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🌎RADAR GLOBAL: Facebook surpreende, guidance não

Facebook reporta, Spotify decepciona e Walmart tech

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MACRO

Mercados globais amanhecem levemente positivos (EUA +0,2% e Europa +0,4%) após Federal Reserve manter a taxa de juros entre 0% e 0,25%, repetir o discurso de inflação transitória e entregar uma mensagem ainda acomodativa, na qual indicaram que a data do início do tapering não deve ser exposta em agosto, como esperado pelo mercado, mas sim em setembro. Na China (+1,9%), governo injeta US$ 4,6bi no sistema financeiro e mercado segue em recuperação do sell-off. Empresas de tecnologia como a Tencent e Alibaba chegaram a bater +10% e +8% de alta em Hong Kong, respectivamente.

Coronavírus: Em meio ao aumento de casos nos EUA, o governo Biden não suspenderá as restrições para viagens internacionais, apesar das pressões de companhias aéreas para flexibilização. Em vários países da União Europeia, a entrada de visitantes americanos já foi permitida. No cenário atual ~83% das novas infecções nos EUA são causadas pela variante Delta.

EMPRESAS

Temporada de resultados do 2T21 nos EUA – Ontem: Facebook, PayPal, Qualcomm e Spotify. Hoje: Amazon, Mastercard, AstraZeneca, Credit Suisse e Pinterest. Amanhã: Exxon Mobil, Procter & Gamble, Caterpillar e Chevron.

blue and white star illustration

Facebook surpreende, mas o futuro desanima: A gigante das redes socias divulgou seus resultados após o fechamento do mercado, com uma receita de US$ 29,08bi vs. US$ 27.86bi esperados pelo consenso, uma diferença de +4,37%; o lucro líquido da companhia também foi em linha com as projeções de analistas foi de US$ 10,39bi vs. US$ 10,21, gerando um LPA de US$ 3,61. Apesar de anunciar um resultado sólido, com uma surpresa na receita média por usuário de US$ 10,12 vs. US$ 9,66 das projeções, o Facebook comentou que espera uma desaceleração em crescimento nos próximos trimestres. Após divulgação do guidance, investidores reagiram negativamente e a ação caiu -3,45% no período pós mercado. Parte desta queda, pode também ser atribuída a uma quebra de altas expectativas por parte dos investidores que estavam otimistas com o Facebook após o forte resultado reportado pelo Twitter (a ovelha negra das redes sociais, em termos de monetização).

Spotify decepciona em número de usuários: A empresa de streaming divulgou seus resultados pela manhã de ontem com uma receita de US$ 2,33bi vs. US$ 2,29bi, em linha com as expectativas; o prejuízo líquido de US$ -37mi vs. US$ -67mi, surpreendeu em +45% o mercado e resultou em um LPA de US$ -0,19. O sólido resultado da companhia não foi suficiente para sustentar o preço da ação, que caiu -5,76% durante o dia. O mercado reagiu negativamente ao número de usuários ativos na plataforma reportado de 365mi, ficando abaixo das projeções anteriores da própria companhia de 366mi-373mi.

Paypal, sem surpresas e contração de margens: A fintech reportou seus resultados no período pós mercado, com uma receita de US$ 6,24bi vs. US$6,27 do consenso, decepcionando em -0,5%; o lucro líquido foi de US$ 1,36bi vs. US$ 1,33bi, em linha com expectativas e gerando um LPA de US$ 1,15. O resultado da companhia causou uma reação negativa por parte dos investidores devido a uma queda de -23% no lucro líquido vs. o trimestre anterior, justificada por um aumento de despesas com marketing. Para o próximo trimestre, a empresa projeta uma receita entre US$ 6,15bi – US$ 6,25bi, representando um crescimento de ~13% vs. trimestre atual.

Qualcomm, 5G ganha momento: A fabricante de semicondutores reportou um bom resultado com receitas de US$ 8,00bi vs. US$ 7,57bi, superando o consenso em 5,6%; o lucro líquido veio +13,5% acima do esperado, US$ 2,20bi vs. US$ 1,94bi, gerando um LPA de US$ 1,92. O bom resultado da empresa foi em virtude do aumento da demanda por seus chips com a tecnologia 5G, atualmente utilizados em smartphones e outros diversos dispositivos. Olhando para o futuro, a empresa espera continuar se beneficiando desta tendência e projeta uma receita de ~US$ 8,8bi e um LPA de US$ 2,25 para o próximo trimestre.

Do varejo para tech: Walmart (WALM34) anuncia novo negócio para oferecer seu e-commerce para varejistas de médio e pequeno porte. A novidade será desenvolvida em parceria com a a Adobe, que venderá o software por meio de assinatura. A migração do mundo para o digital foi um dos combustíveis para a decisão, segundo o CEO “a digitalização está acontecendo em todos os lugares e o consumidor  está evoluindo”.

De olho nas oportunidades: A novidade tem potencial para ser uma nova fonte de crescimento para o Walmart, mas também pode servir como uma ferramenta de batalha contra a Amazon, que hoje domina o mercado americano de e-commerce. Em 2020, por exemplo, o comércio online do Walmart mais do que dobrou para cerca de 70 mil vendedores, devido ao um aumento das compras online pela pandemia. Hoje, ultrapassam os 100 mil. Por outro lado, estima-se que o e-commerce da Amazon possua em média de 1,5 milhão de vendedores globalmente. Segundo a Adobe e o IDC, o mercado total endereçável para software de comércio online está avaliado em US$ 44 bilhões.

ANÁLISES

Fonte: Kastle Systems

Trabalho presencial vs. novo normal: O gráfico acima apresenta dados sobre a ocupação dos escritórios em grandes cidades americanas, que ainda permanecem significantemente abaixo dos níveis pré-pandemia. Os destaques positivos vão para Austin, Houston e Dallas com uma ocupação próxima a 50% vs. período pré-pandêmico. Por outro lado, grandes e populosas cidades como São Francisco, San Jose e Nova Iorque ainda possuem ocupações em torno de 20%-25%. De acordo com o Google, o percentual de pessoas visitando os escritórios para trabalhar ainda está, em geral, ~-27% inferior aos níveis vistos em 2019. Os dados reforçam a mensagem do “novo normal”, sugerindo que os sistemas híbridos e remotos de trabalho serão, de fato, implementados por um longo período. Fazendo um comparativo com dados da Mckinsey, a ocupação de escritórios nos EUA está menor do que o índice de mobilidade apresentado no mundo, que atualmente se encontra em -20% vs. pré-pandemia, dando indícios que a ocupação de escritórios e ambientes de trabalho nos EUA não se recuperam ao passo da reabertura global, mesmo em um país com estágio avançado de vacinação.

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