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Lula sanciona mercado regulado de carbono; Senado aprova PL das eólicas offshore | Café com ESG, 13/12

Mercado regulado de carbono é lei; PL das eólicas offshore avança

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Bom dia! Neste relatório diário publicado todas as manhãs pelo time ESG do Research da XP, buscamos trazer as últimas notícias para que você comece o dia bem informado e fique por dentro do tema ESG - do termo em inglês Environmental, Social and Governance ou, em português, ASG - Ambiental, Social e Governança.

Quais tópicos abordamos ao longo do conteúdo? (i) Notícias no Brasil e no mundo acerca do tema ESG; (ii) Performance histórica dos principais índices ESG em diferentes países; (iii) Comparativo da performance do Ibovespa vs. ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial, da B3); e (iv) Lista com os últimos relatórios publicados pelo Research ESG da XP.

Principais tópicos do dia

• O mercado encerrou o pregão de quinta-feira em território negativo, com o IBOV e o ISE caindo 2,7% e 3,0%, respectivamente.

• No Brasil, (i) o presidente Lula sancionou o projeto de lei que cria o mercado de carbono no Brasil, publicado ontem no Diário Oficial da União - segundo o Ministério da Fazenda, a expectativa é que o mercado esteja funcionando plenamente em 2030 e que, nos dez anos seguintes, o PIB brasileiro seja impulsionado em 5,8% no período acumulado; e (ii) o Senado aprovou ontem a proposta de marco legal das usinas eólicas offshore, instaladas em plataformas em alto-mar - contudo, o texto, que segue agora para sanção do presidente, contém diversos “jabutis” (emendas parlamentares que não têm ligação direta com o texto principal) que concedem benefícios a termelétricas a carvão e gás fóssil.

• No internacional, a mineradora anglo-australiana Rio Tinto planeja investir US$ 2,5 bilhões em seu primeiro projeto de produção de lítio em escala comercial, em Rincon, na Argentina - apesar dos preços do lítio terem caído 30% este ano, em meio a um excesso de oferta global que fez com que muitos players reduzissem a produção, a Rio Tinto aposta que o metal será uma parte central de seu portfólio futuro devido ao seu papel essencial nas baterias de veículos elétricos.

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Brasil

Empresas

Fundo da Vale investe em startup que mira menos emissões em fornos industriais

"O fundo de capital de risco corporativo da Vale (VALE3.SA), opens new tab, chamado Vale Ventures, investiu em uma startup sediada em Boston (EUA) que criou uma tecnologia para aquecimento de fornos industriais sem uso de combustíveis fósseis, disse o líder do fundo, Bruno Arcadier, à Reuters. O investimento minoritário da Vale Ventures na Electrified Thermal Solutions (ETS) ocorreu como parte de uma rodada de 19 milhões de dólares da startup, juntamente com coinvestidores. A Vale, segundo Arcadier, foi a única mineradora dentre os investidores na rodada, com os demais pertencendo a setores como cimento e energia. O executivo não revelou o desembolso feito pela Vale, mas pontuou que a tecnologia desenvolvida pela ETS tem "forte potencial" para redução de emissões de gases de efeito estufa em processos industriais em setores de difícil abatimento, como mineração e siderurgia, com baixos custos. "As emissões relacionadas a (processos de) aquecimento (industrial em diversos setores) representam 20% das emissões globais, porque são usados combustíveis fósseis", disse Arcadier. "O que essa startup conseguiu desenvolver foi uma tecnologia que permite, a partir de eletricidade -- gerada com energia renovável, energia limpa -- aquecer a uma temperatura de até 1.800 graus." O executivo ressaltou que a Vale tem a necessidade de aquecimento em suas operações em atividades como pelotização, briquetagem e outros. Segundo Arcadier, a companhia precisa de aquecimentos que chegam até 1.200 graus de temperatura. A tecnologia da ETS "ajuda para o nosso escopo 1, mas também pode ajudar para o nosso escopo 3, que é para a siderurgia", disse o executivo."

