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Grandes investidores discutem a construção de um Brasil sustentável no terceiro dia de Expert

O papel dos investidores na construção de um Brasil sustentável - veja aqui os principais destaques da palestra

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Marina Cançado, head de Sustainable Wealth do Private da XP, discute a importância de investimentos que levam em consideração critérios ambientais, sociais e governamentais (ESG, na sigla em inglês) com seus convidados no terceiro dia da Expert XP: Marina Silva, política brasileira filiada à Rede Sustentabilidade; Beatriz Johannpeter, consultora associada da Cambrige Family Enterprise Group e da família da Gerdau; Alex Seibel, empreendedor de negócios ambientais e da família da Duratex; e Rodrigo Pipponzi, co-fundador da Editora MOL e da família da RaiaDrogasil.

“Está na hora do Brasil parar de enfrentar a Amazônia como um problema”, afirma Marina Silva

Marina acredita que o cenário atual do coronavírus pode ser descrito como uma “crise civilizatória” e relembra que as bases econômicas e o meio ambiente não devem ser encarados como forças opostas. Pelo contrário, reforça a política, eles são interdependentes: no caso brasileiro, por exemplo, sua capacidade como potência agrícola está diretamente relacionada com seus recursos hídricos que, por sua vez, dependem do meio florestal nacional. Em sua visão, “a natureza da crise atual exige uma mudança no modelo de desenvolvimento, deixando para trás um modelo predatório e caminhando em direção a uma agenda de sustentabilidade”.

Para Marina, tal mudança de paradigma é  lastreada por três itens. Em primeiro lugar, pela ciência, que aponta que a capacidade de suporte do planeta já foi esgotada em 30%. Em segundo lugar, pela ética, que indica que não seria correto sacrificar os recursos das gerações vindouras em função dos lucros de curto prazo. Em terceiro lugar, pelo bom-senso, que nos leva a crer que é crucial tomar as medidas necessárias, o quanto antes. Adicionalmente, Marina cita o relatório do Fórum Econômico Global que afirma que, por meio do desenvolvimento sustentável, mais de 300 milhões de empregos e 10 trilhões de dólares podem ser gerados por ano, ou seja, trata-se também de uma grande oportunidade econômica.

Marina ainda nos relembra que a “a Amazônia tem uma importância estratégica para o planeta”. Por exemplo, o ecossistema equivale a 7% da superfície terrestre, mas contém 20% das água doce do mundo. Nesse sentido, a região exerce papel fundamental de regulação dos regimes hidrológicos e de fertilidade do solo, além de cumprir grande papel de estoque de carbono. “Está na hora do Brasil parar de enfrentar a Amazônia como um problema e enxergá-la como uma solução (…) Não podemos ignorar nosso chamado como país de nos tornarmos uma potência ambiental”.

“O foco hoje não é mais só econômico, e sim social e ambiental”, comenta Beatriz Johannpeter

Beatriz Johannpeter, consultora associada da Cambridge Family Enterprise Group, reforça o papel que as famílias empresárias vêm exercendo no alinhamento do mundo dos negócios com as causas ambientais. Em sua visão, cada vez mais ativos financeiros estariam migrando para investimentos responsáveis, desde “green bonds” até fundos de impacto social: ”o mercado financeiro está se despertando para poder contribuir.” Beatriz fala ainda em “ajuste de narrativas”, e destaca que todos tem uma parte a cumprir: o governo, as famílias empresárias, cada indivíduo, todos devem repensar os impactos de seus investimentos e buscar integrar retorno e propósito.

Rentabilidade e Ecologia são plenamente compatíveis, reforça Alex Seibel

Alex Seibel, empreendedor de negócios ambientais, relatou algumas de suas experiências filantrópicas e investimentos ecológicos. O empresário destaca seu papel como co-fundador da Arcah, ONG que nos últimos seis anos prestou auxílio na reintegração de mais de sete mil pessoas de moradores de rua. Adicionalmente, Seibel lançou junto com seus sócios a Apolo, uma empresa dedicada à exploração do biogás como fonte de energia. Ele ressalta que trata-se de um investimento que, além de ecológico, também visa rentabilidade.

Outro exemplo dessa compatibilidade entre retorno e meio ambiente é sua participação em um fundo de venture capital que, por meio de seu investimento em empresas ativistas, já obteve retornos de 500% desde o seu início. Por fim, mais recentemente, Seibel voltou a atuar na holding de sua família, para tirar do papel a frente de ESG. Seibel destaca que 6% dos investimentos já estão alocados em investimentos de impacto, e que mais ainda está por vir.

Para Rodrigo Pipponzi, “A filantropia e a doação são mecanismos muito poderosos de transformação do país”

Rodrigo Pipponzi, co-fundador da Editora MOL, contou como conseguiu conciliar sua paixão pelo empreendedorismo social e os negócios de sua família, detentores de uma grande rede nacional de farmácias. Por meio de sua editora, Rodrigo lançou a revista Sorria, vendida nos caixas dos pontos de vendas da rede de sua família. A arrecadação da revista é revertida para organizações sociais e, desde 2008, a revista Sorria já doou mais de R$ 25 milhões para o GRAAC, permitindo a construção de um anexo para o hospital do instituto na Vila Mariana.

Diante de tamanho sucesso da iniciativa, Pipponzi decidiu escalá-la via Editora Mol. Hoje, por meio da venda de produtos editoriais nos caixas de outras grandes varejistas, sua empresa já contribuiu para o investimento de cerca de R$ 35 milhões para mais de 100 organizações sociais. Por fim, Pipponzi destaca que um dos momentos chave em sua trajetória foi quando ele recebeu o reconhecimento de Empreendedor Social pela Folha de São Paulo em 2018. Neste momento, ele se reconheceu como um genuíno investidor de ESG, e comenta a importância de que mais pessoas passem por esse momento de “revelação”: “investimento social não é esmola”, reforça.

Confiança e mentalidade, duas principais barreiras para os investimentos na Amazônia

Na visão de Beatriz, o grande desafio do terceiro setor sempre foi a questão da confiança e, quando pensa-se nas barreiras do investimento na Amazônia, o mesmo fator prevalece. Já na opinião de Rodrigo, é a mentalidade, compartilhando com a audiência um dos lemas que guia a MOL: “Sonho é bom se for bom para todo mundo”. Alex, por sua vez, destaca a importância da auto estima individual, colocando como maior desafio a questão da preferência. Por fim, Marina Silva afirma acreditar que existem poucas barreiras para os investimentos na Amazônia, principalmente no que se refere às financeiras e tecnológicas. Na visão dela, os maiores desafios são de natureza política e ética.


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