Bom dia! Neste relatório diário publicado todas as manhãs pelo time ESG do Research da XP, buscamos trazer as últimas notícias para que você comece o dia bem informado e fique por dentro do tema ESG – do termo em inglês Environmental, Social and Governance ou, em português, ASG – Ambiental, Social e Governança.
Quais tópicos abordamos ao longo do conteúdo? (i) Notícias no Brasil e no mundo acerca do tema ESG; (ii) Performance histórica dos principais índices ESG em diferentes países; (iii) Comparativo da performance do Ibovespa vs. ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial, da B3); e (iv) Lista com os últimos relatórios publicados pelo Research ESG da XP.
Principais tópicos do dia
• O mercado fechou o pregão de terça-feira em território negativo, com o IBOV e o ISE recuando 0,30% e 0,12%, respectivamente.
• Na COP30, (i) um grupo de 80 países liderados pela Dinamarca, Alemanha, Reino Unido, Colômbia, Quênia e Serra Leoa anunciou apoio ao movimento iniciado pelo Brasil para começar um mapa do caminho para a saída dos combustíveis fósseis; e (ii) um estudo do Ministério do Planejamento e Orçamento (MPO), financiado pelo BID, calculou que a eventual ausência de ações para evitar o aquecimento global, elevando a temperatura do planeta em 4ºC acima dos níveis pré-industriais, faria o Brasil perder entre R$ 10,3 trilhões e R$ 17,1 trilhões de PIB no acumulado de 2025 a 2050, a depender do cenário analisado.
• Do lado das empresas, o mercado brasileiro começa a se preparar para receber investimentos em “data centers” que poderão somar ao menos R$ 60 bilhões até 2029, com a maior necessidade de infraestrutura digital no país – o Brasil é forte candidato a receber esses investimentos por possuir matriz energética limpa, com a chegada dos “data centers” podendo endereçar o excesso de geração de eletricidade durante o dia.
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Brasil
Empresas
Aneel abre consulta para leilão de térmicas a gás, carvão, óleo e hidrelétricas, a partir de 2026
“A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou, nesta terça-feira (18), a abertura das consultas públicas que vão orientar os leilões de potência previstos para 2026. Os certames englobam empreendimentos termelétricos a gás natural, carvão mineral, óleo combustível, óleo diesel e biodiesel, além de projetos hidrelétricos. O objetivo é reforçar a segurança energética do país em um cenário de crescente participação de fontes renováveis e maior volatilidade na oferta de energia. Os leilões buscam contratar usinas capazes de entregar potência firme em momentos críticos do sistema, especialmente durante a alta intermitência da geração eólica e solar e nos horários de maior consumo, entre 17h e 21h. O diretor-relator do processo, Fernando Mosna, explicou que a consulta pública terá duração de 28 dias, abaixo do padrão usual de 45 dias. A redução, segundo ele, atende à urgência do calendário, já que o leilão está programado para ocorrer em abril de 2026. Serão ofertados contratos com prazos que variam de 3 a 15 anos de disponibilidade. A entrada em operação dos empreendimentos está prevista para ocorrer entre 2026 e 2031, dependendo da modalidade e das condições do contrato.”
Fonte: Valor Econômico; 18/11/2025
Renault e Geely anunciam investimento de R$ 3,8 bilhões para produzir carros no Brasil
“A Renault e a chinesa Geely pretendem investir R$ 3,8 bilhões (US$ 714 milhões) no Brasil para desenvolver novos modelos em conjunto, após as duas fabricantes de automóveis decidirem unir forças para competir no maior mercado automobilístico da América do Sul. Parte dos recursos será destinada a uma nova plataforma de zero e baixas emissões da Geely, que servirá de base para dois novos veículos a serem produzidos a partir do segundo semestre de 2026, disseram as empresas na terça-feira (18). O restante será usado para atualizar um modelo Renault existente no próximo ano e lançar um novo em 2027, a partir de uma plataforma de zero emissões. No início deste mês, a Geely concordou em adquirir uma participação de cerca de 26% na Renault do Brasil, dando à proprietária chinesa da marca Volvo Cars acesso à rede de distribuição da Renault e a um centro de engenharia. O acordo ajudará a Renault a acelerar a produção em sua fábrica de São José dos Pinhais, ao mesmo tempo que abre acesso à plataforma de fabricação de veículos multienergéticos da Geely. A América do Sul, região tradicionalmente dominada por marcas automobilísticas americanas e europeias, tornou-se uma área de foco crescente para os fabricantes chineses, à medida que os EUA e a União Europeia tentam proteger seus mercados internos com tarifas de importação.”
