Economistas de Ciro Gomes e Simone Tebet debatem presente e futuro do Brasil na Expert 2022

“Em 2002, o mercado estressou e chamou Lula pra conversar. Agora o governo entrega inflação de dois dígitos e juros altos e o Mercado bate palmas”. É a visão de Elena Landau, coordenadora do programa econômico da presidenciável Simone Tebet.

A economista participou, juntamente com o coordenador econômico da campanha do pré-candidato Ciro Gomes, Nelson Marconi, nesta quinta-feira, 4, do painel “Desafios do Presente e do Futuro: debate sobre os caminhos da economia brasileira”, na Expert XP 2022. O painel contou com a presença de Caio Megale, Economista-chefe da XP, Victor Scalet, responsável pela análise quantitativa do time de análise política e pelo time de estratégia macro, e Richard Back, Head de Análise Política e Estratégia Macro da XP.

Caminhos da economia brasileira

O painel debateu os desafios e as potencialidades da economia brasileira no atual cenário mundial. A proposta era contar com os Economistas indicados pelas principais legendas que disputam as eleições presidenciais deste ano, mas apenas os candidatos Simone Tebet e Ciro Gomes mandaram representantes.

Elena Landau, que é Sócia do escritório Sergio Bermudes Advogados, começou sua explanação dizendo que a primeira coisa que a gente precisa fazer é “sobreviver a 2022”. Elena falou sobre o estouro do teto de gastos, que o Executivo tinha o Congresso nas mãos e ainda assim não aprovou as reformas estruturais, sobre as medidas eleitoreiras do governo atual, que nenhum presidente aprovou tantas PECs e concluiu dizendo que representante da equipe econômica do Presidente Bolsonaro “gosta muito de dar palestras, mas não gosta de debater”.

Marconi, acrescentou que diferente da candidatura de Ciro e Simone, as candidaturas de Lula e Bolsonaro não mandaram representantes porque não tem um programa econômico estruturado. O presidenciável Ciro Gomes irá apresentar na próxima semana o seu Programa de Renda Mínima. O programa homenageia o ex-Senador Eduardo Suplicy, segundo afirmou hoje o coordenador econômico de sua campanha.

Teto de Gastos

Ambos concordaram que a credibilidade do teto está abalada e que a situação fiscal é de suma importância. Defenderam ainda que o “imposto inflacionário” foi o que impediu um fiscal ainda pior. Os dois defenderam ainda a independência do Banco Central, juros mais baixos e que a política fiscal precisa estar alinhada à política monetária.

Em relação aos caminhos para o desenvolvimento, as discordâncias começaram. Marconi defendeu que o Governo deve desenvolver políticas industriais para induzir investimentos e que gostaria de que os investimentos do governo fossem mais estáveis. Já Landau defende que a inovação não depende de indução do governo, mas sim de um ambiente propício pautado principalmente pela segurança jurídica. Entre as atribuições do governo citou o compromisso com o social.

Os dois discordaram ainda sobre a política de preços da Petrobras. Enquanto Landau concorda, pois permite que a empresa cumpra sua função social (extrair óleo e gás), Marconi discorda por achar que a paridade é prejudicial para a população.

ESG

Falando de ESG, a economista de Simone Tebet defendeu que a Amazônia sofre com uma espécie de miopia. Todos debatem o aspecto ambiental, mas se esquecem do social e que a região tem um dos piores IDHs, níveis elevados de evasão escolar e a conectividade é ruim. Já Marconi defendeu que o Brasil se torne uma potência energética e, inclusive, exporte energia, como o Ceará já faz.