Bom dia! Neste relatório diário publicado todas as manhãs pelo time ESG do Research da XP, buscamos trazer as últimas notícias para que você comece o dia bem informado e fique por dentro do tema ESG - do termo em inglês Environmental, Social and Governance ou, em português, ASG - Ambiental, Social e Governança.
Quais tópicos abordamos ao longo do conteúdo? (i) Notícias no Brasil e no mundo acerca do tema ESG; (ii) Performance histórica dos principais índices ESG em diferentes países; (iii) Comparativo da performance do Ibovespa vs. ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial, da B3); e (iv) Lista com os últimos relatórios publicados pelo Research ESG da XP.
Principais tópicos do dia
• O mercado encerrou o pregão de quinta-feira em alta, com o IBOV e o ISE subindo 1,35% e 1,95%, respectivamente.
• No Brasil, (i) a Eletrobras e a Suzano firmaram um acordo para desenvolver conjuntamente pesquisas para definir a viabilidade de construção de uma unidade de produção de combustíveis sintéticos, como hidrogênio renovável e e-metanol – pelo acordo, em discussão desde o ano passado, as companhias avaliarão a produção dos combustíveis “verdes” a partir do aproveitamento do CO2 biogênico, fruto do processo produtivo de celulose da Suzano; e (ii) o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionou ontem o Programa Nacional de Mobilidade Verde e Inovação (Mover), que vai destinar R$ 19,3 bilhões de créditos financeiros entre 2024 e 2028 para o setor automotivo.
• No internacional, durante o debate presidencial entre Joe Biden e Donald Trump realizado ontem a noite, pouco se foi dito sobre as propostas de cada um para a crise climática – quando a jornalista Dana Bash, da CNN, por exemplo, questionou se Trump tomaria alguma medida para combater a mudança do clima em seu governo, ele não respondeu, ao mesmo tempo em que Biden também pouco enfatizou o tema.
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Brasil
Empresas
Eletrobras e Suzano se unem para produzir hidrogênio verde e combustíveis sintéticos
"A Eletrobras (ELET3; ELET6) e a Suzano (SUZB3) firmaram acordo para desenvolver conjuntamente soluções sustentáveis, como hidrogênio renovável e e-metanol, em pesquisas que vão definir a viabilidade de construção de uma unidade de produção de combustíveis sintéticos, disseram as empresas à Reuters nesta quinta-feira. Pelo acordo, em discussão desde o ano passado, as companhias avaliarão a produção dos combustíveis “verdes” a partir do aproveitamento do CO2 biogênico, fruto do processo produtivo de celulose da Suzano. Gerado a partir da queima de biomassa e licor negro provenientes da produção de celulose, o CO2 biogênico pode ser capturado e misturado com o hidrogênio renovável, produzido com eletrólise da água, para produzir combustíveis sintéticos e limpos, em rota de produção que apresenta “demanda potencial e escalabilidade”, segundo as empresas. Uma das principais soluções na mira é o e-metanol, considerado uma alternativa promissora para descarbonizar o setor de transportes e logística. “A produção de e-metanol…, que é um dos candidatos mais prováveis para substituir combustíveis fósseis na indústria marítima, por exemplo, contribuiria expressivamente para a transição energética e descarbonização global”, disse o diretor de Energia da Suzano, Paulo Squariz, em nota. “Esse acordo estabelece a base para o desenvolvimento de uma cooperação estratégica, com ênfase na produção de combustíveis sustentáveis, e visa atender à crescente demanda por hidrogênio de baixo carbono e derivados no mercado nacional e internacional”, acrescentou o vice-presidente de Comercialização e Soluções em Energia da Eletrobras, Ítalo Freitas. Maior companhia de energia da América Latina, a Eletrobras vem aumentando sua aposta na área de novas soluções “verdes”, buscando aproveitar seu enorme parque gerador hidrelétrico para oferecer energia elétrica renovável e competitiva para futuros projetos de hidrogênio verde e outros."
