Bom dia! Neste relatório diário publicado todas as manhãs pelo time ESG do Research da XP, buscamos trazer as últimas notícias para que você comece o dia bem informado e fique por dentro do tema ESG – do termo em inglês Environmental, Social and Governance ou, em português, ASG – Ambiental, Social e Governança.
Quais tópicos abordamos ao longo do conteúdo? (i) Notícias no Brasil e no mundo acerca do tema ESG; (ii) Performance histórica dos principais índices ESG em diferentes países; (iii) Comparativo da performance do Ibovespa vs. ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial, da B3); e (iv) Lista com os últimos relatórios publicados pelo Research ESG da XP.
Principais tópicos do dia
• O mercado encerrou o pregão de terça-feira em território positivo, com o IBOV e o ISE avançando 0,7% e 0,8%, respectivamente.
• Do lado das empresas, (i) em apresentação aos investidores durante o seu Investor Day em NY ontem, a Vale anunciou que quer dobrar sua produção de cobre até 2035, metal importante para a transição energética – segundo dados da companhia, a projeção é que o volume anual de produção suba para a faixa de 420 mil a 500 mil toneladas em 2030 (vs. 345 mil toneladas em 2024); e (ii) a Tupy anunciou a aprovação de um financiamento de R$ 58 milhões pelo BNDES, através do programa Mais Inovação, destinado para pesquisa e desenvolvimento de motores MWM a etanol – segundo o vice-presidente de Inovação e Novos Negócios da empresa, Gueitiro Genso, o financiamento será usado para aumentar a eficiência das plantas industriais, além de atender à crescente demanda por soluções que contribuam para a descarbonização das operações do agronegócio e dos transportes.
• Na política, a Comissão Europeia anunciou o lançamento de novas iniciativas para destinar € 4,6 bilhões para impulsionar tecnologias com baixa de carbono, como células de baterias para veículos elétricos e hidrogênio renovável – as ações têm como objetivo limitar o avanço de produtos chineses na União Europeia (UE), além de desenvolver a indústria local.
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Brasil
Empresas
Vale quer dobrar produção de cobre até 2035 e considera parcerias na área
“A Vale colocou o cobre, metal importante para a transição energética, no centro de sua evolução estratégica para os próximos anos. Em apresentação aos investidores, durante o Vale Day em Nova York, a mineradora anunciou que quer dobrar sua produção do minério até 2035. Neste ano, a produção estimada de cobre da empresa será de 345 mil toneladas. A projeção é que esse volume anual suba para a faixa de 420 mil a 500 mil toneladas em 2030 e chegue a 700 mil toneladas até 2035. A produção no projeto Hu’u, na Ilha de Sumbawa, na Indonésia, não está inclusa na conta, diferentemente de outros anos. Os números fazem parte do plano estratégico da companhia até 2030. Nos próximos cinco anos, a Vale deve se concentrar em construir um portfólio mais flexível e orientado ao consumidor e em recuperar a confiança de investidores e diferentes agentes, anos após os desastres de Mariana e Brumadinho, em Minas Gerais. Questionado sobre uma abordagem mais conservadora neste plano do que em edições anteriores, o CEO da Vale, Gustavo Pimenta, disse vê-lo como mais realista. “Estamos levando em consideração o que sabemos e o que não sabemos para construir um plano de longo prazo. Ele é simples, ainda assim ousado, e muito realista”, afirmou Pimenta, que assumiu o comando da mineradora há dois meses, em entrevista coletiva. “Me sinto extremamente confortável para dizer que tudo que apresentamos aqui é alcançável.” No curto prazo, a mineradora deve subir seu nível de investimento global de US$ 6,1 bilhões em 2024 para US$ 6,5 bilhões a partir de 2025. Em ambos os períodos, os metais para transição energética devem receber entre US$ 2,5 bilhões e US$ 3 bilhões.”
