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Brasil 2020: Na cabeceira da pista, prontos para decolar

Preparamos este relatório especial no qual olhamos com profundidade para a situação atual e apontamos as oportunidades para os investimentos em 2020. Aproveite a leitura!

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“O cenário é super otimista para o Brasil em 2020 e reforçamos a mensagem: estamos em um processo transformacional no nosso país”

Karel Luketic, estrategista chefe

À nossa frente, o horizonte está limpo e aberto. Os preparos necessários já foram feitos e, agora, estamos na cabeceira da pista, prontos para decolar. Esse é o Brasil de 2020.

O rastro da crise econômica começa, enfim, a ficar para trás. 2019 foi um ano transformacional e acreditamos que 2020 será exponencial.

Pela primeira vez vivemos um ciclo de baixa sustentável da taxa de juros no Brasil. A nossa perspectiva é de que isso não só se mantenha, mas surpreenda positivamente e impulsione a economia, que deve finalmente crescer acima de 2%. Vemos a aceleração do crescimento como o tema de 2020. E isso muda o jogo.

Com a inflação baixa e ancorada, juros na mínima histórica, crescimento acelerando e o desemprego gradualmente diminuindo, a confiança deve crescer e o país, engrenar. A base para sustentar essa retomada foi construída a partir do aperto das contas do governo e a heroica aprovação da reforma da Previdência, que deu início a um novo ciclo econômico.

A agenda estruturante e reformista segue firme e, se levada adiante, pode destravar de vez o ambiente de negócios. Os desafios ainda são amplos e precisamos, como país, manter o foco. Mas fizemos a lição de casa e 2020 é o ano em que os frutos começam a ser colhidos. Por isso, estamos otimistas.

É o início de uma nova Era: confiantes com o futuro, de cintos afivelados e, finalmente, prontos para decolar.

Nesse cenário, as decisões de investimentos se tornam cada vez mais importantes. As oportunidades são amplas e o custo de ficar parado nunca foi tão alto. O brasileiro precisa sair da inércia. Essa é a chave para um futuro próspero.

Preparamos este relatório especial no qual olhamos com profundidade para a situação atual e apontamos as oportunidades para os investimentos em 2020. Aproveite a leitura!


A retomada do crescimento

“O final do ano dá indícios de que 2020 poderá finalmente ser um ano melhor no âmbito econômico.”

Marcos Ross, economista sênior, e Paulo Gama, analista político

2019 foi um ano desafiador para a economia brasileira, que desapontou no crescimento. Entretanto, a inflação foi a grande surpresa positiva, ficando abaixo do esperado e, assim, permitindo juros em patamares antes inimagináveis. O fim do ano está sendo um pouco mais encorajador, dando indícios de que 2020 poderá finalmente ser um ano melhor no âmbito econômico.

A recuperação mais disseminada entre os diversos setores da economia, o cenário de juro historicamente baixo e a possibilidade de aprovação de importantes reformas, que ajudam a diminuir o rombo fiscal e a aumentar a produtividade do país, nos fazem acreditar que 2020 será um ano crucial para o desempenho econômico nos próximos anos.

Para entender a nossa visão da economia em 2020, é importante analisarmos os elementos que mais contribuíram positiva e negativamente para a atividade econômica em 2019 e elencar os principais desafios que podemos vir a enfrentar.


O ano que passou

(1) Depois da frustração e incertezas, a retomada



A princípio, o primeiro semestre de 2019 foi marcado pela frustração com o crescimento do PIB. Motivos internos e externos contribuíram para isso, como o atraso da reforma da Previdência e a desaceleração mais acentuada do comércio mundial que impactou negativamente as principais economias globais.

No entanto, melhores ventos passaram a soprar ao fim do ano. A reforma da Previdência acabou garantindo uma economia maior do que a esperada, a MP da liberdade econômica deu maior amplitude à reforma trabalhista e indicadores de atividade econômica dos EUA e Europa reforçaram o entendimento de que o risco de recessão nessas economias reduziu consideravelmente.

