Quais seriam os fatores dentro do processo de gestão da Guepardo, que poderiam ser elencados como responsáveis pelo retorno positivo em um ano tão desafiador quanto 2022?
Conheça a Guepardo, uma das gestoras independentes mais longevas da indústria de fundos brasileira e entenda como ter um processo de gestão bem definido pode agregar em resiliência e bons retornos no longo prazo.
Neste relatório, abordaremos as diferentes janelas de performance do fundo Guepardo Institucional FIC FIA, bem como as diferentes fontes de retorno do fundo. Confira a Guepardo conseguiu passar com resiliência pelos desafios macroeconômicos recentes e entregar retornos positivos aos seus cotistas em 2022.
Conheça a Guepardo
A Guepardo Investimentos é uma gestora de recursos independente especializada em ações, que apesar de ter sua fundação datada em 2004 sua história se inicia em 2001 com o Clube de Investimentos Guepardo. Estando entre uma das gestoras de ações mais longevas da indústria, atualmente a Guepardo conta com cerca de R$ 1.7 bi sob gestão.
Em relação ao time, Octavio Magalhães sócio e fundador da gestora atua como Diretor de Investimentos, e além do Diretor de Operações, Risco e Compliance e o Diretor de Relações com Investidores, o time conta com 1 analista comercial e 4 analistas de ações. Ao todo são 8 profissionais ligados a gestora.
Sua atuação no mercado acionário é orientada pela filosofia de investimentos em valor (value investing), através de uma análise do tipo fundamentalista. Dentro do universo de mais 400 empresas listadas na B3, a Guepardo aplica filtros de liquidez, setoriais, ESG, além de analisar outros fatores qualitativos como gestão, estratégia liderança e cultura até chegar em um universo de empresas “investíeis” pela Guepardo que atualmente conta com cerca de 66 empresas.
Para entrar no portfólio a ação precisa apresentar uma liquidez diária média de no mínimo R$ 2 milhões. Um ponto de destaque é que a análise de valuation das empresas é colocada como uma das etapas finais – que entra após a identificar quais são as empresas “investíveis”. A partir desse ponto são definidas as ações que serão alocadas, bem como seus respectivos tamanhos.
Em relação ao tamanho da posição, este varia de acordo com a convicção e perfil das empresas. Para empresas de setores resilientes por exemplo, essas podem ter até 25% da carteira, já para empresas alavancadas o limite é de até 15%. O portfólio pode ter até 14 empresa investidas – número de concentração relevantemente alto se comparado a pares da indústria, mas que segue a filosofia de convicção da gestora.
Confira a seguir as características do carro-chefe da Guepardo, o fundo: Guepardo Institucional FIC FIA.
Guepardo Institucional FIC FIA
O fundo Guepardo Institucional FIC FIA foi lançado em 2007, no qual toda política de investimentos da gestora está refletida, como o investimento em ações de valor e utilização de filtros setoriais, de liquidez e ESG. O fundo opera apenas comprado, ou seja, não utiliza alavancagem e derivativos no portfólio. O veículo é para investidores em geral e possui aplicação mínima de R$ 5.000,00.
Desde seu início, em maio de 2007, o fundo acumula um retorno de 417,93% contra o Ibovespa cujo retorno foi de 121,36% no mesmo período. Dados de consistência também mostram que a janela média de retorno efetivo para 252 dias (14,22%) é superior a do Ibovespa (6,75%) para o mesmo período. Ou seja, uma estratégia que entrega retorno com consistência, com uma média superior ao Ibovespa e o risco menor – já que a volatilidade anualizada apresentada para o mesmo período é de 22,38% abaixo do Ibovespa com 27,69%.
Ainda em relação ao portfólio, como é possível ver no gráfico acima, apesar de existir uma concentração da carteira em relação ao número de empresas, existe uma diversificação relevante setorial. Olhando para as 5 maiores exposições, temos Consumo (31,3%), Educação (10,9%), Finanças e Seguros (14,0%), Papel e Celulose (14,9%) e Petróleo e Gás (12,6%).
