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Como o setor aéreo está se adaptando a um mundo pós-pandemia, segundo o CEO da Azul

John Rodgerson (CEO da Azul), Pablo Spyer (Vai Tourinho, XP) e Pedro Bruno (XP) comentam sobre os desafios e oportunidades do setor aéreo no Brasil

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No último dia da Expert, contamos com a presença de John Rodgerson, um dos fundadores e atual CEO da Azul, que discutiu sobre o cenário atual para o setor de aviação no Brasil, em painel que também contou com a presença de Pablo Spyer (Vai Tourinho, XP) e Pedro Bruno (co-Head de Equity Research na XP). Os participantes puderam debater sobre os principais desafios, dificuldades e oportunidades sobre o setor aéreo no Brasil, e como a indústria tem se adaptado a um novo mundo após a pandemia.

Impactos da pandemia

Em relação aos impactos relacionados à pandemia, John comentou a preocupação com as pessoas da companhia foi uma questão crucial durante o período de maior impacto da pandemia, sendo que o espírito de dono dos funcionários da companhia foi notável durante o período.

Além disso, a malha diferenciada da Azul, atendendo a mais de 150 destinos no país inteiro trouxe maior resiliência ao modelo de negócio da companhia.

Questionado sobre as mudanças permanentes no setor aéreo, John mencionou uma busca maior por eficiência operacional, não só nas companhias aéreas, mas também no ecossistema de aviação como um todo, como uma melhor utilização de aeroportos e da infraestrutura aérea como um todo.

“A Azul não é uma companhia aérea, e sim uma companhia de pessoas”

John Rodgerson, CEO Azul

O que explica a melhor performance da Azul no setor aéreo no Brasil?

A Azul tem conseguido entregar uma melhor performance relativa vs. concorrentes com a retomada da aviação comercial no Brasil. John menciona que estes resultados são frutos de um processo de reinvenção da companhia, focando em uma utilização mais eficiente das aeronaves, com a malha diversificada da companhia suportando uma retomada mais rápida do volumes de voos da empresa.

Aumento de custos no setor – como se manter rentável?

Devido às recentes altas no preço das commodities (em especial o petróleo), além do real continuar em níveis elevados de desvalorização, John reforça a importância de uma frota eficiente no contexto de custos mais elevados, citando as aeronaves da Embraer e Airbus como exemplos de aviões que apresentam baixo consumo de combustível frente a outras aeronaves.

Além disso, o fato de voarem a diversos destinos traz uma maior estabilidade de voos, com esta alta densidade de malha aérea viabilizando outras fontes de receita, como o segmento de transporte de carga, que tem consistentemente ganhado relevância dentro da companhia.

Azul busca outras oportunidades além do transporte aéreo

Apesar de ser uma companhia aérea, John relembra que a Azul tem outras fontes relevantes de receita, reforçando a importância do segmento de transporte de cargas, com o Azul Cargo, que tem sido foco de investimentos nos últimos 3 anos da companhia, com potencial enorme de geração de valor – neste sentido, o executivo menciona que a FedEx possui um valor de mercado maior que a soma do valor de mercado de diversas companhias aéreas globais.

A competição com empresas de baixo custo é real?

Indagado por Pedro Bruno sobre a potencial entrada e maior competição com empresas de baixo custo, John relembra que para viabilizar este tipo de competidor, o país também necessitaria viabilizar uma estrutura de menores custos para o setor, que não é o caso hoje na indústria local.

Além disso, o presidente da companhia reforçou a forte presença da marca da Azul no mercado aéreo brasileiro, o que traz maior competitividade à companhia frente a eventuais novos competidores.

Ganhando espaço em Congonhas

Quando questionado sobre a penetração da Azul em Congonhas, John destaca que ela está aquém do que considera ideal para a Azul – ele defende que a empresa, com sua malha geograficamente diversificada, poderia conectar passageiros de diversos destinos a São Paulo. Assim, o CEO se mostra otimista com a redistribuição de slots no aeroporto que está sendo executada pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), no intuito de aumentar a competição no local.

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