Fonte: InfoMoney; 27/06/2024
Empresas da Bolsa não assumem compromissos capazes de atingir meta do Acordo de Paris
"Os compromissos assumidos pelas empresas brasileiras listadas na B3 não seriam suficientes para limitar o aumento da temperatura média global em até 1,5º C (grau centigrado), meta estipulada pelo Acordo de Paris. Se o mundo tivesse a mesma linha de base e alvos que as empresas de capital aberto avaliadas em um estudo do CDP (Carbon Disclosure Project) divulgado nesta quinta-feira (27), a temperatura global poderia registrar um aumento médio de 2,7ºC. O principal desafio para alinhar as ambições das companhias analisadas com as metas globais está no escopo 3 definido pelo CDP, relacionado às emissões da cadeia de valores de cada companhia – isto é, seus fornecedores. De acordo com o estudo “Da ambição à ação climática: os rumos da economia brasileira”, quando incluídas as emissões de gases de efeito estufa deste critério na análise, 74% das empresas não possuem metas ou não tem metas válidas para redução da emissão de gases do efeito estufa. A amostra do estudo é composta por uma carteira teórica de 229 empresas listadas na bolsa de valores. Elas correspondem a 89% da capitalização de mercado da B3. Consideradas apenas as metas de redução de emissões relacionadas aos escopos 1 (operação própria da empresa) e 2 (emissões provenientes de energia elétrica adquirida para uso da companhia), o aumento de temperatura seria de 2,2ºC. Com os três escopos, a elevação seria de 2,7ºC. Segundo o método utilizado, empresas de maior emissão possuem maior impacto sobre o resultado, pois leva em conta a média ponderada pelas emissões das empresas. Contudo, mesmo quando considerados critérios como o peso pela capitalização de mercado de cada companhia, os cenários são similares ao da pesquisa."
Fonte: InfoMoney; 27/06/2024
BID Invest emite R$ 50 mi em bonds para negócios na Amazônia
"O BID Invest, braço do Banco Interamericano de Desenvolvimento voltado para o setor privado, emitiu R$ 50 milhões em bonds para financiar negócios na Amazônia. Essa é a primeira tranche de dívidas do banco voltada para a região e serviu para testar o apetite de investidores para o que virão a ser os ‘Amazon Bonds’, uma iniciativa mais ampla do BID que abarcará também o setor público. Os títulos têm prazo de 5 anos e remuneração de 11,4% ao ano, e foram listados na London Stock Exchange. A emissão foi totalmente encarteirada pelo Record Emerging Market Sustainable Finance Fund, um fundo da gestora britânica Record Financial Group em parceria com o UBS Global Wealth Management. Os recursos serão voltados para projetos que estejam em linha com o Amazônia Sempre, programa lançado há um ano pelo Grupo BID que funciona como um guarda-chuva para atrair capital privado para a região amazônica. “Estamos desenvolvendo um pipeline sólido de projetos financiáveis em áreas como energia limpa, água e saneamento, conectividade digital, bioeconomia e inclusão financeira. Continuaremos testando a demanda dos investidores e abrindo caminho para bonds amazônicos num sentido mais amplo”, disse James Scriven, CEO do BID Invest. No anúncio, o BID Invest não informou como deve se dar a distribuição dos recursos. A emissão, primeira do BID Invest em reais, foi organizada pelo J.P. Morgan. Os ‘Amazon Bonds’ estão sendo desenhados pelo Grupo BID e o Banco Mundial e devem reunir instrumentos financeiros para projetos dos setores público e privado."
Fonte: Capital Reset; 27/06/2024
Mudanças climáticas aumentam pressão de alimentos sobre a inflação
"As mudanças climáticas, responsáveis pelo excesso de chuva no Sul e a antecipação da seca no Centro-Oeste, estão fazendo com que os alimentos pressionem a inflação por mais tempo este ano. Em condições normais, essa é uma época em que os alimentos in natura costumam cair de preço. No entanto, todos os indicadores divulgados até aqui ainda mostram forte influencia dessa categoria. E não foi diferente com o IGP-M, divulgado nesta quinta-feira pelo FGV Ibre, que registrou alta de 0,81% em junho. Apesar do índice ser menor em relação ao de maio, quando subiu 0,89%, em 12 meses houve uma aceleração, alta de 2,45% ante a uma queda de 6,86% nos 12 meses anteriores. Segundo André Braz, coordenador dos Índices de Preços do FGV Ibre, tanto no Índice de Preços ao Produtor Amplo (I PA) quanto no Índice de Preço ao Consumidor (IPC) - que compõe o IGP-M- as maiores contribuições para essa subida vieram dos alimentos. Os alimentos in natura normalmente começam a apresentar queda de preço agora. Uma estação mais seca, onde é mais fácil controlar o volume de água do que no verão, onde chove toda hora. Mas como o clima mudou, tá seco no Centro-Oeste e chovendo muito no Sul. Com isso, a oferta de alimentos também está confusa. Braz explica que ainda sobre os alimentos os efeitos sazonais: São aqueles que acontecem sempre nesta época do ano. Isso está bem explícito no preço do leite. O leite está ficando mais caro e com ele tende a ficar mais caro toda a cadeia de derivados. Isso é um problema. O outro é o café. O café está subindo de preço no mercado internacional e também houve a nossa desvalorização cambial. E isso afeta o preço do café doméstico, o que já aparece no IPA e no IPC."
