MACRO
Mercados globais amanhecem sem movimentos expressivos (EUA +0,3% e Europa -0,1%) enquanto investidores aguardam dados dos pedidos de seguro-desemprego americanos que podem indicar o ritmo da recuperação econômica no país. Na Europa, dados da inflação na Zona do Euro vieram acima da meta do Banco Central Europeu, +4,1% vs. +2%, contribuindo para um sentimento de cautela em relação à manutenção da política monetária acomodativa na região. Na China (-1,0%), a bolsa encerra no negativo ao passo que ações de tecnologia reportam resultados abaixo do esperado, impactadas pela desaceleração do crescimento econômico do país. Além disso, a Evergrande anunciou a venda da sua participação na HengTen com um desconto em torno de US$ 1,1bi na transação para dar suporte ao pagamento de suas dívidas, as ações da companhia caíram -5,7%. Por fim, o petróleo (-0,5%) amanhece em queda à medida que o governo americano pediu para alguns dos principais consumidores da commodity, como China e Japão, para liberarem parte de suas reservas a fim de reduzir o preço do petróleo e controlar a inflação nos preços de energia globais.
Coronavírus: A Moderna (M1RN34) pediu nesta quarta-feira à FDA (agência reguladora ligada ao departamento de saúde do governo dos Estados Unidos) a aprovação de doses de reforço da vacina para todos os adultos com 18 anos ou mais. A autorização abriria as portas para milhões de pessoas receberem uma 3ª injeção da vacina, à medida que uma quantidade crescente de dados demonstra que a eficácia da vacina diminui com o tempo. O FDA e os Centros de Controle e Prevenção de Doenças aprovaram no mês passado para todas as pessoas com 65 anos ou mais, assim como para adultos que estão em maior risco de desenvolver caso grave de Covid ou que trabalham e vivem em locais que os colocam em maior risco de contrair o vírus.
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EMPRESAS
Receita da Nvidia cresce com maior demanda por chips de Inteligência Artificial: A Nvidia (NVDC34) reportou nesta quarta-feira sua receita do 3º trimestre e superou as expectativas do mercado. A empresa teve uma receita de US$ 7,1bi, vs. uma expectativa de US$ 6,8bi, além disso o lucro por ação foi de US$ 1,17, superando os US$ 1,11 do consenso. O bom resultado da NVIDIA foi fruto da grande demanda que a empresa possui por todos os seus chips, que atualmente é maior do que ela consegue produzir. A empresa ainda obteve a maior parte da sua receita no segmento de jogos, com uma receita de US$ 3,2bi neste trimestre, um crescimento de +42% ano contra ano. Além disso, o braço de data centers torna-se cada vez mais importante para o seu futuro, no terceiro trimestre o segmento teve uma receita de US$ 2,9 bilhões em vendas, representando um aumento de +55% em relação aos US$ 1,9 bilhão no mesmo trimestre do ano passado.
Colette Kress, CFO da companhia informou que o crescimento no segmento de data center foi impulsionado pelas vendas para “clientes em hiperescala”, termo do setor que significa provedores de nuvem como Amazon AWS, Microsoft Azure e Google Cloud. Kress também informou que os clientes estão usando os chips para tarefas como entender a fala humana e processar dados para oferecer recomendações aos clientes. Do lado negativo, o plano de US$ 40 bilhões da empresa para comprar a designer de chips ARM atingiu uma barreira regulatória no Reino Unido, onde está passando por uma análise, além disso também precisa passar pelos reguladores nos EUA e na China antes de ser finalizado. No ano, as ações da empresa acumulam alta de +124%.
Baidu supera expectativas com maior demanda por IA e nuvem: A Baidu (BIDU34), equivalente ao "Google da China", relatou uma receita de 31,9bi yuan, o que equivale a cerca de US$ 5bi, em linha com o esperado pelo mercado de US$ 4,97bi. Além disso, os lucros por ação foram de ¥ 14,6, superiores aos ¥ 12,2 esperados pelo mercado. O marketing online é o maior seguimento da empresa e cresceu +6% no trimestre, contudo, a taxa de crescimento vem desacelerando nos últimos dois trimestres.
