformulação da Renault começando a tomar forma, ainda não está claro qual o papel dos parceiros japoneses Nissan e Mitsubishi. Quando questionados, os diretores das companhias disseram estar em conversas com a Renault para melhor entender o plano. “O objetivo dessas reflexões estratégicas é adaptar cada tecnologia, aproveitando os pontos fortes e a experiência do grupo em seus vários mercados e dentro da Aliança”, disse a empresa.
Holcim vende sua participação na Índia seguindo a estratégia de centralização regional: O Adani Group, da Índia, adquiriu o controle acionário dos negócios de cimento da Holcim AG (HOLN.S) no país em um acordo de US$ 10,5 bilhões, para se tornar o segundo maior produtor de cimento do país. Nos últimos anos, a empresa com sede na Suíça acelerou seus esforços para sair da fabricação de cimento com uso intensivo de carbono. O desinvestimento é o mais recente movimento da Holcim nessa direção, de reduzir sua dependência da produção de cimento, um processo industrial que produz altos níveis de emissões de carbono e, portanto, afasta muitos investidores alinhados com as questões ambientalmente. A Holcim receberá aproximadamente US$ 6,4 bilhões pela venda das participações detidas na Índia, que somam 109 fábricas e 10.700 funcionários.
Segundo a Reuters, o acordo foi o maior desinvestimento desde que a Holcim se fundiu com a rival francesa Lafarge em 2015. Desde então, a empresa vende partes marginais de seus negócios, pois busca se concentrar na América do Norte e na Europa. No ano passado, a empresa vendeu sua operação brasileira por US$ 1,025 bilhão e também saiu das Filipinas e da Indonésia.
Samsung pode estar pretendendo aumentar o preço de seus chips em até 20%. A Samsung pode estar conversando com clientes sobre o aumento dos preços para fabricação de chips por contrato em até +20% este ano, informou a Bloomberg nessa última sexta-feira. A medida, que deve ser aplicada a partir do segundo semestre deste ano, faz parte de um esforço de toda a indústria de aumentar os preços para cobrir os custos crescentes de materiais e logística. Os preços dos chips baseados em contrato provavelmente aumentarão em torno de 15% a 20%, dependendo do nível de sofisticação, com chips lógicos legados provavelmente enfrentando aumentos maiores, disse a Bloomberg, acrescentando que a Samsung concluiu negociações com alguns clientes, mas ainda está em discussão com outros.
A empresa segue os passos da TSMC, maior fabricante de chips do mundo, previu um salto de até +37% nas vendas do trimestre atual, dizendo que espera que a capacidade de produção de chips permaneça muito apertada este ano em meio a uma crise global que manteve os pedidos em alta e permitiu que os fabricantes de chips cobrassem preços mais altos. A Samsung disse na call de resultados no final de abril que a demanda dos principais clientes por sua fabricação de chips por contrato era maior do que sua capacidade disponível e esperava que a escassez de oferta continuasse.
ANÁLISE
Setor de tecnologia é um dos maiores prejudicados pela queda das ações em 2022:O gráfico acima, do Wall Street Journal, mostra que as maiores quedas do S&P até agora em 2022 vieram de ações do setor de tecnologia, que normalmente possuem múltiplos de valuation mais altos. Exemplos disso são: Netflix (NASDAQ: NFLX, BDR: NFLX34), que acumula queda de -68,6% no ano, PayPal -59,6% (NASDAQ: PYPL, BDR: PYPL34) e Nvidia (NASDAQ: NVDA, BDR: NVDC34) -41,2%. Por outro lado, ações de valor, consideradas mais defensivas, tem performado melhor, como por exemplo: Exxon Mobil (NYSE: XOM, BDR: EXXO34) +45%, ConocoPhillips (NYSE: COP, BDR: COPH34) +39,5% e Johnson & Johnson (NYSE: JNJ , BDR: JNJB34) +3,4%. É normal que as ações de alguns setores sejam negociadas com valuations diferentes. Os investidores normalmente estão dispostos a pagar mais por empresas que devem apresentar alto crescimento, enquanto as mais consolidadas geralmente crescem a uma velocidade muito menor. As ações de tecnologia geralmente lideram os valuations mais altos, enquanto as empresas de petróleo e gás historicamente negociam com múltiplos mais moderadas, uma vez que as perspectivas do setor estão sujeitas à oferta e demanda dos preços da energia e tendem a experimentar ciclos de altos e baixos.
Uma fonte de incerteza em 2022 que estão derrubando o valuation dessas empresas é a crescente preocupação de que o aperto monetário do Federal Reserve (Fed) leve a economia a uma recessão, um cenário em que os múltiplos de ações normalmente caem. Taxas de juros mais altas reduzem o valor dos fluxos de caixa futuros das empresas, reduzindo o preço das ações. Alguns investidores já se preocupam com o fato de as expectativas do mercado para os lucros corporativos serem muito altas, devido aos obstáculos econômicos à frente. Contudo, mesmo com a queda algumas ações continuam sendo negociadas a um preço alto, as ações da Tesla (NASDAQ: TSLA, BDR: TSLA34) , por exemplo, entraram no ano negociadas a 120x P/L e no final desta semana foram cotadas cerca de 54x , segundo a FactSet. A Exxon Mobil, por outro lado, estava sendo negociada a 10,5x final de 2021, um múltiplo que caiu para 9,4x.
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