Bom dia! Neste relatório diário publicado todas as manhãs pelo time ESG do Research da XP, buscamos trazer as últimas notícias para que você comece o dia bem informado e fique por dentro do tema ESG - do termo em inglês Environmental, Social and Governance ou, em português, ASG - Ambiental, Social e Governança.
Quais tópicos abordamos ao longo do conteúdo? (i) Notícias no Brasil e no mundo acerca do tema ESG; (ii) Performance histórica dos principais índices ESG em diferentes países; (iii) Comparativo da performance do Ibovespa vs. ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial, da B3); e (iv) Lista com os últimos relatórios publicados pelo Research ESG da XP.
Principais tópicos do dia
• O mercado encerrou o pregão de quarta-feira em território negativo, com o IBOV e o ISE caindo 3,2% e 3,9%, respectivamente.
• No Brasil, (i) a Câmara dos Deputados aprovou ontem a criação do Programa de Aceleração da Transição Energética (Paten), um “fundo verde” que financiará ações para mudança das atuais fontes de energia para outras mais limpas, que agora segue para sanção presidencial - os deputados acataram a maioria das alterações feitas pelo Senado, incluindo a possibilidade de empréstimos para projetos a gás natural, que não estavam na versão aprovada inicialmente pela Câmara; e (ii) a Vale anunciou ontem que a barragem Campo Grande, localizada na mina Alegria, em Mariana (MG), teve nível de emergência encerrado pela Agência Nacional de Mineração (ANM) - segundo a companhia, o órgão emitiu declaração de condição de estabilidade (DCE) positiva para a estrutura, atestando a segurança, graças ao avanço do processo de descaracterização que a mineradora vem realizando.
• No internacional, a Organização Internacional das Comissões de Valores Mobiliários (Iosco, na sigla em inglês) lançou ontem uma rede dedicada ao apoio à adoção ou adaptação dos padrões internacionais de relatórios de sustentabilidade em seus mercados locais - segundo a entidade, 31 países-membros, incluindo o Brasil, vão integrar a rede para desempenhar um papel de liderança na adoção de requisitos de relatórios corporativos relacionados à sustentabilidade.
Gostaria de receber os relatórios ESG por e-mail? Clique aqui.
Gostou do conteúdo, tem alguma dúvida ou quer nos enviar uma sugestão? Basta deixar um comentário no final do post!
Brasil
Empresas
Com foco no sanitário, “RG do boi” pode acertar no desmatamento
"Até 2032 todos os bois brasileiros deverão ter um brinco. O acessório será usado para rastrear por onde cada animal passou do nascimento ao seu abate. O sistema de brincagem, como é conhecido, será obrigatório no Brasil para fins sanitários, mas deve ajudar a avançar também em outra frente: no combate ao desmatamento. A rastreabilidade obrigatória faz parte do Plano Nacional de Identificação Individual de Bovinos e Búfalos (PNIB), lançado nesta terça-feira (17) pelo governo federal. A ideia é que o programa registre o histórico, a localização e a trajetória de cada animal, gerando uma documentação individual, que foi apelidada de “RG do boi”. O principal objetivo é sanitário, para aumentar a capacidade de resposta a surtos epidemiológicos e cumprir os requisitos exigidos pelos mercados internacionais. Mas sabendo por onde o boi pastou, o sistema será capaz de cruzar dados e saber se ele é proveniente de área de desmatamento. “Com brinco, sabemos exatamente por quais fazendas o gado passou. Até agora, para classificar um produto como associado a desmatamento, só era possível dizer se existia um risco, não uma certeza”, diz Marina Guyot, gerente de políticas públicas do Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora). Existe uma expectativa de organizações da sociedade civil de que os dados de rastreabilidade sanitária sejam usados também para o combate ao desmatamento, uma vez que devem ser integrados à outra iniciativa do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), a Plataforma Agro Brasil + Sustentável."
