ESG: Como os clientes institucionais estão evoluindo? Feedback da nossa rodada de reuniões

Dada a crescente demanda por parte dos investidores institucionais pelo tema ESG, passamos as últimas semanas conversando com os principais fundos de investimentos locais para discutir como essa agenda tem evoluído. De forma geral, vemos que um número significativo de grandes gestoras brasileiras estão se movendo para incorporar os critérios ambientais, sociais e de governança como parte do processo de seleção de ativos, ao mesmo tempo em que notamos uma preferência pela estratégia de engajamento corporativo no lugar da exclusão como forma efetiva de incorporar esses critérios. Neste relatório, nós aproveitamos para trazer os principais destaques das nossas reuniões.

#1. Avançando da teoria à prática

Embora os fundos ainda estejam em diferentes estágios da integração ESG, fica evidente que todos estão cada vez mais engajados com esse tema como um fator importante na alocação de ativos. Vemos uma maior compreensão das gestoras locais da necessidade de avançar da teoria à prática, uma vez que a pressão crescente dos cotistas exige abordagens que estejam alinhadas aos princípios ESG. Nesse sentido, as gestoras reconhecem que, para atrair capital, incluir esses critérios na estratégia de seleção tem se tornado essencial, e implica tanto em avançar na integração ESG, quanto em desenvolver novos produtos.

#2. As gestoras ainda estão em diferentes estágios

A agenda ESG está longe de ser um tema simples e de fácil incorporação nos investimentos, de forma que cada gestora está em uma etapa diferente da jornada ESG. De forma simples, podemos dividi-las em quatro grupos principais: (i) as que já são referência; (ii) aquelas avançadas na agenda; (iii) as que estão no meio do processo; e (iv) aquelas ainda em estágios iniciais. Vemos que o desenvolvimento e implementação de uma metodologia ESG robusta por parte das gestoras não será feito da noite para o dia, mas não vemos isso como um problema – ficamos atentos não com aquelas em fases iniciais, mas com um potencial quinto grupo, composto por aquelas que ainda não perceberam a importância do tema.

#3. Engajamento corporativo ganha força

As gestoras enfrentam expectativas crescentes de terem impacto positivo através dos investimentos. Nesse sentido, nas reuniões vimos uma preferência consistente dos investidores pelo engajamento corporativo ao invés da abordagem de exclusão. Vemos um grupo relevante de gestoras optando por se envolverem com as empresas, impulsionando mudanças positivas e não limitando o universo de companhias “investíveis”, ao mesmo tempo em que notamos um menor interesse pelo filtro negativo, seguindo a visão de que o desinvestimento impede o engajamento com as empresas que possuem os maiores desafios, além de limitar as oportunidades de retorno financeiro ao adotarem melhores práticas ESG.

Papéis para destacar

Nossas discussões se concentraram nos nomes favoritos dos investidores no tema ESG, com destaque para: (i) Localiza (RENT3), o nome mais consensual; e (ii) Lojas Renner (LREN3), frente a sólida estratégia ESG, somada a um valuation atrativo.

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