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Expert XP 2021: Os fundos multimercados e o aumento da taxa de juros

Os gestores de multimercados da ACE Capital, NEO Investimentos e Quantitas discutem as perspectivas para fundos multimercados em painel da Expert XP

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O pano de fundo macroeconômico do Brasil tem sido marcado por sinais persistentes de inflação, e uma preocupação que surge para muitos investidores é como isso impacta negativamente os seus investimentos.

Em painel da Expert XP 2021, temos a participação de Ricardo Denadai, sócio-fundador e economista-chefe da ACE Capital, Mario Schalch, sócio-fundador e gestor da NEO Investimentos e Rogério Braga, sócio-fundador e gestor da Quantitas. Os profissionais abordam como suas estratégias têm navegado nesse ambiente inflacionário brasileiro.

Confira a seguir os destaques do painel:

Quem são ACE Capital, NEO Investimentos e Quantitas?

ACE – empresa fundada em 2019 por executivos egressos da tesouraria do banco Santander, sendo um grupo que trabalha em conjunto há mais de uma década. Com mais de R$ 2 bilhões sob gestão, a ACE tem uma estratégia única, multimercado macro, implementada pelo fundo ACE Capital Advisory FIC FIM, disponível na plataforma da XP.

NEO – empresa fundada em 2003, conta com 55 colaboradores em seu quadro e tem 3 linhas de produto: Multimercado, Ações e Private Equity. Entre os fundos multimercados, a gestora possui cerca de R$ 2,5 bilhões sob gestão e 14 pessoas dedicadas à equipe de investimentos.

Quantitas – gestora fundada em 2011, possuem R$ 3,4 bilhões sob gestão e atuam nas estratégias de Multimercado, Ações e Renda Fixa Crédito Privado. Em seu quadro de colaboradores, figuram 25 profissionais.

Após ciclo de queda de juros no mundo, estamos no início de um período de recuperação da economia, com retirada de estímulos monetários, em que inflação passa a ser uma questão.

Ricardo Denadai, da ACE, conta como mudou a visão da equipe de gestão para o cenário macroeconômico. Do início de 2016 até o final de 2020, com o quadro de queda de juros no mundo e recuperação fraca da economia no Brasil, a visão refletia uma carteira de ativos comprada em bolsa, a favor da queda dos juros futuros no Brasil e comprada no dólar como proteção. Desde o início de 2021, com a recuperação da economia e o aumento da inflação, a compra da bolsa é mantida, porém as posições em juros e câmbio são invertidas – hoje a gestora tem posições a favor da alta dos juros futuros e compradas no real contra o dólar.

O investidor tem várias alternativas para se proteger e não se preocupar com o cenário de inflação elevada, como fundos multimercado em geral.

Mario Schalch, da NEO, conta que a gestora considera a inflação alta como mais uma variável, uma variável importante. Porém, existem outras variáveis que são tão importantes ou até mais para o cenário de investimentos, como a evolução da pandemia, os estímulos fiscais nos EUA, a incerteza em relação à condução de política econômica no Brasil, eleições. Dado esse quadro como um todo, o gestor busca as melhores oportunidades nos diferentes mercados, seja em juros, moedas, ações, etc.

Nesse cenário de juros em alta, o real, por exemplo, ganha atratividade frente a outras moedas de países emergentes. Na Bolsa, há diferentes setores, como o de seguradoras ou bancos, que são beneficiados pelo aumento dos juros.

No final de 2019, houve no Brasil uma das grandes oportunidades de proteção de portfólio no mercado de inflação.

Rogério Braga, da Quantitas, conta que a gestora identificou uma grande oportunidade no mercado de inflação implícita e montou posições compradas nesse ativo no final de 2019. Com o início da crise em 2020, essa posição ajudou a proteger a carteira do fundo. Ao longo da crise, a gestora carregou posições em ativos que se protegem de um cenário inflacionário, como commodities, ações, ou mesmo a compra de inflação implícita e posição a favor da alta dos juros.  

Segundo Braga, a gestora também explora em sua estratégia multimercado um conjunto de operações de valor relativo, ou seja, que não dependem da direção da taxa Selic, do dólar ou do Ibovespa para gerar resultado. Seja no mercado de juros, de moedas ou de ações, são operações que historicamente contribuíram para a performance do fundo e trouxeram diversificação para a estratégia.

Tal tipo de operação é também bastante explorado pela NEO. Mario Schalch conta que as operações de valor relativo fazem parte do DNA da estratégia multimercado e, dentro de cada mercado, conseguem extrair alpha com essas operações.

Com a aceleração do aumento dos juros no Brasil, a moeda local tem ganhado atratividade e muitos gestores têm montado posições compradas no real contra o dólar.

Denadai explora em quatro pontos o porquê de estarem otimistas com o real:

  1. O Brasil recebeu uma “dádiva divina”: a forte elevação dos preços das commodities relevantes que o país exporta. Mais tecnicamente, um grande choque positivo nos termos de troca.
  2. Quadro de alta dos juros no país melhora a atratividade da moeda local.
  3. A ACE tem uma visão construtiva com a atividade local e a recuperação da economia, e o real sofreu muito nos últimos anos por falta de crescimento econômico.
  4. O quarto fator é o nível de preço – hoje a moeda local está bastante depreciada.

Por outro lado, os riscos para essa visão são dados pela questão fiscal e ameaça constante para o rompimento do teto de gastos no Brasil, além das eleições no próximo ano e o risco de o dólar passar por uma valorização por conta do cenário externo.

Confira mais informações sobre os produtos de cada gestora:

ACE Capital Advisory FIC FIM
Neo Provectus I FIC FIM
Quantitas Mallorca FIC FIM

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