Fonte: Capital Reset; 18/12/2024
Vale diz que barragem Campo Grande teve nível de emergência encerrado
"A Vale anunciou, nesta quarta-feira (18), que a barragem Campo Grande, localizada na mina Alegria, em Mariana (MG), teve nível de emergência encerrado pela Agência Nacional de Mineração (ANM). O órgão emitiu declaração de condição de estabilidade (DCE) positiva para a estrutura, atestando a segurança, graças ao avanço do processo de descaracterização que a mineradora vem realizando, informou a companhia. A estrutura permanecerá em nível de alerta e recebendo acompanhamento dos órgãos competentes até que haja a conclusão de toda a documentação necessária, conforme a legislação vigente. A barragem Campo Grande é uma das 30 estruturas incluídas no programa de descaracterização de barragens a montante da Vale, que recebeu mais de R$ 10 bilhões em investimentos desde 2019. Ao todo, 16 barragens da mineradora deixaram o nível de emergência desde 2022. Das 15 que ainda mantêm algum nível de emergência, nenhuma delas opera recebendo mais rejeitos."
Fonte: Valor Econômico; 18/12/2024
CVM retoma amanhã julgamento de executivos da Vale sobre Brumadinho
"A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) retomará, nesta quinta-feira (19), o julgamento de Fabio Schvartsman, ex-presidente da Vale, e do ex-diretor-executivo de ferrosos e carvão da mineradora Gerd Peter Poppinga, acusados de descumprimento do dever de diligência. Os ex-executivos da empresa são acusados no âmbito do rompimento da barragem B1 da mina de Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG), em 25 de janeiro de 2019. A CVM começou o julgamento em 1° de outubro, suspenso depois que o diretor da autarquia, Otto Lobo, pediu vista dos autos. Na primeira etapa do julgamento, o relator do caso, Daniel Maeda, votou pela condenação de Poppinga, com indicação de multa de R$ 27 milhões, e pela absolvição de Fabio Schvartsman. Procurada, a defesa de Schvartsman não quis comentar. O advogado de Poppinga, David Rechulski, afirmou que, a depender dos outros votos, o executivo pode ter a multa reduzida ou ser absolvido. “Entendemos que ele deve ser absolvido”, disse ao Valor. “Acredito na seriedade dos julgadores para tomar a melhor decisão”. Os próximos a votar no julgamento, além de Lobo, são o diretor-presidente da CVM, João Pedro Nascimento, e o diretor João Accioly, que não chegaram a emitir seus pareceres devido à suspensão. No processo, a acusação afirma que os ex-executivos teriam falhado ao não participar pessoalmente para entender de forma técnica a situação das barragens. A acusação também sustenta que, mesmo depois do incidente com a barragem de Fundão, da Samarco, em Mariana (MG), em 2015, os acusados não teriam dado a devida atenção ao assunto, ao ignorar “red flags” (sinais de alerta) relacionados à Barragem B1, de Brumadinho."
Fonte: Valor Econômico; 18/12/2024
Temas regulatórios e inteligência artificial são prioridades para 2025, aponta estudo
"Temas regulatórios, como as mudanças introduzidas pelas normas IFRS 18 e 19 e as novas regulamentações relacionadas à sustentabilidade IFRS S1 e S2 estão entre os assuntos prioritários para companhias em 2025, segundo a EY Brasil. Na publicação anual “Assuntos Relevantes para Comitês de Auditoria”, o time de especialistas da EY lista diferentes tópicos que deveriam ser encarados com mais seriedade pelos comitês de auditoria e, consequentemente, pelos conselhos de administração. A IFRS 18 é uma norma contábil que estabelece um novo modelo para as demonstrações de resultados do exercício (DRE) de empresas, a peça contábil mais lida por investidores e analistas. O padrão surgiu em resposta aos apelos dos investidores que sentiam falta de uma maior transparência e padronização nos resultados, a fim de facilitar a comparação dos números de diferentes empresas. A norma passará a valer a partir de janeiro de 2027, mas precisará de tempo para sua adaptação e adoção pelas companhias abertas. Já a IFRS 19 trata da divulgação de resultados para empresas subsidiárias. Emitida em maio deste ano, a norma visa reduzir os custos de preparação desses dados financeiros para subsidiárias, mantendo a utilidade das informações para os usuários. Além disso, as normas IFRS S1, direcionada ao tema de requisitos gerais para divulgação de informações financeiras relacionadas à sustentabilidade, e a IFRS S2, com divulgações relacionadas às mudanças climáticas, também aparecem com destaque no material da EY e já são mencionadas por alguns conselheiros."
