Bom dia! Neste relatório diário publicado todas as manhãs pelo time ESG do Research da XP, buscamos trazer as últimas notícias para que você comece o dia bem informado e fique por dentro do tema ESG – do termo em inglês Environmental, Social and Governance ou, em português, ASG – Ambiental, Social e Governança.
Quais tópicos abordamos ao longo do conteúdo? (i) Notícias no Brasil e no mundo acerca do tema ESG; (ii) Performance histórica dos principais índices ESG em diferentes países; (iii) Comparativo da performance do Ibovespa vs. ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial, da B3); e (iv) Lista com os últimos relatórios publicados pelo Research ESG da XP.
Principais tópicos do dia
• O mercado fechou o pregão de segunda-feira em território positivo, com o IBOV e o ISE avançando 0,61% e 0,34%, respectivamente.
• No Brasil, (i) o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou que mobilizar US$ 10 bilhões em recursos públicos para o Tropical Forests Forever Facility (TFFF) seria uma meta ambiciosa, mas “possível” para o primeiro ano do projeto – “para alcançar US$ 10 bilhões, bastaria que alguns países do G20 participassem, assim poderíamos começar a compensar nações que preservam florestas tropicais, especialmente aquelas com altos níveis de endividamento”, disse ele; e (ii) o Porto do Açu assinou uma carta de intenções ontem com o Porto de Antuérpia para criar uma rota marítima, esperada para até 2030, que permita o abastecimento de embarcações com biocombustíveis nos dois terminais, além de também abrir espaço para a exportação de combustíveis renováveis entre Brasil e Europa.
• No internacional, os ministros do clima da União Europeia estão fazendo uma tentativa final nesta terça-feira para aprovar uma nova meta de combate às mudanças climáticas, com o objetivo de evitar chegar à cúpula da COP30 no Brasil sem um plano definido – a falta de acordo pode prejudicar a credibilidade da UE como líder nas negociações climáticas da conferência.
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Brasil
Empresas
Bloomberg amplia ferramentas para avaliar riscos e oportunidades na transição de baixo carbono
“A Bloomberg anunciou hoje a ampliação de seu portfólio de soluções climáticas, com novas ferramentas analíticas desenvolvidas para ajudar instituições financeiras a avaliar como empresas e portfólios estão posicionados para atuar à medida que as tecnologias de baixo carbono ganham escala. O conjunto de soluções permite que investidores identifiquem oportunidades, avaliem riscos e alinhem seus portfólios às suas metas, ao impulsionar retornos resilientes e melhor desempenho nos investimentos. De acordo com a BloombergNEF (BNEF), o investimento global em tecnologias de baixo carbono aumentou de US$ 160 bilhões em 2009 para US$ 2,1 trilhões em 2024. Além disso, o investimento global em novos projetos de energia renovável atingiu um recorde de US$ 386 bilhões no primeiro semestre de 2025, um aumento de 10% em relação ao ano anterior. À medida que essa tendência continua a se consolidar, os investidores buscam cada vez mais avaliar como essas transformações estão modificando os modelos de negócio das empresas e impactando os retornos dos investimentos. As abordagens tradicionais de risco de transição se concentram na precificação das emissões de carbono, com base em impostos e taxas que as empresas podem pagar por liberar gases de efeito estufa. Para oferecer aos investidores uma visão mais holística dos riscos, a Bloomberg disponibiliza tanto análises de carbono quanto avaliações detalhadas da exposição das empresas às mudanças nas forças de mercado, às transformações tecnológicas e às políticas regionais.”
Fonte: Bloomberg; 03/11/2025
Antuérpia e Açu terão combustível renovável
“O Porto do Açu assinou uma carta de intenções com o Porto de Antuérpia para criar uma rota marítima que permita o abastecimento de embarcações com biocombustíveis nos dois terminais. Também abre espaço para a exportação de combustíveis renováveis entre Brasil e Europa. A carta de intenções foi assinada na segunda-feira (3) e o objetivo é que a rota, ou corredor marítimo verde, esteja em operação até 2030. O acordo foi assinado a partir de um estudo de pré-viabilidade realizado pelas organizações Global Maritime Forum (GMF) e Rocky Mountain Institute (RMI) sobre a criação de rotas marítimas para embarcações movidas a biocombustíveis. A criação dos corredores verdes é importante porque permite a empresas marítimas planejar trajetos e abastecer onde tenha oferta de biocombustíveis. Segundo o GMF, existem mais de 80 iniciativas globais em andamento. A indústria de navegação global tem planos de alcançar a meta de carbono zero até 2050, de forma progressiva. A navegação responde por 3% das emissões globais de carbono e o setor vem debatendo a viabilidade das tecnologias, em função das particularidades de cada região. Existem estudos em andamento para adoção de hidrogênio verde, diesel renovável, etanol, metanol e combustíveis sintéticos em embarcações. Logo, a criação de um corredor verde pode atender ao crescente mercado da União Europeia e dar início a armazenagem e exportação no Porto do Açu, segundo o estudo do GMF.”