Fonte: Capital Reset; 03/12/2024
Indústria siderúrgica levará mais tempo para se descarbonizar, diz presidente da Vale
“A indústria siderúrgica levará mais tempo do que o inicialmente previsto para adotar modelos de produção que reduzam sua pegada de carbono, devido principalmente aos custos mais altos associados a esses modelos e a um mercado global desafiador para os produtores de aço. “Tem sido difícil para eles fazerem a transição para produtos de baixo carbono, difícil manter o negócio de forma lucrativa”, disse Gustavo Pimenta, presidente da Vale, uma das maiores fornecedoras mundiais de minério de ferro. “Isso vai acontecer (a descarbonização), mas levará mais tempo”, disse ele a repórteres, na Bolsa de Valores de Nova York, após encontro anual com investidores da empresa. Produtores de aço ao redor do mundo têm sido pressionados por custos maiores devido a altas taxas de juros e preços mais baixos do aço, devido a uma economia vacilante da China. Pimenta disse que eles estão buscando principalmente permanecer lucrativos no momento, preferindo matérias-primas mais baratas. A Vale tem se manifestado sobre a produção de minério de ferro de alta qualidade que resulta em menores emissões de carbono, mas o preço é uma grande questão atualmente, disse o presidente. “Os clientes da indústria automobilística, por exemplo, ainda não estão dispostos a pagar por produtos com menor emissão de carbono”, disse ele. Pimenta ressaltou ser importante que a Vale tenha uma estratégia que se adapte às condições de mercado, caso os compradores peçam produtos mais baratos e não materiais de alta qualidade, por causa da lucratividade. “Temos flexibilidade para operar de forma diferente”, ponderou o executivo.”
Fonte: Reuters; 03/12/2024
Há espaço para modernizar legislação ambiental da mineração no Brasil, diz presidente da Vale
“O presidente da Vale, Gustavo Pimenta, afirmou, nesta terça-feira (3), que há espaço para modernizar a legislação de licenças ambientais da mineração no Brasil. Em coletiva de imprensa após o evento Vale Day, na Bolsa de Nova York, Pimenta destacou que uma licença para área no país leva, em média, sete anos para ser concedida, em comparação a quatro anos no Canadá e na Austrália, dois outros países com forte atividade mineral. “Há espaço para modernizar a legislação, especialmente no quesito de cavernas”, ponderou Pimenta. “Esperamos modernização no licenciamento que acelerem a mineração, tudo isso numa pegada ambientalmente responsável”, acrescentou. O executivo também destacou que ainda é cedo para avaliar o efeito de eventuais aumentos nas tarifas de importação pelos Estados Unidos, no novo governo de Donald Trump. Pimenta disse, ainda, que a empresa tem uma estratégia no minério de ferro que pode ser adaptada às condições de mercado e frisou que o preço de equilíbrio da Vale — valor pelo qual a empresa vende o produto sem perder dinheiro — é de US$ 50 por tonelada. Nos metais básicos, o executivo ressaltou que a Vale Base Metals (VBM) poderá buscar parcerias para projetos.”
Fonte: Valor Econômico; 03/12/2024
Tupy obtém financiamento de R$ 58 milhões pelo BNDES
“A Tupy anunciou a aprovação de um financiamento de R$ 58 milhões pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), através do programa BNDES Mais Inovação, que serão destinados em pesquisa e desenvolvimento de motores MWM a etanol, direcionados à substituição de motores a diesel. O financiamento será usado para aumentar a eficiência das plantas industriais, por meio de processos digitais, além de atender à crescente demanda por soluções que contribuam para a descarbonização das operações do agronegócio e dos transportes, explica o vice-presidente de Inovação e Novos Negócios da Tupy, Gueitiro Genso. Um dos principais projetos é a adaptação de motores originalmente a diesel para motores a etanol da marca MWM. O desenvolvimento dessa tecnologia de combustão a etanol e a competência de integração com veículo, segundo Genso, habilitam a transformação de veículos existentes em versões descarbonizadas de forma mais rápida e com viabilidade econômica. “Uma das aplicações possíveis é a transformação de tratores agrícolas a partir da validação em testes de durabilidade e campo, seguindo o exemplo de outros serviços já oferecidos pela nossa empresa, como o uso de motores a biometano em caminhões e ônibus”, diz. A solução está sendo testada por alguns dos principais agentes do mercado do agronegócio brasileiro e o potencial de mercado no país é de cerca de cinco mil tratores no mesmo grupo de potência do motor em desenvolvimento. Outros tipos de tratores, máquinas agrícolas e aplicações de transporte também podem se beneficiar dessa tecnologia.”