Fonte: Valor Econômico; 18/12/2024
Empresas aceleram para produzir combustível sustentável de aviação em 2027
"As primeiras unidades produtivas de combustível sustentável de aviação (SAF) no Brasil estão previstas para entrar em operação comercial até 2027. Os projetos mais avançados são da Petrobras, da Acelen e da Refinaria de Petróleo Riograndense (RPR), mas vários grupos industriais já anunciaram que desenvolvem iniciativas para entrar nesse mercado, entre eles a Copersucar em parceria com a Geo Bio Gas&Carbon. Os investimentos estão sendo estimulados em decorrência do compromisso assumido pelas companhias aéreas junto à Organização da Aviação Civil Internacional (Icao, na sigla em inglês) de reduzir progressivamente suas emissões de gases de efeito estufa (GEE) a partir de 2027 até zerar as emissões líquidas de carbono em 2050. A aviação civil é responsável por 2% das emissões globais de dióxido de carbono equivalente (CO2e) e é tida como uma das atividades mais difíceis de descarbonização. O SAF é um combustível produzido com insumos como óleos vegetais, óleo de cozinha usado, resíduos agrícolas e etanol, e é drop-in, ou seja, pode substituir o querosene de aviação, um derivado de petróleo, sem que haja necessidade de nenhuma adaptação nos motores das aeronaves. A ideia, em um primeiro momento, é que o SAF seja misturado ao querosene, podendo no futuro chegar ao abastecimento de 100% das aeronaves. No Brasil, a Lei do Combustível do Futuro (Lei nº 14.993/24), sancionada em outubro, criou o Programa Nacional de Combustível Sustentável de Aviação (ProBioQAV), que tem o objetivo de fomentar a indústria do SAF e estipulou que as companhias aéreas deverão reduzir suas emissões em 1% em 2027 e ampliar a redução progressivamente até 10% em 2037."
Fonte: Valor Econômico; 19/12/2024
Como os novos reportes de sustentabilidade vão mudar a avaliação das empresas
"A chegada de 2025 marca um novo momento para as teses de investimento ESG. Os primeiros relatórios financeiros conforme as normas IFRS S1 e S2 do ISSB (International Sustainability Standards Board), que incluem riscos e oportunidades ligados à sustentabilidade e ao clima, serão divulgados por Renner e Vale. Até aqui, as duas empresas são as únicas que se adiantaram de forma voluntária à obrigatoriedade de divulgação. A imposição começa a valer para todas as companhias de capital aberto no exercício de 2026, conforme decisão da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). As normas são reflexo de um esforço internacional para a padronização dos dados de sustentabilidade com foco nos investidores. Companhias abertas divulgam algumas métricas ambientais nos seus relatos integrados, seguindo diretrizes do TCFD e do SASB. As novas regras do ISSB, porém, exigirão mais. O relatório deverá fazer a conexão desses aspectos com as demonstrações financeiras, estimando impactos no curto, médio e longo prazo. Renner e Vale têm até setembro para divulgar os dados referentes a 2024. Com mais detalhes em mãos, analistas do mercado financeiro poderão usar as informações para incorporá-las às avaliações das companhias, se assim desejarem. Embora não seja algo obrigatório, pessoas consultadas pelo Reset já preveem que analistas de bancos e de gestoras de fundos farão ajustes nos seus modelos de avaliação. Esses impactos em valuation estão em discussão no Comitê Brasileiro de Pronunciamentos de Sustentabilidade (CBPS), responsável pela tradução das normas S1 e S2 e pela articulação no Brasil entre a CVM e os impactados."
