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🌎RADAR GLOBAL: Tesla Bot

Robô da Tesla, risco elétrico e regulações na China

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MACRO

Mercados globais amanhecem levemente positivos (EUA +0,3% e Europa +0,5%) enquanto investidores aguardam dados sobre o PIB americano e a reunião do Federal Reserve, com começo na quinta-feira, onde representantes do banco central americano irão discutir sobre a possível redução dos estímulos econômicos. Na Europa, investidores parecem aproveitar a queda da semana passada, sendo a maior desde fevereiro, para montar posições no continente. O petróleo (+3,0%), apresenta recuperação parcial com suporte no enfraquecimento do dólar, após 7 dias seguidos de perdas. O Bitcoin (+3,7%), negocia acima dos US$ 50mil e atinge máxima dos últimos 3 meses.

Coronavírus: Dr. Fauci afirmou que os EUA estão expandindo a sua capacidade de fabricação de vacinas para aumentarem as suas doações a nações com dificuldades. A declaração veio após críticas da OMS ao recente anúncio das “doses de reforço” pela administração Biden. A agência da ONU condenou a aplicação da 3ª dose enquanto outros países mal têm acesso aos imunizantes.

EMPRESAS

Tesla Bot: Durante o evento de inteligência artificial da Tesla (TSLA34), Elon Musk, conhecido por apresentar projetos inovadores com metas agressivas e que nem sempre são atingidas, anunciou a mais nova inovação da sua companhia de carros elétricos, um robô humanoide. Segundo o CEO, a empresa espera apresentar ao menos um protótipo do novo projeto até o final de 2021. Falando sobre funções, o intuito principal do “Bot” seria substituir humanos em tarefas repetitivas e perigosas. Além disso, Musk afirmou que o objetivo do robô não é ser implementado nas linhas de produção da montadora, mas sim uma nova linha de negócios, que segundo ele, tem sinergia com toda a tecnologia desenvolvida pela empresa e permitirá que a Tesla participe do mercado de robótica avaliado em US$ 14bi, segundo o Fortune Business Insights. Apesar da euforia, Musk afirmou que “é provável que o robô não funcione”.

Chips inteligentes? Ainda no evento, a empresa compartilhou detalhes sobre a produção de seus chips de inteligência artificial proprietários, que deverão ser implementados em seus modelos de veículos. Esta movimentação da companhia é interessante ao passo que poderá promover uma menor dependência de fornecedores de chips externos, além de proporcionar uma integração vertical nas suas linhas de produção, podendo expandir a margem de lucro líquida da empresa que hoje se encontra em apenas 11,5%. Caso os chips obtenham sucesso, a empresa poderá avançar no mercado de veículos autônomos, que de acordo com o Statista está avaliado em cerca de US$ 27bi.

As novas regras do jogo: O governo chinês, em conjunto com a autoridade cibernética do país, aprovou uma nova lei, a valer a partir de 1º de novembro, que traz o novo ecossistema regulatório para a coleta, privacidade e uso de dados por parte das empresas. O texto se assemelha ao regulamento europeu – EU General Data Protection Regulation – ao estabelecer que a coleta de dados deve ser “mínima” e obtida apenas com autorização prévia.

As novas leis acontecem num momento de aperto regulatório na China, que indicam um mercado em amadurecimento, e devem limitar o poder das Big Tech no país. Além disso, as principais empresas de internet terão custos maiores, uma vez que deverão alocar mais gastos com o manejo dos dados, bem como equipes de compliance para assegurar o respeito às novas regras. Do lado das oportunidades, empresas terceirizadas que oferecerem serviços relacionados à gestão de dados podem se beneficiar do novo marco regulatório.

O risco elétrico: A General Motors (GMCO34) anunciou um aumento no seu recall de veículos elétricos (Bolt) que estão apresentando defeitos em suas baterias. O nº de convocados deve subir de 69 mil para 142 mil globalmente e os ajustes, antes estimados em US$ 800 milhões, saltaram para US$ 1,8bi para uma possível troca de todas as baterias. O evento mostra que, apesar do otimismo com uma potencial eletrificação da frota global de automóveis, a nova tecnologia de bateria ainda oferece desafios e riscos justamente por ser incipiente quando considerado seu uso em larga escala.

Apesar disso, a companhia segue com sua meta ambiciosa de ser uma produtora 100% elétrica em 2035, buscando capturar a transformação proposta pela administração Biden de EVs representarem 50% do total de veículos vendidos nos EUA até 2030. Em outra frente: Além das novas tecnologias elétricas, a GM também aposta em mais conectividade e anunciou que seus automóveis terão conexão 5G da AT&T em 2023, tornando seus automóveis integrantes da rede mundial de computadores.

ANÁLISES

Fonte: TS Lombardi

Empresas preparadas para uma nova crise? O gráfico acima do Bloomberg e MSCI mostram indicadores de endividamento e caixa das empresas não financeiras nos EUA. Do lado dos indicadores de endividamento, a dívida líquida/EBITDA e dívida/patrimônio líquido, apresentam uma redução significativa, com ambos caindo de ~2,5 para ~2,0; sugerindo um menor grau de endividamento por parte das empresas, além de uma maior habilidade para realizar o pagamento de suas dívidas. Somado a menor alavancagem, o índice MSCI US Cash, se encontra no patamar mais alto desde 2000, sugerindo que empresas possuem uma grande fonte de liquidez para cobrir eventuais cobranças no curto prazo e para suportar melhor uma possível queda em suas operações e vendas. Com o avanço da variante delta globalmente, o melhor posicionamento das empresas em termos de solvência e liquidez poderá causar menores danos em caso de novos lockdowns e acalmar o sentimento dos investidores.

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