Fonte: Valor Econômico; 03/12/2024
Mercado de carbono projeta aumento na apresentação de inventários
“A combinação de fatores econômicos, como o receio de perda de competitividade e de mercados internacionais, a possibilidade de sofrer atrasos tecnológicos e a pressão de investidores, além do possível impacto de futuras regulamentações formam um cenário de percepção de risco, que deve levar ao aumento da elaboração de inventários de emissões de gases do efeito estufa (GEE). Atualmente, não existe obrigação legal para esse levantamento, mas grandes organizações vêm voluntariamente tornando públicos seus relatórios e metas. “Há uma série de riscos, inclusive reputacionais e de futuro, quando chegar a regulação, que fazem com que a empresa se mova”, afirma Guarany Osório, professor e pesquisador do Centro de Estudos em Sustentabilidade da FGV EAESP, que atuou no desenvolvimento do Programa Brasileiro de GHG Protocol (PBGHG) – responsável por fornecer os instrumentos e padrões para contabilizar as emissões. O Relatório Anual do PBGHG – “Ciclo 2024” – contabiliza que 539 organizações publicaram 985 inventários de emissões de GEE, o que representou um aumento de 24% em relação ao ciclo anterior. E, segundo o estudo, 60% das cem maiores empresas do Brasil estão entre as que apresentaram os relatórios. As emissões são classificadas em escopo 1, que diz respeito à própria atividade da empresa, escopo 2, sobre a energia utilizada, e escopo 3, que envolve a cadeia de valor. “A Science Based Target Initiative [SBTI], principal padrão adotado para o estabelecimento de metas, determina que, se as emissões do escopo 3 corresponderem a mais de 30% das emissões da declarante, ela é obrigada a incluí-las em suas metas”, conta Henrique Pereira, COO da WayCarbon.”
Fonte: Valor Econômico; 04/12/2024
Política
Comissão do Senado aprova projeto sobre transição energética; texto vai ao plenário
“A Comissão de Infraestrutura (CI) do Senado Federal aprovou nesta terça-feira (3) o projeto de lei que institui o Programa de Aceleração da Transição Energética (Paten), para incentivar propostas de substituição de matrizes energéticas poluentes por fontes de energia renovável (PL 327/2021). As empresas que ingressarem no programa poderão receber recursos do Fundo Nacional sobre Mudança do Clima (FNMC) e negociar dívidas com a União por meio de transação condicionada ao investimento em desenvolvimento sustentável. São elegíveis para o Paten propostas de obras de infraestrutura, expansão ou implantação de parques de produção energética de matriz sustentável e de pesquisa e desenvolvimento tecnológico que proporcionem benefícios socioambientais ou mitiguem impactos ao meio ambiente. Originalmente, o uso de transações era o único mecanismo de incentivo previsto no projeto. O relator no Senado, Laércio Oliveira (PP-SE), acrescentou a possibilidade de financiamento pelo FNMC. O projeto veio da Câmara dos Deputados e foi aprovado com alterações promovidas pelo relator. Agora ele segue para o plenário do Senado, com requerimento de urgência para ser analisado ainda nesta terça. Depois, vai precisar retornar para a Câmara. Na área de tecnologia e produção de combustíveis renováveis, terão prioridade os projetos relacionados ao etanol, ao bioquerosene de aviação, ao biodiesel, ao biometano, ao hidrogênio de baixa emissão de carbono, à energia com captura e armazenamento de carbono e à recuperação e valorização energética de resíduos sólidos.”
Fonte: InfoMoney; 03/12/2024
PL das eólicas offshore tem votação adiada no Senado e governo tenta suprimir térmicas
“O governo deve encaminhar destaques para suprimir trechos do PL 576/2021, originalmente destinado a criar uma política para eólicas offshore, na tentativa de excluir incentivos a outras formas de geração de energia, entre elas, as térmicas fósseis, disse nesta terça (3/12) o senador Otto Alencar (PSD/BA). O senador está deixando a liderança do governo, que será assumida por Jaques Wagner (PT/BA). A liderança do governo pediu a retirada de pauta do PL que tinha votação prevista para esta manhã na Comissão de Infraestrutura do Senado. “Nós temos um questionamento dentro dessa matéria no artigo que induz a incentivos fiscais de matérias que são estranhas à proposta inicial desse projeto de lei e o governo não concorda com essa posição. Preparei uma emenda supressiva ao artigo como um todo”, explicou Otto Alencar. O parecer do relator Weverton Rocha (PDT/MA) foi lido nesta manhã e teve pedido de vistas acatado pelo presidente da CI, apesar das tentativas do relator para acelerar a tramitação. A expectativa é que a matéria seja analisada nos próximos dias e retorne à pauta na semana que vem. “Nós não temos matérias novas aqui. Pelo contrário, estamos discutindo o que já foi votado aqui nesta comissão, no Senado, na Câmara. [A discussão] é se mantém ou não o que veio de lá [Câmara]”, disse Weverton Rocha. O parecer manteve a previsão de contratação compulsória de usinas termelétricas acrescentado ao texto na Câmara no ano passado. A intenção da proposta é viabilizar a contratação de térmicas em regiões sem acesso ao gás natural.”