Fonte: Reuters; 12/12/2024

Lula autoriza R$ 6,5 bilhões para o RS em fundo contra eventos climáticos extremos

"O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) editou a Medida Provisória (MP) 1.278/2024, que autoriza a União a participar de um fundo para a recuperação de áreas afetadas por eventos climáticos extremos. De acordo com o texto, a União pode transferir até R$ 6,5 bilhões a serem aplicados especificamente no Rio Grande do Sul, atingido por enchentes entre abril e maio deste ano. O texto foi publicado no Diário Oficial da União desta quinta-feira (12). Segundo a proposição, os recursos também podem ser usados em empreendimentos de infraestrutura para mitigação e adaptação às mudanças climáticas. O fundo deve ser administrado pela Caixa Econômica Federal. De acordo com a MP 1.278/2024, a instituição fica autorizada a: contratar de forma direta, por dispensa de licitação, empresa pública ou sociedade de economia mista para a realização de atividades — desde que o preço contratado seja compatível com o de mercado; transferir recursos a estados, Distrito Federal, municípios e consórcios públicos; conceder empréstimos a bancos públicos para a aplicação de recursos; celebrar ajustes com instituições parceiras. Segundo a MP, os bens e os rendimentos do fundo não se comunicam com o patrimônio da Caixa. Por isso, os recursos não podem ser usados como garantia ou ser objeto de execução por credores da instituição. O patrimônio do fundo deve ser formado pela integralização de cotas, além de aplicações financeiras, doações feitas por pessoas jurídicas ou físicas e acordos celebrados com entidades da administração. Estados, Distrito Federal e municípios podem participar do fundo por meio da integralização de cotas."

Fonte: InfoMoney; 12/12/2024

Substituindo Lula na reunião do “Conselhão”, Alckmin anuncia R$ 468 bi para o NIB

"O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), comandou a 4ª Reunião Plenária do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável (CDESS), nesta quinta-feira (12), e anunciou novos investimentos em mais uma etapa do programa Nova Indústria Brasil (NIB). Alckmin substituiu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que segue internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo (SP), e hoje foi submetido a um novo procedimento cirúrgico. Na reunião do chamado “Conselhão”, Alckmin anunciou R$ 468,38 bilhões de investimentos privados e públicos para a Missão 5 do NIB, com foco em bioeconomia, descarbonização e transição e segurança energéticas. Do total de R$ 468,38 bilhões, R$ 88,3 bilhões são de recursos públicos de linhas de crédito para projetos que envolvem atividades como inovação, exportação e produtividade – R$ 74,1 bilhões já foram contratados entre 2023 e 2024. Outros R$ 14,2 bilhões estarão disponíveis para 2025 e 2026. Durante a reunião, o setor privado anunciou mais R$ 380,1 bilhões em investimentos, até 2029, relacionados à Missão 5 do programa. “O Brasil já é protagonista dos biocombustíveis e tem todas as condições de liderar a agenda global da descarbonização. Temos políticas públicas robustas, instrumentos de financiamento e estamos atraindo investimentos privados, para trabalhar para esse objetivo”, disse Alckmin. “Qual país do mundo tem 27% de etanol na gasolina? Ninguém tem. Nós podemos subir já para 30% de etanol na gasolina e depois ampliar ainda mais. E 85% da nossa frota é flex, pode ser gasolina ou etanol”, observou o vice-presidente."

Fonte: InfoMoney; 12/12/2024

Iniciativa global para descarbonizar indústria vai acelerar projetos no Nordeste

"O Acelerador de Transição Industrial (ITA) está ampliando seu portfólio no Brasil e acaba de anunciar três novos projetos para apoiar no país. De olho em soluções para descarbonizar a indústria pesada e o transporte de longa distância, o ITA encontrou no Nordeste seu segundo grupo de selecionados. A iniciativa tem financiamento do governo dos Emirados Árabes Unidos, que sediou a COP28, e da Bloomberg Philanthropies e apoio das Nações Unidas. O Brasil foi o primeiro país a aderir formalmente à iniciativa, que tem trabalhado junto ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). Os projetos selecionados são de produção de metanol verde em Pernambuco, geração de hidrogênio e amônia verde no Ceará, e produção e exportação de amônia verde no Piauí. Juntas, as iniciativas têm potencial de evitar a emissão de cerca de 5,4 milhões de toneladas de CO2 anualmente, segundo o ITA – o equivalente a uma cidade de médio porte com alta concentração de indústrias, como Uberlândia (MG). “Essas instalações emblemáticas de produção com baixo teor de carbono representam o tipo de investimento industrial que precisamos ver multiplicado no país e em todo o mundo para atingir nossas metas climáticas coletivas”, disse Faustine Delasalle, diretora executiva do ITA, em nota. “Elas também demonstram que há uma oportunidade econômica real para o Brasil no crescimento do setor verde.” As escolhidas juntam-se à Atlas Agro, aceleração anunciada em outubro, que está desenvolvendo uma planta industrial para produzir fertilizantes nitrogenados de baixo carbono a partir de hidrogênio verde, em Minas Gerais."

