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Economia americana, China, Japão, Apple & OpenAI e Gamestop | 🌎 Top 5 temas globais da semana

1. Economia americana: Mercado espera corte de juros mais cedo 2. China: Mercados aplaudem ajuda ao setor imobiliário 3. Japão: Banco central reduz estímulos para proteger o iene 4. Apple & OpenAI: É namoro ou amizade? 5. Gamestop: To the MOON (and back?)

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1. Economia americana: Mercado espera corte de juros mais cedo  - Dados econômicos em trajetória favorável animam mercados, que esperam corte de juros em setembro

2. China: Mercados aplaudem ajuda ao setor imobiliário - Governo se prepara para comprar imóveis

3. Japão: Banco central reduz estímulos para proteger o iene - Moeda japonesa segue volátil em semana de PIB mais fraco

4. Apple & OpenAI: É namoro ou amizade? - Mercado especula sobre parceria entre as empresas, mas ainda não há anúncio oficial

5. Gamestop: To the MOON (and back?) - Ações disparam com retorno de Roaring Kitty

Temos uma pergunta para você ao final!

Agenda de resultados da próxima semana

1. Economia americana: Mercado espera corte de juros mais cedo

A semana foi repleta de divulgações de dados de inflação e atividade econômica dos Estados Unidos, que indicaram que a trajetória de preços se comportou conforme o previsto em abril e que a economia vem desacelerando, em linha com a trajetória que se espera que ocorra para que o Federal Reserve possa começar a cortar juros.

O principal dado da semana foi o índice de preços ao consumidor (CPI) de abril, que avançou 0,3% em relação a março e 3,4% em termos interanuais (desacelerando de 3,5% no mês anterior). Os economistas, no entanto, seguem preocupados com a medida conhecida como “super core”, que considera o núcleo da inflação de serviços excluindo habitação e é monitorada de perto pelo Federal Reserve, que apresentou alta de 0,4% no mês e acumula alta de 4,9% em 12 meses, o maior patamar desde abril de 2023.

Indicadores de atividade econômica contribuíram para a percepção do mercado de que a economia americana entrou em uma rota de desaceleração, saudável nesse momento em termos de expectativas para a política monetária. Resultados mais fracos nas vendas no varejo, produção industrial, confiança e construção de novas moradias deram apoio para a narrativa de desaceleração, enquanto dados semanais de emprego seguem apontando para um mercado de trabalho aquecido.

Ainda nessa semana, o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, reforçou a mensagem de que o próximo movimento nos juros americanos será um corte e comentou sobre a insustentabilidade da trajetória da dívida nos EUA. A política fiscal expansionista dificulta a convergência da inflação para a meta de 2,0% e, portanto, faz com que a política monetária tenha que ser mantida em patamar mais restritivo.

Com essa série de eventos, ocorreu um fechamento da curva de juros, com queda nas taxas das treasuries longas. A taxa de 10 anos encerrou a semana em 4,42% (contra 4,50% do fechamento da semana passada), e a taxa de 30 anos encerrou a semana em 4,56% (contra 4,64% na semana anterior). Também em decorrência da evolução dos dados, a quantidade prevista de cortes de juros até o final do ano aumentou para quase 2 cortes e retrocedeu para o nível do final da semana passada: o mercado espera que o Fed inicie o corte de juros em setembro, com 80% de chances de ocorrer um corte até lá.

A XP mantém a expectativa de que o Fed só deverá iniciar seu ciclo de flexibilização monetária em dezembro, uma vez que a trajetória dos preços de serviços segue preocupando.

2. China: Mercados aplaudem ajuda ao setor imobiliário

Nessa semana, o ETF representativo das grandes empresas chinesas, o FXI, registrou alta de 5,6%, dando continuidade ao rali das bolsas da região. Apesar do número positivo, a semana havia iniciado com notícias marginalmente mais negativas: i) o índice de preços ao consumidor chinês avançou 0,1% em abril (ainda baixa em um país que, diferente do restante do mundo, tenta reaquecer sua economia); ii) o índice de preços ao produtor teve seu 19º mês consecutivo de deflação em meio às incertezas sobre o crescimento chinês, a despeito das medidas de estímulo já realizadas pelo governo e; iii) a incorporadora Agile deu default em um pagamento de sua dívida em dólar, levantando preocupações sobre a continuidade da crise no setor imobiliário chinês, que se arrasta desde 2021 e teve seu início marcado pelo primeiro default da incorporadora Evergrande.

