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Expert XP 2025: perspectivas para inflação e juros

Caio Megale, economista-chefe da XP, entrevistou Rodrigo Azevedo, sócio-fundador da Ibiúna Investimentos e ex-diretor do Banco Central, e Carlos Woelz, sócio e diretor da Kapitalo Investimentos

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Em sua última decisão sobre a taxa básica de juros, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) sinalizou o fim do ciclo de alta da Selic, com a taxa permanecendo em 15,00% por um período prolongado. Durante painel na Expert XP 2025, Caio Megale, economista-chefe da XP, entrevistou Rodrigo Azevedo, sócio-fundador da Ibiúna Investimentos e ex-diretor do Banco Central, e Carlos Woelz, sócio e diretor da Kapitalo Investimentos. Segundo eles, a decisão reflete uma estratégia de pausa cautelosa, considerando que o juro real já está elevado, mas as evidências de seu efeito na economia ainda são incipientes. A autoridade monetária optou por parar e observar os dados, adiando eventuais cortes de juros até que haja convicção de convergência inflacionária.

Rodrigo Azevedo reforçou que essa postura prudente ocorre em um ambiente em que a política monetária vem perdendo a eficácia. Apesar do forte aperto monetário, os sinais de desaceleração da atividade ainda são tímidos. Para Carlos Woelz, essa desconexão decorre, em grande parte, de fatores fiscais e parafiscais — como o aumento de transferências e o uso de crédito subsidiado — que reduzem o impacto dos juros elevados sobre a demanda. Ambos concordaram que esse quadro amplia a incerteza e dificulta decisões consistentes de alocação no mercado doméstico.

A dinâmica fiscal brasileira foi apontada como o principal obstáculo estrutural à queda sustentável dos juros. Mesmo com arrecadação recorde, o governo segue operando em déficit primário. A política monetária, isoladamente, tem capacidade limitada de conter pressões inflacionárias em um contexto de expansão fiscal, o que exige reformas estruturais para reequilibrar o arcabouço macroeconômico.

Cenário externo

No cenário externo, os painelistas destacaram que os Estados Unidos enfrentam um novo desafio: dívida elevada com juros mais altos. O Fed, banco central norte-americano, ainda cauteloso após avaliação equivocada de que a dinâmica inflacionária pós-Covid seria transitória, opta por esperar o impacto efetivo das tarifas implementadas antes de retomar cortes na taxa básica. Fora dos Estados Unidos, prevalece uma tendência desinflacionaria, com oportunidades nas curvas curtas de juros da Suécia e alguns países europeus, onde o espaço para alta adicional de juro é reduzido.

Impactos das tarifas dos EUA

Outro assunto do debate foi o impacto macroeconômico das tarifas dos Estados Unidos. Segundo os palestrantes, o impacto é pequeno, considerando que o país é relativamente fechado e as exportações para os Estados Unidos representam apenas 12% do total. No entanto, os reflexos no cenário político podem levar à depreciação cambial e, consequentemente, efeitos em inflação e juros.

Diante de um cenário doméstico de juros altos por longo período, os gestores afirmaram preferência por alocações mais conservadoras no Brasil e maior exposição ao exterior. Para eles, a previsibilidade do ambiente local está comprometida, e só será restaurada com uma combinação de disciplina fiscal e reformas estruturais.

Por fim, as projeções individuais para a Selic no fim de 2026 revelaram uma visão ainda cautelosa: Caio Megale estima 12,50%, Carlos Woelz projeta 11,00%, enquanto Rodrigo Azevedo vê possibilidade de queda até 13,00%.

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