Fonte: Capital Reset; 12/12/2024

Comissão aprova projeto que obriga municípios a identificar zonas de risco de desastres naturais

"A Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados aprovou projeto de lei que obriga os municípios a avaliarem periodicamente as zonas de risco de deslizamento e alagamento. A intenção é permitir a adoção de medidas preventivas e de planejamento para garantir a segurança da população e a sustentabilidade ambiental. O eventual descumprimento da futura lei sujeitará o município a multas, cuja arrecadação deverá ser revertida para fundos de mitigação de desastres naturais. O texto aprovado é o substitutivo do relator, deputado Nilto Tatto (PT/SP), para o Projeto de Lei 2257/24, do deputado Amom Mandel (Cidadania/AM). O relator fez ajustes para adequar o texto ao Estatuto da Cidade. “Com a obrigatoriedade de reavaliação periódica das zonas de risco, a proposta assegura que as medidas de prevenção e mitigação sejam parte integrante do planejamento urbano e não ações isoladas ou episódicas”, afirmou Nilto Tatto. Conforme o substitutivo aprovado, serão consideradas: (i) zonas de risco de deslizamento: áreas onde as características geológicas, geotécnicas e hidrográficas aumentam a suscetibilidade a movimentos de terras e rochas; e (ii) zonas de risco de alagamento: áreas propensas a inundações temporárias provocadas por intensas chuvas ou elevação de nível de corpos d’água (rios e lagos, por exemplo)."

Fonte: Eixos; 12/12/2024

MME abre chamada de R$ 100 milhões eficiência energética em prédios públicos

"O Ministério de Minas e Energia e a Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional (ENBPar) lançaram nesta quarta-feira (11/12) a chamada pública de R$ 100 milhões do Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel). O objetivo é investir na modernização de edificações públicas por meio de reformas e instalação de geração distribuída com fontes renováveis. A prioridade será para prédios administrativos, educacionais e de saúde nos níveis federal, estadual e municipal. A proposta visa aproximar o consumo energético dessas edificações a zero, aplicando medidas de eficiência e sistemas de geração local renovável. Edifícios com conceito “Energia Zero” equilibram o consumo e a produção de energia, reduzindo a dependência de concessionárias. O setor de edificações consome quase metade da energia elétrica do país e tem perspectivas de crescimento nos próximos anos. Para o ministro Alexandre Silveira (PSD), a iniciativa deve incentivar a eficiência energética e contribuir para a descarbonização do setor público. Além da redução de custos com energia, a chamada busca qualificar órgãos públicos para acessar recursos financeiros destinados a projetos de eficiência. Segundo o secretário Nacional de Transição Energética, Thiago Barral, a ação integra a agenda de transição energética inclusiva do governo. A ação também visa promover boas práticas na manutenção e operação de prédios públicos e incentivar soluções arquitetônicas adaptadas às condições climáticas regionais, além de tecnologias construtivas avançadas. Silas Rondeau, presidente da ENBPar, acredita que o projeto pode impulsionar ações similares em todo o país."