Fonte: Bloomberg Línea; 18/11/2025
Investimento em ‘data center’ no país deve passar de R$ 60 bi até 2029
“O mercado brasileiro começa a se preparar para receber investimentos em “data centers” que poderão somar ao menos R$ 60 bilhões até 2029, com a maior necessidade de infraestrutura digital no país. A projeção mais otimista aponta para até R$ 100 bilhões de desembolsos nesse período. Ainda com poucos “players” no Brasil, a expectativa de especialistas é a de que o setor atraia gigantes globais. Os projetos previstos até o fim da década, segundo fontes, seriam de cerca de 2 gigawatts no Brasil. O cálculo é que, para cada 1 gigawatt de capacidade, o investimento seria na casa de US$ 10 bilhões a US$ 12 bilhões. O país possui hoje cerca de 800 megawatts de capacidade, de acordo com fontes do mercado. O primeiro “data center” de maior porte no Brasil – considerando aquele com capacidade de ao menos 200 megawatts – foi anunciado pela Tecto, braço da V.Tal, mas outros devem vir com a maior necessidade de armazenamento de dados para consumo interno e exportação. O crescimento dos “data centers” terá que enfrentar, porém, o dilema ambiental, visto que o uso de energia é intensivo. O cálculo é que já respondam por 2% do consumo de energia mundial. O Brasil é forte candidato a receber esses investimentos por possuir matriz energética limpa. A chegada dos “data centers” poderia endereçar o excesso de geração de eletricidade durante o dia por causa do número de parques eólicos e painéis solares. Para o Brasil, Daniel O’ Czerny, do Citi na América Latina, avalia que o “data center” também atenderia a demanda de nuvem.”
Fonte: Valor Econômico; 18/11/2025
Política
“A ausência de ações para evitar a mudança climática, com a elevação da temperatura média do planeta para acima dos patamares pactuados no Acordo de Paris, teria efeitos severos sobre a economia brasileira, agravaria desigualdades regionais e afetaria a segurança energética, alimentar e hídrica da população. Por outro lado, a limitação do aquecimento global a 1,5°C poderia resultar num acréscimo de R$ 6,7 trilhões ao Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil até 2050 e na criação de 1 milhão de postos de trabalho. A conclusão é de um estudo do Ministério do Planejamento e Orçamento (MPO), financiado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). O documento foi lançado nesta terça-feira (18), durante painel na Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP30). O estudo calculou que a eventual ausência de ações para evitar o aquecimento global, elevando a temperatura do planeta em 4ºC acima dos níveis pré-industriais, faria o Brasil perder entre R$ 10,3 trilhões e R$ 17,1 trilhões de PIB no acumulado de 2025 a 2050, a depender do cenário analisado. É o chamado custo da inação, ou seja, o quanto o país perde de riqueza caso os principais países emissores de gases poluentes não cumpram as metas estabelecidas no Acordo de Paris para limitar o aquecimento global.”
Fonte: Valor Econômico; 18/11/2025
Internacional
Empresas
Toyota vai investir quase US$ 1 bi para impulsionar produção de híbridos nos EUA
“A Toyota Motor está investindo US$ 912 milhões para aumentar a produção de veículos híbridos nos Estados Unidos para atender à crescente demanda. O investimento ampliaria a capacidade de híbridos em cinco fábricas localizadas na Virgínia Ocidental, Kentucky, Mississippi, Tennessee e Missouri, além de trazer pela primeira vez a produção do Corolla híbrido-elétrico para os EUA, disse a montadora japonesa nesta terça-feira (18). O investimento criaria 252 novos empregos de manufatura e faz parte do compromisso da Toyota de investir até US$ 10 bilhões nos EUA nos próximos cinco anos, disse a empresa. A iniciativa busca atender à crescente demanda por veículos híbridos, disse a empresa. Cerca de metade das vendas de veículos da Toyota nos EUA são híbridos ou elétricos, aproximadamente o dobro da participação geral da indústria. A Toyota vem reforçando sua estratégia híbrida nos EUA recentemente, à medida que créditos fiscais para veículos elétricos expiram. Ela anunciou recentemente uma fábrica de US$ 14 bilhões na Carolina do Norte que produz baterias principalmente para veículos híbridos. A empresa atualmente monta cerca de metade dos veículos que vende nos EUA, com instalações de manufatura na América do Norte produzindo 76% dos veículos que vende no país, segundo a empresa.”