Fonte: O Globo; 27/06/2024
Em dia de sanção do Mover, Stellantis diz que se prepara para cumprir metas
"A montadora de automóveis Stellantis se prepara para cumprir os objetivos de eficiência energética e redução de emissões de gás carbônico estabelecidos pelo programa Mover, do Governo Federal, que foi sancionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta quinta-feira (27). Créditos fiscais do governo serão utilizados em pesquisa e desenvolvimento para atingir os requisitos estipulados até 2027. Em março, a companhia já havia anunciado um investimento de R$ 30 bilhões com parte dedicada ao desenvolvimento de híbridos entre elétricos e biocombustíveis. À época, a companhia avisou que eles seriam coordenados juntos ao Mover. “Os investimentos estão conectados com a demanda tecnológica que vem junto com o Mover […] Ele visa preparar os próximos carros que serão lançados para atender aos objetivos que estarão em vigor a partir de 2027 com o programa”, diz João Irineu, vice-presidente de assuntos regulatórios da Stellantis na América Latina. Pelo programa, veículos que atendam ou não aos requisitos de eficiência energética, desempenho e reciclabilidade serão beneficiados com redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), além de incentivos financeiros de R$ 19,3 bilhões em 5 anos. No painel em que participou no GAFFFF, evento de agronegócio patrocinado pela XP, que ocorre no Allianz Parque, em São Paulo, entre os dias 27 e 28, Irineu afirmou que o primeiro modelo híbrido de biocombustível da Stellantis deve ser lançado ainda ao fim de 2024. “Depois, há outros mecanismos que vão incentivar a produção local, a distribuição na região e a comercialização dos carros”, aponta o executivo."
Fonte: InfoMoney; 27/06/2024
Nestlé anuncia plantio e cultivo de 6 milhões de árvores em áreas degradadas em Minas Gerais
"A fabricante de alimentos Nestlé anuncia um projeto de reflorestamento e manutenção de 6 milhões de árvores. A prática, que contribuirá com a restauração de 4 mil hectares em áreas de Cerrado e Mata Atlântica no estado de Minas Gerais, é a maior da companhia no Brasil até o momento. "Realizar este projeto no Brasil é bastante importante para a Nestlé, globalmente, visto que o país está super-representado em vendas, mas também na pegada de carbono por conta da produção leiteira. Nós temos o compromisso de reduzir nossas emissões e otimizar práticas como o reflorestetamento", diz Marcelo Melchior, CEO da Nestlé no Brasil, em entrevista à EXAME. A iniciativa, que terá 30 anos de duração, é parte do Programa Global de Reflorestamento da companhia, que vai plantar e cultivar 200 milhões de árvores nativas até 2030, em diversos biomas associados à produção de ingredientes que a empresa consome em todo o mundo. O programa é uma das iniciativas da companhia para contribuir com a mitigação dos efeitos das mudanças climáticas e se tornar Net Zero em 2050. Com financiamento integral da Nestlé, a iniciativa será gerenciada pela NatureCo, empresa australiana de soluções baseadas na natureza, que trabalha em parceria com uma rede global de ONGs ambientais. Localmente, a parceria é com Instituto Espinhaço, ONG ambiental, localizada em Minas Gerais, com foco em reflorestamento para recuperação de bacias hidrográficas. “A urgência climática é uma realidade que nos leva a olhar todas as atividades de forma sistêmica, com a ambição não apenas de sustentar, mas de regenerar os sistemas alimentares”, afirma Barbara Sapunar, Diretora Executiva de Business Transformation na Nestlé Brasil."
