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Radar ESG | CSN Mineração (CMIN3): Explorando os campos ESG

Ao longo deste relatório, fazemos uma análise ESG do setor de Mineração e destacamos como a CSN Mineração (CMIN3) está posicionada quando o tema é ESG.

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Resumo

O setor de mineração é altamente sensível do ponto de vista ESG e está cada vez mais exposto a esses riscos, incluindo preocupações com emissões, uso de água, desmatamento e relações com a comunidade. Para este setor, vemos o pilar Ambiental como o fator mais importante na análise, seguido pelo Social e Governança, respectivamente.

Em nossa visão, com a pressão crescente para que as mineradoras sejam empresas responsáveis na perspectiva ESG, elas precisam ser ambiciosas e realistas sobre o que de fato podem oferecer e construir tendo em vista uma estratégia ESG que funcione para seus negócios. Com vários fatores empurrando e puxando as mineradoras a se engajarem mais nessa agenda, quando falamos da CSN Mineração (CMIN), é importante ressaltar que a companhia faz parte de um setor muito sensível no que se refere ao pilar E. Apesar de reconhecermos positivamente os esforços da CMIN para minimizar os impactos adversos de suas operações de mineração no meio ambiente, ainda vemos riscos neste pilar que são importantes de serem monitorados olhando para frente. Na frente S, apesar de vermos espaço para mais melhorias, apreciamos as iniciativas da empresa, com destaque para os programas educacionais com as comunidades locais. Por fim, no pilar G, destacamos que é importante ficar de olho na governança da CMIN, considerando que o Grupo CSN é o acionista controlador da empresa e, no caso de um cenário adverso para a siderúrgica, isso pode trazer desafios à mineradora, além de vermos espaço para melhorias tanto em termos da independência quanto diversidade no que se refere ao Conselho de Administração da empresa.

Neste relatório, destacamos os tópicos ESG que vemos como os mais importantes para o setor e analisamos como a CSN Mineração (CSIM3) se posiciona quando o tema é ESG.


Mineração: Nossa visão ESG em uma perspectiva setorial

O setor de mineração é um setor altamente sensível do ponto de vista ESG. Em nossa visão, o pilar Ambiental é o fator mais importante na análise, seguido pelo Social e Governança, respectivamente. Abaixo, destacamos os tópicos ESG comuns em toda a indústria de mineração, em uma perspectiva setorial:

Ambiental

Como o pilar mais material, ou seja, mais relevante, na análise das empresas de mineração, vemos três tópicos principais dentro da frente ambiental que são fundamentais:

(i) As operações de mineração podem impactar significativamente os ecossistemas ao redor ou as práticas existentes de uso da terra. Além disso, as interrupções nos recursos naturais locais e nos modos de vida tradicionais aumentam os riscos para as comunidades locais, e as perdas para as empresas nesses cenários podem ser substanciais. Posto isto, políticas de preservação ambiental, relacionamento com a comunidade, direitos humanos, conservação de recursos e gestão de resíduos são fundamentais para mitigar esses riscos.

(iii) As mineradoras apresentam altos riscos no que se refere à poluição e contaminação. Derramamentos massivos, violações de rejeitos, vazamentos e fortes emissões atmosféricas possuem alto risco devido aos volumes de resíduos e propriedades inerentes. Para mitigá-los, sistemas de gestão ambiental, metas, auditorias, equipamentos de prevenção à poluição, metas de redução de emissões de carbono e mecanismos de implementação são alguns dos fatores que destacamos como essenciais.

(ii) As empresas desse setor são grandes consumidoras de água e devem otimizar seu uso nas operações, além de realizar um programa que vise a redução no uso da mesma.

Social

As mineradoras devem possuir uma política robusta no que diz respeito à saúde e segurança (S&S) de sua força de trabalho e das comunidades locais, visto que os riscos estão amplamente presentes, exigindo vigilância constante na segurança. Assim, medir e registrar as taxas de lesões e acidentes fatais para identificar as tendências e evidenciar que a empresa está devidamente comprometida com esse tema é fundamental. Além disso, para gerenciar esses riscos, as empresas do setor devem implementar políticas e mecanismos de S&S em toda a cadeia de abastecimento, como programas de treinamento, operações e auditoria de desempenho dos contratados. É também importante adquirir a certificação OHSAS 18001, além de definir metas de melhoria constantemente.

Governança

Por fim, o pilar G é uma questão fundamental para todas as empresas, independentemente do seu setor de atuação. As boas práticas de governança corporativa apoiam a sustentabilidade de longo prazo de uma empresa e o equilíbrio dos interesses econômicos e sociais de seus diferentes grupos de stakeholders.


