MACRO
Bolsas internacionais amanhecem positivas (EUA +0,5% e Europa +0,8%), impulsionadas pelo bom resultado da Meta, assim como pelo pronunciamento de Jerome Powell, que foi lido como mais acomodativo pelo mercado. Nesta quarta-feira, a controladora do Facebook superou as estimativas de faturamento, anunciou um robusto programa de recompras, relatou cortes de despesas e projeções otimistas para o futuro, levando a um salto de 20,2% no pós-mercado. Ainda nos EUA, o Federal Reserve desacelerou o ritmo das altas de juros para 25 pontos-base, como o esperado, mas os comentários de Jerome Powell foram vistos como levemente mais dovish. O presidente Powell reconheceu que o processo de desinflação já começou, apesar de reiterar que novas altas na taxa de juros ainda serão necessárias. Na Europa, o destaque ficará pelas decisões de política monetária tanto do Banco da Inglaterra quanto do Banco Central Europeu. Na China, o índice de Hang Seng (-0,5%) encerra sem movimentos expressivos, à medida que o rali de reabertura segue perdendo fôlego.
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EMPRESAS
Meta surpreende o mercado com corte de custos, recompras de ações e faturamento acima do esperado
As ações da Meta Platforms dispararam no final do pregão de quarta-feira, depois que a empresa divulgou os resultados financeiros do quarto trimestre e anunciou uma nova rodada de cortes em seu plano de gastos para 2023.
Em outro movimento favorável aos acionistas, a controladora do Facebook está adotando uma abordagem mais agressiva para recomprar ações. A empresa disse que recomprou US$ 6,91 bilhões em ações no último trimestre, elevando o total do ano para US$ 27,93 bilhões. Além disso, a companhia pontuou que seu conselho aprovou uma nova autorização de recompra de US$ 40 bilhões, além dos US$ 10,87 bilhões restantes em seu programa de recompra anterior.
A reação positiva nas ações da Meta após os resultados contrasta fortemente com a queda de 25% desencadeada pelos resultados do terceiro trimestre. Essa queda foi provocada por preocupações de Wall Street de que a Meta estava gastando de forma muito agressiva. Duas semanas depois, a Meta anunciou cortes de 11 mil empregos e outras reduções de gastos – e agora a Meta está fazendo cortes mais profundos e os investidores estão comemorando o novo foco da empresa nos custos.
“Nosso tema de gestão para 2023 é o ‘Ano da Eficiência’ e estamos focados em nos tornar uma organização mais forte e ágil”, disse o CEO da Meta, Mark Zuckerberg, em comunicado. A Meta reduziu sua previsão de despesas totais para o ano inteiro para entre US$ 85 bilhões e US$ 95 bilhões, de uma previsão anterior de US$ 94 bilhões a US$ 100 bilhões. A empresa agora vê gastos de capital para o ano na faixa de US$ 30 bilhões a US$ 33 bilhões, abaixo da estimativa anterior de US$ 34 bilhões a US$ 37 bilhões.
No quarto trimestre, a Meta registrou receita de US$ 32,2 bilhões, queda de 4% em relação ao ano anterior, mas no limite superior de sua faixa de orientação de US$ 30 bilhões a US$ 32,5 bilhões, e acima da visão de consenso de Wall Street em US$ 31,6 bilhões.
A empresa reportou um LPA de US$ 1,76 no trimestre, abaixo do consenso de US$ 2,27. Todavia, a Meta disse que assumiu encargos de reestruturação no quarto trimestre de US$ 3,76 bilhões no segmento “família de aplicativos” e US$ 440 milhões no segmento Reality Labs. Sem essas cobranças, disse a empresa, o lucro no trimestre seria de US$ 1,24 por ação a mais. Mas a Meta também disse que “o impacto das indenizações e outros custos com pessoal registrados no quarto trimestre de 2022 não foi material depois de compensado com a economia das reduções na folha de pagamento, bônus e outras despesas com benefícios”.
A empresa está projetando uma receita para o primeiro trimestre entre US$ 26 bilhões e US$ 28,5 bilhões, quase em linha com o consenso de Wall Street de US$ 27,1 bilhões e uma queda de cerca de 2,4% em relação ao ano anterior.