Fonte: Eixos; 03/12/2024
Chamada para hubs de hidrogênio no Brasil recebe 70 propostas com custo médio de US$ 4,7/kg
“A chamada pública aberta pelo governo brasileiro para projetos de hubs de hidrogênio de baixo carbono recebeu 70 propostas de todas as regiões do país, e deve ter resultados finais na próxima semana, disse nesta terça (3/12), Patrícia Naccache, coordenadora-geral de Energias e Tecnologias de Baixo Carbono e Inovação do Ministério de Minas e Energia (MME). Durante durante audiência pública na Câmara dos Deputados, que discutiu as oportunidades do hidrogênio para a indústria nacional, Naccache afirmou ainda que o número de propostas superou as expectativas do do governo. A iniciativa busca cumprir meta do Programa Nacional do Hidrogênio (PNH2) de consolidar hubs no país até 2035. A chamada, lançada em parceria entre o MME, o Ministério da Fazenda e o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), tem o objetivo de selecionar projetos que concorrerão a recursos do Climate Investment Funds (CIF). O fundo pode destinar entre US$ 125 milhões e US$ 250 milhões a propostas que sejam capazes de integrar a produção e consumo de hidrogênio em uma mesma localidade e reduzir as emissões em setores considerados de difícil descarbonização, como siderurgia e cimento. Entre os critérios de seleção estão a capacidade de produção da molécula associada ao uso industrial, a conexão com portos e a maturidade tecnológica dos projetos, que devem estar prontos para operar até 2035. Projetos que utilizam fontes de eletricidade renovável para eletrólise, como solar e eólica, e também rotas de produção a partir de biomassa e etanol estão na lista de propostas que se inscreveram no edital.”
Fonte: Eixos; 03/12/2024
Internacional
Empresas
Coca-Cola é alvo de críticas após reduzir suas metas ambientais
“A Coca-Cola foi condenada pelos ambientalistas depois que a fabricante de refrigerantes enfraqueceu suas metas de reciclagem e reutilização de dezenas de bilhões de garrafas por ano. A empresa informou no final da segunda-feira que seu objetivo agora é usar de 35% a 40% de material reciclado em embalagens primárias, como plástico, vidro e alumínio, até 2035, em comparação com a meta anterior de pelo menos 50% até 2030. Ela também reduziu sua meta de reciclagem de garrafas e latas, e agora está buscando “ajudar a garantir a coleta” de 70% a 75% das garrafas e latas que entram no mercado até 2035. Anteriormente, a Coca-Cola havia buscado coletar e reciclar uma garrafa ou lata para cada uma vendida até 2030. “Estamos extremamente desapontados” com o anúncio da Coca-Cola, disse Kelly McBee, gerente de economia circular da As You Sow, uma organização sem fins lucrativos da Califórnia que aplaudiu o compromisso anterior da Coca-Cola com relação a embalagens. “Agora, ver isso completamente retirado da mesa é bastante devastador”, disse ela. O recuo de uma das marcas icônicas dos EUA ocorre no momento em que as potências globais lutam para chegar a um acordo sobre como combater o aumento da poluição por plásticos. As negociações sobre o primeiro tratado juridicamente vinculativo da ONU sobre poluição plástica entraram em colapso em Busan, na Coreia do Sul, na semana passada. A rede da Coca-Cola gerou 5,97 milhões de toneladas de embalagens em 2023, uma soma que incluiu 137 bilhões de garrafas plásticas e 74 bilhões de garrafas e latas de alumínio e aço, de acordo com um relatório da empresa.”