Fonte: Exame; 27/06/2024
Política
Lula sanciona Mover, programa de incentivo para indústria automotiva
"O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionou, nesta quinta-feira (27/6), o Programa Nacional de Mobilidade Verde e Inovação (Mover), que vai destinar R$ 19,3 bilhões de créditos financeiros entre 2024 e 2028 para o setor automotivo. O Mover amplia as exigências de sustentabilidade da frota de carros, ônibus e caminhões e, por meio de incentivos fiscais, segundo o governo federal, vai estimular investimentos em novas rotas tecnológicas. Substitui o Rota 2030, criado no governo de Michel Temer. Os créditos podem ser usados pelas empresas para abatimento de impostos federais em contrapartida a investimentos realizados em P&D e em novos projetos de produção. Até o momento, 89 empresas, em nove estados, estão habilitadas no programa. São 70 fabricantes de autopeças; 10 de veículos leves; seis de veículos pesados e duas voltadas para P&D. Além de um projeto de relocalização de uma fábrica de motores da FCA Fiat Chrysler, vinda de outro país, com investimento previsto de R$ 454 milhões e geração de 600 empregos diretos, segundo o governo. As empresas habilitadas estão localizadas em São Paulo (32), Rio Grande do Sul (24), Minas Gerais (10), Paraná (10), Santa Catarina (7), Rio de Janeiro (2), Pernambuco (2), Bahia (1) e Amazonas (1). A habilitação foi possível porque o Mover foi criado por uma medida provisória, editada em dezembro do ano passado. Ela caducou no fim de maio, e a aprovação do projeto foi possível após um acordo para incluir a taxação de compras internacionais. Com a sanção, empresas do setor poderão se habilitar para receber os créditos financeiros relativos ao programa. Todas as empresas devem cumprir os requisitos obrigatórios do programa, que incluem novas métricas como limites mínimos de reciclagem na fabricação dos veículos e a medição das emissões de carbono em todas as etapas da produção e descarte dos veículos."
Fonte: Epbr; 27/06/2024
Fazenda firma parceria com instituto alemão para estudar uso de hidrogênio verde na indústria
"O Ministério da Fazenda divulgou nesta quinta (27/6) uma parceria com o Instituto Fraunhofer, instituição de pesquisa aplicada da Alemanha, para estudar a utilização de hidrogênio verde — obtido a partir da eletrólise da água com energias renováveis — pela indústria. O insumo é uma alternativa para descarbonizar as indústrias de aço, metais e fertilizantes, além de poder ser aplicado na produção de combustíveis sustentáveis para aviões e navios. “Importante reforçar que a parceria com o instituto não é para consultoria técnica ou para comprarmos tecnologia desenvolvida na Alemanha. Será feito um desenvolvimento conjunto, de forma colaborativa, considerando as potencialidades do Brasil e as demandas da indústria brasileira”, explica o gerente de Projeto da Secretaria Executiva do MF, Sávia Gavazza. Segundo o MF, a comitiva contou com integrantes da Vale e Petrobras, duas grandes potenciais consumidoras do hidrogênio de baixo carbono, além da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii) e do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. “Não queremos entrar nesse ciclo de venda de commodities. Queremos vender o aço verde e fertilizantes; não só o hidrogênio verde”, afirma Gavazza. Ainda de acordo com a Fazenda, outros dois acordos foram assinados durante a viajem na semana passada. Durante a viagem à França, a equipe do PTE assinou acordo com a Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD) para desenvolver o Gemmes-Brasil, ferramenta destinada a identificar projetos de transição com maior potencial de geração de empregos e aumento da resiliência macroeconômica. Já em Londres, o Brasil conseguiu a listagem do seu primeiro bond sustentável na Bolsa de Valores londrina, no valor de US$ 2 bilhões, com prazo de sete anos e rendimento de 6,5%."