(2) Ajuste fiscal em curso, a despeito da rigidez orçamentária

Em linha com o que esperávamos, o governo deu continuidade ao ajuste fiscal em 2019. O resultado primário do setor público ainda é negativo (despesas maiores que receitas), mas segue com sinais consistentes de recuperação. Começamos o ano com uma economia negativa, da ordem de 1.6% do PIB, e devemos fechar o ano com uma economia negativa de 1.2% do PIB.

Assim, o esforço fiscal ao longo do ano deverá garantir uma recuperação de 0.4% do PIB. Apesar do resultado primário ainda ser negativo, a economia decorrente da reforma da Previdência ajudará a estabilizar a dívida pública na próxima década, eliminando, quase que por completo, o risco de solvência fiscal. O Brasil não está mais quebrado e isso é transformacional.

(3) Inflação e juros em patamares historicamente baixos

Apesar da pressão adicional gerada por alguns choques de preços pontuais (ex.: proteínas, energia elétrica, etc), a inflação brasileira ficou em um patamar historicamente baixo ao longo de 2019. Isso deu ao Banco Central a possibilidade de reduzir a taxa de juros a ponto de atingir várias vezes a mínima histórica. O longo ciclo de corte de juros impulsionou a oferta de crédito e garantiu o protagonismo do setor varejista na recuperação da atividade econômica, que começa a ganhar força.

(4) Desvalorização cambial: dólar em sua máxima

Nos últimos meses de 2019, três principais fatores estruturais contribuíram para a desvalorização do real frente ao dólar:

Diferencial de crescimento econômico ainda não ajuda: apesar da recuperação da economia brasileira, o crescimento do PIB do Brasil ainda está aquém do crescimento do PIB americano.

O diferencial de juros entre Brasil e EUA diminuiu: enquanto o Banco Central americano (FED) tem sinalizado manutenção de juros em virtude da recuperação da atividade industrial e do vigor do mercado de trabalho, o Banco Central do Brasil deve entregar mais um corte de 0,25%, reduzindo a taxa Selic para a sua nova mínima histórica, a 4,25%.

Riscos assimétricos: A redução do risco de recessão das principais economias avançadas ocorre em um momento em que a percepção de risco nas economias latino-americanas continua elevada, reduzindo o apetite a risco.


A economia em 2020

Crescimento e inflação

Após 5 anos de desempenho muito aquém do potencial, acreditamos que 2020 será marcado pela retomada do crescimento econômico. O longo ciclo de corte de juros que se iniciou na administração passada e que teve continuidade em 2019 passará a exercer maiores efeitos sobre a atividade econômica brasileira e deverá seguir sustentando a oferta de crédito e parte dos investimentos. Quanto à inflação, ainda vemos um comportamento benigno devido à alta ociosidade da economia e ao processo de recuperação gradual. Projetamos um crescimento do PIB de 2,3% e uma inflação ao consumidor (IPCA) de 3,7% para 2020.

Cenário internacional

A recuperação da atividade econômica deve seguir lenta e bastante dependente dos desdobramentos políticos e geopolíticos no mundo. Na nossa visão, a aproximação das eleições presidenciais nos Estados Unidos (um dos principais acontecimentos do ano) aumenta a possibilidade de que o presidente americano, Donald Trump, tente chegar a um acordo comercial mais consistente com a China com o intuito de pacificar esse ponto e aumentar as suas chances de reeleição. No entanto, o cenário base é de que o ambiente externo, caracterizado por alta polarização política e desglobalização, seguirá adicionando riscos ao crescimento do Brasil.

Juros e câmbio

Acreditamos que o BC não deverá subir os juros em 2020, mantendo-os em 4,25% até o 1º trimestre de 2021. Isto é, o conjunto formado por retomada econômica gradual, incerteza em relação ao avanço das reformas e um cenário internacional ainda bastante incerto, nos leva a crer que a taxa de câmbio deve apresentar comportamento similar ao de 2019 e permanecer no intervalo 3,90 – 4,20.