Fonte: Capital Reset; 19/12/2024
Política
Governo aprova planos contra desmatamento no Pantanal e na Caatinga
"O governo federal aprovou nesta quarta-feira (18) os planos de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento e das Queimadas na Caatinga (PPCaatinga) e no Pantanal (PPPantanal), que serão implementados a partir do ano que vem. Já os planos para a Mata Atlântica e o Pampa deverão ser lançados na primeira semana de fevereiro, após consultas públicas. As medidas foram apresentadas na reunião da Comissão Interministerial Permanente de Prevenção e Controle do Desmatamento, comandada pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), no Palácio do Planalto. As iniciativas se somam aos já existentes planos para o Cerrado (PPCerrado) e a Amazônia (PPCDAm) – este último, implementado em 2004, no primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Com isso, todos os biomas estão cobertos pelas políticas. “Baseados em evidências científicas e embasados por seminários técnico-científicos, os planos reforçam a abordagem de políticas públicas fundamentadas em dados concretos e análises robustas”, explicou o Ministério do Meio Ambiente (MMA), em comunicado. O MMA apresentou, ainda, novas estimativas de redução de desmatamento. Entre agosto e novembro de 2024, os alertas de desmatamento caíram 77,2% no Pantanal; 57,2% no Cerrado; e 2% na Amazônia, segundo o Sistema de Detecção de Desmatamentos em Tempo Real (Deter), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe)."
Fonte: InfoMoney; 18/12/2024
Proibição da importação de resíduos sólidos vai à sanção
"O Plenário do Senado aprovou nesta terça-feira (17/12) o projeto de lei que proíbe a importação de resíduos sólidos, como papel, plástico, vidro e metal (PL 3.944/2024). De autoria do deputado federal Célio Silveira (MDB/GO), a matéria foi relatada pelo senador Weverton (PDT/MA) e segue agora para a sanção da presidência da República. A proposta altera a Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei 12.305, de 2010). Weverton disse que é incompreensível que o Brasil produza a quantidade de lixo que produz e ainda precise importar material para reciclagem. Ele citou dados da Associação Brasileira de Resíduos e Meio Ambiente (Abrema) para destacar que o Brasil recicla apenas 4% do lixo que gera, mas continua importando toneladas de resíduos sólidos, sobretudo para o cumprimento de obrigações previstas na legislação quanto ao conteúdo mínimo reciclado a ser utilizado como insumo. A estimativa é que, entre 2023 e 2024, foram importadas mais de 70 mil toneladas de materiais como papel, plástico, vidro e alumínio, ao custo de US$ 322 milhões. “A possibilidade de importação de resíduos sólidos tem se tornado um dos maiores entraves ao fortalecimento da cadeia econômica da reciclagem”, afirmou o senador ao ler seu relatório em Plenário. Durante a tramitação da matéria na Comissão de Meio Ambiente (CMA), onde a matéria recebeu parecer favorável no último dia 11, Weverton apresentou duas emendas consideradas de redação. Uma delas deixa clara que será permitida a importação de resíduos utilizados na transformação de minerais estratégicos, incluindo metais para a indústria de transformação."
Fonte: Eixos; 18/12/2024
Projeto de corte de gastos trava regimes fiscais de petróleo e renováveis
"A possibilidade de interrupção na concessão de incentivos tributários prevista no projeto de lei 210/2024, do corte de gastos, pode ameaçar os regimes especiais importantes para os setores de petróleo e gás e de energia elétrica, como o Repetro e o Reidi. Também preocupa o setor a limitação da utilização de créditos pelas empresas para abatimento de tributos. Depois da aprovação do texto base na noite de terça (17/12), a conclusão da votação do texto no plenário foi incluída na pauta da Câmara para esta quarta (18). No fim do dia, a reunião de líderes chegou a um acordo para início das votações, mas a previsão é que não sejam concluídas hoje e continuem na quinta (19). O projeto ainda precisa passar pelo Senado, mas o presidente Rodrigo Pacheco (PSD) já indicou disposição de tentar concluir a análise antes do recesso. A proposta faz parte do pacote de corte de gastos do governo para cumprir a meta fiscal a partir de 2025. O Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP) afirma que as medidas podem elevar os custos das empresas, gerar assimetria competitiva e distorcer a lógica dos benefícios fiscais. “Ambas as medidas têm o condão de causar um efeito inverso ao desejado, pois a elevação dos custos das empresas tende a impactar diretamente seu nível de atividade econômica, o que, na prática, reduz a arrecadação fiscal e contribui para o aumento do déficit primário”, disse em nota. A indústria se movimentou para alterar o texto que veda a concessão, ampliação ou prorrogação de incentivos ou benefícios tributários em caso de déficit primário do governo federal em 2025."