A receita do segmento de “família de aplicativos” da empresa foi de US$ 31,3 bilhões, um pouco acima do consenso de Wall Street de US$ 31 bilhões, enquanto o Reality Labs, que inclui dispositivos de realidade virtual e o as vertentes relacionadas ao metaverso, teve receita de US$ 727 milhões, também um pouco acima do consenso da US$ 713 milhões. A empresa teve lucro operacional no segmento de aplicativos de US$ 10,68 milhões, abaixo da previsão de Wall Street de US$ 12,35 bilhões, enquanto a Reality Labs teve prejuízo de US$ 4,28 bilhões, um pouco abaixo dos US$ 4,39 bilhões projetados pelos analistas.
A Meta registrou um forte crescimento nas métricas do usuário. Pessoas ativas diariamente, uma medida de usuários nas redes sociais da empresa, que incluem Facebook, Instagram e WhatsApp, foram de 2,96 bilhões em dezembro, um aumento de 5% em relação ao ano anterior. Os usuários ativos mensais foram de 3,74 bilhões, alta de 4%. A empresa também disse que os usuários ativos diários do Facebook atingiram 2 bilhões pela primeira vez, um aumento de 4% em relação ao ano anterior. Em adição, a companhia disse que as impressões de anúncios entregues nos aplicativos aumentaram 23% ano a ano no quarto trimestre, enquanto o preço por anúncio caiu 22%.
Zuckerberg disse que as taxas de conversão no quarto trimestre aumentaram mais de 20% em relação ao ano anterior, o que significa que os usuários do Facebook estão realizando mais ações depois de visualizar os anúncios. Ele também disse que a empresa está fazendo um progresso considerável na adoção do Reels, o serviço de vídeo curto da empresa que compete com o TikTok, com reproduções no quarto trimestre mais do que dobrando em relação ao ano anterior.
Zuckerberg também comentou sobre os planos da empresa de participar do mercado de ferramentas generativas de IA, como o popular chatbot ChatGPT da OpenAI. “Esta é uma área realmente empolgante”, disse Zuckerberg. “Temos vários fluxos de trabalho diferentes para usar modelos de linguagem grandes”, tanto para geração de conteúdo visual quanto de texto. Ele disse que a empresa “lançará uma série de coisas diferentes” na área de IA generativa este ano.
Microsoft lança versão Premium do Teams com tecnologia do ChatGPT
A Microsoft lançou na quarta-feira uma versão premium do aplicativo de mensagens, Microsoft Teams, desenvolvida com a tecnologia do ChatGPT para simplificar as reuniões usando o chatbot de IA que conquistou o Vale do Silício. O serviço premium custará US$ 7 por mês em junho, antes de aumentar para US$ 10 em julho, disse a Microsoft. O ChatGPT, de propriedade da OpenAI, gerará notas de reunião automáticas, recomendará tarefas e ajudará a criar modelos de reunião para usuários do Teams.
A Microsoft, que anunciou um investimento multibilionário na OpenAI no início deste mês, disse que pretende adicionar a tecnologia ChatGPT a todos os seus produtos, preparando o terreno para se tornar mais competitiva na concorrência contra o Google. O chatbot, ChatGPT, está na vanguarda da IA generativa, um espaço onde cada vez mais grandes empresas de tecnologia estão canalizando seus recursos. O ChatGPT anunciou na quarta-feira um plano de assinatura de US$ 20 por mês, que permitirá aos assinantes receber respostas mais rápidas e acesso prioritário a novos recursos e melhorias.
FedEx está demitindo 10% de seus executivos e diretores em meio à demanda reduzida
A FedEx anunciou, nesta última quarta-feira, que está demitindo mais de 10% de seus executivos e diretores, enquanto a empresa corta empregos corporativos para cortar custos em meio ao arrefecimento da demanda do consumidor. As demissões ocorrem quando a demanda por serviços de entrega diminui após o boom do comércio eletrônico pandêmico da Covid. A indústria de embalagens e remessas experimentou um aumento durante a pandemia em meio ao aumento do consumo online. Mas como a inflação vem corroendo o poder de compra dos consumidores, ela também corroborou para uma queda na lucratividade da FedEx. As ações da empresa caíram cerca de 20% no ano passado.
Como resultado, a FedEx passou por um primeiro semestre difícil de seu ano fiscal e buscou cortar custos ao mesmo tempo em que aumentou os preços para compensar a desaceleração do volume. Depois de relatar um segundo trimestre fiscal com queda nas vendas e nos lucros devido à queda no volume global, a FedEx anunciou que cortaria US$ 1 bilhão a mais em custos com estacionamento de aviões e alguns de seus escritórios. Em 2022, a empresa reduziu seu tempo de voo nos EUA e internacional em 13% combinados. As ações da FedEx fecharam em alta de 4% no final do pregão de quarta-feira.
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