Investimentos em linhas alternativas de receita como inteligência artificial, nuvem e direção autônoma tiveram um crescimento de receita em +73% em comparação com o ano anterior e foram essenciais para complementar seu negócio principal, que sofreu bastante com as repressões regulatórias do governo chinês, principalmente no setor imobiliário e educação. A empresa alertou que a política interna no combate à pandemia e as repressões do governo podem vir a afetar sua receita e lucro nos próximos trimestres.
Cisco decepciona à medida que os problemas da cadeia de suprimentos aumentam os custos: A Cisco (CSCO34) divulgou seus resultados e números vieram em linha com as estimativas do consenso. Seu lucro por ação foi de US$ 0,82 vs. os US$ 0,80 esperados e a receita reportada foi US$ 12,90bi, em linha com os US$ 13,0 bi projetados. A receita obteve um crescimento de +8% em relação ao ano anterior.
A empresa afirmou que maiores gastos com logística e fornecedores estão sendo um desafio devido à crise de abastecimento global. A companhia disse que está tomando várias medidas para mitigar a escassez de suprimentos e entregar produtos aos clientes, contudo, deve aumentar os preços de seus produtos para absorver os impactos nas margens de lucro. Olhando para o futuro, a Cisco anunciou novas categorias para contribuir com sua receita durante os próximos períodos e agora está dando maior destaque para segmentos como experiências de aplicativos otimizados. A maior categoria sob a nova estrutura, Secure Agile Networks, que atende data centers, gerou US $ 5,97 bilhões em receita, um aumento de +10%. Para o ano fiscal de 2022, a empresa projeta uma receita de US$ 52,7bi e um LPA de US$ 3,38 - US$ 3,45.
Ações da Qualcomm disparam após a companhia dizer que crescerá sem a Apple: A Qualcomm (QCOM34) disse nessa terça-feira que espera que as vendas de chips para a Apple (AAPL34) diminuam nos próximos anos, mas prevê um rápido crescimento em chips para carros autônomos e outros dispositivos conectados.
A empresa atualmente fornece chips de conectividade sem fio para dispositivos da Apple, mas disse que espera fornecer apenas 20% dos chips necessários para o iPhone em 2023. Funcionários da empresa não revelaram qual porcentagem de sua receita atual é proveniente da Apple. Vale lembrar que a companhia registrou US$ 27 bilhões em vendas totais de chips em 2021. Contudo, a Qualcomm espera que a receita do setor automotivo, no qual as vendas foram pouco menos de US$ 1 bilhão até agora em 2021, chegue a US$ 3,5 bilhões em 5 anos e US$ 8 bilhões em 10 anos, o anúncio ocorreu no mesmo dia em que a empresa fechou um acordo para vender chips de automóveis autônomos para a montadora alemã BMW fazendo com que as ações chegassem a disparar cerca de 7% ao longo do dia.
ANÁLISE
Outra bolha tecnológica? O peso agregado das FAAMGs no índice S&P 500 supera o das 5 maiores empresas durante a bolha de tecnologia em 2000. Os cinco ativos, FB, AAPL, AMZN, MSFT e GOOGL, correspondem a 23% do valor de mercado do S&P 500 vs. os 18% que MSFT, CSCO, GE, XOM e INTC representavam anteriormente. Por outro lado, o momento atual é diferente, as FAAMGs negociam a um múltiplo (EV/Sales) abaixo do índice Nasdaq 100 e com um prêmio inferior ao que elas obtiveram nos últimos 10 anos em relação ao S&P 500. É importante também ressaltar que, segundo o Goldman Sachs, as empresas investiram o dobro de seu fluxo de caixa operacional em iniciativas de crescimento como investimentos de capital e P&D, logo, estes investimentos poderão dar suporte ao crescimento anualizado de receitas de +14% do grupo nos próximo 2 anos, esperado pelo consenso. Olhando para o futuro, estas empresas enfrentarão um cenário mais desafiador em 2021, com um possível aumento da taxa de juros americana e maior dificuldade em conseguir aprovações para futuras aquisições, visto que o governo americano tentar controlar a influência destas empresas em diversos segmentos.
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