🌎RADAR GLOBAL: Snapchat, Intel e SAP reportam

MACRO

Mercados globais amanhecem levemente positivos (EUA +0,1% e Europa +0,6%) ao passo que resultados abaixo do esperado das empresas de tecnologia, Snap e Intel, amenizaram o otimismo dos investidores americanos. Até o momento, dos 101 membros do S&P 500, que divulgaram, 82,6% surpreenderam nos lucros, segundo o FactSet. Na Europa, a prévia do PMI da zona do Euro, reunindo ambos serviços e manufatura, desacelerou de 56,2 em setembro para 54,3 neste mês, seu menor valor dos últimos 6 meses, sugerindo que os efeitos da inflação começam a impactar as companhias na região. Na China (+0,6%) o mercado encerra em campo positivo, impulsionado pelo envio de US$ 83,5mi da Evergrande (+4,3%) para uma conta fiduciária que será destinada ao pagamento juros de sua dívida com vencimento no dia 23 de setembro, ainda dentro do período de carência.

Coronavírus: Dados de um ensaio na Fase III demonstram alta eficácia da dose de reforço da Pfizer e da alemã BioNTech contra o COVID-19, incluindo a variante Delta. As empresas pretendem enviar os resultados detalhados do ensaio para as agências regulatórias como, FDA e European Medicines Agency, o mais rápido possível. No caso de idosos e pacientes com sistema imunológico mais fraco, reguladores dos EUA e da UE já autorizaram uma terceira dose de vacinas COVID-19 pela Pfizer-BioNTech e Moderna.

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EMPRESAS

Snap reporta problemas com queda de demanda e políticas da Apple: A rede social divulgou seus resultados no período pós-mercado, com uma receita de US$1,06bi, em linha com as expectativas de US$1,10bi; O lucro por ação de US$ 0,17 veio 143% acima do consenso de US$ 0,07. Apesar da surpresa dos lucros, a empresa relatou que a troca da política de privacidade da Apple vem causando grandes dificuldades no seu segmento de advertising, uma vez que seus clientes não conseguem monitorar a performance de campanhas de marketing apropriadamente. Sendo a adversidade anterior, também somada aos contratempos ocasionados pelos problemas na cadeia de produção global que, atualmente, limitam o apetite das empresas em gerar demanda adicional por seus produtos através de investimentos com marketing. Para o quarto trimestre, a empresa projeta uma receita entre US$ 1,17bi - US$ 1,21bi e um lucro líquido entre US$ 135mi e US$ 175mi.

SAP supera o consenso em lucros e receita: A gigante alemã divulgou resultados no período pós mercado, com uma receita de US$6,84bi vs. US$ 6,71bi, uma leve surpresa de 2% sobre o consenso; o lucro líquido foi de US$ 2,13bi vs. US$ 1,5bi, 42% acima das projeções, gerando um LPA de US$ 1,74. O sólido resultado da empresa foi impulsionado pelo seu segmento de nuvem, que saltou 20% em receitas ano contra ano, enquanto o lucro ajustado da companhia teve suporte na venda lucrativa da Sapphire Ventures. Por fim, o SAP aumentou, pela terceira vez no ano, suas projeções para o crescimento de receitas do segmento de nuvem, que agora deverá ficar entre 16%-19% superior ao valor apresentado em 2020.

Intel decepciona em faturamento com oferta limitada de componentes: A fabricante de semicondutores relatou hoje seus resultados, com um receita de US$13,1bi vs. US$ 18,2bi, 28% abaixo das expectativas. Por outro lado, o LPA foi de US$ 1,71, 54% acima dos US$1,10 esperados pelos analistas. A empresa afirmou que a surpresa negativa em receitas é resultado do volume de vendas de computadores mais baixo do que o esperado, visto que seus clientes, atualmente, encontram dificuldades para encontrar componentes necessários à fabricação de seus produtos. Além disso, a Intel sinalizou passar por um período de grande volume de investimentos ao expandir suas linhas de produção, o que deve pressionar as margens da empresa no curto prazo. Para o próximo trimestre, a empresa espera uma receita de US$ 18,3bi (3% inferior ao mesmo período do ano passado), margem bruta de 53,5% e um LPA de US$ 0,9 (também representando uma queda de 39% a.a.).