Agenda de reformas

A aprovação da Reforma da Previdência ajudou a estancar o rombo fiscal no curto prazo. No entanto, a continuidade do processo de reformas e ajustes que gerem sustentabilidade da trajetória fiscal futura e aumento de produtividade é de suma importância para garantir a continuidade do processo de recuperação da economia em 2020.  Por isso, a tramitação de pautas como a Reforma Tributária, PEC Paralela (Estados e Municípios) e o Plano mais Brasil, dividido em três PECs (Pacto Federativo, Emergencial e Fundos), deve continuar sendo monitorada. O nosso entendimento é de que a aprovação dessas medidas não será fácil e pode vir a adicionar incerteza no cenário econômico ao longo de 2020.

Quais são os riscos?

1) Redução muito lenta da taxa de desemprego

Por mais natural que seja o mercado de trabalho demorar para reagir aos ciclos econômicos, a taxa de desemprego vem caindo muito lentamente. Entre set/2017 e set/2019, ela caiu apenas 0.6 pontos percentuais, passando de 12,6% para 12%. Nesse ritmo, a taxa de desemprego retornaria para sua média histórica de 9,35% apenas em abril de 2025. Assim, se o mercado de trabalho não esboçar melhora, o comprometimento de renda das famílias pode vir a ser um fator de preocupação.



2) Estagnação do setor industrial 

Apesar da melhora nos últimos meses, a produção industrial brasileira ainda passa por uma estagnação profunda. Dessa forma, se esse cenário não se inverter em alguma medida em 2020, a estagnação desse setor poder vir a tirar dinamismo de outros setores.


3) Cenário externo incerto

É provável que 2020 ainda seja marcado por incertezas com relação ao crescimento do PIB das principais economias e pela desaceleração do comércio global. Além disso, riscos políticos e geopolíticos seguem no radar, podendo contaminar o cenário de recuperação econômica do Brasil.

4) Atraso da agenda de reformas

A retomada do crescimento econômico é bastante dependente do avanço da agenda de reformas. Dessa forma, eventuais frustrações com o seu avanço terão impacto imediato sobre o cenário econômico.


Onde investir em 2020?

“A gente tem a economia crescendo, ainda que devagar, e 2020 esperamos uma aceleração. Isso se desdobra de uma maneira positiva, principalmente, para a Bolsa”

Felipe Dexheimer, Coordenador de Alocação e Nathália de Sá, especialista de investimentos e analista de Alocação

Onde investir em 2020? Essa é a pergunta que estará presente nas reuniões familiares de fim de ano. Ou, pelo menos, deveria estar, sobretudo em um cenário que chegou para ficar. Isto é, os juros baixos tomando a frente e aquecendo as turbinas para o Brasil decolar.

Assim, com o “juro real” abaixo de 1% a.a, sair da inércia virou regra para conseguir retornos melhores. Diversos países desenvolvidos já passaram por isso nas últimas décadas e a forma como o dinheiro é investido mudou totalmente.

É preciso, em suma, reavaliar os investimentos e buscar mais riscos. Ou seja, é natural se arriscar mais para buscar maiores retornos. Mas lembre-se: sempre respeite o seu perfil de investidor.

Para todo apetite de risco, entretanto, há oportunidades em aberto para este ano que está chegando.

O grande objetivo do nosso time de alocação é promover a melhor diversificação possível dos investimentos. Então, vemos ativos de renda variável com bons olhos. E também projetamos expressivos prêmios de crédito em ativos emitidos por bancos e empresas.

Citamos as debêntures incentivadas como boas opções de investimentos pelo fato de serem isentas de Imposto de Renda (IR). E, claro, nunca deixamos de enaltecer a importância de formar uma carteira diversificada.


Renda variável

Estimamos que o índice atinja 140 mil pontos no fim de 2020″.

Betina Roxo, analista de ações

Os já mencionados atributos do momento atual da economia brasileira suportam a nossa visão positiva para a Bolsa. Ou seja, esse cenário é propício para o crescimento de lucros das empresas listadas. De fato, e não à toa, desde o começo do ano o Ibovespa acumula alta de mais de 25% e acreditamos que há mais por vir.