Fonte: Eixos; 18/12/2024
MME: testes do E30 começam em janeiro
"O Ministério de Minas e Energia aprovou, nesta quarta (18/12), o protocolo de testes para avaliar a viabilidade do aumento da mistura de 30% etanol anidro à gasolina (E30). A avaliação será conduzida pelo Instituto Mauá de Tecnologia entre janeiro e fevereiro de 2025. Esta primeira etapa contemplará ensaios de pista, testes de partida a frio, medições de emissões, aquisição de veículos e análise complementar de dados via sistema OBD (On-Board Diagnostics, no termo em inglês). O relatório final com os resultados será entregue até o fim de fevereiro, e a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) vai conduzir os testes de estabilidade do E30. A decisão sobre o aumento da mistura de etanol à gasolina dos atuais 27% para 30% caberá ao Conselho Nacional de Política Energética, com base na comprovação da viabilidade técnica."
Fonte: Eixos; 18/12/2024
Incêndios reduzem estoque de carbono na Amazônia e Cerrado em até 68%, diz estudo
"Um novo estudo publicado na revista Forest Ecology and Management traz um alerta preocupante sobre o futuro da Amazônia. Pesquisadores brasileiros constataram que as queimadas recorrentes estão transformando a composição da maior floresta tropical do planeta, reduzindo drasticamente sua capacidade de estocar carbono e mitigar as mudanças climáticas. A pesquisa, conduzida por especialistas da Universidade Federal Rural da Amazônia e a Estadual do Mato Grosso, analisou 14 áreas florestais na região do Arco do Desmatamento, nas divisas entre Amazonas, Pará e Mato Grosso. Os resultados revelam um cenário crítico: em áreas com múltiplos incêndios, o estoque de carbono caiu cerca de 68% em comparação com áreas preservadas. "Não está ocorrendo um processo de savanização, mas de secundarização", explica Fernando Elias, principal pesquisador do estudo. “As espécies florestais estão diminuindo, resultando em uma floresta com menos estoque de carbono, menor densidade arbórea e composição florística mais pobre.” O estudo destaca a urgência de políticas públicas para preservação do bioma. Segundo Ben Hur Marimon, um dos autores da pesquisa, caso não sejam aplicadas imediatamente políticas de prevenção e combate aos incêndios, "perderemos nossa floresta muito mais rápido do que imaginávamos, com consequências devastadoras para o clima". A região estudada é vulnerável devido ao clima seco, a intensas atividades agropecuárias e ao avanço das mudanças climáticas. Um dos problemas identificados é a lacuna legislativa: em áreas de Cerrado, por exemplo, é permitido desmatar até 80% do território."
Fonte: Exame; 18/12/2024
Deputados aprovam fundo da transição energética
"A Câmara dos Deputados aprovou na quarta-feira a criação do Programa de Aceleração da Transição Energética (Paten), um “fundo verde” que financiará ações para mudança das atuais fontes de energia para outras mais limpas. O texto segue para sanção presidencial. A relatora da proposta, deputada Marussa Boldrin (MDB-GO), acatou a maioria das alterações feitas pelo Senado, incluindo a possibilidade de empréstimos para projetos a gás natural, que não estavam na versão aprovada inicialmente pela Câmara. Neste caso, porém, será exigido que o projeto sirva para substituir fontes de maior emissão de gases do efeito estufa. Também foram acolhidas sugestões para que o fundo financie investimentos nas áreas de diesel verde, combustíveis sintéticos de baixa emissão de carbono, biogás, hidrogênio verde, energia nuclear de amônia, descarbonização da matriz de transporte, veículos pesados e máquinas agrícolas movidos a gás natural veicular e biometano e fertilizantes nitrogenados. Além disso, os deputados já tinham autorizado projetos nas áreas de etanol, combustível sustentável de aviação (SAF), biodiesel, recuperação e valorização energética de resíduos sólidos, entre outros. A expectativa dos deputados é acelerar os investimentos na transição energética e substituição, por exemplo, dos combustíveis fósseis e usinas termelétricas. A ampliação do escopo A deputada Talíria Petrone (Psol-RJ) questionou as mudanças feitas pelo Senado e acatadas pela Câmara. “É fundamental para o Brasil a gente ter investimento em infraestrutura para desenvolvimento sustentável, mas, na prática, é um projeto do gás natural."