CSN Mineração (CMIN3): Explorando os campos ESG

A CSN Mineração faz parte de um setor muito sensível em termos do pilar E. Apesar de reconhecermos positivamente os esforços da CMIN para minimizar os impactos adversos de suas operações de mineração no meio ambiente, ainda vemos riscos neste pilar que são importantes de serem monitorados olhando para frente. Na frente S, apesar de vermos espaço para mais melhorias, apreciamos as iniciativas da empresa, com destaque para os programas educacionais com as comunidades locais. Por fim, no pilar G, destacamos que é importante ficar de olho na governança da CMIN, considerando que o Grupo CSN é o acionista controlador da empresa e, no caso de um cenário adverso para a siderúrgica, isso pode trazer desafios à mineradora, além de vermos espaço para melhorias tanto em termos da independência quanto diversidade no que se refere ao Conselho de Administração da empresa.

Ambiental

Em nossa visão, com a pressão crescente para que as mineradoras sejam empresas responsáveis na perspectiva ESG, elas precisam ser ambiciosas e realistas sobre o que de fato podem oferecer e construir tendo em vista uma estratégia ESG que funcione para seus negócios.

Com vários fatores empurrando e puxando as mineradoras a se engajarem mais nessa agenda, quando falamos da CSN Mineração (CMIN), reconhecemos os esforços atuais da empresa para minimizar os impactos adversos de suas operações de mineração no meio ambiente, no entanto, observamos que, como parte de um setor sensível em termos do pilar E, existem riscos que a CMIN terá que prestar cada vez mais atenção no futuro, buscando garantir que a companhia tenha uma estratégia suficiente para cumprir as leis relevantes e, de fato, satisfazer suas partes interessadas.

Por ser o fator mais relevante para a CSN Mineração, destacamos cinco grandes temas no pilar Ambiental que valem à pena analisar:

(i) Gestão de Barragens: De acordo com a legislação, a empresa mantém o Plano de Segurança de Barragens (PSB) e o Plano de Ação Emergencial de Barragens de Mineração (PAEBM), que atendem ao Decreto 70.389 / 2017 do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) ), atual Agência Nacional de Mineração (ANM).

De acordo com a classificação de barragens (Portaria 70.389 / 2017 do DNPM), todas as barragens da CMIN são auditadas por empresas especializadas independentes, a fim de atestar sua segurança operacional e identificar ações preventivas para garantir a estabilidade. Atualmente a empresa possui um programa de inspeção geral de barragens que ocorre a cada duas semanas e todas suas barragens são monitoradas regularmente, com as ações de monitoramento contando com instrumentos específicos, sistemas automatizados e instantâneos, inspeção visual, controle hidráulico e auditorias externas para elaboração do relatório para cada barragem controlada.




Além disso, todas as barragens de rejeitos da CSN Mineração são classificadas pela ANM com nível zero de emergência e tiveram seus certificados de estabilidade renovados em setembro de 2020. Além disso, vale ressaltar que, como empresa pioneira na filtração de rejeitos e processo de empilhamento à seco no Brasil, a CSN Mineração vem reduzindo sua dependência de barragens ano após ano e, desde janeiro de 2020, tornou-se a primeira mineradora brasileira 100% independente do uso da barragem de rejeitos.

Apesar de apreciarmos os esforços da empresa e vermos a CSN Mineração se destacando em relação aos pares na gestão de barragens de rejeitos, destacamos que, até a conclusão do plano de descaracterização de suas barragens por parte empresa (que inclui três barragens remanescentes na Casa de Pedra e duas barragens B2 e B2A – veja a figura abaixo), ainda existem riscos a serem monitorados – embora os riscos sejam menores do que no caso de barragens que ainda estão em uso (ou seja, recebendo rejeitos), os riscos não podem ser negligenciados, visto que as barragens ainda existem até a conclusão de sua descaracterização.

(ii) Uso de água: a CSN Mineração tem o compromisso de diminuir o consumo de água e aumentar o reuso. Em termos de eficiência, a empresa afirma redução de 25% na captação de água por tonelada na CSN Mineração, enquanto no que diz respeito à recirculação de água, a CMIN vem reportando cada vez mais índices de reciclagem e reuso da mesma, atingindo uma taxa de 76,2% em 2019 e 80% em 2020 (veja a figura abaixo). Além disso, destacamos a meta da empresa em reduzir a retirada de água por tonelada de minério de ferro produzida em 10% até 2030. Olhando para frente, a empresa espera que a recirculação de água atinja 95% até 2023, com uma redução de 45% na nova ingestão de água (poços artesianos) na fábrica central até 2023.

(iii) Gerenciamento de resíduos: a CSN Mineração reaproveita 100% de seus resíduos perigosos. Quando analisamos na perspectiva do grupo (CSAN3), as operações de aço e mineração são responsáveis por mais de 90% da geração de resíduos do Grupo CSN. Além disso, vale ressaltar que a gestão de resíduos da CMIN faz parte do regulamento de licenciamento ambiental e é avaliada pelo órgão ambiental regularmente, com a destinação final dos resíduos variando de acordo com as propriedades dos mesmos, podendo ser comercializados, estocados em suas instalações ou enviados para descarte adequado.