Fonte: Epbr; 27/06/2024
"O secretário de Meio Ambiente do Mato Grosso do Sul, Jaime Verruck, afirmou que todas as condições para a possibilidade de incêndio florestal no Pantanal hoje são mais severas do que em 2020, quando um terço do bioma foi consumido pelo fogo. Ele explicou que a atual seca extrema é um processo raro, só observado em 1941, e que a região ainda não vive o pior cenário possível, pois os meses de agosto e setembro tendem a ser os piores da história. Por outro lado, o governo do estado defendeu que agora possui maior estrutura de combate do que quatro anos atrás. As informações foram dadas em uma coletiva de imprensa na manhã desta quinta (27), com participação ainda do Corpo de Bombeiros e do governador Eduardo Riedel (PSDB). Como O GLOBO mostrou, os focos de calor registrados no Pantanal nesse primeiro semestre do ano já superam a quantidade de 2020, na comparação do mesmo período. Até aqui, 530 mil hectares de área já foram queimados somente no território pantaneiro do Mato Grosso do Sul, antes mesmo da temporada mais seca, informou o Corpo de Bombeiros. Em 2020, o fogo consumiu entre 3,5 milhões e 4,5 milhões de hectares do Pantanal (somando Mato Grosso e Mato Grosso do Sul), segundo, respectivamente, medições do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da UFRJ (Lasa/UFRJ) e do MapBiomas. As projeções do Lasa/UFRJ apontam que, somente entre julho e setembro desse ano, 2 milhões de hectares devem ser queimados. Em abril, o governo publicou um primeiro decreto de emergência, proibindo qualquer tipo de queimada no Pantanal, mesmo as controladas. Portanto, hoje qualquer queimada é ilegal. Segundo Jaime Verruck, essa decisão foi tomada em função das condições climáticas sinalizadas na época."
Fonte: O Globo; 27/06/2024
Brasil define políticas para mobilidade verde, economia circular e adaptação climática
"A terceira reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável (CDESS), o Conselhão, encerrou nesta quinta (27/6) com a definição de três políticas para fomentar a indústria de baixo carbono e adaptar a economia às mudanças climáticas. O tão aguardado programa de incentivos à indústria automotiva Mover (Mobilidade Verde e Inovação), lançado pelo governo federal no final do ano passado, foi à sanção de Lula (PT) nesta manhã, após seis meses de negociação no Congresso Nacional e idas e vindas de emendas que atrasaram a aprovação do texto. O Mover vai destinar R$ 19,3 bilhões de créditos financeiros entre 2024 e 2028 para o setor automotivo que investir na produção de carros, ônibus e caminhões de acordo com exigências de sustentabilidade e inovação. Até o momento, 89 empresas, em nove estados, estão habilitadas no programa. São 70 fabricantes de autopeças; 10 de veículos leves; seis de veículos pesados e duas voltadas para P&D. Indústria deve investir R$ 60 bi em P&D para descarbonizar veículos, estima Anfavea. Também relacionada à indústria, a economia circular ganhou uma estratégia nacional via decreto editado nesta quinta. A iniciativa, coordenada pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), pretende incentivar o uso eficiente de recursos naturais e práticas sustentáveis ao longo da cadeia produtiva. Objetivo é promover uma transição do modelo de produção linear – aquele que vai da extração, passa pela produção e termina no descarte — para uma economia circular, onde o ciclo de vida dos produtos e materiais é prolongado a partir de reparo, reuso, recondicionamento, remanufatura, reciclagem e também regeneração."
Fonte: Epbr; 27/06/2024
Lei ambiental gaúcha pode agravar futuros desastres
"Alvo de recente decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), a atual legislação ambiental gaúcha deve agravar os prováveis futuros eventos climáticos extremos, segundo avaliação dos professores do Departamento de Ecologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Gonçalo Ferraz e Fernando G. Becker. “Essas leis colocadas em prática, se [forem] mantidas, vão facilitar a gravidade desses eventos extremos porque há uma facilitação muito grande em alterações do uso do espaço. Há diminuição de proteção de florestas e facilitações de processos que, acumulados, podem agravar uma futura situação de catástrofe”, disse Gonçalo. O Código Estadual (Lei 15.434/2020) foi alvo nessa semana de uma decisão do ministro do STF, Cristiano Zanin, que deu dez dias para o governo local se manifestar sobre ação movida na Corte contra a legislação. Os pesquisadores argumentam que a atual lei ambiental facilita o uso do solo sem os devidos cuidados preventivos, em especial nas áreas ribeirinhas, às margens dos rios. Além disso, consideram que a lei é muito permissiva com a supressão da vegetação, fragilizando ainda a atuação preventiva do Estado na área ambiental. Os professores publicaram uma nota técnica analisando mais de 200 alterações promovidas no Código Ambiental do Estado em 2020, ainda na primeira gestão do atual governador Eduardo Leite (PSDB). Alvo de crítica de ambientalistas e organizações ligadas ao meio ambiente, a legislação alterada suprimiu artigos de outras leis estaduais que davam proteção às florestas e espécies da flora gaúcha. A nova lei revogou, por exemplo, o artigo 6º da Lei 9.519 de 1992 que proibia o “corte ou destruição parcial ou total de floresta nativa e demais formas de vegetação natural”."