Fonte: Eixos; 12/12/2024

Randolfe Rodrigues anuncia veto às térmicas em projeto de eólicas offshore enviado à sanção

"O líder do governo no Congresso Nacional, Randolfe Rodrigues (PT/PA), anunciou que o governo vetará as emendas que incluem termelétricas no projeto de lei que regulamenta a exploração de energia eólica offshore no Brasil (PL 576/2021). A declaração foi feita durante a sessão plenária do Senado, nesta quinta-feira (12/12). O texto foi enviado à sanção. As emendas em questão, que contam com o apoio do próximo presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União/AP), preveem a contratação de termelétricas a gás natural em estados do Norte do país, como Amapá e Pará. A inclusão das emendas gerou um debate acirrado no Senado. Senadores da oposição defenderam a medida, argumentando que ela é necessária para garantir a segurança energética do país. Já os senadores governistas criticaram a proposta, afirmando que ela beneficia empresas do setor de gás natural em detrimento das energias renováveis. “Em um projeto que trata de energia eólica foi incluído jabutis para tratar da energia movida a carvão, para a indústria termelétrica. É uma paradoxo e uma contradição em si”, disse Randolfe Rodrigues. Jorge Seif (PL/SC) saiu em defesa do capítulo sobre as térmicas: “querem demonizar o carvão”. O texto final também manteve, tal como veio da Câmara, o artigo que trata da GD, ampliando o prazo para conexão de sistemas com base nas regras antigas, que são mais vantajosas para os consumidores que geram a própria energia e sistemas remotos. O texto foi aprovado na Câmara dos Deputados em novembro do ano passado. Por lá, o texto passou com votos da base governista."

Fonte: Eixos; 12/12/2024

Lula sanciona lei que cria mercado de carbono

"O presidente Lula (PT) sancionou o projeto de lei que cria o mercado de carbono no Brasil. O projeto aprovado no Congresso foi aprovado nesta quinta-feira (12) no DOU (Diário Oficial da União). A lei também autoriza a União a estabelecer limites para a emissão de gases de efeito estufa no país. O texto cria regras para o mercado, a ser chamado de SBCE (Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa), e será aplicado a atividades que produzem anualmente acima de 10 mil tCO2e (toneladas de dióxido de carbono equivalente). Quem não estiver obrigado a participar da comercialização, como a agricultura, pode aderir de forma voluntária. A União tem a competência exclusiva para estabelecer os tetos de emissão, que serão aplicados à soma das atividades produtivas e fontes reguladas pelo SBCE. Os números estarão no Plano Nacional de Alocação, de responsabilidade de um comitê interministerial. O objetivo do texto é obrigar empresas que poluírem acima do patamar fixado pelo governo a pagar por isso e, consequentemente, gerar um incentivo para que se tornem mais sustentáveis. O projeto ainda precisa ser regulamentado. A previsão do Ministério da Fazenda é que o mercado esteja funcionando plenamente em 2030 e que, nos dez anos seguintes, o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro seja impulsionado em 5,8% no período acumulado, prevê a pasta. O mercado de carbono no Brasil tem potencial para cortar 100 milhões de toneladas anuais de emissões de CO2 equivalente em 2040, de acordo com dados do Banco Mundial. Em 2050, o número subiria para 130 milhões."

Fonte: Folha de São Paulo; 12/12/2024

Senado aprova projeto de lei das eólicas offshore; texto segue para sanção

"O Senado aprovou nesta quinta-feira (12) a proposta de marco legal das usinas eólicas offshore, instaladas em plataformas em alto-mar. A nova legislação é aguardada diante da expectativa de aproveitar o potencial de geração no país. A matéria segue para sanção do presidente da República. O texto aprovado contém diversos “jabutis” (matérias estranhas ao texto) que concedem benefícios a termelétricas a carvão e gás fóssil. As mudanças, segundo entidades, podem acarretar um aumento de 7,5% a 11% na conta de energia do consumidor. Líder do governo no Congresso, o senador Randolfe Rodirgues (PT-AP), ao apresentar um destaque para a retirada do artigo 21, onde está maior parte dos jabutis, anunciou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vetará o trecho. O remoção foi rejeitada por 40 votos a 28. “Esse projeto, da parte do governo, será uma cena de quatro atos. Primeiro, nós esperamos aqui rejeitar e suprimir o artigo 21. Se não for suprimido, voltar à Câmara dos Deputados e for aprovado, o senhor presidente da República vai vetar essa matéria. Se voltar e o Congresso derrubar o veto, nós iremos judicializar”, declarou Randolfe. Relator da matéria, o senador Weverton Rocha (PDT-MA), rebateu Randolfe e disse que não iria aceitar, como vice-líder do governo, as afirmações de que teria desviado o foco principal da matéria. “Meu querido líder Randolfe, se minha fala custar a vice-liderança, eu estou entregando ela agora. Eu defendo primeiro o meu mandato. Aqui, esse negócio de falar de jabuti, eu não vou aceitar da forma que foi colocado [pelo governo]”, disse."