Fonte: Valor Econômico; 18/11/2025
Política
Grupo de 80 países apoia o Brasil e pede o mapa do caminho para o fim do combustível fóssil
“Um grupo de 80 países liderados pela Dinamarca, Alemanha, Reino Unido, Colômbia, Quênia e Serra Leoa anunciou apoio ao movimento iniciado pelo Brasil para começar um mapa do caminho para a saída dos combustíveis fósseis. Eles querem que o kick-off, o chute inicial, seja dado agora. E convocaram uma coletiva para dizer isso e anunciar a criação de uma aliança contra os combustíveis fósseis. Este é, até agora, o fato mais relevante da COP. O tema, que não estava na agenda, entrou e, pela força dessa coalizão, deve aparecer no comunicado final. O ministro do Reino Unido afirmou que se trata de uma coalizão que reúne o Norte Global e o Sul Global. A Colômbia aproveitou para dizer que é o primeiro pais amazônico a determinar a Amazônia sem mineração e exploração de combustíveis fósseis. O ministro alemão apoiou e pediu ao presidente da COP para pôr no documento oficial. Alemanha, Reino Unido, Quênia, Serra Leoa pediram “a strong word” oficial da COP de Belém sobre a transição. Todos apoiando o mutirão para chegar ao roadmap e inserir o tema no documento oficial. No início da conferência, o presidente da COP, André Corrêa do Lago, afirmou que a cultura brasileira tem a palavra “mutirão” e que esse seria o espírito da conferência: todos trabalhando juntos pelo mesmo objetivo. Ele explicou que este conceito vem dos povos originários. Hoje, outros países disseram que “aprenderam a fazer mutirão”. Por isso, estão todos juntos.”
Fonte: Globo; 18/11/2025
“O esforço do Ocidente para construir uma cadeia de suprimentos de ímãs local para reduzir sua dependência da China – liderado pelo amplo apoio dos EUA à MP Materials, sediada em Nevada – enfrenta um problema crítico: a escassez dos chamados elementos pesados de terras raras. Os Estados Unidos e aliados têm se esforçado para criar uma cadeia de suprimentos alternativa para fabricar ímãs de terras raras super-fortes, que são componentes vitais em tudo, desde tecnologia de defesa e veículos elétricos até eletrônicos e turbinas eólicas. Materiais MP (MP. N), tem como objetivo integrar toda a cadeia de suprimentos, desde a mineração de terras raras até a produção de ímãs, e tem planos ambiciosos de produzir ímãs em poucos anos, impulsionados por um acordo de julho que conta com bilhões de dólares em apoio do governo dos EUA. Ela anunciou seu sucesso, no início deste mês, aumentando a produção processada de duas terras raras leves em 51% neste trimestre. Mas a escassez de elementos pesados, disprósio e térbio pode ser um calcanhar de Aquiles para a MP Materials e a campanha do Ocidente para forjar uma indústria de ímãs afastada da turbulência geopolítica que restringiu o fornecimento vindo da China, dizem analistas. A mina MP’s Mountain Pass, na Califórnia, contém apenas vestígios desses dois elementos, que são usados em pequenas quantidades nos ímãs, mas são vitais. Disprósio e térbio ajudam ímãs a manter suas qualidades magnéticas sob altas temperaturas, como em motores de veículos elétricos.”
Fonte: Reuters; 19/11/2025
Com sobra de energia solar, Austrália exigirá de distribuidoras 3 horas ao dia de uso gratuito
“O governo australiano planeja exigir que as empresas de energia forneçam pelo menos três horas de eletricidade gratuita durante o dia aos clientes, numa tentativa de reduzir a discrepância entre a oferta e a demanda de energia renovável. O programa Solar Sharer entrará em vigor em julho e começará nos estados de Nova Gales do Sul, Austrália do Sul e Queensland, antes de ser expandido. O governo está solicitando a opinião pública sobre a regra proposta, de acordo com um aviso divulgado em 4 de novembro. Todas as residências equipadas com medidores inteligentes sem fio serão elegíveis para receber eletricidade gratuita. Isso inclui residências sem painéis solares instalados. Pessoas que alugam suas casas também são elegíveis. A energia renovável é uma fonte crescente de eletricidade na Austrália, representando 36% do total no ano passado. Os painéis solares instalados em telhados são o principal fator desse crescimento. Mais de 4 milhões de residências, de uma população de aproximadamente 27 milhões de pessoas, possuem painéis solares instalados. Os painéis solares agora representam 12% da geração de eletricidade da Austrália, e a proporção deve aumentar ainda mais. A energia solar é gerada durante o dia, mas a demanda de eletricidade residencial aumenta à noite, quando muitas pessoas retornam para casa. A oferta de eletricidade excede a demanda durante o dia.”
