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Como ESG ditará o mercado em 2024? A visão da XP e da Dahlia para o ano que vem

Entenda como acompanhar a agenda ESG na sua carteira de investimentos em 2024

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O tema ESG definitivamente não é mais uma tendência passageira e sem impactos. É fato que essa agenda está cada vez mais difundida entre os investidores e as empresas estão buscando alternativas para se adequarem as novas demandas. Por isso, para o próximo ano, esses fatores devem ser importantíssimos para observar novas oportunidades e investir de forma mais sustentável.

No primeiro dia do Onde Investir 2024, evento online da XP que traz as principais informações e recomendações para você investir no próximo ano, Marcella Ungaretti, head de Research ESG da XP, e Luiza Aguiar, analista ESG do Research XP, receberam os convidados Felipe Hirai, sócio e gestor da Dahlia Capital, e Karina Azevedo, head ESG da gestora para falar sobre os principais temas que devem movimentar a agenda em 2024.

Confira os destaques do painel abaixo:

Como construir uma carteira de investimentos ESG?

O ponto central levantado pelos especialistas é de que a análise ESG não deve acontecer de forma apartada na avaliação de um ativo. O parecer sobre as políticas ambientais, sociais e de governança deve ser parte do todo no que tange as avaliações para formação de uma carteira.

Na visão de Azevedo, mais importante que a metodologia, é entender porque os critérios ESG impactam os investimentos, o que pode ser exemplificado pela reflexão trazida pela gestora sobre as mudanças demográficas. "Os millenials e a geração Z estão dominando a força política nas democracias e essas gerações tem um olhar para o meio ambiente e para as questões sociais", comentou Karina Azevedo.

ESG perdeu força nos últimos anos?

Na visão de Felipe Hirai, dois eventos correlacionados no cenário macroeconômico levaram à relativa perda de força da pauta ESG nos últimos dois anos. O primeiro foi a guerra da Ucrânia, que deixou a Europa muito próxima de uma crise energética e o aumento sucessivo da inflação e das taxas de juros em todo o mundo. "Quando a gente pensa nas necessidades básicas das pessoas, na hierarquia de Maslow, a base da pirâmide são as fisiológicas: direito de viver, respirar, se aquecer. Quando temos essas preocupações [falta dos direitos], todas as outras se tornam secundárias".

Entretanto, ele se mostra otimista com 2024. A perspectiva de queda na inflação e diminuição das taxas de juros ao redor do Globo, podem beneficiar as bolsas de valores e consequentemente a agenda ESG.

Quais as tendências para monitorar em 2024?

Os especialistas da Dahlia destacaram três principais temas que devem ganhar relevância olhando adiante. A primeira delas é a transição energética justa, exemplificando a situação em países africanos e asiáticos que ainda apresentam uma pirâmide demográfica em crescimento. Nesses casos, o desafio é aumentar sua disponibilidade de energia ao mesmo tempo que transacionam para modelos de economia verde.

A segunda diz respeito sobre o clima, mais precisamente os impactos das mudanças climáticas no cotidiano das pessoas e das empresas, elencando este como temas centrais para o investidor acompanhar ao longo do próximo ano. Como exemplo do que foi discutido, 2023 já está sendo considerado o mais quente dos últimos 127 mil anos, pelos cientistas e os impactos disso na cadeia produtiva, saúde pública e consumo ainda não estão consolidados.

O Brasil na agenda ESG

Na pauta brasileira, um dos temas discutidos foi referente à finanças sustentáveis. Apesar de ainda dominado por dívidas corporativas, o Brasil arrecadou 10 bilhões de reais em Títulos Soberanos Sustentáveis na sua primeira emissão. Para Azevedo, tal movimento representa um reforço da vontade política brasileira por uma economia mais verde.

Além disso, a taxonomia e a regulação foram colocadas como chave para o avanço da agenda, na visão da Dahlia, com destaque para que com ela será possível estabelecer melhor quais são as metas e quem está de fato cumprindo-as.

"É a regulação que vai fazer a diferença nos setores que [ainda] não tem um motivador obvio para entrar na agenda", afirma Azevedo.

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