XP Expert

O que os fundos têm a ver com a marcação a mercado de títulos públicos e privados para Pessoas Físicas?

Talvez os fundos de investimentos não tenham muito a ver com a nova marcação a mercado de títulos públicos e privados, mas decidimos avaliar algumas possibilidades e possíveis impactos.

Compartilhar:

  • Compartilhar no Facebook
  • Compartilhar no X
  • Compartilhar no Whatsapp
  • Compartilhar no LinkedIn
  • Compartilhar via E-mail

Como já vem sendo amplamente divulgado no mercado há alguns meses, a partir de 2 de janeiro de 2023, as instituições que seguem as regras do Código de Distribuição da ANBIMA, como a XP Investimentos, deverão passar a apresentar os valores de referência de títulos públicos e privados aos investidores. Conhecida pelo termo “marcação a mercado”, essa prática deverá ser adotada para títulos públicos federais (exceto Tesouro Direto, que já utiliza essa metodologia), debêntures (incentivadas ou não), além de CRIs e CRAs. Ficaram de fora as emissões bancárias como CDBs, LFs, LCAs e LCIs, além dos FIDCs.

A intenção é refletir os preços mais atualizados dos títulos, baseado nos valores em que esses papeis estão sendo negociados no mercado. E como retratado no relatório “Nova marcação a mercado na renda fixa: O que muda para o investidor?“, basicamente a nova regra não altera a rentabilidade dos investimentos em renda fixa, mas a forma de enxergá-los na carteira dos clientes.

Mas afinal, o que os fundos de investimento teriam então a ver com essa história? Talvez não muita coisa, mas não custa avaliar algumas possibilidades e possíveis impactos.

Marcação a mercado nos fundos começou muito antes

A marcação a mercado é obrigatória para todos os fundos de investimento desde 2002, ou seja, há 20 anos. Atualmente, via de regra, todos os ativos de renda fixa são marcados a mercado nas carteiras dos fundos de investimentos. A marcação a mercado dos ativos nos fundos é necessária para que não exista transferência de riqueza entre os cotistas. 

É bem verdade que, quando implementada a regra há 20 anos atrás, houve um pouco de insegurança e desconforto por parte dos cotistas dos fundos, principalmente os de Renda Fixa que até então estavam mais acostumados com os fundos funcionando quase como “reloginhos”. Com o passar do tempo, os cotistas e a indústria de fundos de investimentos em geral foram se acostumando a um maior nível de volatilidade para os fundos que detinham principalmente títulos públicos e privados prefixados e/ou híbridos (IPCA+).

Os possíveis impactos da nova regra

Com a nova regra para Pessoas Físicas e Pessoas Jurídicas, alguns ativos específicos, como é o caso dos títulos isentos emitidos em IPCA+ (CRIs, CRAs e algumas debêntures), podem passar a ter uma maior liquidez no mercado secundário, pois são detidos majoritariamente por investidores que até então não acompanhavam diariamente o valor real daqueles ativos. Esses títulos vão aparecer no aplicativo do banco ou corretora com ganhos ou perdas em relação aos preços de aquisição. Nesse momento, os investidores poderão se sentir incentivados a vender no mercado secundário os títulos que estiverem com ganhos ou até mesmo, os que estiverem com perdas, caso sintam-se receosos de visualizar um ativo de renda fixa com rentabilidade negativa. Lembremos que isso já acontece de forma semelhante no mercado de ações.

Esse comportamento por parte dos investidores poderá não só gerar uma maior liquidez para os títulos públicos e privados, como também uma maior volatilidade, principalmente nos papeis com vencimentos mais longos, pois o mercado secundário passará a ter um maior número de participantes e também pela maior sensibilidade de preço dos títulos de maior prazo médio de duração (duration).

Não podemos descartar e até destacar que pode existir uma parcela considerável de investidores que não fazem a menor ideia de como funciona a dinâmica de marcação a mercado desses títulos e que, mesmo um ativo de renda fixa, pode estar apresentando rentabilidade negativa naquele período anterior ao seu vencimento por movimentos normais de mercado e até risco de crédito e liquidez do papel.

Esse investidor, em um primeiro momento quando da entrada da nova regra em janeiro de 2023, pode sentir-se desconfortável com essa variação negativa de preço e resolver realocar esses recursos para fundos, por uma percepção de o fundo poderá fazer essa gestão ativa, de comprar e vender papeis, de forma mais profissional e eficiente do que ele, investidor pessoa física ou jurídica.

E é aí que surge um possível outro impacto para os fundos…

Aumento de captação nos fundos por conta disso?

Talvez sim…

A cotação em tempo real das ações das empresas listadas em bolsa faz com que muitos investidores tenham receio construir sozinhos suas carteiras de ações, pois existe necessidade não só de habilidades de análise quantitativa e qualitativa, mas também cognitivas, pela dificuldade de lidar com as emoções, ganhos e perdas quase que em tempo real. Nesses casos, é bastante comum esses investidores recorrerem aos fundos de ações, terceirizando assim a um especialista profissional o papel de escolher as melhores ações de acordo com o seu mandato.

Com a implementação de dinâmica parecida para os títulos de renda fixa, alguns investidores serão colocados à prova, pois saberão diariamente os preços atuais dos seus ativos. Sabendo que houve um crescimento muito grande do mercado de títulos públicos e privados no Brasil, com uma base de CPFs cada vez maior, fica difícil imaginar que não haverá uma parcela de investidores que poderá se sentir mais desconfortável com a nova metodologia e preferir não deter diretamente os papeis, e sim delegar a gestão para o gestor de um fundo.

