Bom dia! Neste relatório diário publicado todas as manhãs pelo time ESG do Research da XP, buscamos trazer as últimas notícias para que você comece o dia bem informado e fique por dentro do tema ESG – do termo em inglês Environmental, Social and Governance ou, em português, ASG – Ambiental, Social e Governança.
Quais tópicos abordamos ao longo do conteúdo? (i) Notícias no Brasil e no mundo acerca do tema ESG; (ii) Performance histórica dos principais índices ESG em diferentes países; (iii) Comparativo da performance do Ibovespa vs. ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial, da B3); e (iv) Lista com os últimos relatórios publicados pelo Research ESG da XP.
Principais tópicos do dia
• O mercado fechou o pregão de quinta-feira em território negativo, com o IBOV e o ISE recuando 0,7% e 1,0%, respectivamente.
• No Brasil, (i) entram em vigor a partir de hoje os aumentos nas misturas obrigatórias de biocombustíveis nos combustíveis brasileiros, conforme determinação do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) – com a elevação, o percentual de etanol na gasolina passa de 27% para 30% (E30), enquanto a parcela de biodiesel no diesel sobe de 14% para 15% (B15); e (ii) o primeiro semestre de 2025 registrou um crescimento de 141% no emplacamento de ônibus elétricos no Brasil, em comparação com o mesmo período de 2024, segundo a Associação Brasileiro do Veículo Elétrico (ABVE) – o número de unidades emplacadas subiu de 127 para 306.
• No internacional, várias empresas e consultorias estão desistindo de participar da cúpula climática da ONU na cidade de Belém, desencorajadas por um cenário político difícil, hospedagens com preços elevados e viagens longas – instituições financeiras, consultorias e assessores de empresas que participaram das negociações climáticas nos anos anteriores disseram ao Financial Times que planejam enviar um contingente menor para São Paulo ou Rio de Janeiro, onde serão realizadas conferências financeiras e climáticas paralelas.
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Brasil
Empresas
Ônibus elétricos crescem 141% no primeiro semestre de 2025, aponta ABVE
“O primeiro semestre de 2025 registrou um crescimento de 141% no emplacamento de ônibus elétricos no Brasil, em comparação com o mesmo período de 2024, segundo a Associação Brasileiro do Veículo Elétrico (ABVE). O número de unidades emplacadas subiu de 127 para 306. Em junho, 34 veículos entraram em circulação, enquanto no mesmo mês do ano passado foram somente 9, crescimento de 278%. Segundo a associação, os números refletem o avanço da eletromobilidade no transporte público. A ABVE considera que eles são impulsionados por políticas públicas, ampliação da oferta de modelos e maior comprometimento dos prefeitos com a descarbonização. O estado de São Paulo foi o que mais emplacou ônibus elétricos de janeiro a junho deste ano, acumulando 306 unidades. Dessas, 275 estão na capital paulista. De acordo com a ABVE, o aumento desses veículos na cidade ocorreu devido às políticas públicas. Em 2018, a Lei Municipal nº 16.802/2018 estabeleceu que, até 2038, a frota paulistana de ônibus deverá ter emissão zero de gases do efeito estufa (GEE). O cumprimento da legislação está atrasada, no entanto. De acordo com o Programa de Metas de 2025 a 2028, a capital paulista deve substituir 2,2 mil ônibus movidos a diesel por alternativas mais limpas. É uma revisão para baixo da ambição anterior, que previa a substituição de 20% da frota. Em julho, frota de transporte público da cidade alcançou 841 ônibus elétricos, o equivalente a 6,3% dos 13.336 veículos que fazem o transporte de passageiros. No ranking estadual, a capital São Paulo é seguida de São Bernardo do Campo (que adquiriu 11 veículos no primeiro semestre de 2025), Ribeirão Preto (4), Campinas (2) e Barueri (1).”
Fonte: Eixos; 31/07/2025
Semanas do clima antecipam debates da COP30 em capitais brasileiras
“Antes da COP30 começar oficialmente em Belém, eventos reúnem empresas e representantes do poder público e da sociedade civil para discutir desafios e soluções para as mudanças do clima. É o caso da SP Climate Week e da Rio Climate Action Week, que serão realizadas em agosto. Dos dias 2 e 8, São Paulo recebe a segunda edição do SP Climate Week, com mais de 100 eventos, entre painéis, workshops, exposições, experiências imersivas, entre outras ações. O evento é correalizado por diversas organizações, com apoio institucional da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR). As ações acontecem em grande parte no chamado distrito de inovação de São Paulo, na zona oeste da cidade. A programação está disponível no site oficial. Em evento paralelo, o Itaú e o Cubo promovem entre os dias 4 e 8 de agosto palestras sobre inovação, transição energética, bioeconomia e justiça climática. A liderança da COP30 confirmou presença, com o presidente André Correa do Lago e a CEO Ana Toni. Na semana seguinte, o Reset realiza também em São Paulo o “Reset ClimaCorp – Liderança empresarial na era da transição climática. O evento é exclusivo para convidados e vai reunir dirigentes da COP30, CEOs de grandes empresas e executivos da indústria e do setor financeiro para debater o papel do setor privado na descarbonização da economia. Na sequência, o Rio de Janeiro também entra na rota dos eventos pré-COP.”
