Gestão Artesanal: alinhamento, garantias e diversificação no crédito estruturado | Outliers 141

O episódio 141 do podcast Outliers destacou a trajetória e a abordagem única da Artesanal Gestão de Recursos, uma gestora que se diferencia pela forma artesanal de lidar com o mercado de crédito estruturado, especialmente no âmbito dos fundos de investimento em direitos creditórios (FIDCs). A Artesanal vem crescendo desde 2008 com uma filosofia centrada em pessoas, garantias robustas e diversificação de setores, resultando em uma gestão sólida e consistente ao longo dos anos. Confira no texto abaixo um resumo da conversa, que teve apresentação de Clara Sodré, analista de fundos da XP, e Guilherme Anversa, gestor da XP Advisory, com o CEO da Artesanal, Breno Rosenberg, e Pedro Pavanelli, diretor de distribuição da gestora.

A relevância da escolha dos originadores

Uma das principais características que define a Artesanal é seu rigor na escolha de originadores, os responsáveis pela geração dos ativos que compõem os fundos de crédito. Para a gestora, o relacionamento com essas figuras é vital, pois eles não são apenas parceiros, mas sim parte essencial da operação. Como explicou o CEO Breno Rosenberg, “primeiro a gente escolhe o originador, para depois escolher o ativo”. Isso significa que a Artesanal prefere trabalhar com originadores que compartilhem sua visão de longo prazo, mesmo que isso signifique abrir mão de determinadas operações.

Essa filosofia está baseada na confiança e no alinhamento estratégico, o que permite que a gestora evite problemas futuros e opere de maneira mais segura. Rosenberg também destacou que a escolha criteriosa dos originadores se deve à complexidade do mercado de crédito no Brasil, onde problemas podem surgir a qualquer momento. Assim, contar com parceiros que têm a capacidade de reagir rapidamente a esses desafios é um diferencial importante. “Crédito no Brasil a única certeza que a gente tem é que vai ter problema”, afirmou. Essa postura revela o compromisso da gestora em mitigar riscos ao máximo, mesmo que isso envolva uma análise mais longa e cuidadosa dos originadores antes de fechar qualquer operação.

A robustez das estruturas de crédito

Outro ponto de destaque no episódio foi a abordagem detalhada da Artesanal quanto à estruturação das operações de crédito. Um dos grandes diferenciais da gestora é o uso de garantias robustas para proteger as cotas sêniores dos fundos. Pedro Pavanelli, diretor de distribuição, explicou que “o grande ganho do originador está na cota subordinada”. Isso significa que, no modelo da Artesanal, o originador tem um incentivo direto para estruturar bem suas operações, já que ele só será amplamente remunerado se o desempenho das cotas subordinadas for positivo.

Essa estrutura de incentivos gera um alinhamento de interesses entre os originadores e os investidores, já que os originadores precisam se esforçar para que os ativos performem bem, protegendo as camadas superiores do fundo e assegurando maior segurança para os investidores. Pavanelli ainda ressaltou que o fato de a gestora estar diretamente envolvida em toda a esteira do crédito — desde a escolha dos ativos até a cobrança das dívidas — oferece uma visão mais ampla e detalhada de cada operação, o que permite decisões mais informadas e estratégias de mitigação de risco mais eficazes.

Diversificação e resiliência

A diversificação também foi um dos pilares destacados na conversa, mostrando como a Artesanal se posiciona para resistir a ciclos econômicos desfavoráveis. Ao operar em múltiplos setores, como agronegócio, imobiliário e financeiro, a gestora consegue proteger seu portfólio de forma mais eficaz. Pavanelli mencionou que “sempre há um segmento que está ruim e outro que está bom”, enfatizando que a diversificação setorial garante que o impacto negativo de um setor não comprometa a saúde financeira dos fundos.

Além disso, a gestão ativa da Artesanal permite ajustar rapidamente suas estratégias diante de mudanças no cenário econômico. Um exemplo disso foi dado durante o episódio, quando os convidados discutiram como a gestora ajustou sua atuação no mercado imobiliário e de fomento mercantil durante momentos de crise. A capacidade de adaptação é fundamental para manter a performance positiva, como demonstrado pelos fundos da Artesanal, que conseguiram atravessar crises como a pandemia sem grandes prejuízos. Como resultado, a gestora diz oferecer aos seus investidores não apenas retornos consistentes, mas também uma sólida proteção contra as oscilações do mercado.

Com essas estratégias centradas em pessoas, garantias robustas e diversificação, a Artesanal continua a se consolidar como uma gestora diferenciada no mercado de crédito estruturado, oferecendo segurança e rentabilidade para seus investidores em um cenário de crescente complexidade econômica.

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