O processo de gestão da Guepardo na prática
No ano o fundo Guepardo Institucional entregou um retorno de 13,57% contra 10,97% ficando entre o pequeno número de fundos de ações long only que conseguiram performar acima do Ibovespa no ano de 2022. Dentro do nosso peer de acompanhamento foram apenas 94 de um total de 283 fundos que conseguiram gerar alpha em 2022 – um total de 33% de toda a amostra.
Quais seriam os fatores dentro do processo de gestão da Guepardo, que poderiam ser elencados como responsáveis por essa entrega de retorno em um ano tão desafiador quanto 2022? Para tentar responder essa pergunta a atribuição de performance e a alocação por setor foram verificadas.
Março, mês cuja rentabilidade do fundo foi muito próxima ao Ibovespa (6,0% vs 6,01% respectivamente), a rentabilidade do fundo caminhava abaixo do índice. Por outro lado, o cenário foi revertido a partir de abril, com excessão de junho (mês negativo para os ativos de risco em geral – incluindo para o Ibovespa), a estratégia apresentou retornos substancialmente superiores ao Ibovespa, trazendo sua rentabilidade para o campo positivo em relação ao índice no ano.
A exposição setorial histórica para o período apresenta uma consistência no percentual da exposição em cada setor ao longo do tempo. O gráfico também mostra que a mudança mais expressiva realizada na carteira do fundo em 2022 foi entre os meses de março e abril, quando houve uma redução ao setor de petróleo e gás, e um aumento na exposição a ações ligadas à consumo. Ao comparar essa alocação com a atribuição de performance, é perceptível que o maior promotor de rentabilidade do fundo no ano é o setor de consumo – em especial nos meses de julho e agosto.
A busca por retornos absolutos dentro do processo de gestão da Guepardo, com a aplicação dos filtros qualitativos e posteriormente realização do valuation, resulta em um portfolio com baixa rotatividade. Além disso, mesmo com as variações expressivas e com a euforia de mercado – impactando inclusive empresas com bons fundamentos, olhar inicialmente para o qualitativo promove para o portfolio da Guepardo, um processo de investimento que apresenta resultados positivos no longo prazo.
Durante o episódio do Outliers, Octavio Magalhães detalha a construção do processo e regras de alocação, a temática concentração também foi abordada pelo gestor. A respeito da rigidez de ter no máximo 14 ações dentro do portfolio, o gestor aborda que foi sendo construída ao longo do tempo. Além disso, após um evento negativo com uma das maiores posições do fundo, a minimização de riscos veio através de regras rígidas em relação ao tamanho e à seleção das oportunidades que irão compor o portfolio.
Ter regras e… segui-las
O mercado financeiro, e consequentemente a montagem de um portfolio eficiente apresenta desafios dadas as inúmeras opções e oportunidades de investimentos existentes. Dessa forma, ter regras claras e que consigam minimizar os vieses comportamentais é muito importante. Em momentos de euforia da bolsa por exemplo – seja em momentos de alta ou de queda, muitos investidores acabam perdendo parte do recurso investido por não ter uma estratégia bem definida. Controles de riscos, fundamentos, diversificação na alocação – são alguns exemplos necessários para se ter uma carteira resiliente.
Saber utilizar os recursos de maneira otimizada, para aumentar retornos e trazer resiliência para o portfolio demanda sobretudo, estratégia. Dessa forma, a leitura de cenários, possibilidades, variáveis que podem afetar a carteira são necessários. Se você é o tipo de investidor que tem dúvidas sobre como pode começar a traçar uma estratégia para sua carteira, pode contar com as nossas recomendações de investimentos através do Onde Investir. E para ter veículos e soluções de investimentos que entreguem expertise de gestão para atravessar por por períodos de incertezas, os fundos de investimentos, que compõem cerca de 80% das nossas carteiras recomendadas, são a nossa recomendação.
Além dos fatores comentado acima, dentro de um fundo de investimento, processo, estratégia e time – são essenciais para a gestão de recursos. Por fim, um ponto de destaque que podemos pontuar no processo de gestão da Guepardo, é como a convicção se apresenta em números constantes de alocação setorial ao longo do tempo – conforme visto na tabela de exposição setorial que trouxemos nesse relatório. Com uma carteira concentrada e um extenso histórico de retorno, o diferencial de gestão pode ser explicado pela definição de regras clara de alocação – e disciplina na execução das estratégias definidas.