Fonte: Valor Econômico; 12/12/2024

Senado aprova regulamentação da reforma tributária; texto voltará para a Câmara

"O Senado aprovou ontem o principal projeto de regulamentação da reforma tributária, por 49 votos a favor e 19 contra, com várias mudanças em relação à versão que veio da Câmara. O texto, que será novamente analisado pelos deputados por causa das modificações dos senadores, eleva a estimativa da alíquota padrão de referência do novo Imposto sobre Valor Agregado (IVA), composto pela Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS, unificação dos federais IPI, PIS e Cofins) e pelo Imposto sobre Bens e Serviços (IBS, junção do ICMS estadual e do ISS municipal). A versão da Câmara previa uma alíquota de referência do IVA de 27,97%. Com as mudanças no Senado, ela sobe para pelo menos 28,55%, segundo números preliminares apresentados pelo relator Eduardo Braga (MDB-AM). O secretário extraordinário da reforma tributária da Fazenda, Bernard Appy, afirmou que a pasta ainda fará o cálculo exato da alíquota. Segundo ele, o governo ficou satisfeito com a aprovação do projeto, ressaltando que preferiria menos exceções. “Mas isso faz parte da construção política”, disse Appy. Já Braga acredita que o novo sistema vai reduzir “brutalmente” a sonegação de impostos e o contencioso jurídico, assim, a alíquota poderá ficar abaixo das estimativas. A mudança com maior impacto foi a inclusão dos serviços de distribuição e tratamento de água e esgoto na alíquota reduzida em 60%, com impacto de 0,38 ponto percentual. Outras benesses não tiveram estimativa de efeito divulgada, como a inclusão da erva-mate entre os alimentos com isenção de imposto. A principal polêmica na votação, contudo, foi em relação ao Imposto Seletivo."

Fonte: Valor Econômico; 13/12/2024

Internacional

Empresas

Oito setores industriais precisam de US$ 30 tri para net zero

"Aço, alumínio, cimento, produtos químicos primários, petróleo e gás, aviação, transporte marítimo e rodoviário precisarão de US$ 30 trilhões em investimentos adicionais para atingir o zero líquido até 2050, de acordo com estimativas divulgadas nesta quinta (12/12) pelo Fórum Econômico Mundial (WEF, em inglês). Desse total, US$ 13 trilhões em financiamento direto das indústrias e US$ 17 trilhões para um ecossistema mais amplo, como fornecedores de energia para essas companhias. Juntos, esses oito setores respondem por quase 40% das emissões globais de gases de efeito estufa e são cruciais para alinhar a economia às ambições de limitar o aumento da temperatura a 1,5°C até o fim do século. A boa notícia: entre 2022 e 2023, essas indústrias alcançaram uma redução de 0,9% nas emissões absolutas, enquanto as emissões globais relacionadas à energia aumentaram 1,3% no mesmo período, mostra o Net Zero Industry Tracker 2024. A má: elas ainda estão muito longe do ritmo para atingir o zero líquido até 2050. “Alcançar o net zero até 2050 exigirá colaboração sem precedentes e inovação financeira em todos os setores para levantar o capital necessário. No entanto, já possuímos muitas das tecnologias e estruturas de políticas para agir agora”, analisa Roberto Bocca, chefe do Centro de Energia e Materiais do WEF. O relatório conclui que quase metade das reduções de emissões necessárias podem ser alcançadas com tecnologias comercialmente viáveis ​​já disponíveis. Prova disso é que essas soluções contribuíram com uma queda de 4,1% na intensidade de carbono desses setores chamados hard to abate (difíceis de abater)."