O momento econômico do Brasil diminui a percepção de risco e melhora o custo de oportunidade para investir em ações. Como referência, uma redução de 1 ponto percentual nas taxas de desconto das empresas de nossa cobertura leva a uma alta de 13% em nossos preços-alvo. Além disso, os lucros também devem ser impulsionados, com despesas financeiras ainda menores e alavancagem operacional (mais vendas com custos já endereçados, o que aumenta significativamente o lucro), reflexo dos juros baixos e crescimento em vias de aceleração.

O gestor da XP Asset, João Braga, ressalta o bom momento para a Bolsa brasileira:

O Brasil é um grande avião vazio. O crescimento econômico se compara com a venda dos assentos, que, ao aumentar, dilui os custos fixos (já incorridos mesmo quando as vendas estão baixas) e fazem o lucro crescer exponencialmente.

João Braga, gestor da XP Asset

Por fim, as oportunidades de retorno em renda fixa pública e privada ficam mais desafiadoras e os investidores terão que migrar parte das carteiras para a Bolsa, se quiserem retornos mais atraentes. Se analisarmos apenas fundos, a alocação de ações ainda é de 8%, levemente abaixo da média histórica de 8,4% e ainda longe do pico de 14,6% em 2007. Esperamos uma grande e constante migração de ativos para a Bolsa, seja por meio de fundos ou diretamente por ações.

Todas as empresas se beneficiam da retomada do crescimento econômico e de novos investimentos no país, mas destacamos dois setores que devem se sobressair em 2020: consumo e infraestrutura.

Além disso, ainda há espaço para as empresas se beneficiarem de juros mais baixos, em maior ou menor grau de acordo com as peculiaridades de cada uma.

Os primeiros beneficiários são as empresas do setor de consumo, como varejistas, construtoras e aluguéis de carros. Os setores de infraestrutura também são destaques, dado que os retornos de novos projetos podem ser elevados com dívidas a juros menores.

Finalmente, empresas com endividamento elevado em todos os setores terão menos gastos com juros, e podem fazer novas emissões em condições melhores.

Além disso, no que se refere às perspectivas para 2020 dos setores de nossa cobertura, preparamos um conteúdo especial com os detalhes do que esperamos. Clique aqui para saber mais.


Fundos de investimento

“A indústria de fundos deve apresentar um crescimento bastante pujante em 2020, assim como observado em 2019, refletindo a necessidade de investidores saírem cada vez mais da renda fixa tradicional conservadora em busca de alternativas de investimento com maior potencial de retornos.”

Samuel Oliveira, Head de Análise de Fundos

Fundos de Renda Fixa e Crédito

Num cenário de queda estrutural das taxas de juros e ativos de Renda Fixa com retornos esperados cada vez mais baixos, a grande correção observada nos preços e taxas dos títulos de Crédito “High Grade” (baixo e médio riscos), nos últimos 3 meses do ano, fez com que as carteiras dos fundos dedicados a esses ativos ficassem muito mais atrativas, em termos de expectativa de retorno, comparando com 6 ou 7 meses atrás.

No universo dos fundos dedicados a debêntures incentivadas, a correção de taxas foi muito mais intensa. De forma geral, isso ocorreu devido ao perfil mais arriscado dos ativos em geral e prazo médio maior das carteiras. Assim, consequentemente, acaba tornando a expectativa de retornos mais robusta.

Com o nível atual de taxas, estimamos que os fundos High Grade (geralmente com liquidez entre D+15 e D+60) consigam apresentar retornos entre 110% e 120% do CDI ao longo dos próximos 12 meses. Já aqueles dedicados ao investimento em debêntures incentivadas com “hedge” (que perseguem o CDI) possuem potencial para apresentar retornos mais altos, entre 120% e 140% do CDI (líquido de IR) nesse mesmo prazo,  o que deve compensar, em parte, os retornos ruins do último trimestre de 2019.

Contudo, é importante gerenciar as expectativas. Pois, daqui para frente, é provável que esses tipos de fundos passem a apresentar cada vez mais volatilidade. Isso significa que há chances de os retornos terminarem abaixo do CDI ou, em alguns casos, ficarem no negativo (como observado no mês de novembro).

