Como o mercado de capitais se adaptou a um cenário de política fiscal contracionista: A visão da Nasdaq, B3 e CME

Presentes na Expert XP 2023, James Brown (XP) mediou um painel com Bob McCooey (Nasdaq), Marcos Skistymas (B3) e Paula Attie (CME), no qual eles discutiram as dinâmicas de negociação de ativos nos últimos tempos, como eles foram influenciados pelo cenário macroeconômico, geopolítico, etc., e as mudanças que cada companhia tem implementado para fomentar a boa experiência dos seus clientes, sejam eles investidores pessoa física ou institucionais.

Tecnologia sendo um dos principais pilares para assegurar a boa experiência do cliente

Nos últimos tempos, com a pandemia da Covid-19, seus impactos na economia global e posteriormente a guerra entre Rússia e Ucrânia, todos os painelistas trouxeram elementos sobre como a alta da inflação, das taxas de juros e das incertezas com diversos temas no mundo tem trazido volatilidade e, consequentemente, aumentado de forma relevante a negociação em suas plataformas. Esse movimento naturalmente exigiu um esforço importante de todos eles de investir em tecnologia e soluções de nuvem para garantir que a plataforma está pronta para um maior volume de negociações pela frente, dado que já têm visto uma recuperação dos níveis de negociações nos mercados de renda variável, embora não tenham atingido ainda os mesmos níveis da pandemia.

Investidor pessoa física ganhando cada vez mais força

Em linha com a democratização da informação e de mais CPFs entrando para o mercado de ações, além de novos produtos sendo embarcados nas plataformas com o tempo, os painelistas reforçam o grande impacto que suas plataformas têm experimentado com o aumento de pessoas físicas investindo, e em como isso tem sido essencial para que dentro do plano de investimentos e ajustes de suas plataformas, levem em consideração não só a boa experiência do investidor institucional.

Além disso, com mais pessoas físicas entrando no mundo de investimentos, as companhias têm percebido uma alta na demanda por opções de curto prazo, que naturalmente são usadas para negociar eventos de mais curto prazo, geralmente entre pessoas físicas.

Outro ponto que chama a atenção é a fala da Paula Attie (CME), que ressalta que mais de 30% do volume de negociações da plataforma da CME já vêm de negociações fora do horário normal de funcionamento da Bolsa dos EUA, que mostra mais um grande passo de evolução do mercado e de suas plataformas, englobando e provendo serviços nas mais diversas localidades do mundo.

Parcerias com empresas de tecnologia e entre as próprias bolsas como forma de alavancar o desenvolvimento do mercado

Durante o painel, a CME reforça que recentemente fechou um contrato de longo prazo com o Google para prover serviços de nuvem, enquanto a Nasdaq fez o mesmo movimento com a Amazon (AWS), tirando a necessidade de terem servidores físicos próximos às bolsas, o que busca trazer mais confiabilidade e velocidade na entrega de dados aos seus clientes. Além disso, a B3 citou a importância de estabelecer parcerias com bolsas globais, como por exemplo o contrato de Soja que tem no Brasil com a CME, além do índice de criptomoedas HASH11 com a Nasdaq.

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