Fonte: Financial Times; 03/12/2024
Aramco, SLB e Linde planejam construir projeto de captura de carbono
“A gigante petrolífera saudita Aramco, a principal empresa de serviços de campos petrolíferos, SLB, e a Linde, a maior empresa de gases industriais do mundo, assinaram um acordo para construir um projeto de captura e armazenamento de carbono em Jubail, na Arábia Saudita. A Aramco deterá 60% do projeto, enquanto a SLB e a Linde deterão 20% cada, disseram as empresas em um comunicado conjunto na quarta-feira. Espera-se que a primeira fase seja concluída até o final de 2027, capturando e armazenando até 9 milhões de toneladas métricas de dióxido de carbono por ano. O projeto tem o objetivo de ajudar a Aramco a atingir a meta de zero emissões líquidas de suas operações até 2050. A Arábia Saudita tem uma meta de zero emissões líquidas até 2060. O dióxido de carbono capturado será transportado por meio de dutos para ser armazenado abaixo do solo em um sumidouro de aquífero salino. As três empresas assinaram um acordo preliminar sobre o projeto em novembro de 2022.”
Fonte: Reuters; 04/12/2024
Política
Comissão Europeia confirma € 4,6 bilhões para baterias de veículos elétricos e hidrogênio renovável
“A Comissão Europeia confirmou, na segunda (2/12), o lançamento de novas iniciativas para destinar € 4,6 bilhões para impulsionar tecnologias com baixa de carbono, como células de baterias para veículos elétricos e hidrogênio renovável. As ações têm como pano de fundo barrar o avanço de produtos chineses na União Europeia (UE) e foram apresentadas pelo novo Colégio de Comissários indicado pela presidente reeleita, Ursula von der Leyen – que tomou posse nesta semana para um segundo mandato. “Ao investir mais de € 4,5 bilhões em tecnologias limpas logo no início do mandato, a Comissão está demonstrando seu comprometimento em cumprir seus objetivos de descarbonização e em apoiar a competitividade das indústrias europeias em setores estratégicos importantes”, afirmou Teresa Ribera, vice-presidente executiva para Transição Limpa, Justa e Competitiva da Comissão. Os recursos são provenientes do Fundo de Inovação, que utiliza receitas do Sistema de Comércio de Emissões (ETS) da União Europeia (UE). O sistema exige que os poluidores paguem pelas suas emissões de gases com efeito de estufa (GEE), e espera arrecadar 40 bilhões de euros até o final da década. “Sob o Fundo de Inovação, estamos colocando as receitas do Sistema de Comércio de Emissões para trabalhar mais uma vez”, disse Wopke Hoekstra, comissário para o Clima, Net Zero e Crescimento Limpo. Serão € 2,4 bilhões para apoiar projetos de descarbonização de diferentes escalas, bem como a fabricação de componentes para energia renovável, armazenamento de energia, bombas de calor e produção de hidrogênio.”
Fonte: Eixos; 03/12/2024
O que está em jogo na maior audiência do mundo sobre justiça climática?
“Começou na segunda (2/12) a maior audiência pública do mundo sobre mudanças climáticas, uma iniciativa que pretende subsidiar o Tribunal Internacional de Justiça (ICJ, em inglês) no desenho de obrigações legais dos países sobre o tema. Em março de 2023, a Assembleia Geral das Nações Unidas adotou a resolução histórica solicitando uma Opinião Consultiva do ICJ sobre justiça climática, após anos de campanha de jovens ao redor do mundo, em especial a mobilização da juventude do Pacífico – onde estão nações insulares vulneráveis. O pedido resultou em um anúncio (.pdf), em agosto de 2024, de que a corte daria início às consultas em 2 de dezembro de 2024. Pelo cronograma, 97 Estados, incluindo o Brasil, e onze organizações internacionais serão ouvidos pelo tribunal até 13 de dezembro em Haia, na Holanda. A audiência começou com o discurso de um grupo de Vanuatu, um arquipélago da Oceania que tem pressionado pelo parecer consultivo – é também o país mais vulnerável a desastres naturais do mundo. Seus cidadãos pedem à corte internacional o reconhecimento dos danos causados pelas mudanças climáticas entre as obrigações legais dos países, assim como as contribuições das políticas domésticas para o aquecimento global. “Nós nos encontramos na linha de frente de uma crise que não criamos, uma crise que ameaça nossa própria existência”, disse Ralph Regenvanu, enviado especial de Vanuatu para Mudanças Climáticas e Meio Ambiente. “Esperamos que o tribunal reconheça que a conduta que já causou danos imensos ao meu povo e a tantos outros é ilegal, que deve cessar e que suas consequências devem ser reparadas”, completou (Reuters).”
