Panorama Mensal
O ano de 2018 se encerra e, de forma geral, o saldo foi variado para as diferentes classes da indústria de fundos. Em dezembro, o quadro de volatilidade elevada nos mercados internacionais foi sustentado por dúvidas acerca da magnitude da desaceleração do crescimento global, instabilidade política na Europa e a postura do presidente do Fed após a reunião do comitê de política monetária nos EUA, em contraste com o ambiente mais benigno no Brasil.
No mês, o IHFA teve retorno contido, de 7,1% do CDI, afetado negativamente pela performance dos fundos Macro (15% CDI). A performance divergiu entre os diferentes veículos de tal estratégia, e aqueles que tiveram maior alocação de risco em juros e ações globais foram os mais penalizados. Em contrapartida, como destaque positivo, figurou a categoria Long & Short Direcional (279%), que, ainda com a queda do Ibovespa no mês, conseguiu sustentar a performance elevada com a gestão ativa da exposição à Bolsa, assim como os fundos Small Caps, que renderam 3,32% no mês.
No contexto de retomada da confiança dos agentes locais e baixo custo de capital das empresas, houve o reaquecimento do mercado de crédito, com emissões sobretudo corporativas, de forma que fundos de crédito privado que estavam fechados para captação tiveram reaberturas pontuais a fim de aproveitar tais oportunidades.
Fundos Macro
Performance neutra dos fundos macro no mês.
Em dezembro, assim como o IHFA, os fundos macro tiveram uma performance praticamente neutra, de 0,07%, num quadro em que prevalece o modo “otimismo cauteloso”, diante das perspectivas favoráveis pro cenário local e adversas no internacional.
Jerome Powell suaviza piora das condições financeiras em conferência após reunião do FOMC.
A reunião do FOMC elevou em 25 bps a taxa de juros americana, e o discurso do presidente do Fed, não tão dovish quanto esperado pelos investidores, gerou uma reação negativa dos mercados.
Inflação local passa por descompressão consistente.
Fatores como a queda expressiva recente do petróleo e a bandeira tarifária verde na conta de luz favoreceram a inflação de curto prazo, resultando no fechamento da curva de juros nominais no mês, ativo que foi destaque para fundos macro com posições aplicadas.
Retrospectiva 2018
O ano de 2018 começou tímido para os fundos de crédito privado. A euforia do mercado nos primeiros meses do ano e o ambiente de baixa taxa de juros levaram os investidores para uma alocação massiva em fundos com maior valor agregado, como Multimercados e Ações.
Entretanto, a alta volatilidade do mercado em maio trouxe um forte movimento de aversão a risco dos investidores, que na ocasião apresentavam um portfólio mais concentrado em ativos de risco, construído ao longo dos dois últimos anos. Aquele mês representou uma reviravolta para os fundos de crédito, que passaram a ser uma rota de fuga para os alocadores. Com isso, a classe recebeu aportes relevantes e diversos gestores se viram obrigados a fechar seus fundos para captação.
A proximidade das eleições intensificou ainda mais esse movimento. Muitas empresas optaram por aguardar o desfecho do evento para captar recursos no mercado, dadas as incertezas acerca do futuro presidente. Em paralelo, algumas gestoras enxergaram uma oportunidade importante nos fundos de debêntures incentivadas.
Em termos de alocação, foi um ano focado em ativos de crédito corporativo, dadas as alternativas restritas e taxas comprimidas de emissões bancárias no mercado. Os fundos conseguiram surfar o fechamento do spread de crédito desses ativos e utilizaram ativamente o mercado secundário para gerar alfa.
Fundos de Crédito
Retomada de emissões no mercado primário.
Conforme esperado pelos gestores, dezembro foi um mês de reaquecimento do mercado de crédito, sobretudo com novas emissões corporativas.
Reaberturas pontuais de fundos com perspectivas de novas alocações no mercado primário.
Com o reaquecimento do mercado de crédito, fundos antes fechados para captação tiveram reaberturas pontuais a fim de aproveitar novas oportunidades de alocação em ofertas públicas.
Demanda por produtos de crédito segue elevada.
No mês em que a classe Renda Fixa teve resgates líquidos de R$ 129 milhões, a categoria RF – Duração Livre – Crédito Livre recebeu aportes líquidos de R$ 1,3 bilhões.
Retrospectiva 2018
O ano de 2018 começou tímido para os fundos de crédito privado. A euforia do mercado nos primeiros meses do ano e o ambiente de baixa taxa de juros levaram os investidores para uma alocação massiva em fundos com maior valor agregado, como Multimercados e Ações.