Fonte: Valor Econômico; 18/12/2024
Internacional
Empresas
Carvão alcança novo recorde em 2024, puxado por demanda energética de emergentes
"A demanda global por carvão alcançou novo recorde em 2024, e deve fechar o ano com 8,77 bilhões de toneladas, ante 8,5 bilhões de toneladas em 2023, de acordo com dados da Agência Internacional de Energia (IEA, em inglês) divulgados nesta quarta (18/12). O setor de energia é o principal impulsionador desse crescimento, com a geração de eletricidade a partir do carvão definida para atingir uma alta histórica de 10.700 terawatts-hora (TWh) em 2024. A organização observa que o uso global do combustível fóssil se recuperou fortemente após despencar no auge da pandemia. Em 2022, a geração de usinas a carvão saltou 8,5% em comparação com 2020-2021 (aumento de 750 TWh em base líquida), para 9.600 TWh. Mais de 85% concentrada em 10 países, com China, Índia e EUA sozinhos respondendo por 72%. A IEA também corrigiu suas previsões para o declínio da fonte que mais emite carbono na matriz global e projeta que o pico será apenas em 2027, com quase 8,9 bilhões de toneladas, cerca de 1% acima dos níveis de 2024. No relatório de 2023, a expectativa era de uma queda de 2,3% na demanda global por carvão até 2026 em comparação com os níveis de 2023, com a China reduzindo seu consumo já em 2024 e estabilizando até 2026. “O setor de eletricidade na China é particularmente importante para os mercados globais de carvão, com uma em cada três toneladas de carvão consumidas no mundo queimadas em uma usina de energia no país. Em 2024, a China continuou a diversificar seu setor de energia, avançar na construção de usinas nucleares e acelerar sua enorme expansão de capacidade solar fotovoltaica e eólica."
Fonte: Eixos; 18/12/2024
Empresa de Bill Gates doa US$40 mi para testes de tecnologia de captura de carbono do ar
"A Breakthrough Energy, de Bill Gates, está concedendo um subsídio de 40 milhões de dólares a uma startup que tem o objetivo de criar um campo de testes canadense para sistemas que sugam o carbono diretamente do ar, em um esforço para acelerar o lançamento da tecnologia, disseram as empresas nesta quarta-feira. Cientistas da ONU afirmam que o mundo precisa remover da atmosfera bilhões de toneladas de CO2 emitidas a cada ano, além de reduzir as emissões atuais, e empresas de todo o mundo estão tentando encontrar maneiras de responder a isso. A captura direta de ar, ou DAC (Direct Air Capture), é vista como uma forma de sugar grandes quantidades de dióxido de carbono, mas a tecnologia até agora tem consumido muita energia, é cara e demora a atingir a escala necessária. Para ajudar a acelerar os esforços de desenvolvimento, a startup Deep Sky disse que está criando o campo de testes "Alpha" DAC em Alberta, que inicialmente terá espaço para oito empresas experimentarem suas tecnologias e ajustá-las no caminho para o desenvolvimento de usinas de captura em escala comercial. A primeira começará a remover carbono no próximo ano, segundo a empresa. A Deep Sky também ajudará a testar como o DAC funciona no clima frio do Canadá, que é um grande produtor de petróleo e, na semana passada, aumentou meta de reduzir emissões de gases de efeito estufa em até 50% até 2035. A Breakthrough Energy, fundada por Bill Gates, investe e financia startups voltadas para o clima. A unidade Catalyst concentra-se em empresas em estágio inicial e foi a responsável pela concessão de recursos ao Deep Sky."