Fonte: Eixos; 03/12/2024
UE adia banimento do desmatamento, mas descarta mudanças
“Os negociadores das instituições da União Europeia chegaram a um acordo na terça-feira sobre a proibição da importação de commodities ligadas ao desmatamento, que será adiada por um ano, mas sem as alterações propostas pelos legisladores da União Europeia. Em outubro, a Comissão Europeia propôs um adiamento de 12 meses, até 30 de dezembro de 2025, após reclamações de 20 países da UE, algumas empresas e países como o Brasil e a Indonésia. Os governos da UE apoiaram a medida. No entanto, os legisladores da UE votaram no mês passado não apenas para adiar o Regulamento de Desmatamento da UE, mas também para diluí-lo, propondo uma nova categoria de países “sem risco” com verificações bastante reduzidas. Esses seriam principalmente os membros da UE. Os negociadores dos governos e legisladores da UE se reuniram na noite de terça-feira e concordaram com o atraso de 12 meses, mas sem alterações nas regras existentes. As grandes operadoras e comerciantes terão que respeitar as obrigações a partir de 30 de dezembro de 2025, e as pequenas empresas seis meses depois, um atraso projetado para permitir que as empresas de todo o mundo se adaptem. A Comissão se comprometeu a avaliar se as exigências poderiam ser simplificadas para os países que têm práticas de gestão florestal sustentável. Uma “pausa emergencial” também será aplicada se o sistema on-line para empresas não estiver totalmente operacional até o final de dezembro de 2025 ou se a classificação do país não for publicada pelo menos seis meses antes. O Partido Popular Europeu, o maior grupo parlamentar, que pressionou por mais mudanças, recebeu bem esses acréscimos.”
Fonte: Reuters; 03/12/2024
Biden lança mais de US$ 100 bilhões em subsídios para energia limpa no final do mandato
“O governo do presidente dos EUA, Joe Biden, concedeu mais de US$ 100 bilhões em subsídios criados por sua lei climática, a Lei de Redução da Inflação, disse o assessor sênior de Biden para política climática internacional, John Podesta. O governo espera que o marco de gastos ajude a dar continuidade à implantação de energia limpa mesmo depois que o presidente eleito Donald Trump, um cético em relação às mudanças climáticas que prometeu rescindir todos os fundos IRA não gastos, assumir o cargo. “Ultrapassar a marca de 100 bilhões de dólares concedidos mostra a rapidez com que estamos levando esses fundos para as comunidades, para que possam fazer uma diferença real para o povo americano”, disse Podesta à Reuters. Outro funcionário sênior do governo Biden disse que o governo está no caminho certo para superar sua meta de “obrigar” mais de 80% dos fundos de subsídios do IRA disponíveis até o final do mandato de Biden no próximo mês. “Quando os fundos são obrigados, eles são protegidos”, disse o funcionário à Reuters. “Eles estão sujeitos aos termos do contrato, portanto, quando esses contratos são assinados e executados, isso se torna uma questão de direito contratual mais do que uma questão de política.” O IRA também oferece uma década de incentivos fiscais para projetos de energia limpa, inclusive para instalações eólicas e solares, e o fim desses subsídios provavelmente exigiria uma lei do Congresso. Os subsídios e subvenções do IRA levaram bilhões de dólares a projetos de energia renovável em todo o país, com os estados liderados pelos republicanos recebendo a maior parte dos benefícios.”