Fonte: Eixos; 12/12/2024

Rio Tinto investirá US$ 2,5 bi na Argentina em sua mais recente aposta em lítio

"A mineradora anglo-australiana Rio Tinto planeja investir US$ 2,5 bilhões em seu primeiro projeto de produção de lítio em escala comercial, em Rincon, na Argentina, apenas dois meses após realizar um acordo de US$ 6,7 bilhões para comprar a produtora de lítio Arcadium. Apesar dos preços do lítio terem caído 30% este ano, em meio a um excesso de oferta global que fez com que muitos produtores reduzissem a produção, a Rio Tinto aposta que o metal será uma parte central de seu portfólio futuro devido ao seu papel essencial nas baterias de veículos elétricos. O executivo-chefe, Jakob Stausholm, disse que os investimentos em lítio da empresa são “contracíclicos” e que as propriedades do local de Rincon significam que os custos de produção serão baixos e permanecerão lucrativos mesmo sem um preço alto do lítio. “Estamos nos posicionando para nos tornarmos um dos principais produtores de lítio”, disse Stausholm. “Este investimento, juntamente com nossa proposta de aquisição da Arcadium, garante que o lítio se tornará um dos pilares do nosso portfólio de commodities nas próximas décadas.” A Rio Tinto é a única grande mineradora ocidental fazendo grandes investimentos em lítio, enquanto concorrentes como BHP e Anglo American evitam completamente o setor. O lítio é um elemento relativamente comum, mas, por ser leve e derreter a temperaturas muito baixas, é difícil de processar, e a produção de carbonato de lítio de grau adequado para baterias exige um enorme investimento em instalações para o processamento do mineral. Atualmente, a China responde por dois terços da produção global de carbonato de lítio, o que causa preocupação nos EUA e na Europa sobre a garantia de acesso adequado a suprimentos fora da China."

Fonte: Valor Econômico; 12/12/2024

A Kansai Electric do Japão entra no projeto eólico offshore da Iberdrola de 1,3 bilhão de euros na Alemanha

"A japonesa Kansai Electric Power Co concordou em assumir uma participação de 49% no projeto eólico offshore Windanker da Iberdrola na Alemanha, informou a empresa na sexta-feira, ampliando uma parceria com a gigante espanhola de energia renovável. Localizado na parte alemã do Mar Báltico, o parque eólico terá uma capacidade instalada de 315 megawatts e deve começar a operar no final de 2026. Nenhuma das empresas divulgou o valor pago pela Kansai por sua participação. A Iberdrola, que manterá uma participação de 51% no projeto, disse que avalia o parque eólico em 1,3 bilhão de euros. Para a Kansai Electric, a principal operadora de energia nuclear do Japão e a segunda maior empresa de energia elétrica do país, esse é o quinto projeto eólico offshore no exterior, elevando sua capacidade eólica offshore total projetada para 3 gigawatts. As duas empresas já são parceiras na distribuidora de energia britânica Electricity North West, onde a Kansai Electric detém uma participação de 12% e a Iberdrola controla o restante. Em março, a Iberdrola ganhou um projeto eólico offshore de 375 megawatts no norte do Japão, parte de um consórcio com duas outras empresas japonesas, na terceira rodada dos leilões estaduais de energia eólica offshore, já que Tóquio quer aumentar a produção de energia renovável. Esta semana, a BP e a geradora de energia japonesa JERA concordaram em unir forças para formar uma das maiores operadoras de energia eólica offshore do mundo, uma vez que as empresas japonesas se unem a empresas ocidentais para obter experiência e crescimento, enquanto as empresas estrangeiras buscam uma posição no mercado de energia renovável em expansão do Japão."

Fonte: Reuters; 13/12/2024

A UE não cede à pressão sobre as regras de CO2 para carros, diz o diretor climático

