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Mercado de luxo: a resiliência do varejo de alta renda 

Analisando as empresas focadas no mercado de alta renda, temos uma visão construtiva para o segmento. Veja a tese, quais companhias chamaram nossa atenção e formas de investir no tema. 

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Crises globais, como a pandemia do COVID-19 e a recente invasão russa da Ucrânia, afetaram todas as indústrias, incluindo o varejo, que reflete diretamente o poder e hábito de consumo das populações. Mas, diferentes segmentos desse setor podem ser impactados de formas variadas. Analisando as empresas focadas no mercado de alta renda, temos uma visão construtiva para o segmento, favorecido pelo momento atual em que: 1) houve formação de poupança circunstancial durante a crise; 2) a reabertura economica, com a volta de eventos sociais, movimenta o setor; e 3) o consumidor de alto padrão, menos afetado pela inflação, sustenta uma demanda pouco elástica. Abaixo você encontrará, a tese de investimentos desse mercado, empresas que são destaque no segmento e formas de investir no tema. 

O brilho do mercado de luxo

O consumo de alta renda, representado pelo mercado de luxo, é composto por uma extensão de bens e serviços, com os itens pessoais sendo o segundo maior segmento da indústria, perdendo apenas para carros de luxo. Esse mercado, focado no público de alto padrão, vem mostrando um crescimento resiliente ao longo da última década, com exceção de 2020, quando sofreu com o gargalo causado pela pandemia. Entretanto, apesar da pior queda da história, o segmento apresentou uma recuperação em "formato V", com uma retomada acelerada em 2021, movimentando €288 bilhões em valor de produtos, se beneficiando da temporada de compras de fim de ano e até superando as projeções iniciais de €283 bilhões da Bain & Company.

No começo de 2022, o aumento de demanda com a volta do consumo phygital (combinação do físico e digital), impulsionado pela eficácia das campanhas de vacinação, sem grandes surtos nos países ocidentais, corroborou com o bom momento do setor. O mercado de luxo reportou crescimento de dois dígitos no primeiro trimestre do ano, expandindo entre 17% e 19% em comparação com o mesmo período de 2021, significativamente acima da média do ano passado (aproximadamente 3% versus 2019, considerando a última base pré-pandemia) segundo dados da Bain & Company. As projeções da consultoria, que é referência em estudos sobre este mercado, indicam números otimistas para o médio prazo, com expectativa que a indústria movimente entre €360 e €380 bilhões em 2025. Dito isso, esperamos um incremento nas vendas das varejistas focadas no público de alta renda.

Olhando por região, os Estados Unidos, a Europa e a China são os principais mercados para empresas focadas no público de alto padrão. No primeiro trimestre do ano, os Estados Unidos e a Europa lideraram o crescimento, enquanto a China sofreu com as restrições decorrentes da Covid-19 em cidades estratégicas. Entretanto, considerando a relevante participação do país como mercado consumidor, o desenvolvimento econômico da China, impulsionado pelas políticas econômicas com foco na aceleração do consumo e do crescimento da classe média, corrobora com a expansão do mercado de luxo global.

Desdobrando a visão positiva sobre esse mercado para as companhias de varejo que atendem o consumidor de alta renda, vemos uma tendência similar de crescimento. Durante a última temporada de resultados das empresas norte-americanas, em que o tom foi de desaceleração, as companhias de varejo apresentaram movimentos bastante distintos: enquanto empresas focadas nos públicos de massa frustraram as expectativas de mercado, revisaram para suas projeções pra baixo e mostraram-se preocupadas com os estoques crescentes; as empresas focadas em um mercado de alto padrão apresentaram resultados fortes, reforçaram que a demanda segue resiliente e revisaram suas expectativas de venda para números altistas.  

Quer saber mais sobre como foi a temporada de resultados internacional no primeiro trimestre?
Clique e leia nosso relatório completo.