Fonte: Capital Reset; 01/08/2025
Política
Governo não abre mão de manter COP30 em Belém e critica hotéis
“Apesar da pressão internacional para que o Brasil não realize a COP30 em Belém (PA), diante da falta de infraestrutura hoteleira, o governo brasileiro não cogita, no momento, mudar a cidade sede. Fontes do governo diretamente ligadas à organização da Conferência do Clima da ONU disseram ao Valor que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva faz questão de cumprir o compromisso de promover o encontro global na Amazônia. E que o encontro ocorrerá na capital paraense, mesmo com as sérias restrições de hospedagem reconhecidas pelas próprias autoridades brasileiras. O governo brasileiro aposta em estratégias como separar a cúpula dos chefes de Estado da conferência, disponibilizar dois navios de cruzeiro para acomodar 3,9 mil pessoas e quartos de hotel “mais baratos” — entre US$ 100 e US$ 200 — para aliviar a pressão por hospedagem em Belém. No entanto, há preços mais elevados sendo praticados, o que pode comprometer sobretudo a participação de delegações de países em desenvolvimento e com menos condições de pagar. Em uma reunião de emergência convocada na terça-feira (29) pela ONU Clima — mais conhecida pela sigla UNFCCC—, representantes de três regiões — África, países-ilha e América Latina — pediram formalmente para que a COP30 não aconteça em Belém. Na ocasião, o governo brasileiro foi duramente questionado por representantes pela falta de acomodação na cidade paraense e preços extorsivos da rede hoteleira e de donos de imóveis. A expectativa é que o Brasil proponha uma solução até 11 de agosto, data em que haverá uma nova reunião para tratar dos preparativos da conferência.”
Fonte: Valor Econômico; 31/07/2025
Aumento nas misturas de biocombustíveis passa a valer em meio à alta no preço do barril
“Entram em vigor a partir desta sexta-feira (01/8) os aumentos nas misturas obrigatórias de biocombustíveis nos combustíveis brasileiros, conforme determinação do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE). Com a elevação, o percentual de etanol na gasolina passa de 27% para 30% (E30), enquanto a parcela de biodiesel no diesel sobe de 14% para 15% (B15). À época da aprovação da medida pelo CNPE, em junho, o governo calculava que a mudança poderia levar a uma queda de até R$ 0,11 por litro no preço da gasolina. Os cálculos do mercado, no entanto, são diferentes: a Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes (Fecombustíveis) estima possibilidade de queda de R$0,02 no custo de comercialização das distribuidoras para a gasolina. Já para o diesel, a previsão da entidade é de um potencial aumento médio de R$ 0,02. Vale lembrar que os preços dos biocombustíveis estão sujeitos a oscilações, uma vez que são produtos agrícolas. “As alterações de preços, a partir dos aumentos nas misturas dos biocombustíveis, divulgadas na mídia podem não ocorrer exatamente como previsto, pois tratam-se de mera estimativa cuja concretização depende de múltiplos fatores de mercado que podem variar no tempo e de acordo com cada região”, ressaltou a Fecombustíveis em nota divulgada na quinta (31/7). Além disso, o governo conta com o aumento nas misturas para reduzir a dependência nacional da importação de diesel e gasolina — o que chega num bom momento dado o atual cenário para negociações no mercado internacional.”
Fonte: Eixos; 01/08/2025
Internacional
Empresas
Transição ou adição energética? Mudanças no mundo aquecem debate
“A demanda global por energia deverá crescer 23% até 2050 resultado da expansão prevista da economia no período, conforme o World Oil Outlook 2025, documento elaborado por representantes dos países exportadores de petróleo. Os dados levam a uma pergunta inevitável diante da necessidade de conter o aquecimento global, provocado em boa parte pela emissão de CO2 proveniente da queima de combustíveis fósseis: Que tipo de energia atenderá aos futuros consumidores globais? A capacidade instalada de fontes renováveis precisará de 7,3 TW adicionais, em seis anos, para atingir as metas definidas em acordos anteriores. Só que os planos atuais dos governos deixarão uma lacuna global de 3,8 TW até 2030. Diante disso, cresce o debate sobre o que é mais viável no mundo atual: transição ou adição energética? Provavelmente, ambas, segundo especialistas. O ano de 2024 foi de recordes para fontes renováveis. A transição energética recebeu investimentos de US$ 2,1 trilhões, valor 11% superior ao do ano anterior, segundo relatório Energy Transition Investment Trends; houve acréscimo de 582 GW de geração limpa, 15% a mais do que em 2023 e o maior da história; e apenas 10% da nova capacidade instalada de energia elétrica foi atendida por combatíveis fósseis de acordo com o Irena. Em contrapartida, em termos absolutos, o uso de fontes emissoras de CO2 para geração elétrica superou o patamar de 10 anos atrás. Além disso, só os subsídios globais de governos ao setor somaram US$ 1,3 trilhão em 2023, cifra que atinge cerca de US$ 7 trilhões com a inclusão de subsídios indiretos, segundo o FMI. Tais números aquecem o debate sobre adição energética em paralelo à transição energética, mas entre especialistas não há consenso.”