No campo geopolítico, a semana foi marcada por uma imposição de uma série de tarifas para produtos chineses pelos EUA, incluindo o estratégico setor de veículos elétricos, que pode chegar à alíquota de até 100%. Além disso, o presidente russo Vladimir Putin visitou a China nessa semana, em sua primeira viagem internacional após o início de seu quinto mandato à frente da Rússia, despertando tensões em potências do Ocidente.

Ante notícias preocupantes para a atividade econômica do país, que possui uma meta de crescimento de 5% para 2024, o governo chinês anunciou novas medidas de estímulo voltadas para o setor imobiliário, com objetivo de retomar a confiança local. Entre as medidas, os destaques foram a remoção do piso nas taxas de hipotecas e redução dos valores de entrada. Também nessa semana foi divulgado que banco central chinês (PBoC), prepara um pacote de US$ 42 bilhões em financiamento para que os governos regionais realizem a compra de casas não vendidas por conta da crise do setor imobiliário, que seriam transformadas em habitação a preços acessíveis.

As notícias dos estímulos, juntamente às divulgações de resultados das principais empresas de tecnologia como Alibaba, JD.com e Tencent, ajudaram a impulsionar as ações chinesas em sua 5ª semana consecutiva de alta, ampliando a alta do FXI para 22,1% no ano e ampliando a liderança dentre os ETFs regionais que acompanhamos.

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3. Japão: Banco central reduz estímulos para proteger o iene

O iene japonês seguiu volátil nessa semana (já comentamos a respeito aqui), e se fortaleceu após a divulgação de dados de inflação e atividade percebidos como mais benignos nos Estados Unidos (conforme comentamos no tema #1), com o aumento da expectativa de um corte de juros nos EUA já em setembro. A moeda, que chegou a subir quase 1%, também foi beneficiada pelo anúncio de que o banco central japonês (BOJ) irá reduzir suas compras de títulos do governo.

A sinalização, entendida como mais dura, impulsionou as taxas longas dos títulos japoneses e é parte de uma série de medidas da autoridade monetária japonesa que vem tentando reduzir os estímulos à economia do país e fortalecer o iene. Apesar disso, fundos seguem apostando no enfraquecimento da moeda, que voltou a se enfraquecer no final da semana apesar das intervenções.

A economia do Japão registrou uma contração no primeiro trimestre de 2024, com uma queda de -2% em termos interanuais no PIB, consideravelmente abaixo da expectativa de -1,2%, e o dado do quarto trimestre foi revisado de 0,4% para 0%.

A produção no início do ano foi impactada por uma redução no consumo privado pelo quarto trimestre consecutivo, uma vez que famílias e empresas cortaram gastos devido à inflação elevada que não foi acompanhada por um crescimento correspondente nos salários. O enfraquecimento da demanda global também contribuiu para uma queda nas exportações.

4. Apple & OpenAI: É namoro ou amizade?

A Apple sempre foi sinônimo de inovação e qualidade em seus produtos e se tornou, até recentemente, a maior empresa do mundo em capitalização de mercado. Vítima de seu próprio sucesso, já tendo se tornado a maior fabricante de celulares do mundo, a empresa fundada por Steve Jobs tem enfrentado dificuldades para crescer receitas, apresentando queda de 2,8% em 2023 e começando 2024 com -4,3% no primeiro trimestre, dadas as vendas mais fracas na China. A busca pelo retorno ao crescimento tem provocado mudanças estruturais na Apple, que recentemente abandonou seu projeto de lançar um carro elétrico autônomo (projeto Titan, que comentamos aqui) para focar em iniciativas de AI.

Apesar das constantes menções ao uso de AI pela empresa, a notícia mais relevante veio na sexta-feira, dia 10/05, à noite. Matéria da Bloomberg relata que Apple e OpenAI firmaram uma parceria para usar a tecnologia da startup de Sam Altman nos aparelhos da Apple como parte de uma grande mudança estrutural. O anúncio oficial deverá ser feito na Conferência Mundial de Desenvolvedores da Apple, no dia 10 de junho.

Contribuindo para o entusiasmo da nova potencial parceria foi o lançamento do novo modelo da OpenAI, o ChatGPT 4o, que representa um avanço significativo do produto, com processamento mais rápido e funcionalidades aprimoradas em texto, voz e visão. Os usuários agora podem interagir com a IA de maneiras mais naturais, incluindo conversas de voz em tempo real e a capacidade de analisar imagens, o que pode transformar a forma como os usuários interagem com seus dispositivos. O suporte multilíngue do modelo e a acessibilidade em mais de 50 idiomas o tornam uma ferramenta de IA verdadeiramente global. Vale ver os vídeos publicados pela empresa demonstrando as capacidades.

