Onde Investir | Novembro de 2024

Outubro foi um mês de mudança de clima nos mercados globais, movimento impulsionado especialmente pelos Estados Unidos – onde uma série de fatores fez “o jogo virar”.

Os dados fortes na economia, a postura parcimoniosa do Banco Central (Fed) e expectativas de um ambiente mais inflacionário resultante de um novo mandato de Donald Trump culminaram em um forte movimento de elevação na curva de juros da maior economia do mundo.

Não obstante a perspectiva de juros altos por mais tempo, as bolsas seguiram em alta nos Estados Unidos, com apetite ao risco impulsionado principalmente no imediato pós eleições (com setores como financeiro e industrial em destaque).

Por aqui, os fatores externos foram somados ao aumento de ruídos e incertezas fiscais. O aumento do uso de políticas parafiscais para elevar os gastos além das regras vigentes e indefinições sobre um potencial pacote de corte de despesas alimentaram a percepção de risco – contribuindo para o enfraquecimento do real e alta dos juros também no mercado de renda fixa doméstica.

A volatilidade macroeconômica impactou também a bolsa brasileira, mas essa tem surpreendido ao manter-se relativamente resiliente nos últimos meses, puxada especialmente por fatores micro (ou seja, relacionados às empresas).

Mantemos a seletividade como principal âncora na alocação de investimentos.
O momento segue oportuno para renda fixa local, especialmente títulos indexados à inflação (os famosos IPCA +) – que permitem bons retornos a médio e longo prazo sem a necessidade de exposição a maiores riscos via títulos privados.
Destacamos também oportunidades na bolsa brasileira, que segue barata em comparação ao histórico, tem se mostrado relativamente resiliente, e apresenta perspectivas construtivas nos fundamentos adiante.