O papel da eletrificação na transição energética

Para a transição energética ter sucesso é necessário repensar a cadeia de produção inteira, e o Brasil tem vantagens competitivas para ser um líder nesse processo. Alexandre Baldy, vice-presidente sênior da BYD no Brasil, João Irineu Medeiros, vice-presidente de Assuntos Regulatórios da Stellantis, Luciana Costa, Diretora de Infraestrutura, Transição Energética e Mudança Climática do BNDES, Diretora da Engenharia de Produtos da GM, e Marcella Ungaretti, head de Research ESG da XP, discutiram a relevância da transição energética e o papel do Brasil nesse processo.

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A transição energética representa uma oportunidade única de desenvolvimento para o Brasil, o qual se destaca entre as economias do G20 devido às suas vantagens comparativas. Com uma matriz energética predominantemente renovável, composta por biomassa, etanol, solar e eólica, o país está preparado para avançar com políticas públicas que incentivam novas tecnologias, como a eletrificação da frota, combustíveis sustentáveis (SAF), hidrogênio verde e etanol de segunda geração. Enquanto outras nações buscam fontes já consolidadas, o Brasil pode liderar a transição, aproveitando sua infraestrutura de energia barata e a abundância de minerais essenciais para a produção de tecnologias limpas.

Para garantir uma transição bem-sucedida, é crucial avaliar o ciclo completo de vida dos veículos, desde a extração de materiais até o descarte. O desenvolvimento deve ocorrer em toda a cadeia produtiva, incluindo fornecedores locais e plantas de produção, promovendo não apenas a eficiência econômica, mas também o desenvolvimento social. O BNDES, como o maior financiador de energia renovável do mundo, desempenha um papel fundamental nesse cenário, financiando projetos de hidrelétricas, eólicas e solares, além de impulsionar a inovação em tecnologias emergentes, apesar dos riscos associados a esses investimentos.

A acessibilidade da transição energética é outra preocupação central. A infraestrutura de recarga deve ser expandida em um país continental como o Brasil, e a combinação de etanol com veículos elétricos híbridos pode também ser uma solução viável. O aumento da eletrificação não apenas reduz as emissões de poluentes, mas também melhora a eficiência dos veículos. Com o crescimento do mercado externo servindo como benchmark, o Brasil tem o potencial de se tornar um polo produtor e exportador de tecnologias sustentáveis, promovendo a economia de escala e unindo esforços entre empresas para criar uma experiência integrada e acessível ao consumidor.

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