Montadoras sobem os preços de veículos elétricos frente forte demanda - 🌎 Radar Global

MACRO

Bolsas internacionais amanhecem em território negativo (EUA -0,2% e Europa -0,7%), dando sinais que podem estender o movimento de queda da semana depois do S&P 500 cair mais de 2% ontem após leitura fraca da confiança do consumidor, que também apresentou queda pelo segundo mês consecutivo em junho à medida que os americanos continuam avaliando o impacto dos preços altos e das taxas de juros crescentes. A inflação na Espanha subiu para um nível recorde, frustrando as esperanças de que a quarta maior economia da zona do euro tenha atingido o pico de inflação, enquanto os investidores aguardam os dados de inflação da Alemanha de junho, que serão divulgados hoje. As preocupações com o crescimento econômico, à medida que os Bancos Centrais (BCs) apertam a política monetária em grande parte do mundo para combater a inflação, voltaram a ganhar espaço. Hoje pela manhã líderes dos principais BCs falarão em um painel conjunto no fórum do Banco Central Europeu, incluindo o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, a presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, e o governador do Banco da Inglaterra, Andrew Bailey. O evento deve fornecer mais informações sobre as principais economia e o caminho da política monetária nas regiões. Na China, ambos os índices CSI 300 (-1,5%) e Hang Seng (-1,9%) encerraram em queda, reverberando a queda da confiança do consumidor em junho, que também apareceu nos dados do Japão e da Coreia do Sul.

Coronavírus: Mais de 1,7 milhão de britânicos – ou cerca de 1 em cada 35 pessoas – testaram positivo para Covid na semana até 18 de junho. O número marca um aumento de 75% em duas semanas, quando o país comemorou o Jubileu de Platina da rainha Elizabeth II, e aparece antes de um verão de eventos em grande escala, o que pode aumentar ainda mais os casos. Entretanto, segundo autoridades locais, parece improvável que as restrições obrigatórias voltem a aparecer no Reino Unido neste verão.

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EMPRESAS

Montadoras sobem os preços de veículos elétricos (EVs) frente uma demanda resiliente: Nos últimos meses, a Tesla (NASDAQ: TSLA, BDR: TSLA34), a Ford (NYSE:F, BDR: FDMO34), a General Motors (NYSE: GM, BDR: GMCO34), a Rivian e a Lucid Motors aumentaram os preços de alguns de seus modelos elétricos. Na semana passada, a GM subiu em US$ 6.250 o preço dos modelos de picapes elétricas GMC Hummer, que agora variam de US$ 85.000 a US$ 105.000, enquanto a lista de espera para o EV é de cerca de dois anos. Em 2022, a Tesla aumentou os preços 3 vezes para a versão de seu modelo Y SUV mais vendido, subindo em cerca de 9% o valor desde o começo do ano, que agora custa cerca de US$ 69.900. A Rivian elevou os preços em cerca de 20% em alguns de seus modelos em março. O preço médio pago por um veículo elétrico nos EUA aumentou 22% até maio na comparação anual, enquanto um veículo à combustão subiu 14% no período, segundo a J.D. Power.

De acordo com as companhias, os aumentos buscam repassar o recente incremento no preço das matérias-primas utilizadas nas baterias, de longe o componente mais caro de um EV. Os preços do lítio, níquel e cobalto praticamente dobraram desde antes do início da pandemia de Covid-19, para saber mais clique e leia nosso relatório. Adicionalmente, a demanda por modelos elétricos tem sido mais forte do que muitas das empresas esperavam quando definiram seus planos de preços há alguns anos, disseram executivos. “A demanda por EVs agora é extremamente robusta na Ford. Portanto, acreditamos que temos a oportunidade de definir preços”, disse o presidente da companhia. Ainda assim, as vendas de EVs representaram apenas 5% do total comercializado nos EUA nos últimos meses. Para ganhar mercado, as montadoras eventualmente precisarão tornar os EVs mais acessíveis. Nessa linha, Elon Musk disse que o corte de preços é uma possibilidade no futuro da Tesla.