Fonte: Valor Econômico; 28/06/2024
Internacional
Empresas
'Não vamos exagerar' nas preocupações com o uso de energia da IA, diz Bill Gates
"Bill Gates defendeu o rápido aumento no uso de energia causado pelos sistemas de inteligência artificial, argumentando que a tecnologia acabaria compensando seu alto consumo de eletricidade. Em discurso em Londres, Gates pediu aos ambientalistas e aos governos que "não exagerem" nas preocupações com as enormes quantidades de energia necessárias para executar os novos sistemas de IA generativa, já que as grandes empresas de tecnologia, como a Microsoft, correm para investir dezenas de bilhões de dólares em novos e vastos data centers. Os centros de dados impulsionarão um aumento no uso global de eletricidade entre 2% e 6%, disse o bilionário. "A questão é: a IA acelerará uma redução de mais de 6%? E a resposta é: certamente", disse Gates, cofundador da Microsoft, que tem sido um investidor prolífico em empresas que desenvolvem energia sustentável e tecnologias de redução de carbono. Em maio, a Microsoft admitiu que suas emissões de gases de efeito estufa haviam aumentado em quase um terço desde 2020, em grande parte devido à construção de data centers. Gates, que deixou o conselho da Microsoft em 2020, mas continua sendo conselheiro do diretor-executivo da empresa, o Sr. Gates, foi um dos principais investidores. "As empresas de tecnologia são as pessoas dispostas a pagar um prêmio e a ajudar a impulsionar a capacidade de energia verde", disse ele na Breakthrough Energy Summit, em Londres, na quinta-feira. O grupo Breakthrough Energy - que foi fundado por Gates e também conta com Jeff Bezos, Masayoshi Son e Jack Ma como investidores - investiu em mais de 100 empresas que desenvolvem energia sustentável e outras tecnologias para reduzir as emissões de gases de efeito estufa."
Fonte: Financial Times; 27/06/2024
ExxonMobil e Air Liquide firmam acordo para produção de hidrogênio de baixo carbono nos EUA
"A ExxonMobil e a Air Liquide anunciaram, nesta segunda (24/6), um acordo estratégico para a produção de hidrogênio e amônia de baixo carbono nas instalações da ExxonMobil em Baytown, Texas (EUA). A planta de produção de hidrogênio planejada pela ExxonMobil espera produzir 1 bilhão de metros cúbicos de hidrogênio azul por dia, a partir da reforma do gás natural, e mais de 1 milhão de toneladas de amônia anualmente, enquanto captura e armazena 7 milhões de toneladas de CO2, por ano. “Estamos testemunhando um impulso crescente para o maior projeto de hidrogênio de baixo carbono do mundo e o mercado emergente de hidrogênio,” disse Dan Ammann, presidente da ExxonMobil Low Carbon Solutions. “Esta parceria com a Air Liquide fortalece ainda mais nosso projeto em Baytown, permitindo a distribuição de hidrogênio através de redes existentes e garantindo matérias-primas essenciais.” O projeto visa reduzir a pegada de carbono das atividades petrolíferas na região do Golfo dos Estados Unidos e atender clientes industriais que precisam descarbonizar suas operações. A parceria prevê o transporte de hidrogênio de baixo carbono através da rede de gasodutos existente da Air Liquide. Além disso, a produtora de gases espera investir US$ 850 milhões na construção e operação de quatro Unidades Modulares de Separação de Ar (LMAs). As unidades vão fornecer, diariamente, 9 mil toneladas de oxigênio e até 6.500 toneladas de nitrogênio de baixo carbono para as instalações da ExxonMobil, para produção de hidrogênio de baixo carbono."