"A Comissão Europeia não está considerando a possibilidade de alterar as políticas da Europa para reduzir as emissões de CO2 dos carros, apesar da pressão do maior grupo político da UE para enfraquecer as leis, disse o chefe da política climática do bloco à Reuters na quinta-feira. O Partido Popular Europeu, de centro-direita - o maior grupo de legisladores do Parlamento Europeu - lançou uma campanha, abre nova aba, nesta semana para enfraquecer as regras climáticas, aumentando a pressão sobre Bruxelas por parte das montadoras e dos governos nacionais para ajudar urgentemente o setor automobilístico europeu em dificuldades. Perguntado se estava considerando mudar as regras de CO2 dos carros, o comissário climático da União Europeia, Wopke Hoekstra, disse que não estava. “Não. A resposta é não”, disse ele à Reuters à margem de um evento do setor em Bruxelas. Hoekstra, assim como a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, faz parte do grupo político EPP. O setor automobilístico da Europa está em turbulência, com milhares de empregos em risco, enquanto luta contra a fraca demanda, a concorrência chinesa e as vendas de veículos elétricos abaixo do esperado. Bruxelas disse que as regras climáticas são necessárias para cumprir as metas de emissões legalmente obrigatórias da Europa e que elas proporcionam um ambiente de investimento previsível para as empresas europeias. A principal exigência do EPP é que as montadoras sejam liberadas dos limites de CO2 de 2025, que muitas não deverão cumprir. A ACEA, associação europeia de montadoras, disse que o setor pode enfrentar multas de 15 bilhões de euros (US$ 15,8 bilhões) por não cumprir as metas de 2025, o que, segundo ela, desviaria dinheiro de investimentos."

Fonte: Reuters; 12/12/2024

Canadá estabelece nova meta de redução de emissões de 45-50% para 2035

"O Canadá terá como objetivo reduzir as emissões em 45-50% abaixo dos níveis de 2005 até 2035, anunciou o Ministério do Meio Ambiente na quinta-feira, estabelecendo uma nova meta transitória antes da meta de emissões líquidas zero do Acordo de Paris para 2050. A nova meta, uma exigência da lei canadense aprovada pelo governo liberal, baseia-se na meta de reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 40% a 45% abaixo dos níveis de 2005 até 2030. “Essa meta nos mantém no caminho certo para cumprir a promessa feita aos nossos filhos e netos de que o mundo que deixaremos para eles será seguro, sustentável, acessível e próspero”, disse o Ministro do Meio Ambiente, Steven Guilbeault, em um comunicado. Um dos principais produtores de petróleo e gás, o Canadá não cumpriu todas as suas metas de emissão de gases de efeito estufa. O governo do primeiro-ministro Justin Trudeau, que introduziu uma série de medidas destinadas a lidar com a mudança climática e impulsionar o uso de energia verde, disse em maio que os dados sugeriam que o país estava no caminho certo para atingir sua meta para 2030. O Canadian Climate Institute (Instituto Canadense do Clima) disse na quinta-feira que a meta de 2035 “é alcançável e equilibra a necessidade de progresso sustentado na redução das emissões”. Alguns grupos climáticos, entretanto, disseram que as novas metas não eram suficientemente ambiciosas. A David Suzuki Foundation disse que a nova meta climática estava aquém do necessário para evitar os piores efeitos da crise climática, enquanto o Pembina Institute disse que os governos e as indústrias devem ser “mais ambiciosos para aumentar totalmente nossa competitividade na nova economia global de energia limpa”."

Fonte: Reuters; 12/12/2024

Índices ESG e suas performances

(1) O Índice ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial da B3) tem como objetivo ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de empresas com reconhecido comprometimento com o desenvolvimento sustentável, práticas e alinhamento estratégico com a sustentabilidade empresarial.
(2) O Índice S&P/B3 Brasil ESG mede a performance de títulos que cumprem critérios de sustentabilidade e é ponderado pelas pontuações ESG da S&P DJI. Ele exclui ações com base na sua participação em certas atividades comerciais, no seu desempenho em comparação com o Pacto Global da ONU e também cias sem pontuação ESG da S&P DJI.
(3) O ICO2 tem como propósito ser um instrumento indutor das discussões sobre mudança do clima no Brasil. A adesão das companhias ao ICO2 demonstra o comprometimento com a transparência de suas emissões e antecipa a visão de como estão se preparando para uma economia de baixo carbono.
(4) O objetivo do IGCT é ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de emissão de empresas integrantes do IGC que atendam aos critérios adicionais descritos nesta metodologia.
(5) A série de índices FTSE4Good foi projetada para medir o desempenho de empresas que demonstram fortes práticas ambientais, sociais e de governança (ESG).
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