Fundos Multimercados

Geralmente vistos como primeira opção para entrar em solos mais arrojados, há boas perspectivas para os Fundos Multimercados. Esses ativos caminham para o quarto ano consecutivo de fortes captações líquidas positivas. E isso tende a se repetir, também, em 2020.

A indústria ainda conta com bastante predominância de fundos com estratégia “Macro” e há poucos fundos de outras estratégias como Long & Short, Arbitragem ou Quantitativos, que muitas vezes acabam servindo como um amortecedor para as variações da carteira como um todo.

Os gestores dos fundos de estratégia Macro, em geral, conseguiram se aproveitar muito bem do movimento de quedas expressivas das taxas. Eles serão desafiados a mostrar que conseguem extrair retornos também de outras classes de ativos. Dentre as grandes apostas para 2020, há um grande consenso sobre a posição comprada na Bolsa brasileira.

Devido à restrição de liquidez nos mercados locais para os fundos que já atingiram PLs elevados, muitos gestores se sentem compelidos a diversificar internacionalmente para continuarem captando e crescendo, mas sem necessariamente terem experiência ou equipe especializada. É importante se atentar para gestores sem expertise em mercados internacionais. Profissionais sem essa bagagem podem acabar mais prejudicando do que ajudando a estratégia de seus respectivos fundos.

Fundos de Ações

Apesar de mais um ano com alta expressiva do Ibovespa, os últimos 3 anos do índice, se comparado a uma amostra com cerca de 200 fundos ativos, fica no terceiro ou quarto quartil de retornos. Ou seja, é uma mostra de que uma boa parte dos gestores conseguiu “gerar alpha” (obter retornos acima do índice).

Em 2019, especificamente, destaque para o índice de Small Caps “SMLL”, que abriu quase 20% de retorno sobre o Ibovespa.

Os gestores em geral têm explorado mais flexibilidade nos mandatos. Muitos estão lançando produtos com a estratégia “Long Biased”. Basicamente, esse tipo de fundo possui uma parcela comprada em ações de tamanho superior à parcela vendida.

Portanto, a retomada da economia e o crescimento nos lucros das empresas em geral formam as condições básicas para que 2020 possa ser mais um ano de ótimos retornos.

Fundos Imobiliários

Vemos um ambiente favorável para fundos imobiliários no ano que vem. Além da expectativa de juros baixos fomentando novos projetos, temos a recuperação econômica beneficiando a melhora operacional dos portfólios (reduzindo vacância e aumentando os aluguéis cobrados nas renovações contratuais), números crescentes de fundos maiores e mais líquidos e maior presença de investidores institucionais na base de cotistas.

A indústria passa por um momento muito bom e volta a se aquecer depois de quase 5 anos adormecida. Como reflexo do crescimento, a liquidez dos fundos tem aumentado bem.

Em janeiro de 2018, havia menos de 10 fundos imobiliários negociando R$ 1 milhão ou mais por dia. Hoje, já são mais de 30.

Vemos retomada em todos os setores, com destaque para Lajes Corporativas e Shoppings. Fundos de desenvolvimento residencial também são uma novidade interessante que começa a surgir como opção para auferir maiores retornos. No entanto, é claro, quanto maior a chance de retorno maior será o risco. Então, a recomendação é colocar os pés no chão e saber com o que está lidando.

Apesar das fortes altas dos fundos imobiliários em 2019, a comparação com os fundos em geral mostra um grande caminho. Quando somamos o valor de mercado de todos os fundos listados na bolsa, chegamos a aproximadamente R$ 80 bilhões. Pode parecer alto, mas, acredite, não é. O número representa um percentual desprezível da indústria de fundos, que tem mais de R$ 5 trilhões de PL.

Nosso otimismo com o setor vem acompanhado de um grande alerta. As altas expressivas dos fundos devem ser menores daqui para frente. Por isso, é muito importante o investidor ser cada vez mais seletivo em suas alocações.

Por fim, é de suma importância ser meticuloso e detalhista em relação à gestão dos fundos imobiliários. Principalmente, a gestora precisa contar com experiência relevante e comprovada no setor.