As ações da Apple caem cerca de 1% em 2024, mesmo após a alta recente, e têm underpeformado o Nasdaq 100 (+10,3%) e o S&P 500 (+11,1%). Em termos de múltiplo preço/lucro (P/L), a Apple negociou com desconto para o Nasdaq consistentemente por 10 anos, de 2010 a 2020, quando passou a apresentar um prêmio de valuation. Em 2024 as ações iniciaram o ano voltando ao desconto, mas as notícias recentes mostram que os investidores começam a ficar mais animados com as iniciativas de AI, impulsionando o P/L da Apple a 27,2x ante 26,6x do Nasdaq100.

5. Gamestop: To the MOON (and back?)

Em 2021, para o desespero dos defensores da teoria dos mercados eficientes, o mundo conheceu o fenômeno das meme stocks. Um evento sem precedentes, no qual uma onda de alta em preços de ações era impulsionada não por seus fundamentos tradicionais, mas pelo hype nas mídias sociais e pelo entusiasmo dos investidores individuais (embora haja quem suspeite que houve participação de investidores institucionais, também). O termo meme stock tornou-se sinônimo de ações como as da Gamestop (uma ultrapassada antiga varejista de videogames dos EUA que viu seu modelo de negócios ruir com o advento do e-commerce e da distribuição de jogos via internet) que eram discutidas e promovidas em fóruns como o WallStreetBets, no Reddit (que fez IPO esse ano e comentamos aqui).

Mas de pouco adiantariam os fóruns e memes se não fosse um outro fenômeno: o famigerado short squeeze! Este sim, já velho conhecido dos investidores com mais cabelos brancos. Ele ocorre quando uma ação tem um percentual alto de investidores short (vendidos a descoberto) e um movimento de alta na ação os obriga a correr para fechar essas posições. Essa pressão compradora pode elevar os preços ainda mais e causar perdas significativas, especialmente em Hedge Funds, que utilizam alavancagem e fazem mais apostas vendidas que os fundos tradicionais. Sugestão de pesquisa no seu buscador/AI favorito: “Melvin Capital” + “Gamestop”.

No centro da saga da Gamestop em 2021, cujos preços saíram de próximos a US$ 1,00 para uma máxima de US$ 120,75 em poucas semanas, estava Keith Gill, ou mais conhecido como Roaring Kitty (o gatinho que ruge), seu usuário nas redes sociais. Seus comentários em relação à GameStop, compartilhados por meio de vídeos no YouTube e postagens no Reddit e Twitter (atual X), inspiraram uma legião de investidores pessoas físicas a investir na empresa, contribuindo para o enorme short squeeze que abalou o mundo financeiro.

Nesta semana o gatinho rugiu novamente. Saiu do ostracismo e postou nas redes sociais pela primeira vez desde julho de 2021. A postagem foi, pasmem, um meme! Uma mera imagem fazendo alusão à postura que um jogador de videogame faz quando diz “agora vou jogar sério” parece ter sido o sinal que desencadeou uma alta feroz das ações novamente, que chegaram a atingir uma máxima de US$ 64,83 no dia 14/05 ante os US$ 10,00 de poucas semanas atrás, subindo extraordinários 494%. As ações já estavam subindo nas semanas anteriores, e haviam fechado a US$ 17,46 na última sexta-feira.

A Gamestop se manifestou na sexta-feira, dia 17, e divulgou seus dados de vendas preliminares do trimestre que ficaram significativamente abaixo das estimativas dos analistas, mas quem se importa com fundamentos, não é? Porém, além das vendas, a empresa informou que: i) não vê nenhuma mudança significativa em suas condições financeiras que justifiquem a volatilidade de suas ações e; ii) iniciou um processo de oferta de até 45 milhões de ações (atualmente tem cerca de 306 milhões). Com isso, as ações sofreram seu 3º dia de queda forte e já estão 65,7% abaixo do seu preço máximo na terça-feira.

Se, na semana anterior falamos sobre Warren Buffett, nesta semana falamos sobre Roaring Kitty. E aí, caro leitor do nosso Top 5? Quem será o maior investidor da história? Deixe sua opinião nos comentários abaixo (de preferência acompanhado de 5 estrelinhas!).

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