Nike reporta vendas e lucro melhores do que o esperado: A Nike (NYSE: NKE, BDR: NIKE34) divulgou o resultado do trimestre encerrado em 31 de maio, com receita de US$ 12,2 bi, vs US$12,06 bi esperados, e lucro por ação de US$ 0,90 vs expectativa de US$ 0,81. A companhia disse que a demanda por tênis e roupas esportivas se manteve estável em grande parte do período, apesar do bloqueio da Covid na China e do ambiente de consumo mais difícil nos EUA. “Continuamos monitorando de perto o comportamento do consumidor e não estamos vendo sinais de retração neste momento, portanto, continuamos a executar a estratégia e o plano que temos, que está funcionando”, segundo o CFO. Entretanto, desafios como custos de transporte mais altos e tempos de envio mais longos persistem, o que tem impactado o estoque, que teve um aumento de 23% no trimestre na comparação anual.

A Nike está passando por uma mudança de estratégia, à medida que a empresa vende mais mercadorias diretamente aos compradores e reduz a quantidade vendida por atacadistas parceiros. Entretanto, a novidade vem com o risco de seus rivais ganharem mais espaço nas prateleiras dos varejistas. Olhando para frente, a Nike antecipou que a receita do próximo trimestre ficará estável ou ligeiramente acima do ano anterior, pois continua gerenciando a interrupção por Covid-19 na China. Para o ano, a empresa espera que a receita cresça em dois dígitos baixos. A Nike também informou que seu conselho autorizou um novo programa de recompra de ações de quatro anos, no total de US$ 18 bilhões.

Goldman Sachs espera mais de US$ 1,2 bilhão em perdas na unidade de varejo este ano: As projeções internas do Goldman Sachs (NYSE: GS, BDR: GSGI34) mostram que a unidade de varejo do banco registrará perdas de mais de US$ 1,2 bilhão este ano, segundo a Bloomberg. O número está de acordo com as previsões do banco, entretanto essa perda pode crescer se uma potencial crise econômica forçar a empresa a aumentar as provisões para empréstimos. As perdas decorrem da adição de novas linhas de negócios, efeitos da pandemia e aumento das despesas. Novas regras contábeis também forçarão a empresa a reservar mais dinheiro à medida que os volumes de empréstimos crescem.

A busca do Goldman pelas massas é uma tentativa de encontrar novos fluxos de renda além de suas principais áreas de trading e investment banking. Mas, depois de dois anos de boom em Wall Street, a empresa está se preparando para uma queda de 35% nos lucros, alimentando o debate interno sobre a credibilidade das projeções para seus negócios de varejo e os riscos de enfrentar uma economia desafiadora.

ANÁLISE

Consenso espera que as margens de lucros do S&P500 aumente em 2023: O gráfico acima, do Goldman Sachs, mostra que o consenso espera que para 2023 o S&P500, excluindo o setor de Financials e Utilities, deve apresentar uma expansão de margens de lucro líquidas de 0,30%. Ou seja, apesar do aperto nas condições financeiras, que incluem aumento das taxas de juros, pressões persistentes sobre os custos de insumos e da desaceleração do crescimento da receita, os analistas continuam prevendo um aumento nas margens de lucro no próximo ano. A expansão da margem impulsionou grande parte do aumento nos lucros do S&P 500 durante os últimos dois anos. A margem de lucro líquido anual do índice atingiu o recorde de 11,3% em 2018, antes de cair 0,60% em 2019, e mais 1,00% em 2020, mas rapidamente se recuperou e atingiu novos recordes em meados de 2021. Além de elevar os lucros, essa rápida expansão surpreendeu a maioria dos analistas e foi responsável por grande parte das revisões positivas de estimativas de lucros que ocorreram nos últimos dois anos.

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