Fatores que devem impulsionar o mercado de alta renda no cenário atual

1. O consumidor de alto padrão se beneficia da formação de poupança circunstancial observada durante da pandemia

Como vimos ao longo de outras crises históricas, esses momentos são geralmente marcados por aumentar a distância social entre a população, com os mais privilegiados sendo menos atingidos ou ainda capazes de aumentar as suas reservas durante períodos de crise. Durante a pandemia, os 10 homens mais ricos do mundo dobraram suas fortunas, de acordo com a Oxfam. Somado a isso, houve a formação de poupança circunstancial, que ocorre quando a pessoa consegue manter a renda, mas acaba não tendo onde gastar devido às medidas de isolamento social.

2. A reabertura econômica, com a volta dos eventos sociais, movimenta o setor

Somado ao acúmulo de patrimônio, a pandemia também reprimiu a demanda, pela falta de oportunidade de compra física e também de ocasiões de uso. Já a reabertura econômica abre caminho para que a demanda reprimida seja absorvida. A retomada da agenda de eventos, como concertos, formaturas, casamentos e outras celebrações que, em geral, envolvem a demanda por roupas novas, combinado com a oportunidade de consumo físico, tende a beneficiar o varejo depois do período de isolamento.

3. Mercado consumidor menos afetado pela inflação, o que sustenta uma demanda pouco elástica

Em um cenário inflacionário, que o aumento dos custos impacta diferentes cadeias produtivas, um ponto importante é a capacidade das empresas de sustentarem suas margens de lucro. Atendendo a um consumidor menos impactado pela inflação, as empresas focadas no público de alta renda conseguem repassar o aumento de custos de forma mais eficiente, aumentando os preços sem que isso reflita diretamente na perda de vendas.

No atual cenário, entendemos que companhias capazes de garantir suas margens estão mais bem posicionadas. Leia nossa visão completa sobre como escolher ações de qualidade no
Playbook de investimentos em tempos de incerteza.

Mas, nem tudo o que reluz é ouro

Analisando o cenário macroeconômico, não podemos ignorar os riscos de uma desaceleração econômica global e o a crescente possibilidade de uma recessão nos Estados Unidos. Entendemos que o mercado de alta renda é um subsegmento, no relativo, mais protegido dentro do setor de varejo e que pode surfar um momento positivo com a reabertura. Entretanto, mantemos no radar, como ponto de atenção, a deterioração do cenário macro.

Como investir no mercado de alta renda?

Com base na visão construtiva que temos para o mercado de luxo, incluímos em junho um nome do segmento na Carteira Internacional - Top 10 Ações Internacionais (BDRs) XP:

Estée Lauder (NYSE: EL, BDR: ELCI34)

A Estée Lauder, fundada em 1946 por Estée e Joseph Lauder, é uma das principais fabricantes mundiais de produtos para cuidados com a pele, cabelo, maquiagem e fragrâncias. Seus produtos são conhecidos pela alta qualidade, e comercializados em aproximadamente 150 países, sob várias marcas conhecidas, incluindo: Estée Lauder, Clinique, Origins, MAC, Bobbi Brown, La Mer, Aveda, e Jo Malone London. Além de ter marcas fortes, a companhia atende principalmente um público de alto poder aquisitivo, o que favorece seu poder de precificação e contribui para a resiliência das margens.

Atualmente, a tendência de reabertura de um dos principais mercados consumidores, com a flexibilização dos lockdowns na China; combinada com o maior consumo de fragrâncias e cosméticos; e o aumento de preços recente feito pela companhia, são favoráveis para a tese de investimentos. Esse cenário contribui para que a Estée Lauder sustente suas margens e até amplie sua lucratividade.

Para conhecer as outras ações globais que estão entre as nossas favoritas, clique e acesse a
Carteira Internacional - Top 10 Ações Internacionais (BDRs) XP

Para ter exposição ao mercado de luxo, além de investir direto nas ações internacionais e BDRs das empresas focadas em alta renda, há também a alternativa de acessar a temática via COE através do COE XP Bens de Luxo. Quer saber como investir? Clique no link.

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