Fundos de Private Equity e Venture Capital

Em um cenário de juros baixos e estáveis, investidores também precisarão explorar diferentes estratégias em busca de melhores retornos de longo prazo. Os fundos de Private Equity e Venture Capital podem ser uma ótima alternativa de investimento dentro desse novo contexto e devem apresentar um grande crescimento nos próximos anos.

A maior confiança do empresário e do consumidor deve estimular o reaquecimento da economia real, propiciando o crescimento acelerado das empresas em fase de expansão, bem como projetos e ideias que, até então, estavam guardados na gaveta pelos empreendedores. Por isso, esperamos o florescimento de novas empresas no Brasil.

Os fundos de Private Equity e Venture Capital têm o papel de consolidar os investimentos de cotistas para então comprarem participações em empresas de capital fechado com grande potencial de crescimento. Esta injeção de capital pelos fundos nas empresas viabiliza melhorias nas operações e abre portas para projetos de expansão, visando alavancar os resultados financeiros.

Investidores desses tipos de fundos estão dispostos a aceitar maiores horizontes de investimento (na média, de 7 a 10 anos) e a tomar mais risco, em troca de um maior potencial de retorno. Esta modalidade, mais arriscada que os fundos de ações tradicionais, tende a gerar retornos bem mais atrativos no longo prazo.

Fundos Internacionais

Investir em estratégias internacionais deve melhorar a relação risco x retorno dos portfólios, já que os preços dos ativos no exterior são impulsionados por múltiplos aspectos.

O PIB Brasileiro representa, aproximadamente, 2,5% do PIB mundial. Entretanto, ainda há uma preferência desproporcional em investir apenas no nosso país. Por que restringir investimentos internacionais já que existem tantas oportunidades pouco exploradas fora do Brasil?

Retornos globais podem ser bem atrativos, especialmente no cenário econômico atual.


Renda Fixa

Em 2020, o investidor vai precisar continuar buscando outras alternativas de maior risco mesmo dentro da renda fixa.

Camilla Dolle, analista de Renda Fixa

Com o cenário positivo para 2020, esperamos fluxo de investidores da poupança para ativos mais rentáveis. Os mais cotados são os títulos do Tesouro Direto e ativos bancários garantidos pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC), como CDBs, LCIs e LCAs. Para os investidores que buscam rendimentos ainda maiores na renda fixa, dispostos, portanto, a correr mais risco, o caminho será surfar no crescimento econômico.





Para isso, acreditamos que as emissões de debêntures de infraestrutura serão o grande destaque. Elas têm papel fundamental na economia, uma vez que o governo estima cerca de 40 leilões de infraestrutura em 2020, podendo atingir R$ 80 bilhões em investimentos.

Além disso, os preços desses títulos estão em patamares mais atraentes, considerando a recente abertura nos spreads de crédito (prêmio pago pelo emissor pelo risco) em decorrência de ajuste técnico do mercado. Vale lembrar que a qualidade de crédito dos emissores continuou em níveis adequados, sem deterioração.

Por fim, as debêntures incentivadas são isentas de imposto de renda e majoritariamente indexadas ao IPCA. Isso também é um bom atrativo, considerando a baixa taxa de juros e a proteção contra a inflação.

Além de debêntures incentivadas, outros ativos de crédito privado se destacam. As debêntures tradicionais (não isentas), Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) e Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs) também têm grande potencial para oferecer boas rentabilidades aos investidores. O cenário econômico mais positivo possibilita a entrada de novas empresas no mercado de dívida, que antes não tinham acesso e alongamento nos perfis de endividamento. Esse último efeito já tem sido observado ao longo dos últimos meses e deve se intensificar em 2020.

Em relação aos indexadores, esperamos que o contínuo desenvolvimento do mercado nos leve a uma aproximação da forma como os ativos são precificados em outros países. Isso significa que devemos observar redução de ativos pós-fixados (% do DI) e aumento de emissões prefixadas ou híbridas (IPCA+ ou CDI+).

Portanto, continuamos enxergando boas oportunidades na renda fixa para todos os perfis de investidor. E, apesar das quedas na Selic, ainda há grande importância da Renda Fixa na composição de carteiras bem diversificadas.

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