Fonte: Valor Econômico; 19/11/2025
PowerChina mira na África para crescimento focado em renováveis
“A empresa estatal chinesa Power Construction Corp (PowerChina) busca um crescimento significativo na África, focando em projetos de energia renovável como parte de sua estratégia de expansão no exterior, disse um executivo da empresa. O empréstimo chinês a governos africanos caiu drasticamente desde o pico de cerca de 28 bilhões de dólares por ano em 2016, à medida que Pequim se torna mais cautelosa quanto ao risco de dívida, mas empresas estatais como a PowerChina continuam avançando com novos projetos, cada vez mais em energia renovável em vez de carvão. África é a segunda casa da PowerChina, disse o executivo da empresa Chen Guanfu em um evento da Bloomberg na terça-feira, acrescentando que pretende estabelecer operações em quase todos os mercados africanos em até cinco anos. Chen afirmou que a África responde por cerca de 30% da receita exterior da PowerChina, com o número esperado para subir para 40–45% até 2030. A empresa espera que o crescimento seja impulsionado pelo aumento do desenvolvimento de usinas de energia limpa, barragens hidrelétricas e usinas a gás. Na África do Sul, a PowerChina possui projetos de energia renovável no valor de cerca de 3,5 bilhões de dólares, incluindo instalações solares fotovoltaicas e o projeto de energia solar concentrada Redstone. A empresa já entregou projetos como o parque eólico Adama, na Etiópia. Destacando o projeto de energia renovável híbrida Oya na África do Sul, Chen o descreveu como um esforço pioneiro para estabilizar a energia proveniente de fontes verdes intermitentes. O projeto é realizado em colaboração com parceiros, incluindo a sul-africana Eskom.”
Fonte: Reuters; 18/11/2025
A Jamaica enfrenta um déficit financeiro de 9,5 bilhões de dólares para se reconstruir após Melissa
“A Jamaica passou anos construindo um fundo financeiro para lidar com desastres causados pelo clima. Acabou sendo suficiente para cobrir apenas 5% do custo causado por uma tempestade. O furacão Melissa deixou a ilha com contas totalizando 10 bilhões de dólares – dos quais apenas 500 milhões podem ser cobertos com reservas para preparação climática armazenadas para lidar com desastres, disse à Reuters o ministro jamaicano, Matthew Samuda. A Jamaica está pedindo aos países ricos na cúpula climática COP30 em Belém, Brasil, que ofereçam urgentemente subsídios, investimentos e financiamento concessional. O que não quer são empréstimos com taxa comercial que sobrecarreguem o país com mais dívida, enquanto ele enfrenta um futuro que deve trazer impactos climáticos cada vez mais severos, como ondas de calor, secas, aumento do mar e tempestades catastróficas. “Não viemos como mendicantes. Viemos como vítimas das ações de outros”, disse Samuda em entrevista na cúpula, referindo-se ao fato de que a Jamaica pouco fez para causar as emissões que aquecem o planeta e que estão impulsionando as mudanças climáticas.Ele afirmou que a Jamaica passou três décadas melhorando sua saúde financeira e se aproximando cada vez mais de uma classificação de crédito de grau de investimento.@”
Fonte: Reuters; 18/11/2025
Índices ESG e suas performances


(1) O Índice ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial da B3) tem como objetivo ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de empresas com reconhecido comprometimento com o desenvolvimento sustentável, práticas e alinhamento estratégico com a sustentabilidade empresarial.
(2) O Índice S&P/B3 Brasil ESG mede a performance de títulos que cumprem critérios de sustentabilidade e é ponderado pelas pontuações ESG da S&P DJI. Ele exclui ações com base na sua participação em certas atividades comerciais, no seu desempenho em comparação com o Pacto Global da ONU e também cias sem pontuação ESG da S&P DJI.
(3) O ICO2 tem como propósito ser um instrumento indutor das discussões sobre mudança do clima no Brasil. A adesão das companhias ao ICO2 demonstra o comprometimento com a transparência de suas emissões e antecipa a visão de como estão se preparando para uma economia de baixo carbono.
(4) O objetivo do IGCT é ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de emissão de empresas integrantes do IGC que atendam aos critérios adicionais descritos nesta metodologia.
(5) A série de índices FTSE4Good foi projetada para medir o desempenho de empresas que demonstram fortes práticas ambientais, sociais e de governança (ESG)..
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