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🌎 Mundo em 60s: Novo normal

O termo “novo normal” foi repetido incontáveis vezes durante a pandemia. Mas, afinal, o que ele significa no mundo dos investimentos? Antes, o que aconteceu na semana:

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Bolsas: Discurso de Powell (Fed) nos EUA (-1,2% na semana) reforçou postura expansionista, mas mercados continuam testando novas altas nas taxas de juros. Geopolítica: Conversas oficiais entre americanos e autoridades na China (0,0%) não resultaram em melhora nas relações. Dèjá vu? Na Europa (-0,1%), Itália e França endurecem medidas restritivas.

Setores: Petrolíferas, líderes de performance no ano, derrapam -7,7% na semana com a queda da commodity, que ainda beira os US$ 60/barril. Tecnologia (-1,5%) é afetada por novas altas nas treasuries americanas enquanto setores da velha economia seguem positivos no ano: Financeiro +15%, Industrial +9% e Materiais +8%.


Novo normal

De 2020 para cá, podemos afirmar que tudo mudou. As interações no trabalho, os padrões de consumo e as reuniões familiares e entre amigos foram transformadas por conta do isolamento social. Quando olhamos para um cenário mais amplo, percebemos que este evento foi gatilho para uma mudança de paradigmas, que possui consequências econômicas de longo prazo.

Agora, com a vacinação em massa, principalmente nos países desenvolvidos, teremos uma volta ao normal? Acreditamos que apenas parcialmente, portanto, fizemos um apanhado dos temas que irão se beneficiar ou prejudicar permanentemente do cenário de novo normal:

↑Streaming↑  ↓Cinemas↓

Dados da Statista mostram que em 2018, quando perguntados se preferiam assistir um filme pela 1ª vez no cinema ou via aplicativo de streaming, 53% dos americanos optaram pelo primeiro. 2 anos e uma pandemia depois, os números se inverteram e 56% passaram a preferir as plataformas ao tradicional telão. Em 2021, 1,1 bilhão de pessoas já assinam pelo menos um serviço de streaming.

Neste contexto, a migração para o streaming, que já representava uma ameaça ao setor de cinemas, foi acelerada devido à crise. 1) Netflix, o principal nome, ultrapassou os 200 milhões de assinantes em 2020, tendo crescido sua base em 500% desde 2013. 2) Disney+, lançado em nov/2019, já beira os 100 milhões, com uma previsão de 300 a 350 milhões de inscritos em 2024. 3) HBO Max bateu sua meta de 40 milhões de assinantes 2 anos antes do esperado. 4) Outros nomes, como Amazon Prime, Hulu e Discovery+ também buscam uma fatia desta pizza e aumentam o já difícil desafio para a indústria tradicional de cinema.

Por isso, quando olhamos para os papéis destas empresas, o impacto ainda é nítido. Desde jan/2020, ações do Cinemark (-30%), Cineworld (-40%), CineMedia (-26%) e Marcus Corp. (-26%) desempenham abaixo do mercado, evidenciando que, apesar das perspectivas de reabertura econômica, este mercado pode ser permanentemente prejudicado.

↑Trabalho remoto↑ ↓Escritórios↓

Outra tendência permanente é a de trabalho remoto. Uma série de empresas, principalmente as mais inovadoras, aderentes à cultura digital e às novas tecnologias, já fomentam o trabalho remoto e se beneficiam com isso por alguns motivos, dentre eles: 1) Custo: Nos EUA, uma empresa média gasta, por ano, o equivalente a 5,5% do seu faturamento apenas em aluguel de imóveis e 2) Produtividade: Estudos de Stanford sugerem que empregados possuem um desempenho 13% superior quando trabalham de casa.

Por isso, gigantes de tecnologia já se movem nesta direção. A Microsoft assumiu um novo padrão de até 50% do tempo de trabalho em casa. No Facebook, plano é de trabalho remoto para 50% dos funcionários. Enquanto isso, CEO do Google afirmou que o “futuro do trabalho é, definitivamente, mais flexível” e que assumirão um “modelo híbrido”.

As consequências? Queda na demanda por imóveis comerciais e ganhos permanentes para plataformas de suporte ao trabalho remoto, evidenciado pelo Zoom, que registra alta de +370% desde o início de 2020, com faturamento ultrapassando US$ 2,5bi a/a, num crescimento de 326% em relação ao período de 2019.

↑Viagens turísticas↑  ↓Viagens corporativas↓

Por último, mas não menos importante, acreditamos que a contenção da pandemia pela vacinação em massa irá possibilitar a recuperação do turismo de lazer. Linhas de cruzeiros, como a Royal Caribbean e Norwegian Cruises, conseguiram levantar capital suficiente para manterem-se líquidas e sobem 270% e 230% desde o pico da crise. Estimativas indicam que 50% da capacidade estará ativa em 2021 e 90% em 2022.

Do lado negativo, as companhias aéreas serão permanentemente afetadas por conta da importância das viagens corporativas em sua linha de faturamento. O mercado de viagens corporativas representa ~12% do faturamento das linhas aéreas e é 2x mais lucrativo que o de passageiros casuais, representando até 75% dos lucros destas empresas.

A IATA divulgou em relatório que em 2020 foram obliterados 20 anos de tráfego de passageiros e relata recuperação do setor mais lenta do que o esperado, com estimativa de recuperação para níveis pré-pandêmicos não antes de 2024.

Acreditamos, portanto, que a vacinação em massa permitirá uma reabertura econômica, mas o mundo não é mais o mesmo. Estas transformações impactarão diretamente as empresas e seus negócios, tornando essencial para o investidor com visão de longo prazo estar atento para evitar os riscos das “armadilhas de valor”, ajustando suas posições de acordo com sua visão estrutural de cenário.

Atualmente, existem diversas alternativas de investimento em ativos expostos à temática do Novo Normal: BDRs (Brazilian Depositary Receipts), Fundos de Investimento (como o Trend Bolsa Americana e Trend Tecnologia) e COEs.


#ProvaRápida – De quem é o gráfico? Dica 1: Gráfico de preço por ação em US$. Dica 2: Empresa de turismo que sobe quase 30% em relação à níveis pré-pandemia.

a) Booking
b) Disney
c) Airbnb
d) Royal Caribbean

Resposta: b)

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