Fonte: Valor Econômico; 31/07/2025
Tarifas favorecem plásticos e deixam substitutos sustentáveis à deriva
“As tarifas do atual presidente dos EUA sobre o comércio internacional estão dominando o debate geopolítico, dado o seu poder de desarranjar economias ao redor do mundo — mas elas não são as únicas causando danos. Nesta quinta (31/7), a agência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Uncatd) publicou um relatório mostrando que as políticas econômicas nos principais mercados tornam os plásticos mais baratos e desencorajam os substitutos naturais. O documento chega uma semana antes da rodada final de negociações em torno de um tratado global contra a poluição plástica, marcada para 5 a 14 de agosto, em Genebra. O objetivo é chegar a um acordo internacional juridicamente vinculativo contra a poluição por esses produtos petroquímicos, que já chegou aos cordões umbilicais. Mas é preciso vencer resistências. Em dezembro de 2024, os 175 países que negociam o acordo concluíram a quinta sessão em Busan, na Coreia do Sul, sem consenso. Produtores de petróleo, incluindo Arábia Saudita e Rússia, bloquearam tentativas de limitar a produção, insistindo que a ênfase deveria ser em melhorar a coleta de lixo e a capacidade de reciclagem. Enquanto dezenas de outros países estão apoiando uma proposta liderada pelo Panamá para adesão a uma meta de redução da produção após a assinatura do tratado. Os dados da Unctad revelam o tamanho do desafio — mas também da necessidade — de migrar para outras alternativas.”
Fonte: Eixos; 31/07/2025
Empresas se afastam das negociações climáticas da ONU na fronteira da Amazônia
“Várias empresas e consultorias estão desistindo de participar da cúpula climática da ONU na cidade de Belém, conhecida como a porta de entrada para a Amazônia, desencorajadas por um cenário político difícil, quartos de hotel que chegam a custar até US$ 2.000 por noite e viagens longas. Instituições financeiras, consultorias e assessores de empresas que participaram das negociações climáticas nos anos anteriores disseram ao Financial Times que planejam enviar um contingente menor para São Paulo ou Rio de Janeiro, onde serão realizadas conferências financeiras e climáticas paralelas. Entre esses eventos estão a cúpula da UN PRI, um encontro internacional de investimento responsável no centro financeiro de São Paulo, e um fórum global para prefeitos, governadores e líderes regionais, que será realizado no Rio no início de novembro, uma semana antes do início da COP. Diferentemente dos anos anteriores, a chamada cúpula de líderes, que envolve chefes de Estado e geralmente marca o início das negociações climáticas mais importantes do mundo, agora também está programada para ocorrer nos dias anteriores. Apesar das críticas sobre a presença de milhares de participantes empresariais, que elevaram o número total de participantes da COP para mais de 65.000 em seu pico em Dubai, a retirada do setor privado contraria os esforços dos órgãos públicos para incentivar as empresas a desempenharem um papel mais importante na ação climática.”
Fonte: Financial Times; 01/08/2025
Índices ESG e suas performances


(1) O Índice ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial da B3) tem como objetivo ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de empresas com reconhecido comprometimento com o desenvolvimento sustentável, práticas e alinhamento estratégico com a sustentabilidade empresarial.
(2) O Índice S&P/B3 Brasil ESG mede a performance de títulos que cumprem critérios de sustentabilidade e é ponderado pelas pontuações ESG da S&P DJI. Ele exclui ações com base na sua participação em certas atividades comerciais, no seu desempenho em comparação com o Pacto Global da ONU e também cias sem pontuação ESG da S&P DJI.
(3) O ICO2 tem como propósito ser um instrumento indutor das discussões sobre mudança do clima no Brasil. A adesão das companhias ao ICO2 demonstra o comprometimento com a transparência de suas emissões e antecipa a visão de como estão se preparando para uma economia de baixo carbono.
(4) O objetivo do IGCT é ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de emissão de empresas integrantes do IGC que atendam aos critérios adicionais descritos nesta metodologia.
(5) A série de índices FTSE4Good foi projetada para medir o desempenho de empresas que demonstram fortes práticas ambientais, sociais e de governança (ESG)..
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