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O que os investidores institucionais estão monitorando na agenda ESG?

Veja aqui como os investidores estão vendo a agenda ESG.

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Principais destaques da nossa última rodada de reuniões do ano no Rio de Janeiro

Na semana passada, realizamos nosso último NDR do ano no Rio de Janeiro para discutir nossas visões e coletar percepções do mercado sobre temas ESG. Apesar do consenso em torno de uma temporada de resultados positivos no 3T24 para as empresas brasileiras, os desafios fiscais seguem ofuscando o sentimento do mercado. Mesmo diante de um cenário macroeconômico pouco inspirador, continuamos vendo os investidores atentos a temas específicos, com destaque para cinco principais tópicos: (i) divulgação de informações ESG e padrões de transparência; (ii) mercados de carbono; (iii) práticas de governança corporativa; (iv) segundo mandato de Trump; e (v) COP30.

#1. Divulgação de informações ESG e padrões de transparência. Embora não seja um tema novo, os investidores institucionais exigem cada vez maior transparência nos mercados de capitais. Entre os desafios mais amplamente reconhecidos, muitos notaram a falta de uma regulação universal padronizada que defina critérios de divulgação, além de dados imprecisos de emissões gases de efeito estufa (muitas vezes baseados em cálculos estimados ou em médias industriais). No entanto, dois conjuntos de normas e padrões foram apontados como fundamentais para o avanço desse tema adiante: (i) Normas de Divulgação de Sustentabilidade IFRS, com o Brasil se tornando um dos primeiros países a adotar formalmente os padrões IFRS S1 e S2 a partir de 2026¹ (de acordo com resolução CVM nº 193 de 20 de outubro de 2023); e (ii) Partnership for Carbon Accounting Financials (PCAF), focada na medição e reporte de emissões financiadas, refletindo o crescente interesse dos investidores na redução da pegada de carbono de seus portfólios.

#2. Mercados de carbono. O interesse no mercado regulado de carbono do Brasil permanece alto enquanto a legislação proposta aguarda sanção presidencial (link). Neste contexto, os investidores estão particularmente focados em: (i) identificar empresas cujo total de emissões exceda os limites obrigatórios propostos (10.000 e 25.000 toneladas de CO2e/ano); e (ii) antecipar potenciais vetos do presidente Lula em pontos específicos do projeto. Além disso, o mercado centralizado de carbono sob supervisão da ONU – um dos principais resultados da COP29 (link) -, também gerou discussões, com interesse na compreensão de como este mercado se integrará aos sistemas existentes de precificação de carbono.

#3. Práticas de governança corporativa. Frente a um cenário macroeconômico desafiador, vemos os investidores priorizando (ainda mais) a sua exposição a nomes de qualidade, com atenções voltadas para empresas com fortes padrões de governança. Neste contexto, dois aspectos principais estão no centro das atenções: (i) os pacotes de remuneração de executivos e membros do Conselho, com muitas casas interessadas em identificar potenciais sinais de alerta relacionados a valores acima da média dos pares, especialmente em casos que não encontra-se um racional para tal diferença; e (ii) os desdobramentos das alterações propostas pela B3 para o segmento de listagem do Novo Mercado, com interesse em avaliar como as empresas votam em cada item proposto de forma individual.

#4. Segundo mandato de Trump. À medida que um segundo governo Trump começa a tomar forma, os investidores mostraram interesse em discutir as potenciais implicações das escolhas de nomes que estarão em postos-chave. Apesar da confiança na capacidade do setor privado dos EUA de avançar em estratégias ESG independentemente do apoio do governo, os investidores mostraram incertezas relacionadas ao potencial impacto em: (i) políticas de energia limpa; e (ii) regras climáticas da SEC, a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA.

#5. COP30. Sediada em Belém, no ano que vem, notamos um interesse das casas que conversamos em participar da conferência. Até lá, o foco está em: (i) aproveitar as oportunidades geradas pelo evento; e (ii) redirecionar os esforços de engajamento corporativo de acordo com os temas que devem ocupar o centro das atenções durante as negociações da COP30.

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