Motiva (MOTV3): Destaques da nossa conversa com lideranças

Principais mensagens da nossa reunião com a Motiva para discutir estratégias ESG

Esta semana, realizamos mais uma edição do XP ESG Corporate Talks, com a participação da Sra. Juliana Silva, Diretora de Sustentabilidade da Motiva, e da Sra. Flavia Godoy, Diretora de Relações com Investidores, para discutir as estratégias ESG da companhia. Saímos do encontro com uma percepção positiva sobre a capacidade da Motiva de transformar compromissos ESG em ações concretas, com a empresa bem posicionada em um momento em que a adaptação climática se consolida como diferencial estratégico no setor de infraestrutura.

Pilar ambiental

Avanços na transição energética e da frota como parte da estratégia de descarbonização. A Motiva tem alcançado progressos significativos em sua estratégia de descarbonização, com marcos importantes registrados em 2024, entre eles: (i) 92% da frota operando com biocombustíveis; (ii) neutralização completa das emissões de Escopo 2; (iii) compensação de 9,4% das emissões de Escopo 1, com a aquisição de seus primeiros créditos de carbono; e (iv) cumprimento antecipado da meta de 100% de eletricidade renovável, originalmente prevista para 2025. Olhando para frente, a companhia busca reduzir em 27% suas emissões de Escopo 3 até 2033, principalmente por meio da ampliação do uso de biocombustíveis e da aceleração da eletrificação da frota, com foco em veículos pesados.

Integração da resiliência climática às operações centrais. A Motiva está conduzindo uma avaliação abrangente de risco climático, com o objetivo de assegurar que 100% dos ativos considerados de alto risco estejam cobertos por planos de adaptação até o final do ano. Embora os resultados finais ainda dependam da validação da alta liderança, o processo busca priorizar medidas de adaptação, orientar decisões de investimento a partir da valoração de impactos potenciais e incorporar a resiliência climática ao planejamento de longo prazo. A Sra. Silva destacou que novos contratos de concessão, como o da ferrovia Sorocabana, já incluem cláusulas específicas de resiliência climática, que direcionam parte da receita à infraestrutura relacionada – um reflexo da tendência crescente de incorporar métricas de sustentabilidade às estruturas contratuais.

Expansão da economia circular para ganho de eficiência e redução de emissões. Como parte de seu compromisso climático, a Motiva tem priorizado iniciativas ligadas à economia circular. De acordo com a Sra. Silva, o uso de material asfáltico reciclado (conhecido pela sigla RAP, em inglês) já representa 36% do volume total de asfalto utilizado pela companhia, reduzindo a dependência de materiais virgens. No segmento de aviação, projetos de retrofit em 9 aeroportos geraram uma economia de R$43 milhões e possibilitaram a reutilização de 576 toneladas de metais e outros componentes.

Pilar governança

Estruturação de uma governança climática multi-organizacional. Para sustentar suas metas climáticas, a Motiva desenvolveu um modelo de governança interna robusto, com sete grupos de trabalho dedicados aos diferentes eixos de sua estratégia de sustentabilidade. Cada plano de ação climático tem um responsável, com os avanços revisados trimestralmente pelo Comitê de Sustentabilidade, composto pelo CEO e por outros executivos da alta liderança.

Aprimoramento da governança corporativa. Em uma perspectiva mais ampla, a Motiva fortaleceu consideravelmente sua governança corporativa, com a entrada da Itaúsa e Votorantim no bloco de controle representando um avanço rumo a uma estrutura mais independente e profissionalizada. Entre os principais avanços, notamos: (i) a redução do número de membros do Conselho de Administração, de 13 para 11; (ii) a simplificação da estrutura de comitês para maior agilidade e eficiência na tomada de decisões; e (iii) a criação de um Comitê de Auditoria (CAC) 100% independente. Como forma de mitigar riscos associados à interação com o setor público – um aspecto sensível no setor de infraestrutura no Brasil -, a companhia implementou um canal formalizado e centralizado para engajamento com stakeholders governamentais. Para a Sra. Silva, os desafios reputacionais enfrentados no passado já foram superados, sendo a nomeação do Sr. Miguel Setas como CEO um passo decisivo na direção de uma governança mais sólida e responsável.

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