Entretanto, a alta volatilidade do mercado em maio trouxe um forte movimento de aversão a risco dos investidores, que na ocasião apresentavam um portfólio mais concentrado em ativos de risco, construído ao longo dos dois últimos anos. Aquele mês representou uma reviravolta para os fundos de crédito, que passaram a ser uma rota de fuga para os alocadores. Com isso, a classe recebeu aportes relevantes e diversos gestores se viram obrigados a fechar seus fundos para captação.
A proximidade das eleições intensificou ainda mais esse movimento. Muitas empresas optaram por aguardar o desfecho do evento para captar recursos no mercado, dadas as incertezas acerca do futuro presidente. Em paralelo, algumas gestoras enxergaram uma oportunidade importante nos fundos de debêntures incentivadas.
Em termos de alocação, foi um ano focado em ativos de crédito corporativo, dadas as alternativas restritas e taxas comprimidas de emissões bancárias no mercado. Os fundos conseguiram surfar o fechamento do spread de crédito desses ativos e utilizaram ativamente o mercado secundário para gerar alfa.
Fundos de Ações
Resiliência da Bolsa brasileira em dezembro.
No mês em que as ações globais foram bastante impactadas negativamente, com queda de -9,18% do S&P 500, a Bolsa brasileira demonstrou resiliência e caiu apenas -1,81%, diante de perspectivas favoráveis para ações locais.
Destaque para fundos Small Caps.
Apesar da queda de -1,81% do Ibovespa em dezembro, os fundos da categoria Ações Small Caps tiveram performance de +3,32%, liderando a rentabilidade das categorias na classe, seguidos pelos fundos de Valor / Crescimento, com +2,19%.
Preocupações com perspectivas de crescimento global desfavorecem commodities.
O aperto de condições financeiras no ambiente global e as preocupações recorrentes com a desaceleração da atividade global levaram à má performance de empresas de commodities no mês.
Retrospectiva 2018
Os fundos de ações, assim como a categoria dos multimercado macro, tiveram um início de ano de performance expressiva, quando o Ibovespa teve alta de 11,1%, o que refletiu no ritmo de captação crescente até o mês de maio. De janeiro a abril, foram R$ 21,0 bilhões captados para a classe, o que representou 77% da captação líquida do ano.
De forma geral, ao longo dos segundo e terceiro trimestres, o grupo das empresas exportadoras estiveram presentes em grande parte das carteiras dos fundos, como forma de defesa do portfólio, num contexto em que a análise fundamentalista tornou-se dificultada, dada a disfuncionalidade dos mercados. Além disso, fundos de estratégia long biased passaram a operar com exposição líquida reduzida de forma geral. À medida que as eleições se aproximaram, os gestores passaram a priorizar papéis líquidos, a fim de aproveitar oportunidades no decorrer da corrida eleitoral.
Passadas as eleições, as perspectivas tornaram-se favoráveis e o otimismo com a Bolsa se generalizou, de forma que passou a ser apontada como o ativo local com maior potencial de valorização. O tema das domésticas passou a ser priorizado pelos gestores, com o intuito de capturar o tema de retomada da atividade econômica brasileira.
Perspectivas para 2019
Os fundos de crédito devem continuar atraindo a atenção dos investidores em 2019. Ainda que seja um ano com perspectivas mais otimistas para ativos de risco, tais produtos serão importantes para balancear a carteira do investidor, reduzir a volatilidade do portfólio e trazer uma rentabilidade consistente.
Entretanto, com a expectativa de taxas de juros baixas por um período prolongado, é esperado que os gestores procurem gerar alfa através de ativos com maior risco de crédito, além de outras fontes de retorno, como crédito estruturado e crédito offshore. Nesse contexto, casas com fundos mais convencionais devem se sofisticar e abrir novas frentes, buscando profissionais com know-how nos mercados supracitados.
Outra frente importante serão os fundos de debêntures incentivadas, que ganharam força no final do ano. Com o desenvolvimento e maior liquidez do mercado de DAP (Futuro de Cupom de IPCA), esperamos o lançamento de novos fundos hedgeados da classe, que vem apresentando grande apetite dos investidores pessoa física, principalmente por conta da isenção fiscal e retornos atrativos com baixa volatilidade.
Somado a isso, os gestores esperam a retomada de emissões no mercado primário, tanto no crédito corporativo, quanto nas emissões bancárias, abrindo espaço para novas alocações. Com isso, poderemos ver a reabertura de fundos fechados atualmente.
No âmbito macroeconômico, a expectativa é de que o ambiente de estabilidade prolongada da Selic deve direcionar o foco de atuação dos gestores para outros mercados, e os fundos devem ampliar a capacidade das estratégias via diversificação em ativos no exterior. De maneira recorrente, as gestoras vêm investindo em contratações de profissionais dedicados a mercados globais.