(iv) Biodiversidade: Em nível de grupo, todas as unidades de conservação da CSNA são classificadas como Unidades de Uso Sustentável. Quando se trata da CSN Mineração especificamente, as áreas de proteção correspondem a 3x a sua área operacional. Desde 2019, a CMIN passou a compilar informações relacionadas as suas áreas de atuação, cujas unidades estão localizadas em regiões de rica biodiversidade, onde o bioma predominante é a Mata Atlântica, bem como na zona de transição do Cerrado.

(v) Emissões de Gases do Efeito Estufa (GEEs): as emissões totais do Grupo CSN, bem como do escopo 1+2 diminuíram significativamente em 2019, enquanto na CSN Mineração, que representou 1,7% e 46,9% das emissões dos Escopos 1+2 do Grupo CSN, respectivamente, destacamos: (i) menor emissões de CO2 quando comparadas com seus principais pares listados (veja a figura abaixo); (ii) 22% das emissões do Escopo 1 são compensadas; e (iii) a retirada de 35.384 toneladas de CO2 biogênico em 2019 por meio do plantio de espécies nativas nas áreas onde atuam. Por fim, reconhecemos positivamente que (i) desde 2010, o Grupo CSN vem elaborando relatórios de emissões de gases de efeito estufa seguindo as diretrizes do GHG Protocol para apoiar o desenvolvimento de uma estratégia de gestão de carbono, mitigação de riscos e adaptação às mudanças climáticas; (ii) a empresa submete ao Programa Brasileiro GHG Protocol seu inventário de emissões; e (iii) a CSN é participante do CDP (Carbon Disclosure Project), reportando suas iniciativas para mitigas as mudanças climáticas e gestão da água.

Social

Na frente social, destacamos três tópicos principais:

(i) Saúde e Segurança: As empresas de mineração devem ter uma política robusta em relação à saúde e segurança de sua força de trabalho. Além do treinamento de funcionários, a CSN Mineração implementa programas para identificar potenciais sinais de fadiga em grandes operadores de equipamentos e prevenir acidentes. Além disso, tanto os segmentos de Mineração e Siderurgia possuem um sistema inteligente de previsão de riscos de acidentes de trabalho. Apesar de sentirmos falta da divulgação de dados de taxas de lesões e acidentes fatais no CMIN, observamos que, na perspectiva do Grupo CSN, vimos uma diminuição nas taxas de frequência e gravidade (gráficos abaixo).

(ii) Relacionamento com as comunidades: Em nível de grupo, a CSN possui diversos programas que envolvem as comunidades locais e o voluntariado. No que se refere à CSN Mineração, vale citar os programas: (i) Casa de Apoio CSN; (ii) Família na Mina; (iii) CSN e Comitê da Comunidade; e (iv) os Canais de Comunicação para qualquer tipo de solicitação, disponíveis em seu website.



(iii) Voluntariado: Destacamos como positivos os projetos educacionais da empresa liderados pela Fundação CSN. A iniciativa tem atuação direta em 23 municípios, impactou 6.883 jovens com o objetivo de preparar alunos para a universidade e o mercado de trabalho e impactou 554.229 pessoas, com R$ 56,2 milhões investidos em 2018 e 2019 (veja figura ao lado).

Governança

Em janeiro de 2021, a CSN Mineração concluiu seu IPO (Initial Public Offering, na sigla em inglês) na B3, com suas ações (CMIN3) listadas no Nível 2 de Governança Corporativa do mercado acionário brasileiro. O Grupo CSN (CSN3) controla 79,1% da empresa (vs. 87,5% antes do IPO), com apenas 9,5% das ações da CMIN em Free Float. Tal estrutura societária nos leva a concluir que é importante ficar de olho na governança da CSN Mineração, considerando que o Grupo CSN é o acionista controlador da empresa e, no caso de um cenário adverso para a siderúrgica, isso pode trazer desafios à mineradora (por exemplo, no caso de necessidade de dinheiro em caixa por parte do Grupo CSN, o que implicaria na redução da prioridade de alocação de capital para o crescimento da CMIN). Além disso, observamos que a CSN Mineração carece de membros do sexo feminino em sua Diretoria Executiva, ao passo em que possui duas mulheres em seu Conselho de Administração (2 dos 7 membros), o que nos leva a enxergar espaço para avanços na frente de diversidade – por outro lado, vemos com bons olhos a meta da empresa de dobrar o percentual atual de 13% de mulheres em seu quadro de funcionários até 2030. Por fim, vale ressaltar que (i) o Conselho de Administração da CMIN carece de maioria independente, prática que se identifica com desempenho superior do conselho; (ii) o Sr. Steinbruch é presidente do Conselho de Administração da CSNA e da CMIN; e (iii) O Sr. Nakano e o Sr. Sobrinho também são membros do Conselho de Administração da CSNA.


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