Nos próximos meses teremos uma visão mais clara sobre os desdobramentos da implementação dessa nova regra que traz mais transparência e isonomia ao mercado financeiro. Não existe certo ou errado quanto a investir diretamente em títulos públicos e privados ou fazê-lo através de fundos, o mais importante é que o investidor esteja confortável com as suas escolhas, ciente dos riscos e, cada vez mais, tendo acesso a dados e informações que o auxiliem a tomar as melhores decisões para o seu portfólio.

XPInc CTA

Se você ainda não tem conta na XP Investimentos, abra a sua!

XP Expert

Avaliação

O quão foi útil este conteúdo pra você?


Newsletter
Newsletter

Gostaria de receber nossos conteúdos por e-mail?

Cadastre-se e receba grátis nossos relatórios e recomendações de investimentos

Disclaimer:

Este conteúdo tem propósito exclusivamente informativo e se baseia em dados estatísticos, metodologias probabilísticas, fatos concretos do mercado financeiro e em resultados financeiros apurados. Em nenhum momento, o conteúdo desta mensagem representa opiniões pessoais ou recomendações de investimento financeiro de qualquer natureza. Não se configuram, portanto, como ideias, opiniões, pensamentos ou qualquer forma de posicionamento por parte da XP Investimentos CCTVM S/A. É terminantemente proibida a utilização, acesso, cópia ou divulgação não autorizada das informações presentes neste conteúdo. O investimento em ações é um investimento de risco. Na realização de operações com derivativos existe a possibilidade de perdas superiores aos valores investidos, podendo resultar em significativas perdas patrimoniais. Para avaliação da performance de um fundo de investimentos é recomendável a análise de, no mínimo, 12 (doze) meses. Leia o prospecto e o regulamento antes de investir. Todas as informações sobre os produtos, bem como o regulamento e o prospecto e regulamento aqui listados, podem ser obtidas com seu agente de investimentos, em nosso site na internet ou no site do referido gestor. Fundos de investimento não contam com garantia do administrador, do gestor, de qualquer mecanismo de seguro ou fundo garantidor – FGC. A taxa de administração máxima compreende a taxa de administração mínima e o percentual máximo que a política do FUNDO admite despender em razão das taxas de administração dos fundos de investimento investidos. Os fundos de ações e multimercados com renda variável /sem renda variável podem estar expostos a significativa concentração em ativos de poucos emissores, com os riscos daí decorrentes. Os fundos de crédito privado estão sujeitos a risco de perda substancial de seu patrimônio líquido em caso de eventos que acarretem o não pagamento dos ativos integrantes de sua carteira, inclusive por força de intervenção, liquidação, regime de administração temporária, falência, recuperação judicial ou extrajudicial dos emissores responsáveis pelos ativos do fundo. Os fundos de cotas aplicam em fundos de investimento que utilizam estratégias com derivativos como parte integrante de sua política de investimento. Tais estratégias, da forma como são adotadas, podem resultar em perdas patrimoniais para seus cotistas. Os fundos de renda fixa estão sujeitos a risco de perda substancial de seu patrimônio líquido em caso de eventos que acarretem o não pagamento dos ativos integrantes de sua carteira, inclusive por força de intervenção, liquidação, regime de administração temporária, falência, recuperação judicial ou extrajudicial dos emissores responsáveis pelos ativos do fundo. Para informações e dúvidas, favor contatar seu agente de investimentos. Rentabilidade passada não representa garantia de rentabilidade futura. As rentabilidades divulgadas não são líquidas de impostos e taxas de saída e performance. As informações publicadas não levam em consideração os objetivos de investimento, situação financeira ou necessidades específicas de qualquer investidor. Os investidores devem obter orientação financeira independente, com base em suas características pessoais, antes de tomar uma decisão de investimento. Caso os ativos, operações, fundos e/ou instrumentos financeiros sejam expressos em uma moeda que não a do investidor, qualquer alteração na taxa de câmbio pode impactar adversamente o preço, valor ou rentabilidade. A XP Investimentos não se responsabiliza por decisões de investimentos que venham a ser tomadas com base nas informações divulgadas e se exime de qualquer responsabilidade por quaisquer prejuízos, diretos ou indiretos, que venham a decorrer da utilização dessa plataforma. Os desempenhos anteriores não são necessariamente indicativos de resultados futuros. Investimentos nos mercados financeiros e de capitais estão sujeitos a riscos de perda superior ao valor total do capital investido.

A XP Investimentos CCTVM S/A, inscrita sob o CNPJ: 02.332.886/0001-04, é uma instituição financeira autorizada a funcionar pelo Banco Central do Brasil.Toda comunicação através de rede mundial de computadores está sujeita a interrupções ou atrasos, podendo impedir ou prejudicar o envio de ordens ou a recepção de informações atualizadas. A XP Investimentos exime-se de responsabilidade por danos sofridos por seus clientes, por força de falha de serviços disponibilizados por terceiros. A XP Investimentos CCTVM S/A é instituição autorizada a funcionar pelo Banco Central do Brasil.


Este site usa cookies e dados pessoais de acordo com a nossa Política de Cookies (gerencie suas preferências de cookies) e a nossa Política de Privacidade.