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Malala fecha Expert com mensagem para o mundo: ‘Confie na sua voz e acredite que você pode ser a mudança’

A ativista paquistanesa contou sua trajetória de lutas, ativismo, dificuldades em ambiente de guerra e esperança para a educação no mundo

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Aos 22 anos, no último mês de junho, uma garota se formou em filosofia, economia e política na Universidade de Oxford, no Reino Unido. Milhares já tiveram essa oportunidade, mas por que destacar só uma dessas formandas? É simples: Malala Yousafzai não é só uma, como ela mesma disse ao ganhar o Nobel da Paz há seis anos.

Ela representa 66 milhões de meninas e mulheres que foram restritas a ter educação por diversos motivos. No seu caso, o regime taleban paquistanês no Vale do Swat, onde nasceu e cresceu, impediu ela e suas colegas de ir à escola. O seu inconformismo e a sua notável luta pelo direito à educação diante daquela situação foram calados com uma bala na cabeça que faria o mundo enxergar o problema.

Mas a força de Malala falou mais alto: ela sobreviveu ao extremismo e, hoje, pôde contar sua história no último dia da Expert XP 2020. Confira as principais pontos que a jovem paquistanesa falou ao público em seu painel no evento.

“Toda noite quando escurecia, parecia que o mundo iria acabar”

Malala cresceu em uma zona dominada pelo extremismo, mais especificamente, por um grupo taleban do Paquistão, na região do Vale do Swat. Ela começou o seu discurso no painel contando como era viver nesse contexto.

“Foi uma época difícil, vivemos numa área de guerra por quase dois anos, quase todas as escolas foram destruídas, as mulheres não podiam sair de casa. Você poderia ser o próximo alvo. Toda noite, quando escurecia, parecia que o mundo iria acabar e você perdia a esperança. Mas no final das contas eu sempre achava que o dia seguinte seria melhor”, diz Malala.

A paquistanesa, junto com suas colegas e mulheres da região onde vivia, foi cerceada pelo grupo extremista, que se baseou em uma interpretação da Sharia (Lei Islâmica) para banir a liberdade das mulheres, que eram vistas apenas para procriação e casamento.

Nesse cenário, uma particularidade ajudou Malala a levantar sua voz desde pequena: seu pai. Ziauddin Yousafzai, que esteve ao lado de Malala durante o painel e que também contou suas experiências para o público da Expert, foi essencial para dar a liberdade que a filha precisava para expandir suas ideias, algo inimaginável para qualquer mulher naquela época, no Paquistão.

Ziauddin era um líder na comunidade e contou para o público da Expert que fundou uma escola só para mulheres porque viu a dificuldade que suas irmãs, tias de Malala, passaram:

“Fui criado numa sociedade muito patriarcal, cresci com cinco irmãs e nenhuma pôde ir à escola. A educação para meninas não era valorizada. O único sonho dos meus pais era que minhas irmãs casassem o mais rápido possível. Eu estava ciente do efeito que a educação tinha tido em mim e foi por essa razão que eu acreditava que a educação era a arma mais poderosa que poderia mudar o mundo. Foi por isso que comecei uma escola para meninas no Paquistão: para instruir e empoderar todas as meninas da nossa comunidade, inclusive Malala”, afirma Ziauddin Yousafzai

Foi a partir dessa criação, combinada ao contexto de guerra e de restrição à educação e a várias outras atividades em relação às mulheres, que Malala cresceu e se impôs. Segundo ela, sem uma família que a apoiasse e sem os valores que foram passados para ela não haveria possibilidade de ser a influência mundial que é hoje. “Não me perguntem o que eu fiz e sim o que não fiz. Eu não cortei as asas dela, deixei ela voar”, diz o pai.

Os aprendizados de Malala e a importância da voz

Segundo Malala, seu principal aprendizado na vida foi entender que a sua voz, apesar de muito jovem, deveria ser ouvida. Ela sempre acreditou nisso. “A melhor lição que eu aprendi na minha jornada é que é muito importante fazer sua parte. Às vezes você acha que apenas uma voz não vai produzir qualquer mudança. Mas se pensarmos assim, nada vai mudar”, diz a paquistanesa.

Aproveitando sua clara facilidade de comunicação, Malala já era uma ativista aos 11 anos e tentava encontrar formas de expandir sua voz. Foi com um blog na BBC, a partir de um pseudônimo, que parte do mundo começava a ver os problemas no Vale do Swat.

“Eu me dei conta que todo mundo pode desempenhar o seu papel. Nós podemos ter um blog, escrever, protestar, tudo isso pode, sim, fazer parte da mudança. Você tem que confiar na sua voz e essa é a missao que eu quero espalhar para todo o mundo”, afirma Malala.

A então estudante do colégio incomodava tanto apenas com suas opiniões e voz que uma certa tarde em outubro de 2012 que houve uma tentativa de assassinato que mudaria por completo sua vida.

“À medida em que você continua falando você vê a pressão e a comunidade te dando apoio, então eu continuei perseguindo uma educação melhor. Muitas crianças não podiam ir à escola, as mulheres não eram empoderadas. Depois de eu ser atacada eu me dei conta que a minha voz era muito mais poderosa que eu pensava. Tentaram me silenciar com um tiro, mas a minha voz era tão poderosa que causava medo em algumas pessoas. A sua voz pode mudar uma comunidade. Nós precisamos promover a mudança nas coisas que estão ao nosso redor e isso se multiplica”, ressaltou Malala na Expert.

As barreiras para a educação no mundo

Falta de investimento para educação, normas sociais e culturais, falta de infraestrurura… há uma enorme lacuna para universalizar a educação no mundo, segundo Malala.

“Precisamos que os países aumentem seu financiamento para a Educação. Principalmente, o ensino primário e fundamental. Primeiro lugar é ter investimento em educação. Existem também normas sociais que não permitem que as mulheres estudem e trabalhem. O papel dessas mulheres está limitado a normas dos países. Temos que divulgar a mensagem que as mulheres podem fazer o que quiserem”.

Para a prêmio Nobel da Paz mais jovem da história, a pandemia do coronavírus trouxe muita tristeza, mas, como sempre, uma oportunidade significativa de mudança. “Aqui temos uma oportunidade de mudanças, o mundo está pronto para mudar. Oportunidade para dar um passo para trás, dar uma pausa e ver o que precisa ser mudado. Temos que tomar decisões mais robustas.  Temos uma oportunidade de mudar o nosso foco para as coisas mais importantes”, opina a ativista.

Depois de uma vivência única com apenas 22 anos, Malala segue rodando o mundo para tentar influenciar políticas públicas nos países e incentivar os ativistas de Educação a seguirem em frente rumo a um mundo que não cerceie a liberdade de ter um livro, uma caneta e um professor, coisas que, segundo ela, são tão fortes que são capazes de mudar o mundo, assim como mudaram o seu.

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