No âmbito macroeconômico, a expectativa é de que o ambiente de estabilidade prolongada da Selic deve direcionar o foco de atuação dos gestores para outros mercados, e os fundos devem ampliar a capacidade das estratégias via diversificação em ativos no exterior. De maneira recorrente, as gestoras vêm investindo em contratações de profissionais dedicados a mercados globais.
De acordo com consulta realizada a 33 gestoras macro, conforme projeções ao lado, as medianas das expectativas apontam para um IPCA abaixo da meta, dólar oscilando em torno do patamar atual, Selic estável em 6,5% e crescimento do PIB próximo de 3%.
Entre os ativos indicados com melhores perspectivas, figuram a Bolsa brasileira, o real e o juro real. Por fim, um levantamento feito com gestoras de ações indicam os setores em que possuem maior alocação, entre os quais lideram Bancos e Utilities, em linha com as expectativas de aumento da oferta de crédito e dos investimentos no país, à medida que a atividade seja retomada.
Captação Líquida da Indústria
A indústria apresentou captação líquida positiva em dezembro, na ordem de R$14,8 bilhões. A categoria Multimercado foi novamente o principal destaque positivo do mês, com aportes líquidos de R$7,1 bilhões, somando R$42,9 bilhões no ano, sendo que os fundos macro responderam por 2/3 desse fluxo. A categoria Ações também apresentou dados positivos, com captação líquida de R$2,8 bilhões no mês, encerrando o ano com +R$27,1 bilhões. O movimento pode ser explicado pelo ambiente doméstico menos conturbado e pelo maior nível de confiança do investidor, que voltou a alocar em fundos com maior risco agregado.
Um ano positivo, mas não muito...
Quando observamos o fluxo de captação no ano, superior a R$80 bilhões, podemos ter a impressão de que os números são satisfatórios. Entretanto, quando analisamos os números no detalhe, notamos que a realidade é um pouco diferente. A indústria de fundos vem de dois anos recordes em termos de captação. Em 2016, foram cerca de R$120 bilhões e, em 2017, o segmento apresentou crescimento ainda mais relevante, captando R$224 bilhões.
Em 2018, o primeiro quadrimestre deu a impressão de que esse ritmo prosseguiria e que teríamos mais um ano de recordes. Nos quatro primeiros meses do ano, tivemos captação líquida de R$65 bilhões. Entretanto, em maio, a greve dos caminhoneiros e a má performance dos ativos domésticos assustaram os investidores, que mudaram o perfil de alocação a partir de então para uma abordagem mais conservadora.
Radar do Mercado
Evolução de Patrimônio e Número de Contas
Em dezembro, a indústria de fundos apresentou evolução marginal de 0,35% em ativos sob gestão, acumulando +10,7% no ano. Em termos de número de contas, observamos uma queda no último mês do ano, na ordem de -1,89%, ainda assim acumulando crescimento de 9,3% no ano.
Esse foi o menor crescimento anual desde 2013 em termos de patrimônio. Esperávamos uma evolução mais relevante desse indicador, dado o bom ritmo de captação e performance no primeiro trimestre do ano. Entretanto, como dito anteriormente, fatores econômicos e políticos impactaram negativamente a captação ao longo de 2018. Somado a isso, é importante ressaltar outros fatores que impactaram negativamente: performance dos fundos menos atrativa do que nos 3 últimos anos, base de cálculo superior, além do menor carrego, por conta da taxa de juros reduzida no período.
O destaque positivo foi a evolução do número de contas. Apesar do indicador ter sido inferior ao apresentado em 2017, foi o segundo maior crescimento da história, o que pode ser explicado pelo acesso e, consequentemente, pela alta pulverização propiciada pelas plataformas digitais. Para 2019, esperamos uma continuidade dessa tendência, permitindo novos entrantes nesse tipo de investimento.
Ranking de Gestores
Ranking de Administradores
Performance da Indústria
Em 2018, entre as principais categorias Anbima, destacaram-se os fundos de Ações Valor / Crescimento, com performance de 19,5%, superando o Ibovespa, que rendeu 15,0%. O rendimento construtivo para ações também refletiu a performance dos fundos Multimercado Long & Short Direcional, a categoria multimercado com maior retorno no ano. Os fundos Long & Short Neutro, ou seja, sem exposição direcional, também conseguiram gerar retornos explorando oportunidades de valor relativo entre ações.
Captação Líquida da Indústria – Fundos
Captação Líquida da Indústria – Previdência
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