Fonte: Reuters; 03/12/2024
O governo Biden não finalizará a diretriz de crédito fiscal para combustível limpo
“As autoridades do governo Biden não finalizarão as diretrizes altamente esperadas sobre os novos créditos fiscais para a produção de combustíveis limpos destinados aos setores de aviação e biocombustíveis antes de partirem em janeiro, disseram três fontes à Reuters, lançando dúvidas sobre o futuro de uma peça-chave da agenda climática do presidente dos EUA. O crédito fiscal, o motor por trás do ambicioso plano do presidente Joe Biden de gerar 3 bilhões de galões na produção de combustíveis de aviação sustentáveis até 2030, deveria entrar em vigor em 1º de janeiro, mas a falta de orientação detalhada do Tesouro dos EUA tornaria o programa inativo. As viagens aéreas contribuem com cerca de 2,5% das emissões globais de gases de efeito estufa, o que as torna um grande alvo na luta contra as mudanças climáticas. Na terça-feira, o Departamento do Tesouro reiterou seus compromissos anteriores, dizendo que a agência prevê a emissão de orientações antes de 20 de janeiro, o que permitirá que os produtores acessem o crédito em 2025. As empresas de biocombustíveis e seus apoiadores legislativos esperavam ter um programa finalizado em vigor antes de Biden deixar a Casa Branca em 20 de janeiro. Eles disseram acreditar que um programa completo forneceria alguma proteção contra a promessa do presidente eleito Donald Trump de revogar a Lei de Redução da Inflação de 2022 de Biden, que lançou o programa. Os produtores de etanol, em particular, esperam que os combustíveis sustentáveis para a aviação proporcionem crescimento do mercado, em meio à demanda estagnada pelo combustível à base de milho como aditivo para a gasolina.”
Fonte: Reuters; 03/12/2024
China diz a Tribunal Mundial que tratados da ONU já cobrem obrigações climáticas dos países
“A China disse nesta terça-feira ao principal tribunal da ONU que os tratados existentes negociados com apoio da organização devem servir de base para o parecer consultivo da corte sobre as obrigações legais dos países para combater o aquecimento global e lidar com as consequências de suas contribuições históricas para esse fenômeno. A Assembleia Geral da ONU, após uma campanha liderada por pequenos Estados insulares, solicitou à Corte Internacional de Justiça (CIJ) que emitisse um parecer sobre a responsabilidade legal dos países pelo impacto negativo das mudanças climáticas. Um desses Estados, Vanuatu, solicitou na segunda-feira que o tribunal reconhecesse os danos causados pelas mudanças climáticas e exigisse reparações por suas consequências. A China, um dos dois maiores emissores mundiais dos gases de efeito estufa que causam o aquecimento global, ao lado dos Estados Unidos, disse que compreendia as “enormes dificuldades” pelas quais passam países em desenvolvimento, como os pequenos Estados insulares, vulneráveis especialmente ao aumento do nível do mar e às tempestades cada vez mais violentas. Mas Ma Xinmin, assessor jurídico do Ministério das Relações Exteriores da China, disse ao chamado “Tribunal Mundial” que os tratados existentes produzidos pelas negociações sobre mudanças climáticas apoiadas pela ONU, que incluem muitas disposições não vinculativas, devem ser a referência para determinar as obrigações dos Estados. “A China espera que o tribunal mantenha o mecanismo de negociações sobre mudanças climáticas da ONU como o principal canal para a governança climática global”, disse Ma.”
Fonte: Reuters; 03/12/2024
Índices ESG e suas performances
(1) O Índice ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial da B3) tem como objetivo ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de empresas com reconhecido comprometimento com o desenvolvimento sustentável, práticas e alinhamento estratégico com a sustentabilidade empresarial.
(2) O Índice S&P/B3 Brasil ESG mede a performance de títulos que cumprem critérios de sustentabilidade e é ponderado pelas pontuações ESG da S&P DJI. Ele exclui ações com base na sua participação em certas atividades comerciais, no seu desempenho em comparação com o Pacto Global da ONU e também cias sem pontuação ESG da S&P DJI.
(3) O ICO2 tem como propósito ser um instrumento indutor das discussões sobre mudança do clima no Brasil. A adesão das companhias ao ICO2 demonstra o comprometimento com a transparência de suas emissões e antecipa a visão de como estão se preparando para uma economia de baixo carbono.
(4) O objetivo do IGCT é ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de emissão de empresas integrantes do IGC que atendam aos critérios adicionais descritos nesta metodologia.
(5) A série de índices FTSE4Good foi projetada para medir o desempenho de empresas que demonstram fortes práticas ambientais, sociais e de governança (ESG)..
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