Fonte: Reuters; 18/12/2024
Volkswagen compra participação em mineradora canadense de lítio por US$ 48 milhões
"A Volkswagen investirá US$ 48 milhões na mineradora canadense de lítio Patriot Battery Metals como parte de sua estratégia para garantir o fornecimento de matérias-primas na América do Norte. A montadora alemã disse que comprará uma participação de 9,9% na companhia. O acordo inclui um contrato de fornecimento de 100 mil toneladas de concentrado de espodumênio por ano durante um período de 10 anos. Atualmente em desenvolvimento, o projeto Shaakichiuwaanaan, em Québec, abastecerá a empresa de baterias da Volkswagen, a PowerCo, na Europa e na América do Norte. A Volkswagen acrescentou que a PowerCo e a Patriot Battery Metals explorarão oportunidades adicionais de colaboração, como o desenvolvimento adicional do projeto e uma instalação de conversão de lítio."
Fonte: Valor Econômico; 18/12/2024
56 mercados já adotam padrão ESG global apoiado pela ‘CVM das CVMs’
"A adoção global do novo padrão de divulgações de riscos e oportunidades de sustentabilidade e climáticas, lançado em junho do ano passado, está caminhando para se tornar realidade. Incluindo os países da União Europeia, 56 jurisdições já se comprometeram com adesão total ou parcial às normas – o equivalente a 60% do PIB global, mais de 40% de capitalização de mercado e mais da metade das emissões de gases de efeito estufa. A Organização Internacional das Comissões de Valores Mobiliários (Iosco, a ‘CVM das CVMs’) lançou nesta quarta-feira, 18, uma rede para apoiar os países em desenvolvimento na implementação do novo padrão. Ao todo, participarão membros de 31 países, incluindo o Brasil, China, Arábia Saudita, Índia e os Emirados Árabes Unidos. O Brasil foi o primeiro país a adotar oficialmente o padrão global, que se tornará obrigatório para as companhias a partir do exercício de 2026, com publicação em 2027. Já a Turquia foi o país a determinar que as normas passarão a valer mais cedo, em 2024, de forma mandatória, com os primeiros relatórios publicados em 2025. As regras para reporte foram desenhadas pelo International Sustainability Standards Board (ISSB), ligada à IFRS Foundation, organização que dita as regras para o padrão contábil mais adotado por companhias de capital aberto ao redor do globo. As novas diretrizes são importantes porque irão contribuir com a maior transparência e comparabilidade de informações fornecidas por companhias."
Fonte: Capital Reset; 18/12/2024
Política
"A Agência de Proteção Ambiental dos EUA disse na quarta-feira que aprovou o plano histórico da Califórnia para acabar com a venda de veículos movidos apenas a gasolina até 2035. A decisão, tomada nas últimas semanas do governo do presidente Joe Biden, estabelece uma luta sobre o futuro das regulamentações de veículos da Califórnia. O presidente eleito Donald Trump prometeu rescindir as aprovações concedidas pela EPA à Califórnia para exigir mais EVs e padrões mais rígidos de emissões de veículos. O administrador da EPA, Michael Regan, concedeu uma isenção sob a Lei do Ar Limpo à Califórnia para implementar seu plano - anunciado pela primeira vez em 2020 - para exigir que, até 2035, pelo menos 80% dos carros novos vendidos sejam elétricos e até 20% de modelos híbridos plug-in. As regras da Califórnia foram adotadas por outros 11 estados, incluindo Nova York, Massachusetts e Oregon. A EPA também concedeu outra isenção para a regulamentação “Omnibus” de baixo NOx, ou baixo teor de óxido de nitrogênio, da Califórnia para veículos e motores pesados rodoviários e fora de estrada, enquanto outras seis estão pendentes. “Os carros limpos vieram para ficar”, disse o governador da Califórnia, Gavin Newsom. “Os pessimistas, como o presidente eleito Trump, preferem ficar do lado do setor petrolífero em detrimento dos consumidores e das montadoras americanas, mas a Califórnia continuará promovendo inovações no mercado.” Newsom disse no mês passado que, se Trump eliminar o crédito fiscal federal de US$ 7.500 para veículos elétricos, ele proporá a criação de uma nova versão do Programa de Desconto para Veículos Limpos do estado."