Fonte: Epbr; 27/06/2024
Política
Trump seria "devastador" para a energia eólica offshore, adverte o governador de Massachusetts
"Uma vitória presidencial de Donald Trump em novembro seria "devastadora" para a energia eólica offshore dos EUA, advertiu o governador de Massachusetts, um estado pioneiro na fonte de energia renovável. "Conhecemos a posição de Donald Trump sobre a energia eólica [offshore]. Ele fará tudo o que puder para garantir que o setor seja morto e que haja mais concessões ao petróleo e ao gás", disse Maura Healey, governadora democrata de Massachusetts, em uma entrevista à Energy Source. "Uma presidência de Trump seria devastadora." Ela acrescentou que a próxima eleição presidencial criou uma "urgência maior" para acelerar a construção do setor nascente. Massachusetts abriga o Vineyard Wind 1, um projeto da Avangrid e da Copenhagen Infrastructure Partners e a maior instalação eólica offshore em operação nos EUA. O estado da Nova Inglaterra tem a meta de adquirir 5,6 GW de energia eólica offshore até 2027, uma das metas mais ambiciosas do país. A advertência de Healey ocorre no momento em que Trump prometeu na campanha impedir o desenvolvimento da energia eólica offshore e em que os projetos recebem forte resistência dos eleitores republicanos na costa leste dos EUA. "Eles arruinam o meio ambiente, matam os pássaros, matam as baleias", disse Trump a milhares de apoiadores em um comício em Nova Jersey em maio. "Vamos nos certificar de que isso acabe no primeiro dia. Vou escrever isso em uma ordem executiva." Diferentemente de outras fontes renováveis, como a solar e a eólica em terra, a eólica offshore exige aprovações federais para iniciar o desenvolvimento e é mais vulnerável a mudanças de quem quer que esteja no cargo."
Fonte: Financial Times; 27/06/2024
"O Tesouro dos EUA e a Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional estão convocando os líderes dos bancos multilaterais de desenvolvimento para uma reunião urgente sobre o calor extremo e seu impacto devastador nos países em desenvolvimento, de acordo com funcionários do Tesouro. A reunião privada e virtual na manhã de quinta-feira - a primeira desse tipo - tem como objetivo encontrar maneiras de transferir mais recursos para ajudar os países a construir resiliência climática e adaptação para reduzir os danos causados pelo calor extremo em meio a um verão de temperaturas recordes em todo o mundo, disseram os funcionários do Tesouro à Reuters. Embora os investimentos para combater as mudanças climáticas tenham aumentado drasticamente nos últimos anos, grande parte desse crescimento foi destinada à transição para fontes de energia limpa e à redução das emissões de carbono, e não para ajudar os países a se adaptarem aos impactos prejudiciais, incluindo secas mais severas, incêndios florestais, tempestades violentas e aumento do nível dos oceanos. Enquanto as ondas de calor assolam o mundo e ceifam pelo menos centenas de vidas, a secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, usará a reunião para vincular as necessidades urgentes dos países em desenvolvimento mais atingidos pelas altas temperaturas ao trabalho mais amplo que os bancos multilaterais de desenvolvimento estão fazendo para aumentar sua capacidade de empréstimo para ajudar a combater as mudanças climáticas e outras crises globais. "Eventos climáticos extremos, incluindo ondas de calor, continuam a se tornar cada vez mais graves e frequentes, desde a costa leste dos Estados Unidos até a Índia", disse Yellen em comentários aos bancos vistos pela Reuters."
