EAD e o Ensino à distância: Temos a oportunidade de colocar a escola, alunos e professores no século XXI

Com as escolas fechadas pela pandemia as ferramentas de educação à distância, EAD, entraram com tudo na rotina de alunos e educadores. Como essa nova forma de aprender afetou as crianças?

Esse foi o tema do painel de uma das Lives de estreia da Expert XP 2020, no segundo dia do maior evento de investimentos do mundo, que teve como palestrantes Mayra Lora, diretora pedagógica do Colégio Bandeirantes e Lilian Bacich, diretora da Triade Educacional. A mediação foi feita pelo head de educação financeira da XPeed, Thiago Godoy.

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Os desafios do EAD forçado nas escolas

Assim como vários outros profissionais os professores e as escolas também tiveram muito pouco tempo para se adaptar nesse processo de isolamento social durante a pandemia. Os educadores, de maneira geral, não tiveram uma formação pensada na educação à distância e, até esse momento, a possibilidade do “homeschooling” ou educação domiciliar. Mayra Lora comentou que já existiam recursos digitais pensados para o apoio das aulas presenciais mas com essa mudança forçada tanto os alunos quanto os processos precisaram se adaptar de maneira muito rápida.

A tensão emocional entre os profissionais de educação também foi bastante grande. Os processos de comunicação mudaram muito entre os professores e os membros da coordenação. Uma preocupação bastante grande foi a qualidade e a clareza de como os vídeos eram gravados. Mas talvez o maior de todos tenha sido a logística de organização do trabalho entre os professores já que além das aulas gravadas é importante existir espaços para que o aluno tire suas dúvidas. Pensar uma grade ou trilha de aprendizagem nesse momento é fundamental para o sucesso desse processo de educação à distância.

A criação de conteúdos e os aprendizados com esse processo

Ambas as educadoras falaram em vários momentos sobre a importância do conceito da educação híbrida ou ensino híbrido. Nesse momento não estão acontecendo encontros presenciais mas esse processo também pode ser, de alguma forma, ser simulado de forma digital.

O EAD cria, naturalmente, a possibilidade de assistir as aulas de maneira assíncrona, ou seja: no horário que for mais confortável para o aluno. E isso já trás algumas vantagens na comparação com o modelo presencial já que nem todos são matutinos e consegue acordar tão cedo.

Mas também foi importante relatar que as experiências síncronas, com horários marcados entre o professor e toda a turma, também é bastante importante para que fosse criada a sensação de grupo. Muitos alunos relataram que, mesmo gostando das aulas gravadas, também sentiam falta desse contato entre os colegas e professores.

Com a provável retomada das aulas presenciais fica claro que existem sim processos que podem ser completamente digitais mas que também o contato entre professor, aluno e colegas deve ser mantido como possibilidade.

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A relação da família e da escola deve mudar

O envolvimento da família no processo de aprendizagem nesse momento ficou ainda mais próximo. É claro que o papel dos pais, dos professores e da escola ainda será diferente mas o valor atribuído para a educação e especialmente para os professores nesse processo deve aumentar.

Isso porque os pais viram de perto como o processo de aprendizagem e de educação pode gerar grande tensão também nos alunos. Foi exigidos dos alunos, nesse momento, muita organização especialmente quanto ao estudo num ambiente tão livre como a casa e num momento tão diferente do habitual. Mesmo esses jovens sendo nativos digitais eles apresentam grande facilidade para se relacionarem nas redes sociais. Mas essa mesma familiaridade não é tão observada em todos no processo de aprendizagem. Por isso é bastante importante a figura do tutor, do professor para guiar esse processo e deixar ele mais simples.

As provas e até mesmo o vestibular deveriam ser repensados

Outra grande lição contada pelas educadoras fala do processo de avaliação. Com a possibilidade da criação de uma jornada de ensino mais estruturada, que pode ser acompanhada especialmente com a leitura de dados e comportamento desses alunos dentro desses ambientes logados, pensar numa prova única que diga o quanto aquele aluno aprendeu ou não se torna improdutivo.

Pensar no processo de construção do ensino de forma mais elaborada buscando a reflexão e com atividades que são acompanhadas periodicamente pelos professores deveria ser o caminho natural para esse processo. E nesse sentido até mesmo grandes provas, até mesmo como o vestibular, deveriam se repensados.