Trump voltando para as mídias sociais? O ex-presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou na quarta-feira que lançará sua própria plataforma de mídia social, TRUTH Social, de acordo com um comunicado de imprensa do Trump Media and Technology Group (TMTG). A nova rede social de Trump deverá lançar uma versão beta em novembro, que estará disponível apenas para convidados. Seu lançamento nacional está previsto para o primeiro trimestre de 2022, disse o comunicado. Trump sinalizou suas aspirações de criar uma plataforma de mídia social rival depois que ele foi banido de várias plataformas de mídia social. Contextualizado, no início deste ano, grandes empresas de mídia social, incluindo Twitter , Facebook e YouTube , suspenderam Trump por violar suas políticas após o ataque de 6 de janeiro ao Capitólio. O aplicativo TRUTH Social será lançado por meio de uma nova empresa formada pela fusão da Trump Media and Technology Group e da Digital World Acquisition Corp, listada na Nasdaq.

De olho na China: Tesla pretende utilizar uma bateria mais barata em sua produção, visando aumentar sua lucratividade sem realizar um aumento de preços de seus veículos. A mudança para baterias de fosfato de ferro-lítio (LFP) se aplicará aos veículos mais comuns da Tesla, confirmando a estratégia divulgada em 2020 para entregar modelos de custo mais baixo. Por outro lado, as tensões políticas entre a China e os EUA dificultam o cenário para que a gigante americana consiga um parceiro chinês para fornecer baterias as baterias desejadas. Hoje, a China domina a o mercado de suprimentos de bateria de EVs graças a uma série de patentes importantes, que permitiram ao país fabricar 95% das baterias de LFP do mundo. No entanto, essas patentes expiram em breve e a Tesla planeja adotar baterias LFP em sua frota de veículos de alcance padrão globalmente e mover a produção de baterias para mais perto de suas fábricas.

Baterias mais baratas no futuro? A gestora e fundadora da Ark Invest - Cathie Wood, comenta baseada na Lei de Wright que: para cada duplicação acumulada do número de unidades produzidas de carros elétricos (uma a duas, duas à quatro e assim por diante), os custos associados a novas tecnologias diminuem a uma taxa percentual de 28%. Logo, sendo a bateria o maior custo na produção, a gestora acredita que o preço médio do carro continuará a diminuir substancialmente, assim catalisando o número de vendas de 2,2 milhões em 2020 para cerca de 80 milhões em 2025. O que representará um crescimento exponencial de cerca de 89% anualmente - com base na tese de que esses carros se tornarão mais acessíveis do que os veículos movidos a gás.

ANÁLISE

Ainda há espaço para um rali das commodities? O gráfico acima sugere que mesmo em meio à crise global de energia, existe espaço para uma alta adicional nos preços das commodities no próximo ano, especialmente nos preços do petróleo e do cobre. Como observado, os estoques de 8 das 10 commodities apresentadas acima, deverão continuar diminuindo entre 2021 e 2022 devido à forte demanda gerada pela retomada econômica global, problemas de distribuição e crise energética. Além disso, o banco pontua que o petróleo poderá estar no centro da próxima alta das commodities, visto que além de sua produção atual ser insuficiente para cobrir a demanda, a recente alta no preço do gás natural pode acabar impulsionando uma alta adicional nos preços do petróleo, dado que isto incentiva a substituição do gás natural por petróleo. Como resultado, espera-se que esse acréscimo nos preços de energia pode resultar em uma pressão inflacionária nos EUA e na zona do Euro, além de poder ocasionar um crescimento econômico mais modesto.  

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