Fonte: Reuters; 27/06/2024
Legisladores da UE divididos sobre pedidos para adiar a lei de desmatamento
"Os legisladores da União Europeia estão divididos sobre a possibilidade de adiar a próxima proibição do bloco sobre as importações de produtos ligados ao desmatamento, aumentando a pressão sobre Ursula von der Leyen, que busca seu apoio para um segundo mandato como presidente da Comissão Europeia. A lei de desmatamento da UE exigirá, a partir de 30 de dezembro, que as empresas e os comerciantes que colocarem carne bovina, café, óleo de palma e outros produtos no mercado da UE provem que suas cadeias de suprimento não contribuem para a destruição das florestas. Em uma declaração publicada na quinta-feira, o legislador da UE Peter Liese - porta-voz de meio ambiente do grupo de legisladores do Partido Popular Europeu (PPE), que é o grupo político de von der Leyen - pediu a Bruxelas que adie e reduza a lei, que ele chamou de "monstro burocrático". "Muitos pequenos agricultores em todo o mundo e até mesmo pequenos proprietários de florestas na União Europeia não podem trabalhar com o texto", disse Liese. Espera-se que os líderes da UE aprovem von der Leyen para um segundo mandato como presidente da Comissão na quinta-feira. Mas ela ainda precisa do apoio da maioria do Parlamento Europeu. Isso exigirá o apoio não apenas do EPP, mas também dos legisladores que a pressionam para não enfraquecer as políticas ambientais. Uma fonte do Socialistas e Democratas (S&D), o segundo maior grupo de legisladores do Parlamento, atrás do PPE, disse que o grupo era "totalmente contrário" ao adiamento da lei de desmatamento. "É uma clara recusa para a S&D. A Comissão tem a obrigação de implementá-lo", disse a fonte."
Fonte: Reuters; 27/06/2024
Crise climática ficou de lado no debate entre Trump e Biden
"A crise climática foi mais citada no intervalo do primeiro debate presidencial entre Joe Biden e Donald Trump do que em seus 90 minutos de duração. No palco, Trump brilhou mentindo e Biden foi opaco falando a verdade. Um resultado temerário, considerando-se a emergência climática e a importância da eleição presidencial dos EUA para o futuro de todos, americanos ou não. Em março, o site britânico Carbon Brief estimou que uma eventual vitória de Trump em novembro significaria mais de 4 bilhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2) até 2030, nas emissões dos EUA. Isso é o equivalente às emissões anuais combinadas da União Europeia e do Japão. Questionado se tomaria alguma medida para combater a mudança do clima em seu governo, Trump não respondeu. Seguiu atacando Biden sobre a pergunta anterior, da suposta decepção dos eleitores negros com promessas não cumpridas pelo atual governo. A jornalista Dana Bash, da CNN, repetiu a pergunta. Trump então disse querer “água absolutamente limpa” e “ar absolutamente limpo”. Reduziu o maior desafio da humanidade a um desejo pueril para, na sequência, mentir. “E os tivemos. Tivemos os melhores números de todos os tempos”. Seguiu: “Usamos todas as formas de energia”. E mentiu novamente: “Durante os meus quatro anos, tivemos os melhores números ambientais”. Nos primeiros anos do governo Trump, as emissões de gases-estufa efetivamente caíram 0,5%, mas em ritmo mais lento do que no mandato de Barack Obama. Depois, em 2020, caíram vertiginosamente, mas em função da desaceleração da economia na pandemia."
Fonte: Valor Econômico; 28/06/2024
Índices ESG e suas performances
(1) O Índice ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial da B3) tem como objetivo ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de empresas com reconhecido comprometimento com o desenvolvimento sustentável, práticas e alinhamento estratégico com a sustentabilidade empresarial.
(2) O Índice S&P/B3 Brasil ESG mede a performance de títulos que cumprem critérios de sustentabilidade e é ponderado pelas pontuações ESG da S&P DJI. Ele exclui ações com base na sua participação em certas atividades comerciais, no seu desempenho em comparação com o Pacto Global da ONU e também cias sem pontuação ESG da S&P DJI.
(3) O ICO2 tem como propósito ser um instrumento indutor das discussões sobre mudança do clima no Brasil. A adesão das companhias ao ICO2 demonstra o comprometimento com a transparência de suas emissões e antecipa a visão de como estão se preparando para uma economia de baixo carbono.
(4) O objetivo do IGCT é ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de emissão de empresas integrantes do IGC que atendam aos critérios adicionais descritos nesta metodologia.
(5) A série de índices FTSE4Good foi projetada para medir o desempenho de empresas que demonstram fortes práticas ambientais, sociais e de governança (ESG).
(6) O Índice MSCI ACWI, que representa o desempenho de todo o conjunto de ações de grande e médio porte do mundo, em 23 mercados desenvolvidos e 26 emergentes.
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