Fonte: Reuters; 18/12/2024
"Os assessores do novo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, estão recomendando que ele dispense as análises ambientais de projetos de minerais críticos financiados pelo governo federal para impulsionar a produção nacional de materiais usados em veículos elétricos, eletrônicos e armas, de acordo com um documento visto pela Reuters. A implementação refletiria uma grande mudança na forma como Washington analisa as minas propostas em terras federais e visa garantir que os projetos que recebem empréstimos, subsídios ou outro apoio do governo possam ajudar os EUA a reduzir a dependência da China, a maior mineradora e processadora mundial de lítio, cobalto e outros minerais críticos. Os consultores, encarregados pela equipe de transição de Trump de desenvolver ideias de políticas para as cadeias de suprimento de veículos elétricos, pediram a Trump que renunciasse às exigências da Lei de Política Ambiental Nacional (NEPA) para agilizar as revisões de licenciamento e construção para a produção de minerais críticos, baterias e ímãs, segundo o documento. A NEPA se aplica a projetos em terras federais. A posse de Trump está marcada para 20 de janeiro. Jason Miller, conselheiro sênior da transição, disse que Trump não indicou sua posição sobre a questão e observou que as recomendações vêm de “pessoas de fora que não têm nenhum papel na definição da política da administração”. Trump sempre se comprometeu, durante a campanha, a reduzir o que ele considera um exagero burocrático. Na semana passada, ele disse que agilizaria as licenças para qualquer empresa que investisse mais de US$ 1 bilhão nos EUA."
Fonte: Reuters; 18/12/2024
Vazamento de petróleo russo no Mar Negro polui 49 km de praias
"As autoridades russas anunciaram, nesta quarta-feira, 18, que estavam limpando petróleo em 49 km de praias na região de Krasnodar após o naufrágio de dois navios petroleiros no Estreito de Kerch, perto da península anexada da Crimeia. “Quarenta e nove quilômetros de litoral estão sendo limpos nos distritos de Temriuk e Anapa”, dois conhecidos resorts turísticos na região de Krasnodar, informou o Ministério de Situações de Emergência da Rússia em um comunicado. Quase 2,7 mil socorristas e voluntários foram enviados ao local, de acordo com a mesma fonte. “Cerca de 80 toneladas de petróleo foram coletadas desde o início do trabalho”, disse o comunicado. A cidade de Anapa, com uma população de 90 mil habitantes, está oficialmente em situação de emergência desde terça-feira devido ao vazamento de petróleo na costa, assim como outras quatro cidades menores. No domingo, dois navios petroleiros russos, o “Volgoneft-212” e o “Volgoneft-239”, encalharam durante uma tempestade no Estreito de Kerch, que separa a Rússia da península ucraniana da Crimeia, anexada por Moscou em 2014. O primeiro afundou e o segundo ficou muito danificado. Uma pessoa morreu e 26 membros da tripulação foram retirados, de acordo com o governo. O canal Baza do Telegram postou vídeos mostrando uma praia coberta de óleo combustível, com pássaros enegrecidos. De acordo com a agência de notícias estatal Ria Novosti, cerca de 30 aves foram resgatadas e limpas em Vitiazevo, perto de Anapa, por um grupo de voluntários."
Fonte: Exame; 18/12/2024
Índices ESG e suas performances
(1) O Índice ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial da B3) tem como objetivo ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de empresas com reconhecido comprometimento com o desenvolvimento sustentável, práticas e alinhamento estratégico com a sustentabilidade empresarial.
(2) O Índice S&P/B3 Brasil ESG mede a performance de títulos que cumprem critérios de sustentabilidade e é ponderado pelas pontuações ESG da S&P DJI. Ele exclui ações com base na sua participação em certas atividades comerciais, no seu desempenho em comparação com o Pacto Global da ONU e também cias sem pontuação ESG da S&P DJI.
(3) O ICO2 tem como propósito ser um instrumento indutor das discussões sobre mudança do clima no Brasil. A adesão das companhias ao ICO2 demonstra o comprometimento com a transparência de suas emissões e antecipa a visão de como estão se preparando para uma economia de baixo carbono.
(4) O objetivo do IGCT é ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de emissão de empresas integrantes do IGC que atendam aos critérios adicionais descritos nesta metodologia.
(5) A série de índices FTSE4Good foi projetada para medir o desempenho de empresas que demonstram fortes práticas ambientais, sociais e de governança (ESG)..
Ainda não tem conta na XP? Clique aqui e abra a sua!