Fonte: Valor Econômico; 04/11/2025
Política
“O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou nesta segunda-feira que mobilizar US$ 10 bilhões em recursos públicos para o Tropical Forests Forever Facility (TFFF) seria uma meta ambiciosa, mas “possível” para o primeiro ano do projeto. Esse fundo é uma iniciativa emblemática do Brasil como anfitrião da COP30, e tem como objetivo arrecadar US$ 125 bilhões para apoiar a conservação global de florestas tropicais ameaçadas. Falando durante um evento da Bloomberg em São Paulo, Haddad mencionou que outros países podem anunciar contribuições ao fundo durante a cúpula climática da ONU, que ocorrerá na cidade de Belém na próxima semana. “Para alcançar US$ 10 bilhões, bastaria que alguns países do G20 participassem, assim poderíamos começar a compensar nações que preservam florestas tropicais, especialmente aquelas com altos níveis de endividamento”, disse Haddad. O ministro não revelou quais países demonstraram interesse em contribuir. O fundo pretende captar US$ 25 bilhões de governos e filantropias, e atrair US$ 100 bilhões do setor privado. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou em setembro que o Brasil contribuirá com US$ 1 bilhão, incentivando outras nações a fazerem aportes igualmente ousados para que o TFFF possa entrar em operação na COP30. Haddad também informou que o governo da Indonésia concordou em contribuir com o fundo, que será gerido como um fundo patrimonial (endowment) e pagará estipêndios anuais aos países com base na quantidade de floresta tropical preservada.”
Fonte: Reuters; 03/11/2025
Proposta prevê ação ativa de estatais para metas climáticas
“O governo estuda implementar, no próximo ano, uma resolução para empresas estatais que estabeleça diretrizes voltadas à transição energética e às ações de mitigação e adaptação climática. A proposta busca criar um instrumento de orientação para as empresas públicas, que hoje já adotam políticas relacionadas à sustentabilidade, mas em diferentes graus e sem um direcionamento claro do governo federal. De acordo com o secretário-adjunto de Coordenação e Governança das Empresas Estatais do Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI), Pedro Cavalcante, a ideia é que as estatais contribuam mais ativamente para as metas climáticas, sem perder a autonomia. Por isso, as diretrizes não serão obrigatórias, mas servirão como parâmetros mínimos a serem implementados pelas empresas, respeitando as particularidades dos seus setores de atuação. “É um esforço colaborativo de pensar caminhos da sustentabilidade para as empresas, adequando à realidade de cada empresa. Então, não é nada impositivo. São sinalizações de diretrizes de transição justa, de transição energética, de mitigação e adaptação climática para que as empresas observem e apontem o que faz sentido para sua política e para sua rotina de trabalho”, afirma Cavalcante.”
Fonte: Valor Econômico; 04/11/2025
Cade arquiva investigação sobre evolução dos preços de CBIOs em 2022
“O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) arquivou o inquérito que investigava uma possível infração à ordem econômica nas negociações de Créditos de Descarbonização (CBIOs), divulgou, nesta segunda-feira (3/11), o Ministério de Minas e Energia (MME). A pasta solicitou a investigação em 2022, após identificar uma alteração no perfil de evolução dos preços dos CBIOs naquele ano. Segundo o órgão antitruste, não foram encontrados indícios de irregularidades que justificassem a abertura de processo administrativo. “A decisão confirma a robustez do RenovaBio e a transparência de um de seus principais instrumentos: o mercado de CBIOs, que opera em ambiente de balcão. O resultado também reforça a credibilidade e a competitividade do sistema, conforme previsto na concepção original da política pública”, disse, em nota, o MME. A pasta fez o pedido da investigação durante o governo de Jair Bolsonaro, em meio à pressão das distribuidoras de médio porte que pediram intervenção do governo no mercado de CBIOs, mas não foram atendidas. Em junho de 2022, o CBIO atingiu o preço recorde de R$ 202,65, o dobro do valor registrado no início de março. As distribuidoras acusaram os produtores de biocombustíveis de represar os créditos, para provocar inflação. Em resposta, o governo aumentou o prazo para que as distribuidoras de combustíveis comprovassem o cumprimento de suas metas individuais de 2022 no RenovaBio, mudando de 31 de dezembro daquele ano para 30 de setembro de 2023.”
