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China: Bolsas disparam após anúncio de estímulos

Os ativos chineses tiveram seu melhor dia desde março de 2022 e atingiram a máxima do ano. O ETF FXI assumiu a liderança do nosso monitor de ETFs regionais, com 26,9% de alta em 2024.

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1 – Por que isso importa?

Os ativos chineses tiveram seu melhor dia desde março de 2022 e atingiram a máxima do ano. O ETF FXI assumiu a liderança do nosso monitor de ETFs regionais, com 26,9% de alta em 2024.

As medidas anunciadas hoje surpreenderam o mercado. Embora muitas delas já estivessem sendo antecipadas pela mídia, o governo chinês conseguiu entregar: i) uma ação coordenada; ii) estímulos numa magnitude maior que a esperada e; iii) medidas de suporte ao mercado de ações, como linha de crédito subsidiada para empresas recomprarem ações.

2 – O que aconteceu?

Em uma coletiva de imprensa realizada em 24 de setembro, Pan Gongsheng, presidente do banco central chinês, o PBoC, anunciou uma série de medidas de estímulo à economia chinesa, que vem enfraquecendo com a crise persistente no setor imobiliário no país, que teve como gatilho o default da incorporadora Evergrande.

O país também sofre com outros sintomas, como desemprego em alta entre os jovens, índices de gerentes de compras desacelerando e inflação abaixo do desejável, que indicam que a China enfrenta dificuldade em cumprir a meta de crescimento prometida para 2024, de 5% no ano.

O anúncio das medidas vem após meses negativos enfrentados pelos índices de ações locais, assim como deterioração progressiva de perspectivas por parte dos agentes do mercado. Tradicionalmente, o governo central da China é mais cauteloso em realizar estímulos à economia que países ocidentais, preferindo o canal do crédito ao canal da política fiscal mesmo em momentos de estresse agudo, como a pandemia da Covid-19.

A baixa magnitude de estímulos durante o período pandêmico, inclusive, pode ser considerada como um dos fatores responsáveis pelo descasamento da economia chinesa em relação às ocidentais que expandiram gastos e adotaram uma postura ativa para manutenção da renda e incentivo ao consumo.

A data de anúncio das medidas coincide com o início do ciclo de corte de juros do Federal Reserve, o que acreditamos ter sido um movimento deliberado por parte do governo chinês buscando ampliar o potencial de efetividade das medidas e evitar a desvalorização do yuan.

As medidas anunciadas foram:

  1. Corte nas taxas de depósito compulsório: O PBoC irá reduzir em 50 bps o depósito compulsório mínimo que os bancos precisam manter no banco central, liberando cerca de CNY 1 tri (US$ 142,2 bi) para novos empréstimos, o que deve contribuir para a queda dos juros praticados no país. Na coletiva de imprensa, Pan Gongsheng sinalizou que cortes adicionais poderão ser realizados ainda neste ano a depender da evolução da liquidez no mercado;
  2. Corte nas taxas de juros de referência: O dirigente do PBoC sinalizou corte de 20 bps na taxa da compromissada reversa (reverse repo) de 7 dias, e que outras taxas, como a de depósitos, devem cair na sequência;
  3. Redução em taxas de hipotecas existentes: O banco central irá incentivar bancos comerciais a reduzirem taxas de hipotecas existentes em 50 bps a fim de aliviar os gastos das famílias ante a crise imobiliária persistente. Avalia-se que a medida irá resultar em uma economia de cerca de CNY 150 bi (US$ 21,3 bi) e beneficiar 50 milhões de famílias;
  4. Redução na entrada mínima para aquisição de imóveis: Indivíduos queforem comprar o primeiro imóvel poderão pagar 15% de entrada, contra 25% anteriormente;
  5. Estímulo ao mercado de ações: O regulador de valores mobiliários na China irá estimular fusões, aquisições e reorganizações de grandes empresas do país, e irá orientar fundos estatais de médio e longo prazo a entrarem no mercado. Também foram anunciadas medidas de incentivo a produtos ligados a índices no país, como ETFs;
  6. Financiamento para compra de ações: O PBoC anunciou dois novos mecanismos de estímulo ao mercado de ações, incluindo um programa de swap de CNY 500 bi (US$ 71 bi) para que fundos, seguradoras e corretoras tenham acesso facilitado ao financiamento para a compra de ações, e uma linha de crédito subsidiada, com taxa de 1,75% a.a., de CNY 300 bi (US$ 42,7 bi) para que empresas listadas recomprem ações.

Antes do anúncio dos estímulos, o mercado temia que o setor financeiro fosse prejudicado por medidas como a redução da taxa das hipotecas existentes, mas a ampla abrangência das medidas adotadas pelo PBoC, assim como sua magnitude, ajudou a afastar a desconfiança prévia.

3 – Perspectivas Globais – Mudaremos nossa visão positiva?

Não. Reiteramos nossa visão positiva com os ativos chineses.

Como havíamos reiterado no nosso último relatório Onde Investir – 2° Semestre 2024, os ativos na China vinham negociando a múltiplos descontados devido a, principalmente, 2 fatores:

  1. A recuperação econômica irregular, com confiança do consumidor em baixa e a crise do setor imobiliário
  2. A relação negativa entre o governo e o setor privado nos últimos anos, com constantes intervenções que prejudicavam o ambiente de negócios no país.

Há alguns meses, a relação entre o governo e as empresas tem se mostrado mais saudável, com diversas consultas dos reguladores ao setor privado. Agora, com esse novo pacote de estímulos, o Partido Comunista Chinês busca reaquecer a economia e, ao mesmo tempo, reprecificar os ativos do país, com incentivos ao aumento das exposições dos gestores locais à bolsa e crédito subsidiado para empresas realizarem recompras de ações.

4 – Temos ações chinesas nas Carteiras Recomendadas?

Sim! Condizente com nossa visão regional, temos uma exposição overweight em China na nossa carteira Top Ações Globais XP.

O percentual de 10% em ações da Grande China (China, Hong Kong e Taiwan) é 550 pontos-base acima dos 4,5% de participação da região no iShares MSCI ACWI ETF, benchmark da carteira.

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