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Juros altos e escassez de capital: oportunidades no crédito estruturado

Os FIDCs foram um tema central nas discussões do painel da Expert XP 2025 sobre crédito estruturado; separamos os destaques

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No painel “Juros Altos e Escassez de Capital: Oportunidades no Crédito Estruturado” da Expert XP 2025, participaram quatro especialistas do mercado: Diego Coelho, sócio e gestor da Brave Asset, Binelli, sócio-diretor da Solis Investimentos, Marcelo Urbano, sócio-diretor da Augme, e Caroline Freitas, representante da XP. O FIDC foi um tema central nas discussões, observado como um instrumento que oferece retornos atrativos, além de ser uma alternativa eficiente ao crédito bancário tradicional.

FIDC, instrumento estratégico no mercado de capitais

O FIDC vem sendo cada vez mais percebido como um instrumento atemporal e estratégico dentro do mercado de capitais. Dado o crescimento recente e as mudanças regulatórias, os participantes enxergam os FIDCs como uma ferramenta poderosa tanto para os investidores – ao oferecer retorno robusto com características únicas de estruturação – quanto para a economia real, ao permitir o financiamento fora do ambiente bancário tradicional.

Seu avanço se apoia na capacidade de suprir ineficiências do mercado de crédito, e, mesmo diante de desafios regulatórios, como a recente discussão sobre a bitributação e o IOF, os especialistas consideram que o impacto líquido ainda é positivo, sobretudo após a isenção do come-cotas.

No painel, eles destacaram ainda a maturidade regulatória e a evolução da governança como fundamentos para a continuidade do desenvolvimento da indústria.

Mecanismos de subordinação

Ao tratar dos mecanismos de subordinação, os convidados ressaltaram seu papel como um dos principais diferenciais estruturais dos FIDCs. A presença de cotas subordinadas, especialmente quando detidas por originadores, promove um alinhamento de interesses essencial entre as partes, mitigando riscos e reforçando a segurança das cotas sêniores. Essa estrutura, que simula uma hierarquia de capital semelhante à de empresas, aumenta a previsibilidade do comportamento das carteiras.

No entanto, foi feito um alerta: a subordinação não é suficiente por si só. A análise também deve considerar: o spread da operação; ágio nas cessões, eventos de liquidez; e, principalmente, o comportamento do originador. O olhar simplista sobre a subordinação pode mascarar riscos importantes, sendo necessário avaliar cada estrutura individualmente.

Busca por ativos de melhor qualidade

Em relação à postura cautelosa dos investidores e ao fechamento dos spreads de crédito, os participantes explicaram que esse movimento é natural em um ambiente de juros elevados e maior direcionamento para renda fixa tradicional. Apesar disso, os FIDCs ainda oferecem prêmios atrativos e devem continuar se beneficiando de sua flexibilidade estrutural.

A busca por ativos de melhor qualidade em setores desafiadores, como o agronegócio, é crescente, com destaque para estratégias de pulverização e diversificação. A gestão ativa torna-se crucial, considerando a necessidade de análise nome a nome nas carteiras, visando olhar para a existência de oportunidades que só se tornam acessíveis em momentos de estresse de mercado.

Ainda que a liquidez do mercado secundário continue limitada, a estrutura dos FIDCs permite ao gestor ajustar o portfólio de forma ágil, garantindo maior aderência ao risco-retorno desejado.

Estratégias para manter a qualidade dos produtos

Diante da baixa taxa média de recuperação de crédito no Brasil, muito inferior à de outros países, os gestores relataram estratégias para manter a qualidade e governança dos produtos. Entre elas, destacam-se a atuação preventiva, com foco na especialização da análise de crédito, o uso intensivo de tecnologia para gestão de carteiras pulverizadas e a preferência por ativos com garantias não operacionais ou recebíveis de boa qualidade.

A imprevisibilidade do judiciário brasileiro e a fragilidade na formalização das garantias são os principais entraves à recuperação efetiva. Para contornar esses desafios, muitos FIDCs têm evitado depender de garantias tradicionais e adotado uma abordagem baseada em fluxo de caixa e “revolvência” de recebíveis, permitindo maior flexibilidade operacional mesmo em estruturas com prazos mais longos.

Perspectivas para o futuro

Sobre o futuro da indústria, os convidados destacaram que, olhando para o longo prazo, as inovações virão principalmente pela combinação entre tecnologia, evolução regulatória e maior conscientização do mercado.

A recente decisão da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) de permitir o acesso do investidor de varejo aos FIDCs foi vista como um marco relevante, pois amplia o debate público e aumenta o interesse de empresas e investidores sobre a estrutura. Em paralelo, a tecnologia permite maior eficiência na originação e gestão de créditos pulverizados, viabilizando acesso a empresas antes excluídas do mercado de capitais.

Por fim, iniciativas para aumentar a liquidez dos FIDCs – como a marcação a mercado das cotas sêniores – vêm sendo consideradas estratégicas para consolidar o produto como alternativa institucional robusta e duradoura.

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