Fonte: Eixos; 03/11/2025
Internacional
Empresas
Vendas de veículos elétricos da Ford despencam em outubro após fim de benefício fiscal
“As vendas de veículos elétricos devem encerrar o ano de forma desastrosa, se os resultados de outubro da Ford forem um indicativo. Nesta segunda-feira (3), a Ford divulgou as vendas mensais totais nos Estados Unidos, informando que vendeu 175.584 veículos, um aumento de cerca de 2% em relação ao ano anterior. Qualquer crescimento é positivo, mas o crescimento desacelerou. Até outubro, as vendas da Ford nos EUA acumulavam alta de cerca de 7% no ano. As vendas da linha F-Series subiram cerca de 1% ano a ano. Isso não é ruim, mas, até outubro, as vendas desses caminhões haviam crescido cerca de 13% em relação ao mesmo período do ano anterior. A Ford também enfrenta uma interrupção significativa na produção após um incêndio em uma fábrica da Novelis, fornecedora de alumínio da montadora, no Estado de Nova York. Mas a questão que incomoda no balanço da montadora americana em outubro não são os caminhões ou os carros a gasolina. A Ford vendeu 4.709 veículos elétricos (EVs), uma queda de 25% em relação ao ano anterior, mostrando o impacto do fim do crédito fiscal federal de US$ 7.500 para a compra de veículos elétricos. Outubro foi o primeiro mês sem o crédito. Em setembro, a Ford havia vendido 11.712 veículos elétricos, um aumento de 85% em relação ao ano anterior. No geral, as vendas de EVs representaram um recorde de 12% das novas vendas de automóveis nos EUA, embora ninguém acreditasse que isso fosse sustentável. Os investidores já esperavam uma queda no quarto trimestre.”
Fonte: Valor Econômico; 03/11/2025
Política
União Europeia em negociações de última hora para definir nova meta climática antes da COP30
“Ministros do clima da União Europeia estão fazendo uma tentativa final nesta terça-feira para aprovar uma nova meta de combate às mudanças climáticas, com o objetivo de evitar chegar à cúpula da ONU COP30 no Brasil sem um plano definido. A falta de acordo pode prejudicar a credibilidade da UE como líder nas negociações climáticas da COP30, que testarão o compromisso das grandes economias em continuar enfrentando as mudanças climáticas, mesmo diante da oposição do presidente dos EUA, Donald Trump. Países como China, Reino Unido e Austrália já apresentaram novas metas climáticas antes da COP30. No entanto, a UE, conhecida por suas políticas ambiciosas de redução de CO₂, enfrenta resistência de indústrias e governos preocupados com os custos das medidas, especialmente em meio a prioridades como defesa e indústria. A proposta da Comissão Europeia é reduzir as emissões líquidas de gases de efeito estufa em 90% até 2040, em relação aos níveis de 1990, mantendo o caminho para a neutralidade climática até 2050. Itália, Polônia e República Tcheca alertam que a meta é muito rígida para suas indústrias, que enfrentam altos custos de energia, concorrência chinesa e tarifas dos EUA. Países como Holanda, Espanha e Suécia defendem metas ambiciosas, citando eventos climáticos extremos e a necessidade de competir com a China em tecnologias verdes.”
Fonte: Reuters; 04/11/2025
“Na véspera da COP30, em Belém, o Grupo de Especialistas de Alto Nível (HLEG, na sigla em inglês) das Nações Unidas sobre Compromissos de Emissões Líquidas Zero de Atores Não Estatais apresentou um novo relatório que considera os próximos dez anos como a “década de implementação” crucial para as metas de emissões líquidas zero. O documento “Integridade Importa: Conquistando o Futuro” foi entregue hoje pela presidente do grupo, Catherine McKenna, ao Secretário-Geral da ONU, António Guterres, na Cúpula Mundial de Prefeitos C40, que ocorre no Rio e faz parte do Fórum de Líderes Locais da COP30. O Grupo de Especialistas foi estabelecido pelo Secretário-Geral das Nações Unidas em 31 de março de 2022, para desenvolver padrões mais rigorosos e claros para as promessas de emissões líquidas zero feitas por entidades não estatais, incluindo empresas, investidores, cidades e regiões, e acelerar a implementação. O relatório destaca que 83% da economia global já está coberta por metas de emissões líquidas zero, e que o aquecimento projetado do planeta caiu de 4º a 5º para cerca de 2,5°C. “Esses compromissos, liderados por governos nacionais, mas apoiados por um grande número de cidades e regiões, empresas e investidores, simplesmente não existiriam sem o Acordo de Paris. E estão fazendo a diferença. Não é onde precisamos estar, mas isso mostra o que é possível”, informou McKenna em comunicado.”
Fonte: Valor Econômico; 03/11/2025
Índices ESG e suas performances


(1) O Índice ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial da B3) tem como objetivo ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de empresas com reconhecido comprometimento com o desenvolvimento sustentável, práticas e alinhamento estratégico com a sustentabilidade empresarial.
(2) O Índice S&P/B3 Brasil ESG mede a performance de títulos que cumprem critérios de sustentabilidade e é ponderado pelas pontuações ESG da S&P DJI. Ele exclui ações com base na sua participação em certas atividades comerciais, no seu desempenho em comparação com o Pacto Global da ONU e também cias sem pontuação ESG da S&P DJI.
(3) O ICO2 tem como propósito ser um instrumento indutor das discussões sobre mudança do clima no Brasil. A adesão das companhias ao ICO2 demonstra o comprometimento com a transparência de suas emissões e antecipa a visão de como estão se preparando para uma economia de baixo carbono.
(4) O objetivo do IGCT é ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de emissão de empresas integrantes do IGC que atendam aos critérios adicionais descritos nesta metodologia.
(5) A série de índices FTSE4Good foi projetada para medir o desempenho de empresas que demonstram fortes práticas ambientais, sociais e de governança (ESG)..
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